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terça-feira, 9 de abril de 2024

VIAGENS POR ABRIL


         Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                                                João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.


As fotos mostram os dois mais altos representantes da Nação, na cerimónia da 2ª tomada de posse de Américo Tomás – por um lado felizes da vida, por outro tão chateados como perús em véspera de Natal.


NUM DIA DE ABRIL, em Ponta Delgada, não foi possível determinar a data exacta, Melo Antunes, à conversa, com Vasco Lourenço:

“Melo Antunes - Como tu, estou convencido que vamos vencer. Mas o pior virá depois. Como não tomaremos as medidas necessárias, para defender o nosso projecto, acabaremos por permitir aos fascistas o seu regresso e a sua recuperação.
Vasco Lourenço – Não percebo, se pensas que vai ser assim, porque não tomamos as medidas que consideramos necessárias?
Melo Antunes - O problema é que nós não conseguimos tomar certas medidas. Os valores em que acreditamos e defendemos não nos permitem isso. Os nossos adversários, que não têm valores éticos e morais, é que não hesitam em assumir quaisquer atitudes, desde que isso lhes sirva para os objectivos que pretendem atingir. Para eles, os fins justificam quaisquer meios.
Vasco Lourenço – Bem, no mínimo, temos que lhes dificultar a vida.”

UMA BOMBA explodiu a bordo do navio «Niassa» que se encontrava, na Doca de Alcântara, pronto para partir com um contigente de tropas  para a Guerra Colonial. A deflagração do engenho explodiu num porão adaptado a dormitório de praças, ferindo quatro militares.

No seu livro “Os Segredos da Censura”, César Príncipe refere que neste dia o Coronel Saraiva determinava para os jornais: “Niassa – já se pode dizer que saiu. Notícia pequena. O barco só largou às 23,00 horas por ter tido necessidade de fazer novas provisões, estragadas pela explosão. Quanto aos nomes dos feridos – NADA!”

sábado, 16 de março de 2024

VIAGENS POR ABRIL


         Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                                                  João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.


No dia 14 de Março de 1974 aconteceu a vassalagem das chefias militares a Marcelo Caetano, que ficou para a História, designada como a «Brigada do Reumático».

No Salão Nobre da Assembleia Nacional, numerosos oficiais dos três ramos das Forças Armadas, reuniram-se para afirmarem ao Chefe do Governo, prof. Marcelo Caetano, o seu apoio à acção de defesa do ultramar e, simultaneamente o seu espírito de unidade, lealdade e solidariedade.
Em nome de todos os militares falou o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Paiva Brandão:

«Estamos unidos e firmes e cumpriremos o nosso dever sempre e onde quer que o exija o interesse nacional.»

Marcelo Caetano agradeceu proferindo um discurso designado como «A Todo o Desafio Temos de Dar Resposta.» que termina assim:

«Milícia é sacrifício. E mesmo, num mundo onde o egoísmo desenfreado e o amor das facilidades e dos prazeres parece reinarem, ai de nós se desaparecerem as instituições onde o desinteresse, o serviço da colectividade, a dádiva de si próprio persistam como grandes virtudes morais exemplares.
O País está seguro de que conta com as suas Forças Armadas. E em todos os escalões destas não poderá restar dúvidas acerca da atitude dos seus comandos.
Pois vamos então continuar, cada um na sua esfera, dentro de um pensamento comum, a trabalhar a bem da Nação.»

No dia seguinte, por não terem alinhado com a «Brigada do Reumático», os Generais Costa Gomes e Spínola, são exonerados dos cargos de chefe e vice-chefe das Forças Armadas. O General Luz Cunha é nomeado para chefe das Forças Armadas.

Mas a 16 de Março, uma companhia de 200 militares, metade são oficiais e sargentos, outra metade são praças, sai do Regimento de Infantaria nº 5 em direcção a Lisboa, sob o comando do capitão Marques Ramos e do tenente Silva Carvalho, com a missão de ocupar o aeroporto da Portela. Informada de que falhou a adesão de outras unidades, regressa ao quartel que posteriormente é cercado por forças leais ao regime e rendem-se ao brigadeiro Pedro Serrano.

Só no dia seguinte, a censura, com os habituais «CORTADO» e «APROVADO COM CORTES», permitirá que os jornais se refiram ao acontecimento.

Passados 50 anos sobre aquele sábado, ainda não é possível reunir elementos que permitam, com clareza, determinar o que foi este acontecimento da nossa recente História.

Há quem defenda que terá sido um golpe que serviu de ensaio ao 25 de Abril.

Vasco Lourenço, em Março de 1994, esclarecia:

«Se o 16 de Março tem vingado, não havia Programa do MFA.»

Oficiais sublevados, não identificados, em declarações ao Correio da Manhã de 4 de Abril de 1979:

«Se o golpe de 16 de Março de 1974 não tivesse fracassado, a situação portuguesa seria hoje muito menos sombria. Se a sua marcha sobre Lisboa tivesse sido coroada de êxito, o Poder central diferia substancialmente da que foi consignada pelo 25 de Abril. A descolonização dos territórios africanos teria sido inspirada por directizes muito diversas. Não teríamos traído as expectativas das colónias nem permitido os acontecimentos sangrentos que vieram a verificar-se e ainda se verificam.»

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

SARAMAGUEANDO


«Foi muito simples. Encontrávamo-nos na cozinha. Pilar e eu, sós, quando a rádio informou que o Prémio Nobel tinha sido atribuído a Dario Fo. Olhámo-nos tranquilamente (sim, tranquilamente, jurá-lo-ia se fosse necessário) e eu disse: «Pronto. Podemos voltar ao nosso sossego.» Amanhã partiremos para Colónia.»

José Saramago em Cadernos de Lanzarote, Volume V

Quinto volume dos Cadernos de Lanzarote.

Estava dado como último volume mas sabe-se, desde Fevereiro, que foi encontrado um outro, já publicado com o título de Último Caderno de Lanzarote.

A pasta Cadernos de Lanzarote estava no computador de José Saramago, e sempre que Pilar del Río lá entrava pensava que continha apenas os cadernos que já estavam publicados. Mas, no final de Fevereiro — quando estava à procura de uma referência a uma determinada conferência, a viúva do escritor fez o que nunca tinha feito. Clicou na pasta e deparou-se com: Caderno 1, Caderno 2, Caderno 3, Caderno 4, Caderno 5 e Caderno 6…

José Saramago, depois da publicação do quinto volume dos Cadernos, já dissera ao amigo e editor Zeferino Coelho que não contasse com mais qualquer volume dos Cadernos.

Afinal, havia outro…

Apesar das naturais insuficiências, é um livro de José Saramago.


O 5º volume dos Cadernos de Lanzarote saiu para as livrarias em Outubro uma tiragem de 6.000 exemplares e com uma cinta desdobrável na capa em que se podia ler: José Saramago Prémio Nobel da Literatura 1998.

Cobre todo o ano de 1997 e abre assim:

«É corrente ouvir dizer que são tantas as leituras de um livro quantos tiverem sido os seus leitores (em três simples palavras, e ainda por cima repetindo uma delas, a sabedoria popular portuguesa já tinha encontrado a expressão exacta: cada cabeça, cada sentença…), o que quererá dizer, se não interpreto mal, que o autor mais afortunado será aquele que, graças a uns quantos leitores atentos que lhe vão comunicando as suas impressões de leitura, está continuamente em processo de aprendizagem sobre a sua própria obra.»

A 25 de Abril refere uma declaração de Vasco Lourenço:

«Se fosse preciso, faria outro 25 de Abril…»

E comenta:

«Dá vontade de lhe dizer que teria podido consegui-lo facilmente se não tivesse ajudado tanto a fazer o 25 de Novembro…»

Legenda: capa de Cadernos de Lanzarote, Volume V publicado pela Porto Editora. A caligrafia da capa é da autoria de Leonor Xavier.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

ALGUÉM PRONUNCIARA A PALAVRA NECESSÁRIA: REVOLUÇÃO


Rómulo de Carvalho continua a explicar aos seus tetranetos os passos que conduziram ao 25 de Abril de 1974. O tempo de lhes dizer que talvez eles estejam surpreendidos por o tetravô tanto saber de acontecimentos com tanto pormenor sem ter participado neles. E explica:

Tudo decorria em segredo «mas houve um militar de carreira, que foi um dos cabecilhas de toda a movimentação que se seguiu, que, depois da questão resolvida, escreveu um livro em que relata todos os pormenores do que aconteceu, quase dia-a-dia. O homem era capitão e chamava-se Diniz de Almeida (não sei se ainda é vivo), e o livro que escreveu e publicou intitulava-se “Origem e Evolução do Movimento dos Capitães. O livro caiu no esquecimento, conforme conveio àqueles que, posteriormente, se interessaram em dar aos acontecimentos então decorridos, o ar mítico e heróico dos gestos portugueses. Tenho aqui o livro ao meu lado e nele uns sinaizinhos que me revelam as particularidades do que então se passou.
O abaixo-assinado dirigido ao Presidente do Conselho não o comoveu. Felizmente para a nossa História. 2Creio que teria sido catastrófico para a sobrevivência do Movimento a revogação imediata do decreto”, lê-se na página 66 do citado livro. DE facto, se o Governo revogasse o decreto, os oficiais acomodavam-se e ainda talvez a esta hora estivéssemos em guerra no Ultramar.»

Pela leitura do livro de Diniz de Almeida, Rómulo conclui que grande parte dos militares envolvidos nas reuniões estavam mais preocupados com o seu prestígio, «o qual prestígio dependeria da satisfação dos seus interesses económicos.»
Mais ainda:

«A ditadura que nos oprimia há quarenta e tantos anos, em nada os preocupava. Dessem-lhes o que pretendiam e tudo prosseguiria na mesma, a ditadura e a guerra. Numa das circulares assinadas por dois heróis do próximo futuro, Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de carvalho, lê-se: “como o nosso movimento está isento de qualquer cunho político” (p. 175). Venham as regalias, renove-se o nosso prestígio, e a ditadura pode contar connosco.»

Assim prosseguia o «sereno desassossego», como lhe chama Rómulo e, seguindo o livro de Diniz de Almeida, lembra que em finais de Novembro 73 aparece um tenente-coronel de apelido Bazanol a dizer aos seus camaradas:

«Estão a esgotar-se com um assunto que não vale a pena. Isto não é uma questão de galões. O que vocês estão, e todos nós, é agonizantes. Estrangulados por um regime que nos conduz directamente para o abismo. É preciso que acordemos do pesadelo, é preciso acabarmos de vez com a maldita guerra colonial. Impõe-se a revolução armada desde já, seja qual for o seu preço e as suas consequências.»

Ainda Rómulo de Carvalho:

«Em outra reunião, dias depois, noutro local, novamente o tenente-coronel atroa os ares com a sua proposta revolucionária. O acolhimento foi pior do que no encontro anterior. Recebeu o apoio de alguns mais entusiasmados e generosos e a censura da maioria. Ficou desde aí injustamente marginalizado por louco ou incapaz. (p. 217-218).

De qualquer modo já alguém pronunciara a palavra necessária: Revolução.»

Rómulo de Carvalho em Memórias

domingo, 22 de novembro de 2015

OS IDOS DE NOVEMBRO DE 1975


 22 de Novembro de 1975

Transcrição do artigo que  Mário Ventura Henriques, escreveu para a edição de hoje do  Diário de Notícias.

Jaime Neves foi um dos muitos militares que, apenas por oportunismo, puseram as botas no MFA
Jaime Neves já disse ao Presidente da República que os seus comandos querem isto na ordem.
Por «isto na ordem» significa a demissão de Otelo e Fabião, desmantelamento das unidades militares de Lisboa mais empenhadas na Revolução.

Reunido de madrugada para apreciar a situação politico-militar, resultante da decisão do VI Governo de cessar as suas funções, o Conselho da Revolução, reprovou a atitude do governo que considerou não consentânea com as suas responsabilidades para com o País e decidiu que, por intermédio do primeiro-ministro, se consiga que retome o seu exercício normal até resolução da crise actual.

O Conselho aprovou a prorrogação do prazo de elaboração e aprovação da Constituinte por mais 90 dias, respondendo a um pedido do Presidente da Assembleia Constituinte Henrique Barros.

O Conselho da Revolução dissolve definitivamente o AMI.

O Conselho já nomeara Vasco Lourenço como comandante da Região Militar de Lisboa, mas como grande parte dos comandantes das unidades militares de Lisboa não aceitaram Vasco Lourenço, este, devido às circunstâncias, não aceitou o cargo.

O general Costa Gomes, como não foi ele que efectuou esta nomeação, mas sim o Conselho da Revolução, marcou nova reunião extraordinária deste órgão para a próxima segunda-feira, onde irá ser, portanto, revista a posição tomada.

Vasco Lourenço, numa entrevista, passada na televisão, há-de dizer que percebe o receio dos homens do COPCON em relação à sua nomeação:

É que eles têm a certeza de que comigo não podem brincar às revoluções!
Se eu assumir o Comando da Região Militar de Lisboa vou meter as unidades na ordem, para o que tenho naturalmente de substituir alguns dos seus comandantes.

Num comunicado conjunto do Secretariado Provisório das Comissões de Trabalhadores da Cintura Industrial de Lisboa e do Secretariado da Intersindical, pode ler-se:

Só um governo de esquerda poderá evitar o caos, a anarquia e a guerra civil.

O General Altino de Magalhães, governador militar dos Açores, ameaça:

Se o governo de Pinheiro de Azevedo cair, os Açores tornar-se-ão independentes.

Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.

sábado, 21 de novembro de 2015

OS IDOS DE NOVEMBRO DE 1975


 21 de Novembro de 1975

Depois da destemperada decisão do governo de se auto suspender, o dia seguinte trouxe ainda mais confusão ao já confuso panorama da vida portuguesa.

No Ralis, com a presença do Chefe de Estado-Maior do Exército, general Carlos Fabião, assistia-se a um revolucionário juramento de bandeira de 170 recrutas.

O compromisso rompia com a tradição do código militar.

De punho fechado os recrutas gritaram:

Nós, soldados, juramos ser fiéis à pátria e lutar pela sua liberdade e independência. Juramos estar sempre, sempre, ao lado do povo, ao serviço da classe operária, dos camponeses e do povo trabalhador. Juramos lutar com todas as nossas capacidades, com voluntária aceitação da disciplina revolucionária, contra o fascismo, contra o imperialismo, pela democracia e poder para o povo, pela vitória da Revolução Socialista.

Um comunicado do Conselho da Revolução informa que Vasco Lourenço substitui Otelo no comando da Região Militar de Lisboa.

Sobre esta decisão é importante ler o que José Gomes Mota escreve no seu livro A Resistência quando realça que Otelo teria que sair do comando da Região Militar de Lisboa por um oficial do Movimento:

A situação anárquica a que tinham chegado as unidades do Exército aquarteladas em Lisboa, praticamente com a excepção das que eram fieis ao Movimento, impunham que o oficial a ser escolhido pelo Movimento tivesse um prestígio e uma coragem à prova das mais duras contingências. Ninguém melhor do que Vasco Lourenço – o o eterno Capitão de Abril -, preenchia estes requisitos e daí que o seu nome tenha surgido naturalmente a toda a gente.
A exoneração de Otelo da Região Militar de Lisboa, ainda que continuasse a exercer o Comando do Copcon ou viesse a ser mesmo nomeado para o cargo de Vice-Chefe do EMGFA, representava seguramente um golpe brutal do suporte militar dos dissidentes, particularmente neste caso, nos românticos e anárquicos copconistas.

Entretanto uma delegação de sargentos e oficiais dos comandos esteve, no Forte de S. Julião da Barra, para entregar uma moção de solidariedade ao VI Governo.

A ANOP, citava fontes de que o coronel Jaime Neves acompanhara a delegação.

Em entrevista ao Diário de Notícias, Otelo Saraiva de Carvalho afirmava que a preocupação maior do VI Governo era eliminar a esquerda.


É tornado público um manifesto dos oficiais do COPCON, dirigido aos Soldados e Marinheiros, à Classe Operária e ao Povo Trabalhador.

Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- A Resistência de José Gomes Mota

quinta-feira, 10 de maio de 2012

JANELA DO DIA



1.

A coligação de Governo de centro-direita na Alemanha adiou as votações do Tratado Orçamental e do Mecanismo de Estabilidade Europeu no parlamento federal, que estavam agendadas para 25 de Maio.

Estes alemães são uns cagados da treta!...

Tivessem eles os ditos do Passos e do Vitor e já o tratado, estava, há muito, assinado!...

O tempo que se anda a perder!...

2.

Carvalho da Silva, afirmou hoje, em Bragança, que os portugueses têm uma conta para pagar de 21 mil milhões de euros relativa apenas aos processos do BPN e das Parcerias Público Privadas.

Nós estamos forçados a pagar até 2020, só dos custos da Parcerias Público Privadas e do descalabro do BPN, 21 mil milhões de euros. Já está na conta para pagarmos.

3.

O coronel Vasco Lourenço considerou hoje que o ex-Presidente da República Mário Soares está pujante e no seu melhor ao ter desafiado o PS a romper com o acordo da “troika".

Concordo com Mário Soares, aliás penso que ele está pujante e no seu melhor. Há que tirar claramente ilações do que se passou em França e principalmente na Grécia, afirmou.

Alguém devia ter a incumbência de verificar se, Mário Soares e Vasco Lourenço, andam mesmo a tomar os comprimidos…

Depois perguntar-lhes se eles ainda se lembram do que fizeram para que tivéssemos chegado ao ponto onde nos encontramos…

4.

As vendas de 1 de Maio no Pingo Doce chegaram aos 27 milhões euros. O valor foi avançado por Alexandre Soares dos Santos.

O presidente do grupo Jerónimo Martins garantiu ainda que assume os custos da mega-promoção e disse que afinal sabia de tudo, menos da data.

Soares dos Santos disse também que não vão repetir-se nos supermercados Pingo Doce campanhas  promocionais como a do 1. de Maio, mas admitiu que vai continuar uma política  agressiva de vendas.
Alguns fornecedores do Pingo Doce já fizeram saber que foram convidados a participar na campanha de descontos da mega promoção.

Os consumidores também. Por exemplo:

O Pão Padas custa hoje 1,19 euros.

Quanto custava antes da fantástica promoção do 1º de Maio?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

FOI BONITA A FESTA, PÁ!


Já há muito que não se comemora o dia inicial inteiro e limpo, como escreveu Sophia.

As aves agoirentes já tinham dito que, mais ano menos ano, o 25 de Abril seria comemorado como, antes, o 5 de Outubro.

Umas centenas de nostálgicos, saudosos não sabem bem de quê.

As aves agoirentas fazem por esquecer que esses tais melancólicos têm memória.

Não esquecerei o que então chamámos Esperança

 A Associação 25 de Abril acaba de anunciar que, pela primeira vez, não partic ipará não participará este nas celebrações oficiais da Revolução dos Cravos por considerar que a linha política seguida pelo atual poder político deixou de refletir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril".

Vou ali à estante buscar o 2º. Volume dos Cadernos de Lanzarote.

Ano de 1994, entrada do dia 5 de Abril.

José Saramago escreveu:

Mal refeito ainda da viagem de regresso, tive de decidir-me a responder, enfim aos inquéritos do Público e do Expresso, ambos sobre o vigésimo aniversário do 25 de Abril. A Vicente Jorge Silva, que convidou “vinte personalidades representativas dos mais variados sectores e quadrantes da vida nacional” a escolherem “os dez melhores e dez piores acontecimentos, situações e fenómenos registados, desde a revolução, respondi brevissimamente: que o pior do 25 de Abril foi o 25 de Novembro; que o pior de Otelo foi Saraiva de Carvalho; que o pior de Vasco Gonçalves foi Vasco Lourenço; que o pior do Primeiro de maio foi o Dois de Maio; que o da Reforma Agrária foi António Barreto; que o pior das nacionalizações foi Salve-se Quem Puder; que o pior da Liberdade de Expressão foi ser Liberdade Sem Expressão; que o pior da Democracia (até agora) foi Cavaco Silva.   

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

POSTAIS SEM SELO


Perdeu-se em Portugal muita coisa desde o 25 de Novembro. Perdeu-se sobretudo a vergonha.

José Saramago