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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

O QUE SE PASSA QUANDO NÃO SE PASSA NADA


De novo na esplanada do café de Perec, espero em vão como sempre, que passe Catherine Deneuve, que vive na praça. Mas, uma vez mais, ela não aparece. Surpreende-me, um pouco mais tarde, ler na revista Lire que Vargas Llosa também vive nessa praça, tem um duplex num edifício do século XVIII: «Neste bairro, sinto-me como em casa. É um bairro muito literário. Umberto Eco também vive na praça. Há quinze anos que espero ver Catherine Deneuve, mas ela nunca aparece.»
Neste momento, aparece Deneuve. Fico mudo de surpresa e pergunto-me se, durante um momento, Deneuve não foi «o que se passa quando não se passa nada».

Enrique Vila-Matas em Diário Solúvel

Legenda: Catherine Deneuve

domingo, 21 de janeiro de 2018

TAMBÉM EU ACREDITO EM WOODY ALLEN


Por boas e más razões, Hollywood sempre foi um encantamento.

Só quem tenha andado distraído não verificou que aquilo é um mundo de glamour e horrores, de gente que se lava todos os dias e de trastes.

De há umas semanas para cá o que está na moda são os molestadores sexuais.

O assunto interessa mas há que dar-lhe o devido desconto com que sempre se deve olhar para Hollywood.

Sobre o assunto é importante ler um excelente texto de Alexandra Lucas Coelho subtilmente intitulado Eu Acredito em Woody Allen:

«Como incontáveis milhões de pessoas, cresci com Woody Allen. Não há nenhum cineasta, vivo ou morto, de quem tenha visto tantos filmes. E ouvi bandas sonoras, li peças, contos. Woody Allen é, em si, um cinema, uma cidade, uma escrita, um humor. Não sei se existe mais algum judeu nova-iorquino como ele, aliás, de certeza que não, mas todos os judeus nova-iorquinos receberam esse presente genial de passarem a ser ele, tal como o mundo tem muito mais graça por causa dele».

Recentemente, a sempre bela Catherine Deneuve solidarizou-se com as mulheres que foram abusadas sexualmente mas não deixou de declarar que não vale tudo:

«Vamos queimar os livros de Sade? Vamos qualificar Leonardo da Vinci como artista pedófilo e apagar os seus quadros? Retirar Gauguin dos museus? Destruir os desenhos de Egon Schiele? Proibir os discos de Phil Spector? Este clima de censura deixa-me sem voz e inquieta pelo destino das nossas sociedades.»

Perguntada sobre se alguma vez foi molestada sexualamente, Sharon Stone, a protagonista de uma das grandes cenas do cinema, soltou uma sonora gargalhada que diz tudo e… mais alguma coisa.

Entrando no campo da anedota, para além de outras à volta de Woody Allen:


Entrando no campo do humor:


Chega por hoje, porque o importante é o texto da Alexandra Lucas Coelho.

quinta-feira, 30 de março de 2017

A MINHA NORMA


Pela minha parte, escolhi proteger-me o mais possível. Nem tenho de me forçar a isso, detesto tudo o que abole a fronteira entre o público e o privado. É assim mesmo, está na minha natureza, direi mesmo: é a minha norma. Sinto-me aterrorizada pelas redes sociais e os rumores que propagam. Detesto a exposição íntima. Nunca abri a minha porta, para uma reportagem, às câmaras de televisão. Não faço tweets, mostro tanto menos as minhas fotografias de família ou de férias no Facebook quanto não tenho conta no Facebook, e limito ao estrito mínimo as minhas trocas informáticas. O que há de odioso no mail, é que é intrusivo e exige uma resposta imediata. Como se eu passasse os meus dias em frente de um ecrã! O meu trabalho consiste em estar num ecrã, não em frente.

Carherine Deneuve, citada por João Lopes em Sound+Vision