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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

POSTAIS SEM SELO


A vida é em parte aquilo que nós fazemos dela, e em parte aquilo que é feito pelos amigos que escolhemos.

Tennessee Williams

Legenda: fotografia Shorpy

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

RECADOS


Carson McCullers não produz em ritmo acelerado. Não se sente coagida pela ideia popular e ridícula de que um grande romancista tem de escrever anualmente um livro. Cinco anos decorreram entre o seu segundo romance e o terceiro. Consta-me que está a compor outro. Não há notícia literária mais grata do que esta para quem, como eu, encontra nos seus livros intensidade e nobreza de espírito como não possuíamos desde Herman Melville. Entretanto, pode a escritora convencer-se de que a sua obra já realizada não se eclipsará com o tempo, antes irradicará cada vez com mais fulgor.

Tennessee Williams no prefácio a Reflexos Nuns Olhos de Oiro

OLHAR AS CAPAS


Reflexos Nuns Olhos de Oiro

Carson McCullers
Prefácio Tennessee Williams
Tradução: Cabral do Nascimento
Capa: Augusto T. Dias
Relógio d’Água, Lisboa s/d

Em tempo de paz uma guarnição avançada é um lugar triste. As coisas que aí acontecem repetem-se vezes sem conta. Concorre para esta monotonia o próprio plano da fortaleza: enorme quartel de cimento armado, filas de casas para oficiais, todas semelhantes, ginásio, capela, campo de golfe e piscinas – tudo isto delineado segundo um modelo certo e rígido. Mas talvez a taciturnidade que se nota provenha mais do isolamento, do excesso de ócios e da nímia segurança, pois quando se entra na tropa é em geral para seguir os calcanhares dos que nos procedem. Ao mesmo tempo, porém, sucedem no exército eventos que não será provável renovarem-se. Existe um forte no Sul onde há poucos anos se cometeu um crime: dois oficiais, um soldado, duas mulheres, um filipino e um cavalo.

terça-feira, 30 de junho de 2015

POSTAIS SEM SELO


A vida é em parte o que nós fazemos dela, e em parte o que é feito pelos amigos que nós escolhemos.


Legenda: Marilyn Monroe

terça-feira, 16 de junho de 2015

POSTAIS SEM SELO


Há um tempo para partir, mesmo quando não há um lugar certo para ir.


Legenda: pintura de Carlo Carrà

terça-feira, 28 de agosto de 2012

FRAGMENTOS


Possivelmente, Marilyn Monroe fez mais esforços para ler o Ulisses de James Joyce do que muita gente que diz que o leu e nunca acabou, ou sequer começou.

Por mim falo e digo que nunca o acabei e poucos esforços tenho feito para que lhe conheça o meio quanto mais o fim.

Em 1999, o exemplar de Ulisses que pertenceu a Marilyn Monroe, foi vendido por 7100 euros num leilão da Christie's.

A sua biblioteca era constituída por perto de quinhentos livros.

O já citado Ulisses estava por lá, e tinha por companhia obras de Dostoievesky, Jack Kerouac, Yeats, Samuel Beckett, Tolstoi, Walt Whitman, Rainer Maria Rilke, Bernard Shaw, Ernest Hemingway, Tennessee Williams, D.H. Lawrence, F. Scott Fitzgerald, John Steinbeck.

Marilyn Monroe deixou um inventário que inclui fotografias, recortes de jornais, poemas, frases, cartas, notas várias.

Os papeis e fotografias datam de 1943, e vão até aos dias que antecederam a sua morte.

Parte de todo este material foi publicado em livro, no final do ano passado, nos Estados Unidos. Os editores chamaram-lhe Fragments: Poems, Intimate Notes, Letters.

Do mundo de lendas que sempre envolveram, e envolvem, Marilyn, conta-se que um dia, em conversa com um amigo, terá tirado do bolso, um pequeno diário de capa vermelha a que chamava o seu livro de segredos.

Nesse livrinho, entre muitas outras coisas, falava dos planos de Kennedy para matar Fidel de Castro, de testes atómicos, das relações de Frank Sinatra com a Máfia, do movimento dos negros pelos direitos de igualdade, conversas que Marilyn ouviu enquanto conviveu com os Kennedys.

Naturalmente este livro de segredos não consta de Fragments: Poems, Intimate Notes Letters.

Diz, quem já o leu, que Fragments, não é a essência da literatura,  mas permite concluir que Marilyn não foi, exclusivamente, a loura burra que que a indústria de Hollywood construiu e impingiu à opinião pública de todo o mundo.

Um símbolo sexual torna-se um objecto. Eu detesto ser um objecto disse a actriz.
O escritor António Tabucchi  (1943-2012), escreveu o prefácio para a edição francesa do livro,  e observa:

No interior deste corpo vivia a alma de uma intelectual e poeta de que ninguém tinha um pingo de suspeita.

Nos filmes que Billy Wilder realizou com Marilyn, opinião minha, os melhores dos seus filmes, a actriz fez a cabeça em água a Wilder, mas este sabia o diamante que tinha entre mãos:

Penso que ela é a melhor actriz cómica ligeira que temos no cinema hoje em dia, e qualquer pessoa sabe que a comédia ligeira é o mais difícil dos estilos de representação.

Deus deu-lhe tudo.

Obviamente que Billy Wilder, sabia do que falava.

No diário das filmagens do Let’s Make Love , Marilyn confessava:

De que é que eu tenho medo? Porque é que tenho tanto medo? Porque penso que não sei representar? Sei que sei representar, mas tenho medo. Tenho medo e sei que não devo ter, e não quero ter. Mas tenho.

Em 1948, Tom Kelley fotografou-a nua sobre veludo vermelho, que daria lugar ao celebérrimo calendário das paredes de todas as garagens do mundo.

Quando muitos anos mais tarde, um jornalista perguntou-lhe se ela não se envergonhara da ousadia de ter posado para Tom Kelley, Marilyn respondeu:

Tinha fome!

E, sarcasticamente, não deixou de acrescentar:

Porquê? Não gosta do vermelho?

Sabe-se, ou pensa-se que se sabe, que todos morremos a cada dia que passa.

Mas os dias de Marilyn foram tecendo o suicídio organizado em que a sua morte se transformou.

O tal seu livro dos segredos, o livro de capa vermelha, constituía material demasiado perigoso para que, impavidamente, o clã kennedyano assistisse à possibilidade de se tornar público.

Tenho a certeza de que acabarei louca se continuar a viver neste pesadelo, terá dito a actriz naqueles seus tempos de depressão, que irão culminar na noite em que tomou todos os tubos de comprimidos que tinha e não tinha, tal como sugere Ruy Belo no poema que dedicou à sua morte.

Poderá perguntar-se:

Tomou?

domingo, 8 de julho de 2012

PANCADAS DE MOLIÉRE






Em 1965 é criada a Companhia Portuguesa de Comediantes que reuniu, antes do 25 de Abril, um naipe de excelentes actores como Eunice Muñoz, (30 contos o maior salário alguma vez pago a uma actriz portuguesa), Rogério Paulo, Costa Ferreira, José de Castro, Maria Lalande, Canto e Castro, João Perry, entre muitos outros.

Curiosamente, como se pode ler no site Painel do Fado, Alain Oulman era director artístico da Companhia  Portuguesa de Comediantes quando a PIDE o prendeu, levando-o para Caxias onde permaneceu cinco semanas sujeito a longos interrogatóros e torturas de sono.

 Os espectáculos tinham lugar no recém inaugurado Teatro Villaret.

Estas são algumas das páginas do programa do IV espectáculo da Companhia: Verão e Fumo de Tennessee Williams.



Este é o bilhete do espectáculo da sessão das 21,00 horas do dia 1 de Novembro de 1966
Por 15 escudos, sentei-me na cadeira 8, da fila S.
É provável que não dêem por isso, mas 15 escudos, naquele tempo, obrigava a sacrificios de ordem vária.
A cultura nunca nos ficou barata!





Esta é uma outra página do programa, dando conta do espectáculo que Raúl Slnado iria apresentar no Teatro Villaret mas que não estava integrado na programação da Companhia Portuguesa de Comediantes.

A Companhia Portuguesa de Comediantes era subsidiada pela Fundação Calouste Gulbenkian .

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

POSTAIS SEM SELO


Há uma hora de partida mesmo quando não há lugar certo para ir.

Tennessee Williams

Legenda: fotografia de Idílio Freire

terça-feira, 7 de setembro de 2010

É PERMITIDO AFIXAR ANÚNCIOS

De 9 de Setembro a 31 de Outubro, no Teatro D. Maria II, "Um Eléctrico Chamado Desejo" de Tennessee Williams", encenação de Diogo Infante, com Alexandra Lencastre, Albano Jérónimo, Lucia Moniz, Pedro Laginha.