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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

TANTA COISA PARA DIZER...


O Brasil está longe.

Grande país, gente boa, gente má, gente assim-assim.

Tiveram uma eleição presidencial para a tentativa de resolver a escolha de um escroque que colocaram há quatro anos para presidente.

Nas recentes eleições presidenciais o escroque apresentou-se para a reeleição.

Do outro lado Lula da Silva carregado de histórias não muito claras, mas mais vale um pé do Lula da Silva do que o todo do escroque.

Uma nação tão sábia não tinha um outro alguém para despejar o escroque?

O risco, enorme risco, foi o escroque quase ter ganho a eleição.

Fugiu para  Miami onde se encontra toda merdalanja de escroques universais.

O que ontem se viu através das televisões é inacreditável.

Há uma canção do Chico, com poema de Vinicius, que deixo por aqui. Poderiam ser tantas ...

Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar

São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar

sexta-feira, 19 de março de 2021

BOLSONARO


 A brasileira Mariliz Pereira Jorge, na Folha de São Paulo, classifica, suavemente, o ignóbil tipo que milhares de brasileiros entenderam eleger como presidente.

Recorte encontrado no blogue Bicho Ruim.

domingo, 12 de julho de 2020

ETECETERA


A pandemia alastra pelo mundo, ainda há quem efusivamente se divirta, mas a esmagadora maioria tem o seu viver feito em estilhaços, outros enfrentam o frágil jogo de equilíbrio entre não se sabe bem o quê, mas não está longe de se encaminhar para trágicos desfechos.

Em França, um motorista de autocarro morreu na sexta-feira, depois de ter ficado em morte cerebral na sequência de um violento ataque por parte de passageiros, isto depois de lhes ter pedido que utilizassem máscara como medida de prevenção contra o novo coronavírus.

1.

Neste domingo, Lisboa derreteu-se de calor.

Há dias, um tipo, que cheguei a pensar estar a fazer qualquer coisa por aí, chafurdar em dinheiro, por exemplo, menos ter que o ouvir dizer barbaridades, Durão Barroso de seu nome, um tempão decorrido, 100 mil mortos e tudo o resto que é muito, assumiu que a realização da Cimeira das Lages, e o apoio à invasão do Iraque pelos Estados Unidos, foi um erro, e ainda deu para nos dizer que não foi esse apoio que o levou a ser presidente da Europa.

O Expresso, numa das suas primeiras páginas, informava que a sociedade de advogados SRS, liderada por Pedro Rebelo de Sousa, vai juntar-se à AAA Sociedade, de que Dulce Franco, antiga secretária do governo de Durão Barroso, é socia fundadora. Juntos serão mais fortes, pois então.

O orçamento retificativo, o último documento preparado por Mário Centeno, indica uma previsão de recessão de 6,9% do PIB este ano, com retoma para um crescimento de 4,3% em 2021. Das 263 propostas que a Oposição apresentou só passaram 35.

2.

Continua o calor infernal.

António Costa olha os tempos difíceis: Tap, Efacec, Novo Banco, parte do Partido Socialista, grande parte mesmo, a não compreender porque não apresenta um candidato do partido às presidenciais, o que levou o ministro Pedro Nuno Santos a dizer que se isso não acontecer terá que votar no candidato do BE ou do PCP, enquano os incêndios que começam a rebentar com meio mundo a dizer que nada foi feito para os prevenir e combater.

3.

Sobre o que se passa no Brasil muito pouco se sabe,  mas é certo que o COVID-19 assaltou Bolsonaro e, à data, entrou nos  1.643.539 brasileiros atacado pela tal «gripezinha». O governo investiga agora o jornalista que desejou que Bolsonaro morresse.

4.

José António Saraiva foi condenado por devassa da vida privada.

A jornalista Fernanda Câncio é uma das indemnizadas. Autor do livro "Eu e os políticos", que foi retirado do mercado por ordem judicial, foi condenado a 180 dias de multa à taxa diária de 30 euros: 5400 euros e a pagar indemnizações aos autores da queixa e assistentes no processo, a jornalista Fernanda Câncio e um seu ex-namorado no valor de 15 mil euros cada.

O  ​​​​​​livro "Eu eos Políticos - O que não pude (ou não quis) escrever até hoje", foi publicado pela Gradiva em Setembro de 2016.

José António Saraiva, que não se cansa de dizer que será um dos próximos Prémio Nobel da Literatura, ainda não disse se recorrerá da sentença.

5.

Portugal comprou pelo menos 627 mil máscaras FFP (modelos mais avançados, para uso dos profissionais de saúde em contacto com as pessoas infetadas) sem certificado de qualidade ou com um certificado de qualidade duvidoso, revelou o jornal Público. O fenómeno repetiu-se por toda a Europa, uma vez que durante a pandemia da Covid-19 a União Europeia aliviou os critérios de certificação para permitir a rápida aquisição do material necessário: nesta altura, não é obrigatório que o equipamento tenha a indicação CE (que garante o cumprimento das normas europeias), embora vendedores e compradores tenham de assegurar a qualidade das máscaras, sujeita a fiscalização.

6. 

Títulos ao acaso.

Primeira página do Público de 6 de Julho.

7.


Com 92 anos, morreu Enio Morricone, autor de inúmeras bandas sonoras, tendo trabalhado com grandes realizadores e vendido mais de 70 milões de discos.

Lisboa, Maio de 2019,  fez parte das cidades que assistiram  à digressão mundial da sua despedida dos palcos.

8.


No dia 5 de Julho morreu o realizador Alfredo Tropa. Um dos seus notáveis trabalhos para a televisão  chama-se Povo Que Canta.

Para o cinema realizou, em 1970, Pedro Só, uma adaptação sua da obra de Manuel Mendes Pedro – Romance Dum Vagabundo, em que contou com a colaboração de Fernando Assis Pacheco e Afonso Praça. As canções do filme  têm poemas de Ferando Assis Pacheco, música de Manuel Jorge Velosos e são cantadas por Manuel Freire,

domingo, 7 de junho de 2020

ETECETERA


George Floyd, negro de 46 anos, morreu sufocado ao ser detido por um polícia, em Minneapolis, que lhe pôs um joelho em cima do pescoço.

Nos Estados Unidos, em países, principalmente da Europa, sucedem-se as manifestações de protesto contra esta demonstração de ódio.

As manifestações, em algumas cidades norte-americanas, descambaram em  pilhagem a estabelecimentos e viaturas incendiadas.

A história diz-nos que os tribunais norte-americanos absolvem sempre os polícias que matam pessoas, principalmente se essas pessoas forem negros.

Racistas somos nós todos, mais ou menos, declarada ou obscuramente.

Vou temendo que se deixe de falar daqueles polícias do Serviço de Fronteiras que, há algumas semanas, no Aeroporto da Portela, mataram, à pancada, um cidadão ucraniano.

1.

A cultura em Portugal, sempre se arrastou pelas ruas da amargura com os seus intérpretes tratados a pontapé.

Sem dinheiro, sem apoios, nunca houve uma política que ajudasse a vida e a progressão de milhares de actores, encenadores, cantores, bailarinos, músicos, pintores.

As pessoas que os diversos governos colocam no ministério, também não têm ajudado.

Com outros personagens, João César Monteiro dizia há uns largos anos atrás:

«A primeira condição para se ser ministro da Cultura, neste país, é distinguir uma vaca de um boi.»

Ou o poeta Raul de Carvalho:

«Em relação ao trabalhador intelectual passa-se uma coisa bem portuguesa, perante a qual não distingo regimes ou partidos. Em geral, só com fins políticos dão um pequeno passeio ao domingo com a cultura. Na segunda-feira já a esqueceram.»

A actual Ministra da Cultura tem demonstrado uma insegurança, uma inabilidade que quase se transforma em desprezo pelos artistas. Infelizmente também se rodeou, ou rodearam-na, de gente que, de modo algum, tem ajudado a desenrolar o novelo em que a cultura se encontra envolta.

2.

No Brasil, morre uma pessoa a cada minuto devido à Covid-19, sendo o segundo  país com mais casos de infecção e o terceiro com mais mortos.

Bolsonaro, a exemplo de Donald Trump, ameaça retirar o país da Organização Mundial de saúde e pede dureza à polícia contra os que se manifestam contra a sua política, pois não passam de bandos de terroristas e drogados.

3.

Mercê do sistema eleitoral dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar do seu ódio, da sua incultura, da sua incompetência e irresponsabilidade face ao seu desempenho na pandemia, mantêm a reeleição ao seu alcance. Ter mais votos não chega. São necessárias algumas habilidades.

4.

Já não lembro ao fim de quanto tempo pensei que a vida nunca mais será a mesma.

A Direcção Geral de Saúde diz-nos, agora, que estamos à beira de controlar a situação epidémica, mas que é necessário continuarmos a fazer um grande esforço, isto numa altura em que, também nos dizem, ser expectável que o número de infectados na região de Lisboa e Vale do Tejo venham a ser elevados.

Sim, o vírus não desapareceu e não sabemos quando desaparecerá.

Querem fazer-nos crer que, durante a pandemia, nos portámos bem.

Mas portámo-nos, não sei, nunca vi o filme completo, lançando-nos à cara essa terrível palavra: MEDO.

O medo é que nos conduziu e, ao que parece, já o esquecemos.

Ontem, por exemplo, em Lisboa, milhares de pessoas juntaram-se nas ruas contra o racismo e foi visível que muitos manifestantes não tinham máscaras e não respeitavam as distâncias de segurança preconizadas pela Direcção-Geral de Saúde.

5.

Enorme e abrupta recessão, económica e salarial aproxima-se a passos largos.

Trabalhadores em lay-off perdem dois a três salários no final do ano.

A taxa de pobreza irá agravar-se, as desigualdades vão aumentar.

«Antes as pessoas vinham à procura de emprego, agora procuram comida», diz o  presidente da Cáritas.

6.

Um semanário holandês, que as agências noticiosas dizem ser prestigiado, reclama:



«Nem mais um cêntimo para o sul da Europa!».

Adianta ainda que é necessário destruir a fábula de que os países do sul são pobres.

7.
 
Instantâneos do quotidiano de um povo javardo, retirados, ao acaso, da imprensa diária:

a)      Foi recuperado em Vila Nova de Gaia um carro BMW, no valor de 92 mil euros, que havia sido roubado em Guimarães.

b)     Um casal de agricultores foi morto a tiro de caçadeira, na freguesia de Carrazedo de Montenegro, Valpaços. O suspeito do crime é cunhado das vítimas e foi detido na sua casa, sem oferecer resistência. Desavenças antigas motivadas por uma caçada ao javali terão levado ao trágico desfecho.

c)       Um estudante de 25 anos matou uma colega da faculdade, lançando o corpo ao Tejo. O ciúme terá sido a razão do assassínio.

d)     Pinto da Costa colocou o Presidente da Câmara do Porto e o de Gaia na lista de honra da sua candidatura às eleições presidenciais do clube. 

      Esta gente nunca mais toma juízo: a  política e o futebol, a velha história onde nascem compadrio, corrupção e demais coisinhas más.

e)      Acordos secretos ente Benfica e Aves expõem negócios duvidosos e de alta corrupção.

f)       Um juiz desembargador mora há vários anos numa moradia arrestada pela justiça no âmbito do processo BPN evidenciando suspeitas de crimes de colarinho branco.

g)      António Mexia que lidera a EDP desde 2006, está acusado pelo Ministério Público de crimes de corrupção activa e participação económica em negociatas.

h)     ASAE apreendeu 100 mil máscaras com problemas de segurança e violação de regras comunitárias.


i)       Ricardo Salgado tem mesmo de pagar 3,7 milhões de euros de coima aplicada pelo Banco de Portugal e está impedido de exercer a actividade de banqueiro até 2028.
      
      Já não há lugar para mais recursos.

sábado, 23 de maio de 2020

ETECETERA


Encontrei estes dois pedacinhos de jornais, um do Público com a  data de 16 de Fevereiro deste ano, outro do Expresso de que não tenho indicação da data de publicação, mas a afirmação de Ana Gomes foi feita à margem da 3ª Conferência sobre Transparência, Corrupção, Boa Governação e Cidadania em Angola, que se realizou em Novembro de 2019, ainda Ana Gomes era eurodeputada.

Não sei quem Alberto João Jardim difamou.

O espírito trauliteiro do ex-autarca deixou imensas imagens de marca.

O que chama a atenção neste título é alguém neste país estar há 26 anos a entupir a Justiça com uma série de habilidades, todas elas, presumo, dentro da lei.

De recurso em recurso o habilidoso madeirense aposta na prescrição.

Chamem-lhe democracia, chamem-lhe justiça portuguesa, chamem-lhe o que quiserem, dêem as voltas que queiram dar, mas isto só tem uma classificação: VERGONHA!


VERGONHA é também, segundo Ana Gomes, não se perceber – porque Ricardo Salgado não está preso e nem sequer sabermos quando começará a ser julgado, se é que isso acontecerá.

Dizem que a justiça tem que seguir os seus caminhos, mas são tão pequeninos os passos que dá!...

1.

Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca reiteram a oposição a "qualquer mutualização de dívida ou aumento significativo do orçamento comunitário". Em suma: recusam o recente plano Merkel/Macron. Alternativa proposta é um veículo de empréstimos e isso da solidariedade europeia é uma miragem cada vez mais longínqua, ou impossível, mesmo.

2.

O mundo não é apenas a tragédia do Corvid-19, as trumpalhadas, as bolsonarices, a recessão que se aproxima a passos larguíssimos.

Pequim irá ter eleições em Setembro, Hong Kong prossegue com as vagas de contestação, o regime chinês decidiu esta semana endurecer as suas leis e avançou com uma lei, que contorna a assembleia legislativa de Hong Kong, e proíbe actos secessionistas, interferência externa e terrorismo. Desde Pequim, Xi Jinping assume o total controlo da situação.

Os tempos não vão ser fáceis na antiga colónia britânica. Martin Lee, fundador do
Partido Democrático de Hong Kong disse: «Estou preparado para morrer, mas nunca me renderei!»

3.

Quase três meses depois, as feiras da Ladra, do Relógio e das Galinheiras vão retomar o seu funcionamento, com um conjunto de novas regras e medidas de segurança para feirantes e clientes, determinou a Câmara Municipal de Lisboa, na sequência da resolução do Conselho de Ministros.

O regresso implica o uso de máscara, distanciamento social e etiqueta respiratória. 


 4.

No dia 26 de Maio assinala-se o centenário do nascimento de Ruben Andresen Leitão, que ficou conhecido como Ruben A.

Ficcionista, dramaturgo, historiador, crítico literário e divulgador cultural, assim dele disse Liberto Cruz.

Reparo que, tendo livros de Ruben A. aqui pela casa, apenas Olhei a Capa do 1º volume de O Mundo à Minha Procura.

Lembro-me que foi uma birra parva. Todas as birras o são.

Comprara os 3 volumes de O Mundo à Minha Procura. Não sei por que artes (não) mágicas o 3º volume desapareceu pelo que coloquei os livros do Ruben A. em tempo de espera, tão de espera, que me esqueci deles.

O facto é que esse volume nunca apareceu.

Agora que a obra de Ruben A. vai ser reeditada, terei que o comprar.

Entretanto darei andamento aos outros livros do autor e (re)começarei  com a Torre da Barbela, um livro delicioso, fantástico, visão pessoal de Ruben A. da evolução de Portugal desde a sua fundação, escrito em forma de romance girando à volta duma torre «aqui estamos em frente da Torre, meus senhores, peço que se descubram e ao mesmo tempo um minuto de silêncio pela alminha dos senhores que lá estão, uma torre triangular, com trinta e dois metros de altura e os degraus contam-se em oitenta e nove, com patamares de descanso. A vista lá de cima é grandiosa.»

Neste breve assinalar talvez não fique desajustado citar a sinopse que a Assírio e Alvim fez da obra:

«Todas as tardes, ao cair do crepúsculo, no momento em que termina a visita dos turistas à Torre da Barbela, edificada por Dom Raymundo da Barbela, com trinta e dois metros de altura e classificada como monumento nacional por ser a única torre triangular da Península, os Barbela ressuscitam, trazendo consigo ódios e amores de outras épocas.
Em volta da Torre transfigurada reúnem-se os parentes modernos e antigos da família, "primos vestidos em séculos diferentes e com bigodes conforme a época". Entre eles contam-se Dom Raymundo, poeta e primo de Dom Afonso Henriques, ao lado de quem combateu contra os leoneses; o Cavaleiro de aventuras, que percorre os montes com Vilancete, grande garrano da Ribeira de Lima, e seguido por Abelardo, o falcão que o auxilia na caça; a linda D. Mafalda, cujo formato dos vestidos copia os modelos de Watteau e Fragonard e se corresponde com Beckford; a princesa Brites, célebre no século XIX; Madeleine, "prima que veio de Paris cheia de cores.» 

5.

Ana Sá Lopes, em editorial no Público, (não lido) escreve que Ana Gomes deve (e vais ser) candidata à Presidência da República e Helena Roseta saúda a eventual candidatura de Ana Gomes à presidência aproveitando para dizer que é importante que haja mais mulheres candidatas ao lugar.

6.

Boas notícias… apesar de tudo…

A partir 1 de Julho, o cinema volta à Cinemateca.

As sessões terão números de lugares limitados e serão repartidas entre a esplanada e uma das salas.

Para mais tarde fica o retomar dos ciclos de cinema que foram interrompidos a 13 de Março.

7.

Manuel Monteiro elevou-se das cinzas e está de volta à política e ao CDS mas já garantiu que não é hipótese para presidenciais. Diz ainda que se perdeu a vergonha e a decência na política, e que o CDS tem mais espaço do que nunca para se afirmar.

 8.

Segundo o Jornal de Notícias duas mil máscaras falsificadas são apreendidas por dia.

Quem pensava que a pandemia iria tornar as pessoas diferentes nos seus procedimentos, faça por esquecer.

9.

Há já veraneantes a reservar toldos de praia para o Verão no Algarve.

10.

Tratar a Corvid-19 com hidroxicloroquina, que Donald Trump diz tomar e aconselhou os norte-americanos a fazerem o mesmo, pode ser prejudicial e até aumentar risco de morte.

11.

Bolsonaro diz que jamais entregará o seu telemóvel  à Justiça.

12.

A obesidade, segundo John Preto, director do Centro Integrado de Obesidade, é um factor de risco no Covd-19, tornando-se uma pandemia muito mais letal do que o próprio vírus.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

DIÁRIO DOS DIAS DIFÍCEIS


É tão estranho que entre a avalancha de saberes úteis e inúteis que acumula­mos uma vida inteira, não esteja este: aprender a morrer.

Em cada dia que passa está tudo tão difícil, tão difícil tão difícil…

A politicagem já começa a falar em melhorias, mas digo o que já disse: são histórias para camelos.

Creio que foi em José Tolentino Mendonça que li a interrogação:

E se pensar na morte fosse a melhor maneira de dar valor à vida?

Após uma agonia de longos dias, soube-se, hoje, que morreu o escritor chileno Luís Sepúlveda.

Em Fevereiro, estivera na Póvoa de Varzim a participar no Correntes d’Escrita.

No final desse mês, regressou a Oviedo, onde vivia, tendo-lhe sido diagnosticado Covid-19.

Em Outubro de 2008 dissera a um jornalista do Diário de Notícias:

«Vivemos com a morte. Sei que vai chegar. Mas tenho uma grande sorte: não sou católico nem muçulmano nem judeu, não acredito em Deus e sei que não existe. Por isso a morte não me preocupa.
Por isso mesmo é que poderia ter medo. Quem acredita tem menos motivos para temer.
Quando a morte chegar é porque é hora de chegar. E irei dizer-lhe: vamos lá, então.»

Em Janeiro, coloquei no Olhar as Capas o último livro de Sepúlvela que li: «A Sombra do que Fomos», um livro de que gosto mesmo.

A páginas 87 do livro, um dos ex-exilados, protagonistas da história, por conduzir o carro em sentido contrário, provoca um grave acidente. Sepúlveda adianta o porquê:

«Era um retornado do exílio, um homem que tinha vivido quinze anos em Praga e em sua defesa alegava que os factos tinham ocorrido no seu bairro, que toda a vida aquela rua ia de norte a sul e que não sabia quando tinha mudado de sentido. Os que voltavam do exílio andavam desorientados, a cidade não era a mesma, procuravam os seus bares e encontravam lojas de chineses, na farmácia da sua infância havia um bar de “topless”, a velha escola era agora um concessionário de automóveis, o cinema do bairro uma igreja dos irmãos pentecostais. Sem os avisarem, tinham-lhes mudado o país.»

Continua a chover.

Para completar o ramalhete dos dias difíceis, cruéis: a morte, em Nova Iorque, do saxofonista norte-americano Lee Konitz, também vítima do Corvid-19.

Nos mais de 70 anos de carreira, Lee Konitz tocou com todo o tipo de formações, tocava pelo gosto de tocar, pelo amor ao jazz, mas nunca fez fortuna, «não tinha agente, nem conta de email, mas fez do jazz um modo de vida e nunca pôs isso em risco», lê-se no obituário da rádio norte-americana NPR.

Lee Konitz esteve várias vezes em Portugal, nomeadamente nos Cascais Jazz e Guimarães Jazz. Em 2011, no dia em que completou 84 anos, actuou na Casa da Música, no Porto, com a Orquestra Jazz de Matosinhos.
                                                           
Necessariamente, teria de ser Konitz a trazer-nos a música do dia.



1.

Nascer todas as manhãs.

Amanhã vamos entrar no terceiro estado de emergência que se prolongará até ao dia 2 de Maio.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que o governo irá criar alguma leveza nas medidas que têm vigorado nos últimos tempos, mas que não é para abusar.

Não estou a gostar da conversa.

2.

O Governo decidiu intervir no mercado do gás de garrafa e botija depois de constatar um aumento da margem dos operadores, ao arrepio da descida do preço da matéria-prima, e fixou preços para Abril.

Como é que esta intervenção do governo não se estende a toda a nossa vida quotidiana?

3.

Em plena pandemia, Jair Bolsonaro demitiu Henrique Mandetta, Ministro da Saúde.

Enquanto Mandetta defendia a importância do isolamento social para travar a disseminação desta pandemia, a principal figura do país agarrava-se a uma teoria contrária, chegando até a participar em várias iniciativas com os seus apoiantes em diversos estados brasileiros.

4.

Os negros números.

Portugal regista 629 mortos devido ao Covid-19.

Em Itália já morreram 22.170 pessoas, em Espanha 19.130 pessoas, em França 17.920 pessoas, na Grã-Bretanha 13.729 pessoas enquanto os Estados Unidos, segundo a Universidade Johns Hoptkins, registam mais de 30.000 mortos.

5.

«O silêncio não existe porque é o constante rumor de uma inexistência. O que se ouve, para além do movimento da cidade, é o monótono murmúrio do nada. Apenas sombra de nada, quem nele procura um apelo ou uma resposta não os encontra ou encontra um sinal negativo. Nada diz esse murmúrio nulo, que é o eco inalterável do vazio do mundo, mas quem o ouve sente a radicalidade da sua negação como se a cada momento nos dissesse: Não há.» 

António Ramos Rosa

sexta-feira, 27 de março de 2020

DIÁRIO DOS DIAS DIFÍCEIS


Passaram décadas a encher-nos a cabeça com as maravilhas da Comunidade Europeia.

No fundo sempre soubemos que em tempo algum estiveram unidos, ou a união de plástico apenas buscava lucros e dinheiro e em qualquer tempo de crise que viveram, as velhas divisões vieram sempre à tona: aquelas que balizam países ricos e países pobres.

Esse tal projecto europeu, por causa de um vírus, Covid-19 de seu nome, está à beira de se finar.

Assim o exigem os tais países ricos. O resto é carne para canhão.

A realidade triste e nojenta desta Europa, junta-se a dois tarados que presidem a dois dos maiores países do mundo.

Noutras partes do mundo:

Bolsonaro continua a subestimar os efeitos da pandemia e está convencido que no Brasil não acontecerá o mesmo que em outros países.

«Nada acontece com os brasileiros, não é uma gripezinha que os deita abaixo», diz o fanfarrão presidencial.

Donald Trump continua a dizer que os americanos têm de se deixar de isolamentos e terão que ir trabalhar porque o país precisa.

Os Estados Unidos enfrentam, neste momento, o maior número de infectados do mundo: para cima de cem mil e as entidades garantem que este número aumentará de maneira assustadora.

1.

Naquele seu poema original do medo, Alexandre O’ Neill diz-nos que o medo vai ter tudo, mas mesmo tudo.

É isso que nos está a acontecer.
O medo é este sentimento de impotência que advém face ao Covi-19.

Não se pode evitar, não se sabe o que é, não se sabe (ainda) como se combate.

Para uma Praça de São Pedro vazia de povo, o Papa Francisco rezou missa.

Ouve-se perguntar: «Mas onde está Deus?»

Ainda o poeta:

«O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos»

2.

Os números negros:

Itália

9 134 mortes

Espanha

4 940 mortes

China 

3 174 mortes 

Irão

2 378  

França

1 995 

Portugal

76 mortes

No Mundo

26.996 mortes

sábado, 21 de março de 2020

DIÁRIO DOS DIAS DIFÍCEIS


Nestes dias que agora passam, tento convencer-me de que a vida terá de ser simples.

Poucos sucessos, muito poucos mesmo, nesse desejável convencimento.

Não posso sair de casa.

Procuro palavras antigas.

Construir a cidade e dá-la a toda gente.

Lisboa é uma cidade que se vê com os pés. «andando, pensa-se melhor do que sentado», diz o João Botelho

«O que há em Lisboa?» pergunta Bogart na tela da sala escura.

Lisboa de Cesário Verde, «nas nossas ruas, ao anoitecer, há tal soturnidade, há tal melancolia», Lisboa de José Gomes Ferreira, Lisboa do Armindo «decerto esta é a mais bela cidade de todas as cidades do mundo, e hoje toda a cidade me fala de ti», Lisboa de Eugénio de Andrade «alguém diz com lentidão: Lisboa, sabes…». Lisboa de António de Sousa «de mal te conhecer é que eu sofria, cidade clara em tuas sete colinas!», Lisboa «cidade branca» de Tanner. Ou Fernando Assis Pacheco: «se fosse Deus parava o sol sobre Lisboa», Lisboa que «cheira aos cafés do Rossio, cheira a castanha assada se faz frio. A fruta madura quando é Verão». Lisboa de José  Cardoso Pires, «logo a abrir, pareces-me pousada sobre o Tejo como uma cidade de navegar», Lisboa de José Saramago, Lisboa de José Rodrigues Miguéis, Lisboa de Alexandre O’Neill «se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa»,  a «Lisboa menina e moça» de Ary dos Santos, Lisboa do Mário-Henrique Leiria «ao voo do pássaro», Lisboa de tanta e tanta gente, «chamar-te a ti Lisboa camarada e depois eu sei lá enlouquecer», para citar Joaquim Pessoa e Carlos Mendes, Lisboa vista pelo fotógrafo/poeta Luís Eme, guardador das margens do Tejo num Largo da Memória que visito diariamente.


1.

Há dias, Marcelo Rebelo de Sousa fugiu de Belém para a sua casa em Cascais com medo de ser infectado pelo CVID19.

Claro que o país não precisou do Presidente para nada.

Agora o Expresso noticia que Marcelo na segunda-feira vai receber o Ministro das Finanças: para falar da situação económica para lhe pedir que não abandone o governo.

Porque em Fevereiro, o bitaites Luís Marques Mendes dizia na SIC que Mário Centeno já se tinha despedido informalmente dos colegas do Eurogrupo e que iria ocupar cadeira no Banco de Portugal.

2.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a desvalorizar o Covid-19, que já matou mais de 12 mil pessoas em todo o mundo.

«Depois da facada não vai ser uma gripezinha que vai-me derrubar, não».

Que o tal deus não lhe perdoe porque ele sabe o que faz e diz.

3.

Em algumas cidades dos Estados Unidos, convencidos que podem combater a tiro o Corvid-19, continuam as filas à porta das lojas  de venda de armamento.

4.

A Feira do Livro em Lisboa foi adiada para finais de Agosto, princípios de Setembro.

5.

O Corvid-19 pode permanecer quatro horas numa moeda.

6.

Poderia ser tirado de um livro, mas não é.

No rebentar da Primavera, Manuel Alegre escreveu um poema: Lisboa Ainda.

«Lisboa não tem beijos nem abraços

não tem risos nem esplanadas

não tem passos

nem raparigas e rapazes de mãos dadas

tem praças cheias de ninguém

ainda tem sol mas não tem

nem gaivota de Amália nem canoa

sem restaurantes, sem bares, nem cinemas

ainda é fado ainda é poemas

fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa

cidade aberta

ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste

e em cada rua deserta

ainda resiste»

7.

Devido ao Covid-19 já morreram 12.977 pessoas no mundo.

A Itália regista 4.825 mortos e a Espanha 1.326.

Em Portugal registam-se 12.80 casos de infectados e 12 óbitos.

8.

A maioria dos portugueses não consegue vislumbrar onde é que as medidas, decretadas pelo governo, podem ajudar os mais desprotegidos.

Se verificarmos que grande parte dos trabalhadores têm contratos precários, não será necessário um grande esforço para ficar a saber que o número de desempregados irá disparar.

Também não sabemos se os pagamentos da luz, da electricidade, da água terão algum apoio por parte do estado.

9.

Assustados, perdidos, nos vamos quedando.

Continuo a apanha de papéis, pedaços de livros, pedaços de músicas, rasgos do quotidiano…

Para onde vamos? Quem nos espera ainda?

Legenda: fotografia de Luís Eme do Largo da Memória

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

NOTÍCIAS DO CIRCO



O Presidente Marcelo começa a derrapar.
Já não se limita a telefonar para as Cristinas Ferreiras das televisões, a beijar as crianças e os velhinhos, começou a convidar gente que não se recomenda.
E, aparentemente, ninguém lhe diz que o país, apesar de ser um sítio mal frequentado tem limites!...

Legenda: os recortes são tirados do Expresso de 1 de Dezembro de 2018 e 5 de Janeiro de 2019, respectivamente.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

AMANHÃS...


Jair Bolsonaro tomou posse como o 38º presidente do Brasil.

«Uma das nossas metas para tirar o Brasil das piores posições nos 'rankings' internacionais sobre educação é lutar contra o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino».

O Brasil junta-se aos grandes países que são dirigidos por gente demasiado perigosa.

Como vais ser, Futuro?

Chega-te aí e canta, Chico.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

TEMPO APÓS UM CONTRATEMPO


No primeiro dia do ano que vem, Jair Bolsonaro será o 38º presidente do Brasil.

Quase onze milhões de votos separam Bolsonaro (57.797.466 = 55,2%)  de Haddad(47.040.859 = 44,8%).

O Brasil está dividido.

Muitos dos que votaram em Bolsonaro, votaram na mudança.

Que mudança?

Esperar para ver, como diz o cego do costume.

No discurso de vitória ,Bolsonaro, jurou defender a liberdade, a democracia e ser o presidente de todos independentemente de região, cor ou orientações.

Não podemos mais flirtar com o comunismo, o socialismo, o extremismo.
O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

Amen, foi dizendo a futura primeira-dama, Michele de seu nome, a cada frase se Bolsonaro.

O resto não poderá ser o silêncio.

Devagar não se vai longe, tal como disse o poeta.

sábado, 27 de outubro de 2018

A FRASE DE SEMPRE: «E AGORA, BRASIL?»




São negros os tempos que se avizinham.

As sondagens indicam que o fascista Jair Bolsonaro ganhará a segunda volta das presidenciais.

Entre tantas lamentáveis frases, já disse:

«O erro da ditadura foi torturar e não matar.»

«Mulher deve ganhar salário menor porque engravida.»

«Opositores devem sair do País ou serão presos.»

«Vamos varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil»

«Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí.»

«Não te estupro porque você não merece», para a deputada federal Maria do Rosário.

Isto foi dito em campanha eleitoral, poder-se-á pensar o que irá dizer, e fazer, se vier a ser eleito.

Há uma leve, apenas leve, esperança que o povo brasileiro consiga inverter o que as sondagens mostram.

Uma luta a travar até ao último segundo.

Que não haja nenhum brasileiro que pense como a «democrata» e «cristã» Assunção Cristas: «Entre Haddad ou Bolsonero escolhia não votar.»

É certo que a esquerda brasileira cometeu muitos erros.

No meio de toda a tristeza com que escrevo estas linhas, lembro-me daquele poema de Sophia Mello Breyner Andresen, que é uma lição de política e que se pode estender a qualquer país:

«Os ricos nunca perdem a jogada
nunca fazem um erro.
Espiam
e esperam os erros dos outros,
são hábeis e sábios
têm uma larga experiência do poder
e quando não podem usar a própria força
usam a fraqueza dos outros
e ganham.»

Tempo ainda para lembrar Carlos Drummond de Andrade:

«Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas