Por quê? Porque comprei dois sem me dar conta, por razões que desconheço - ou melhor, uma sim, a mais óbvia parece ser o amor a sua poesia, já escrevi sobre quando produzia os ensaios obrigatórios das pesquisas acadêmicas, daí o que era obrigação virava prazer porque eu tentava só escolher os amados e as amadas.
Por que não vendo? Porque não preciso vender, mas poderia doar a um aluno, mas todos os meus são ex com os quais perdi o contato, e quando voltei de Fortaleza fiz um encontro de uma tarde com um grupo bom de alunos e doei muitos, umas oito caixas grandes, porque sabia que ia me aposentar pela última vez - e achei tão bom ver a alegria com que eles receberam os livros que passei a gostar de doar livros. Também já vendi no site da estantevirtual, mas me retirei de lá e acabei vendendo há uns dois anos uma nova ruma de livros para um sebo aqui do Catete. Logo, gosto de dar livros, e livros que importam, como me parece ser o caso desse aqui.
Então, em querendo o belo, e a bela poesia de Ana, diga sim e mande email para arepo@terra.com.br que mando pelo correio, ou se morar pelos arredores do bairro, pega na portaria - e ainda escrevo bilhetinho à guisa de autógrafo.
Veja a sinopse da Livraria Cultura:
Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se uma das mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das 'leis do grupo'. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino - pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época.
Entre fragmentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num permanente jogo de velar e desvelar. 'Cenas de abril', 'Correspondência completa', 'Luvas de pelica', 'A teus pés', 'Inéditos e dispersos', 'Antigos e soltos' - livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. A curadoria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Esta obra reúne os volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos da autora.
Poética. CESAR, Ana Cristina. São Paulo:Cia das Letras, 2013. 496 p.