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sábado, 24 de abril de 2021

É A MEDO


É a medo que escrevo. A medo penso,
a medo sofro e empreendo e calo.
A medo peso os termos quando falo
A medo me renego, me convenço

A medo amo. A medo me pertenço.
A medo repouso no intervalo
de outros medos. A medo é que resvalo
o corpo escrutador, inquieto, tenso.

A medo durmo. A medo acordo. A medo
invento. A medo passo, a medo fico.
A medo meço o pobre, meço o rico.

A medo guardo confissão, segredo.
Dúvida, fé. A medo. A medo tudo.
Que já me querem cego, surdo, mudo.


José Cutileiro 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

QUOTIDIANOS


Há quem sustente que 10% dos europeus hoje vivos (mais de 50 milhões de pessoas) foram concebidos em camas IKEA.

José Cutileiro escrevendo sobre a morte de Ingvar  Kamprad

segunda-feira, 17 de abril de 2017

POSTAIS SEM SELO


A tradução é como uma mulher. Se é bela, não é fiel. Se é fiel, não é com certeza bela.

Evtuchenko citado por José Cutileiro no Expresso

sexta-feira, 8 de julho de 2016

POSTAIS SEM SELO


Eles, os velhos. acumulam todas as idades da vida. Todos aqueles que eles foram coabitam, sem contar aqueles que eles poderiam ter sido e se obstinam em vir envenenar o presesne com os seus lamentos ou a sua amargura.

Benoîte Groult, citada por José Cutileiro no Expresso.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


O Luís Miguel Mira lamentava-se, há dias, pelas pífias assistências que se estão a verificar no visionamento dos episódios de Cineastes, de Notre Temps e, com uma ponta de raiva, muito judiciosamente, perguntava:


Para homenagear João Bénard da Costa foi ontem inaugurado, naquele nicho em frente à Sala Félix Ribeiro e onde, para além do balcão de entrada, estão as Folhas do Cinema respeitantes aos filmes do dia, o trabalho de José Cutileiro

Os cinéfilos acotovelavam-se para ouvir a senhora directora da Cinemateca, os tempos de crise não permitiram o croquete e o copo de suminho, mas eram abundantes, nas senhoras, as peles, as jóias nas senhoras, os sobretudos pele de qualquer coisa nos senhores.
Muitos beijinhos, cumprimentos afectuosos muitos ahs! de exclamação, as vulgaridades de um  jet-set, que também enxameia os concertos da Gulbenkian, mais interessados pelos intervalos no pelos bolinhos e o chá do catering, que da música própriaente dita.

Não ouvi o que a senhora directora disse, à espera que abrissem a porta da sala, fiquem no meio de todo aquele jet-set, a olhar as luzinhas que estão no tecto e  lembrei-me daquelas palavras que o João Bénard escreveu, no Muito Lá de Casa sobre Joan Bennet:

estou sózinho diante das estrelas.

Possivelmente vi, pela última vez, na sala escura de um cinema, The Ghost and Mrs. Muir.

Pensando nissso, talvez possam calcular como, ao encontro da estação do metro da Avenida, as pernas foram caminhando, aquelas emoções que nenhumas palavras, pelo menos as minhas, conseguem traduzir.

Em tempo:
A única referência que, on-line, consegui encontrar sobre a cerimónia de ontem, na Cinemateca, foi no site de A Bola!!!!!

De lá ,tirei a imagem que encima este texto.

Ficamos conversados.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

POSTAIS SEM SELO


Como nunca estabelecera objectivos, nunca tivera de se preocupar em atingi-los


Legenda: fotografia de Elliot Erwitt.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

OS SUPER PORTUGUESES




De uma velha crónica publicada por José Cutileiro em “O Tempo e o Modo” s/d