10 janeiro, 2021

MORENO, Mateus - A SINFONIA MACABRA : colectânea de algumas das mais célebres afirmações da mentalidade alemã do ultimo meio seculo. [Máximas da Kultur]. Organizada por... Alferes d'Artilharia na Grande Guerra da Flandres. Lisboa, Ressurgimento, 1920. In-8.º (17 cm) de 48 p. ; B.
1.ª edição.
Edição original de A sinfonia macabra, uma das mais raras e estimadas obras do autor.
Exemplar muitíssimo valorizado pela sua dedicatória manuscrita "Ao amº. e camarada alfs. Pimenta, combatente contra os alemães em Africa".
"Esta colectânea de algumas das mais arrojadas afirmações da mentalidade alemã, principalmente do ultimo meio seculo, e a que dado o caracter de indiscutivel sinceridade com que na grande nação eram colectivamente admitidas, não podemos deixar de classificar de «máximas», é não só uma fotografia, diga-se de passagem, exaltavel, da alma sanguisedenta da velha raça, mas a própria e insofismavel demonstração de que a Alemanha, ao desencadear a recente guerra, que encapotadamente provocou, estava de ha muito moral e materialmente preparada para um grande conflicto de potencias de cuja victoria, que reputava «infalivelmente sua», esperava sair soberana absoluta, não já sómente da Europa, mas de todo o mundo...
... pois senhores, entremos - vai principiar a Sinfonia!"
(Prologo, Non multa, sed multum...)
Mateus Martins Moreno Júnior (1892-1970). Natural de Faro. “A paixão pela cidade que o viu crescer e pelo Algarve revelaram-se logo na mocidade, através da participação na imprensa e no movimento associativo locais. Presidiu à Academia do Liceu de Faro, onde fez estudos preparatórios. Fundou, em Outubro de 1911, o quinzenário académico A Mocidade, sendo da sua lavra a rubrica «Horas líricas», onde publicou muita poesia.
Em finais de 1914, Mateus Moreno veio para Lisboa para frequentar o curso de Matemáticas da Faculdade de Ciências. Terá sido essa a razão da transição da redação, administração e impressão da Alma Nova para a capital.
Nem mesmo a sua mobilização, em 1917, e ordem de marcha para França, incorporado no C.E.P., como alferes miliciano de artilharia de campanha, conseguiram interromper a atividade como escritor e como diretor da Alma Nova. No entanto, não é de excluir que as dificuldades que a revista registou no cumprimento da periodicidade, no final de 1916 e início do ano seguinte, se ficassem a dever, entre outras causas, à ausência de Mateus Moreno.
Redigiu e publicou alguns livros sobre o conflito militar e estudos técnicos sobre a sua arma, que foram apreciados pela hierarquia do exército. No que se refere à Alma Nova aí foram publicadas 5 cartas com as suas impressões da viagem e da chegada a França. Terminada a guerra, Mateus Moreno optou pela carreira militar frequentando a Escola de Guerra. Também fez o Curso Superior Colonial, em resultado do qual obteve algumas missões em Angola e desempenhou diversos cargos. Atingiu o posto de Major em 1942.”
(Fonte: https://research.unl.pt/files/3627477)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel na capa.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Peça de colecção.
Indisponível

09 janeiro, 2021

MANUAL DE TELEGRAPHIA OPTICA PARA USO DO EXERCITO.
(Approvado por portaria de 28 de março de 1898)
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1898. In-8.º (17 cm) de 62, [2] p. ; [2] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante documento para a história das comunicações militares no século XIX. Inclui extensa lista de "Abreviaturas a empregar no serviço dos postos opticos".
Livro ilustrado no texto com desenhos esquemáticos e uma Tabela de cifras (Tábua) em página inteira, e em separado, com duas folhas desdobráveis - Signaes com bandeiras e Heliographo (Escala 1/5).
"A telegraphia optica é um meio de communicação, rapido e seguro, que póde ser empregado, sem difficuldade, ainda nos terrenos mais accidentados.
O seu material é barato, de facil transporte e longa duração; encontram-se em toda a parte elementos para o concertar, substituir ou improvisar com maior ou menor perfeição, mas sempre com utilidade.
A instrucção do pessoal - inteiramente pretica - não requer conhecimentos especiaes, adquire-se em poucas semanas, e retem-se indefinidamente mediante frequentes exercicios.
A telegraphia optica póde ser usada com seguro exito nas posições mais avançadas de um exercito, e deve constituir o principal meio de communicação em terrenos montanhosos, ou n'aquelles em que o transito das ordenanças possa ser embaraçado pela hostilidade dos habitantes ou pela existencia de obstaculos difficeis de transpor."
(Excerto da Introdução)
Indice: [Introdução]. | Dos signaes. | Material de signaes e seu funccionamento. | Bandeiras. | Lanterna. | Heliographo. | Instrucção geral. | Ogranisação e disposição do pessoal dos postos opticos. | Transmissão de um despacho. | Instrucções para o grupo de signaleiros. | Estabelecimento e serviços dos postos. | Material dos postos. | Despachos em cifra. | Abreviaturas a empregar no serviço dos postos opticos. | Modelos de despachos.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresenta pequena falha de papel no canto inferior direito.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
25€

08 janeiro, 2021

VIEIRA, Affonso Lopes - PAÍS LILÁS, DESTÊRRO AZUL. Por...
Lisboa, Sociedade Editora Portugal-Brasil, [1922]. In-8.º (17,5 cm) de 183, [9], VIII, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra poética do autor, das mais apreciadas da sua bibliografia.

"Não tendo culpa, meu Deus,
de fazer versos assim;
pensando bem, não são meus,
são de alguém que canta em mim.

Alguém do Lilás País
do meu sonho, à luz violeta;
pensando bem, um poeta
é a voz por que um povo diz.

E o País Lilás se doira
no além da saudade plena...
 - País Lilás, pátria loira
desta saudade morena.

Nostalgias da alma êxul,
canções do mais longe, além...
- País Lilás que é também
Destêrro Azul."

(Prelúdio)

Index:
Prelúdio. | Baladas para embalar a minha alma. | Novas canções de saudade e amor. | Baladas lunáticas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

07 janeiro, 2021

MOTA, Fernando - O NOVO MUNDO.
[Por]... Licenciado em Filosofia. Advogado
. Lisboa, [Tip. Torres, Lisboa], 1930. In-8.º (19 cm) de 392, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Obra apologista dos valores comunistas, algo ingénua, de forte pendor anticlerical, em que o autor procura dar resposta aos problemas sociais do país pela via do socialismo de inspiração soviética. Publicado em 1930 - em pleno período de Ditadura Nacional - não custa pensar que, face ao seu conteúdo doutrinário - contrário à ordem política vigente - e à escassez do livro, que este tenha sido apreendido e(ou) destruído. Nada foi possível apurar sobre o autor.
"Há quem comece por examinar um livro, lendo-lhe o índice e há também quem tenha o gosto de ler o prefácio, antes de o abrir, vendo num relance o que mais lhe interessa, o que mais lhe chama a atenção. [...]
Por o prefácio o leitor ficaria com uma ideia, do que poderia ler e logo faria um juizo àcêrca da maior ou menor conveniência em o obter.
Assim, este livro começa por afirmar, que há um problema social, que os partidos políticos da actual sociedade não conseguem resolver e que êste problema social surgiu, porque embora se digam democráticos, radicais, socialistas, monárquicos ou conservadores, os partidos burgueses, nenhum dêles é capás de resolver esse problema, porque é uma luta entre os que teem e os que não teem, uma luta entre os que auferem grandes lucros, ou vivem dos rendimentos e os que vivem parcamente dos seus salários.
Êste problema, que só a revolução social pode resolver é o problema social e a êle se refere o primeiro capítulo dêste livro.
Pergunta-se e é justa a pergunta, qual a razão porque a revolução social ainda não surgiu a não ser na Rússia, qual a razão porque esse problema social ainda não teve a sua solução.
O problema social anda preso ao problema religioso e êste por sua vez tem conseguido protelar a sua solução, não sendo natural, que no estado actual do problema religioso êste exerça mais influência sobre o problema social.
Assim, o segundo capítulo versa o problema religioso, cuja ligação ao problema social é grande, procurando mostrar-se que o problema religioso encarado, como deve encarar-se, não exercerá mais a sua acção deletéria sobre o problema social e que êste se resolverá sem grandes delongas com a construção do socialismo, que é o terceiro capítulo, no qual se versa a organização de uma república socialista, sem se descer a minúcias, que pertencem mais a vontades ou pareceres comuns do que individuais.
No quarto capítulo em que se trata da «operários e camponeses» mostra-se que a revolução social não pára e que a república socialista não é um regime absoluto e a última méta do movimento social. [...]
No quinto faz-se uma demonstração prática da matéria versada nos capítulos anteriores, descrevendo-se a república dos sovietes e para que o leitor compreenda essa organização estadual, descreve-se pondo-a em relêvo ao lado das organizações dos estados burgueses.
No sexto, versando-se a República dos Municípios pretende tornar-se mais intuitiva a organização soviética e mostrar-se a forma porque essa organização pode ser aplicada imediatamente em qualquer povo, sem tal trabalho de realização seja difícil, pois não tem nada de transcendente, sendo mais difícil a um operário montar algumas vêzes um motor, ou concerta-lo, do que compreender a organização de uma República Socialista.
No sétimo capítulo, que se refere aos Estados Unidos Socialistas, mostra-se a conveniência de uma organização internacional das repúblicas dos trabalhadores e a vantagem da adesão de qualquer república a essa união, actualmente por intermédio da união russa, à qual se reunirá e mais tarde pela sua inclusão na Internacional Comunista, alto corpo político, por emquanto e mais tarde político-económico, da causa dos oprimidos.
É êste o assunto do Novo Mundo.
Foi escrito êste livro, como trabalho de organização e análise, e por isso, êle orientará o público na compreensão do que seja a revolução social, e quais os fins e princípios que orientam a nossa propaganda.
Não nos interessa a crítica daqueles que vivem a vida restrita da cama onde se de deitam, ou da mesa em que se enfartam.
Interessa-nos, sim, que mude o estado social actual, e se vencermos, como é natural, não sentiremos o menor prazer em torturar aqueles que nos atacaram com o seu profundo despreso e ares de superioridade, pois quando a dôr é grande ninguém a não ser o carrasco tem o direito de rir, ou de troçar."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
I - O Problema Social. II - O Problema Religioso. III - Construção do Socialismo. IV - Operarios e Camponezes. V - A República dos Sovietes. VI - A República dos Municípios. VII - Estados Unidos Socialistas.
Exemplar brochado, na sua quase totalidade por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

06 janeiro, 2021

RODRIGUES, Perfeito - RECORDANDO... ALGUMAS VELHAS GLÓRIAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS.
Versos de... [Prefácio de Manuel Sérgio]
. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na «Gráfica de Coimbra» - Coimbra], 1980. In-8.º (18,5 cm) de 85, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra poética sobre os principais clubes do futebol português e seus jogadores, no tempo em que o autor - Perfeito Rodrigues -, antigo interior direito do Belenenses, vestiu a camisa da Cruz de Cristo, nos anos 30/40 do século passado. No início do livro, inclui a deliciosa descrição de um jogo entre o Belenenses e o Porto, em casa deste, que terminaria com o resultado de 4-4, tendo o árbitro assinalado uma grande penalidade no último minuto (que transformada daria a vitória ao Belenenses), sendo esta decisão revertida pelo juiz - terminando o jogo - após ameaças dos atletas da casa e de um oficial do exército(!) - comandante das forças policiais de serviço ao estádio - que entrou em campo para "chamar a atenção" do árbitro para os inconvenientes da marcação do castigo máximo.
Livro ilustrado com fotografias a p.b. das equipas perfiladas antes do jogo, encimando o texto a elas dedicado: Clube de Futebol «Os Belenenses» (época 1939/40); Sport Lisboa e Benfica (época 1937/38); Sporting Clube de Portugal (época 1937/38); Futebol Clube do Porto (época 1934/35).
"Nasci há 47 anos junto ao desaparecido campo das Salésias. Era miúdo e já os meus olhos se deliciavam com os lances de futebol «cozinhados» pelo Perfeito, pelo José Luís, pelo Tarrio, pelo Amaro, etc., etc. Olhava para eles, recordo-me, com admiração sonora e rendida. Como se no seu corpo ondulante e vígil reverdecessem dons sobrenaturais...
O Perfeito, que jogava habitualmente na posição de extremo-direito, apresentava características motoras muito especiais: velocidade estonteante, ora em linha recta, ora ziguezagueando, e centro rápido e bombeado a solicitar o remate frontal às balizas adversárias. Assim se tornou no cabouqueiro implacável de muitas vitórias do Belenenses, durante os 10 anos que jogou de «camisola azul e cruz ao peito»."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio. | Uma introdução em Prosa. |Confissão. | Quando a saudade vem. | Recordando. | Clube de Futebol «Os Belenenses». | Sport Lisboa e Benfica. | Sporting Clube de Portugal. | Futebol Clube do Porto.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
25€

05 janeiro, 2021

LOPES, M. Duarte - CERTAS ALMAS...
Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira : Livraria Editora, 1925. In-8.º (19 cm) de 173, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante romance fundado em acontecimentos reais atestados pelo autor. Nada foi possível apurar acerca de Manuel Duarte Lopes, a não ser que tem meia dúzia de obras cadastradas na base de dados da Biblioteca Nacional.
"No momento que passa não progridem nem frutificam, mesmo no terreno fundeiro dos espíritos ultra-românticos, as histórias de imaginação ou os vôos da fantasia.
Tudo tende, nesta emergência única, para um positivismo sólido. [...]
O que vai ler-se não é produto de uma tendência literária nem representa a flôr de uma imaginação doente.
Antes, várias das suas personagens vivem ainda.
Declaro-o corajosamente nêste logar - com solenissima ênfase.
Os nomes foram, por natural pudor do literato, cobertos da capa do pseudónimo, durante a gestação da novela.
Porém, ponderado o passo, êle reconhece que nada o obriga a ocultá-los.
Atire-se, pois, a verdade, com inquebrantável desplante:
O Comendador é a máscara do falecido Conselheiro Ribas Galvão, considerado e prestigioso palaciano, Gran-Cruz de Cristo, e amigo dilecto de El-Rei. Ainda está na memória de todos a tragédia que foi a sua morte, creio que em 1910, depois daquele escandaloso duelo na Estrada das Laranjeiras.
Todos os jornais da época se referem à maneira como terminou os seus dias. Enforcou-se, como Judas, em galho sêco de figueira num quintalejo árido dos arredores de Chelas.
A senhora Albuquerque é a malfadada esposa de Ribas Galvão. Decerto, não desconhecem o episódio: abandonado o lar com o amante, - o capitão Magno, de Caçadores, hoje tenente-coronel, nas Ilhas - a adúltera incitou-o a desafiar o marido com sobranceria e impertinência, em pleno Paço e numa tarde de recepção.
Mudou de vida e mudou de amores. Pelo que me contou a filha, morreu miserável e abandonada de todos numa distante vilória do Algarve. [...]
Vive ainda a filha do Conselheiro Galvão; creio não haver, em Lisboa, môço atento que a desconheça."
(Excerto do Antelóquio)
Exemplar brochado, envelhecido, em bom estado geral de conservação.
Raro.
A BNP possui apenas um exemplar no seu acervo.
25€

04 janeiro, 2021

OS MÉDICOS E O CAFÉ
. Lisboa, Junta de Exportação do Café, 1961. In-4.º (25 cm) de 73, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio para a história do comércio e indústria do café entre nós. Peça de propaganda publicada pela JNC, que reúne artigos de opinião de algumas das maiores autoridades portuguesas da saúde, exaltando as propriedades e os benefícios do café, recomendando o seu consumo. Na contracapa foram impressos pequenos excertos de artigos assinados por médicos estrangeiros, igualmente promovendo o café.
"Neste pequeno folheto decidiu a Junta de Exportação do Café reunir a maior parte dos artigos de carácter médico publicados durante quase dois anos no «Notícias do Café» e no «Mensário Popular do Café», páginas respectivamente do Diário de Notícias e do Diário Popular que foram integralmente dedicadas a esta grande riqueza nacional e que, a par da divulgação de curiosidades sobre o café, artigos literários, históricos ou de iconografia artística tinham por fim combater os preconceitos ainda hoje existentes contra esta excelente bebida, como sendo nociva para a saúde. [...]
Julga-se que, com a publicação desta colectânea, se presta um serviço não só ao café português mas ainda à literatura médica sobre o assunto, salvando-se do limbo das folhas dos jornais muitos e muitos artigos do maior interesse."
(Excerto do preâmbulo)
Índice:
Café contra tabaco - Pelo Dr. A. Aires Pinto. | A bebida útil - Pelo Dr. Antunes de Brito. | Bebida de pobres e ricos - O Café - Pelo Dr. Augusto d'Esaguy. | A História Maravilhosa do Café / Café puro não faz mal / Não é o café que faz mal / Sim ou não? - Pelo Dr. Celestino Gomes. | O café a as suas propriedades farmocodinâmicas / O café de saco / O café esperta ou faz dormir? / Café doce / Conversa de café / O café, bebida intelectual - Pelo Prof. Doutor Costa Sacadura. | Café: sim ou não? - Pelo Prof. Doutor Diogo Furtado. | Um bom café a qualquer hora - Pelo Dr. Elias Baruel. | Alimentos heróicos - Pelo Dr. Evaristo Franco. | Os estimulantes da inteligência - Pelo Dr. Freitas de Figueiredo. | Uma chávena de café - Pelo Dr. Gonçalves da Cunha. | Sua Magestade o Café - Pelo Dr. Luís Guerreiro. | Rápido elogio do café - Pelo Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho. | Coração e café - Pelo Dr. J. B. Macedo. | Beba café - Pelo Dr. Mário Rosa. | O café e a medicina no trabalho - Pelo Dr. F. Martins Eleutério. | O café, dádiva divina - Pelo Prof. Doutor Maximino Correia. | O café - esse nosso conhecido - Pelo Dr. Pedro Mayer Garção. | A arte e o café - Pelo Dr. F. Mendes de Brito. | Valor terapêutico do café - Pelo Dr. M. Monteiro Pereira. | Cessem os sábios gregos e os troianos - Pelo Dr. J. Pereira Gomes. | O café, bebida social - Pelo Dr. Vasco Riobom.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
35€

03 janeiro, 2021

VENET, M. - VIDA DO N. SS. PADRE PIO IX.
Por... Versão por M. F. M. e S.
Braga, Typ. Luzitana, 1871. In-8.º (19 cm) de 31 p. ; B.
1.ª edição.
Biografia de Pio IX (1792-1872), papa que protagonizou o 2.º pontificado mais longo da história (depois de S. Pedro) - 1846-1878, e cujo trabalho poucos deixou indiferente. Devoto da Virgem Maria, em 1854 proclamou o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria como sendo um dogma de fé da Igreja através da encíclica Ineffabilis Deus.
"Pio IX da familia dos Condes Mastai Ferreti, nasceu a 13 de Maio de 1792 em Sinigaglia, pequena cidade dos Estados Romanos. Foi eleito pontifice a 16 de Junho de 1846; havendo com este, na Egreja catholica, 259 papas.
A sua biographia, se fosse escripta só debaixo do ponto de vista actual, sem fazer caso algum das previsões que depois haviam de brotar, inspirar e commover, seria uma longa serie de lendas. Tudo tomaria então proporções extraordinarias; não só os encantos de menino como as virtudes de homem. O papa deixa-se ver o que é em cada passo da sua vida. Primeiro de tudo vêmol-o progredir na santidade á proporção que se adianta na vida; depois factos numerosos e mui expressivos acontecidos de distancia a distancia, por assim dizer progressivamente, explicam esse caracter cheio d'uma grandeza traquilla, adquirido sem violentas agitações, e amadurecida com serenidade."
(Excerto da primeira parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
Sem registo na BNP.
10€

02 janeiro, 2021

SAMPAIO, Jaime Salazar - FERNANDO talvez PESSOA.
Encenação: Artur Ramos. Teatro Nacional de D. Maria II
. Lisboa, T. N. D. M. II, 1983. In-4.º (23,5 cm) de 41, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso programa da peça "Fernando talvez Pessoa", ilustrado com três gravuras em página inteira.
"Fernando Pessoa está na crista da onda e são cada vez mais numerosos os que se apressam a juntar a sua voz ao coro dos glorificadores desse poeta, que viveu obscuro embora certo do seu génio. [...]
Há longo tempo já que vejo Salazar Sampaio debruçado sobre Fernando Pessoa, na ânsia de encontrar e nos propor uma interpretação sua dos enigmas que a obra do poeta não cessa de levantar."
(Excerto do preâmbulo de Henrique de Barros)
"Este enorme «mosaico» da obra de Fernando Pessoa que é a peça de Jaime Salazar Sampaio, resulta também num retrato (possível) do poeta.
Porque Jaime Salazar Sampaio parece ter quebrado deliberadamente as várias máscaras que podiam instituir-se a partir dos poemas dos heterónimos e do poeta ele mesmo, para construir então uma outra gigantesca e multifacetada máscara que não pode deixar deixar de sugerir-nos uma determinada visão de Pessoa."
(Excerto do preâmbulo de Carlos Paniágua Féteiro)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse pessoano.
15€

01 janeiro, 2021

MANUAL DE FEITICERIA OU SCIENCIA E ARTE
de fazer o bem e o mal, satisfazer todos os desejos, desmanchar todos os projectos, curar doenças do corpo e do espirito, vencer inimigos, adivinhar actos e pensamentos alheios, evitar perigos, obter amisades e pureza perdidas, etc. Por meio de Bruzaria, Espiritismo e Magnetismo
. Lisboa, Livraria e Typographia de Francisco Silva, [189?]. In-8.º (18 cm) de 154, [6] p. ; il. ; C.
1.ª edição.
Curioso manual de feitiçaria para "fazer o bem e o mal", pejado poções, rezas, ladainhas, sortilégios e esconjuros, sem data de edição, por certo publicado entre a última década do século XIX e a primeira do século XX. A presente obra será de D. Mafalda da Santa Cruz, antiga freira, e terá sido organizada pelo sr. Francisco Silva, proprietário da tipografia que imprimiu o livro e fiel depositário da correspondência dirigida à autora, - a verdadeira Bruxa d'Arruda -, por oposição, julgamos, a Ana Loura, a outra Bruxa d'Arruda, e que aqui é apelidada de embusteira.
Livro ilustrado com bonitos desenhos ao longo das páginas de texto.
"A magia, que tambem pode ser considerada a seleção das superstições populares, variando de nacionalidade para nacionalidade, é por assim dizer a fonte das religiões ou da historia religiosa dos povos. [...]
Ha uma grande differença, uma distancia enorme, entre - magia e - feiticeria.
A magia podia ser inspirada por espiritos bondosos e amantes da humanidade, a feiticeria não; era fructo das relações e evocações dos maus espiritos e por isso só servia para fazer sortilegios de que resultassem maleficios, chamando-se-lhe tambem demonologia ou  ou arte de tratar e evocar os demonios.
Alem d'isso, nas sciencias sobrenaturaes a magia occupou sempre o primeiro logar, por isso que não só era a sciencia que relacionava as creaturas que a professavam com os espiritos superiores habitantes das regiões ethereas ou celestiaes, mas dominava tambem nos inferiores, mandava nos demonios e nos feiticeiros, que podia obrigar a desfazer os seus encantamentos, sortilegios e feitiços.
Ordinariamente a magia divide-se em branca e preta.
Magia branca é ainda hoje a arte de produzir certos effeitos maravilhosos na apparencia, mas na realidade devidos a causas naturaes.
A magia negra, ou magia propriamente dita, pelo contrario produz effeitos sobrenaturaes pela intervenção dos espiritos e dos maus anjos sobretudo, , sendo portanto a mater dos feiticeiros, e dos bruxos e de todos os que professam qualquer arte occulta ou sciencia secreta, que produz effeitos surpreendentes e inacessiveis á compreensão vulgar e ao criterio de cada um como chynomancia, a bueñadicha, a arte de ler nas linhas da mão ou na disposição de um baralho de cartas, accessorio indispensavel ao mais rudimentar operador de prodigios, só por que a tradição attribue a Satanaz a invenção do jogo, e portanto tambem a do seu mais vulgarisado instrumento. [...]
Como se vê pois, a magia, a feiticeria e as sciencias occultas, entre as quaes a de predizer o futuro, tirar horoscopos, fazer vatecinios, preparar filtros, deitar sortes, ler a buenadicha, inspirar amores e fazel-os terminar é uma sciencia ou uma arte tão velha como o mundo, ou pelo menos como a humanidade, desde que d'ella ha noticia escripta.
As maravilhas que ainda hoje opera, podem considerar-se fructos de arte não divulgada ainda, por isso que ella abrangeu n'outros tempos quasi toda a sciencia humana, derivando da magia antiga, a medicina moderna, a astronomia, as mathematicas, a chimica e grande numerode noções de physica.
Não ha pois rasão plausivel para negar que essa sciencia, hoje menos influente e preponderante, possua segredos valiosos, que ainda lhe não foram arrancados e que por isso se conservam mysteriosos, e apenas na posse dos poucos n'essa sciencia iniciados.
A obra que segue contém alguns desses segredos e os nossos votos são porque, a divulgação que d'elles fazemos, reverta em utilidade dos nossos leitores.
O celebre Leon Hermoso, que foi conhecido pela denominação de «Astrologo saragoçano, se houvesse apparecido ha dois seculos com as suas previsões do tempo, não teria deixado de ser perseguido por magico e apodado de feiticeiro, relacionado com espiritos infernaes, como succedeu a Nostradamus e Gallileo, hoje reconhecidos como sabios astrologos."
(Excerto de Historia da Magia)
"Em Inglaterra, Italia, França e Hespanha, muitas obras se teem publicado sobre feiticeria e sciencias relativas; em Portugal nada temos sobre tão importante materia, a não ser dois ou tres folhetos de receitas disparatadas e impraticaveis e o livro de S. Cypriano, que alem de ser caro está mal coordenado e mais confunde do que illucida quem pretenda aprender a notavel sciencia da magia."
(Excerto de Manual de Feiticeria - preâmbulo)
"Na execução d'algumas das magicas que deixamos descriptas no presente livro hão-de encontrar difficuldades, por falta de pratica, paciencia e coragem; assim como difficuldades hão-de encontrar na aquisição d'alguns remedios que indicamos, por serem os seus componentes pouco conhecidos na phamacopea portugueza. N'estes casos aconselhamos as pessoas que precisem de recorrer a feiticeria ou á therapeutica anti-diluvial, que se nos dirijam, quando se trate de caso sério e do qual dependa a felicidade d'alguem e não um simples capricho ou especulação."
(Excerto de Aos nossos leitores e leitoras - final)
Matérias:
Historia da Magia. | Manual de Feiticeria [preâmbulo]. | Remedio contra diversas enfermidadesManeira de curar feitiços. | Segredos para conservar a castidade. | Maneira de se conhecer se uma mulher está donzella. | Magica Negra: Receita para homens viuvos que não queiram contrahir segundo matrimonio ou solteiros que não tenham ou não queiram mulheres. | Maneira de attrahir pedras preciosas. | Como se conhece se uma pessoa amada nos é fiel. | Terrivel segredo para acabar com a saude e a vida dos inimigos. | Como se sabe logo se alguma mulher ou algum homem praticou  qualquer acto deshonesto. | Como se conhece se uma mulher gravida traz no ventre varão ou femea. | Virtude do «Agnus Dei». Maneira de não ter receio dos inimigos - Como se evitam phantasmas, visões, maleficios, etc. - Preservativo contra as tempestades, raios e tormentas. | Maneira de qualquer senhora, ainda que feia e velha, conseguir o amor do homem mais indifferente. | Maneira de vêr em sonhos o retrato d'uma pessoa ausente e conversar com essa pessoa. | Remedio para as quebraduras. | Magica do cachorro preto. Para obrigar o marido a ser fiel. | Maneira de fazer feia uma pessoa bonita ou sympathica. | Maneira facil de se conhecer a propria sina e a alheia. | Magica para se conhecer se uma senhora tem muitos amantes. | Grande magica do burro preto. | Magica da palmilha do pé esquerdo attribuida a Santo Agostinho. | Methodo de deitar as cartas. Para uso exclusivo de senhoras ainda donzellas. | Receita apara se obter um bom parto. | Magica do esporão de gallo. Grande descoberta para abreviar casamentos. | Milagrosa peneira de Santo Agostinho. Para qualquer pessoa adivinhar o futuro. |Magica para conseguir um bom noivo ou noiva. | Magica da pomba preta encantada. | Para se vêr na agua a imagem de uma pessoa ausente. | Como se faz uma bruxa. | Receita para os soluços. | A espinhela cahida. | Receita para apressar casamentos. | Magica dos farellos para ter filhos. | Maneira de fazer falar os mortos. | Orações. Para ser feliz nos negocios, no jogo e nos amores. |Moscas varejeiras. | Como se descobrem segredos. | Influencia dos perfumes. | Receita para curar paixões. | As cartas adivinhadoras. Para qualquer menina saber a sorte que lhe está destinada. | Oraculo do café. |Como se conhece o temperamento das pessoas pela côr do rosto. | A gallinha preta. Excellente receita para afugentar os espiritos malignos que infestam as casas. | Magica da mão negra. Para alcançar heranças. | A magica da caveira. Para descobrir dinheiro escondido. | Arte de benzer casas e creanças. | Almas do outro mundo. | Oração de Santo Agostinho. | Arte de adivinhar por meio da Biblia. | Maneira de conservar a saude e prolongar a vida. | Oração da paciencia. Para rapazes solteiros. | Magica do espirito errante para obter casamento. | Virtudes do alecrim. Cura de varias doenças. | Oração para que o dia corra bem. | Agouros, azares, pragas e invejas. | Magica electrica. Para as senhoras evitarem a gravidez. | Nova magica do esporão do gallo. Modo facil e verdadeiro de attrair quem nos pretende fugir. | O bico da coruja. Magica para fazer com que os nossos inimigos soffram o mal que nos pretendam fazer. | Corvo feiticeiro. Verdadeira receita para qualquer se fazer amar pelas pessoas de sexo differente. | Oraculo das flores. Meio de conhecer qual o futuro que nos está reservado quanto ao amor. | Maneira de se saber, com certeza, quem é o pae de qualquer creança. | Doenças do estomago, figado ou intestinos. | Dores do estomago e diarrhéa. | Dores no estomago e prisão de ventre. | Maneira de se obrigar um homem ou mulher a dizer o que fez e o que pensa. | Modo de deitar as cartas (Systema espanhol). | Magica da tartaruga. Para casar viuvas. | Remedios contra feitiços. | Vermes intestinaes. | Receita para se conseguir o amor e constancia de qualquer pessoa. | Lobis-homem. [Definição]. Cura. Preservativo. | Receita para evitar a gravidez. | Electuario virginal. Maneira de qualquer senhora se apresentar virgem depois de ser desflorada. | Magica africana. Para provocar o amor, desejos e enthusiasmo. | A sina dos mortaes p'los dados com que jogaes. | Oleo miraculoso. Modo infallivel de fazer voltar  da velhice para a mocidade. | Receitas para occultar infidelidades e desobediencias. | Contra as pragas. | Agulhas magicas (Para desmanchar barrigadas). | Magica italiana. Para obter casamento ou amisade perpetua. | Dias felizes e infelizes de cada mez. | A velhinha de Santo Hilario. Para encobrir a falta de virgindade. | O poder dos dentes de lagarto. Para fazer sonhar alto as pessoas que occultam segredos. | Filtros amorosos. Receitas para as senhoras casadas se fazerem adorar por seus maridos, dando-lhes vigor e ternura. | Modo de encontrar objectos perdidos [Santo António]. | Receita para se aborrecer o vinho. | Receitas secretas da sabia feiticeira Cleopatra: I - Para fazer um marido amoroso; II - Para que uma mulher confesse tudo o que tenha feito; III - Para domesticar maridos bravos; IV - Para que um homem conte tudo o que sabe; V - Para que haja filhos; VI - Para que um homem aborreça todas as mulheres; VII - Para que uma mulher seja fiel e apaixonada. | Magica do diamante. Como se conhece se uma mulher é fiel a seu marido ou o marido a sua mulher. | Receita para attrair ao nosso lar a pessoa querida que se afastou do reino e de quem não ha noticias. Maneira de se saber se é viva ou morta. | Como se consegue amor e casamento. | Pureza e belleza. | Pomadas de Santa Julia (portugueza): - Para amaciar, dar brilho, conservar e fazer crescer o cabello; - Para tingir de preto os cabellos louros ou brancos; - Para fazer crescer o cabello; - Para encobrir as sardas, dar bonita côr ao rosto, peito e braços; - Receita para ter bonitos labios; - Para fazer o cabello preto; - Outra para fazer crescer o cabello; - Elixir que extingue o mau halito; - Pós para limpar os dentes. | Oração para se benzer as casas dos pobres, e fazel-os descobrir muitas riquezas. | Grande magica do ouriço cacheiro. Para afastar o enguiço do lar domestico. | Contra o rheumatismo. | Receita para fazer fallar os mortos. | Contra ciladas. | Remedio contra mau olhado e quebranto. | Receitas uteis: - Pasta para branquear a pelle; - Restituição de virgindade; - Receitas para fazer tirar sardas do rosto; - Para obter bom cabelloPó de arroz puro; - Elixir para os dentes. | Espiritos apoquentadores. | Experiencia. | Contra feitiços nocturnos. Para dizer ao deitar. | Indice - [Pormenorizado, por ordem alfabetica]. Aos nossos leitores e leitoras.
Encadernação cartonada do editor com letras impressas a negro nas pastas.
Exemplar em bom estado de conservação. Com duas folhas rasgadas no interior (sem perda de papel).
Raríssimo.
Sem qualquer referência bibliográfica, incluindo a Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
Indisponível

31 dezembro, 2020

CONVENÇÃO ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA MIRANDESA
. Miranda do Douro / Lisboa, Câmara Municipal de Miranda do Douro /Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, 1999. In-4.º (23,5 cm) de 62, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Documento precioso, de grande utilidade para a história e compreensão da língua mirandesa.
Ilustrado com tabelas ao longo das páginas de texto e com um mapa de pormenor, em página inteira, das "Áreas leonesas em Portugal".
"No extremo nordeste de Portugal, ao longo da fronteira a sul de Alcanices, entre a ribeira de Angueira, a poente e sul, e o rio Douro, a nascente, existe um conjunto de aldeias onde as pessoas utilizam entre si duas línguas: o português e o mirandês. Os dois idiomas convivem actualmente numa situação de diglossia, isto é, de desigualdade de utilização: o primeiro é utilizado em qualquer circunstância, o segundo tem um uso mais restrito, geralmente confinado à família e às relações entre vizinhos ou aldeias. [...]
A origem do mirandês remonta ao período em que, numa zona muito mais vasta, incluindo as Astúrias e Leão, se começou a constituir um grupo de variedades romances com muitos traços comuns entre si e que as distinguem de outros romances também em formação - por um lado, o galego-português e, por outro, o castelhano."
(Excerto da Apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa ligeiramente manchada por acção da claridade.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etimológico.
15€

29 dezembro, 2020

RÉGIO, José - POESIA DE ONTEM E DE HOJE
. Plano de Educação Popular. Lisboa, Campanha Nacional de Educação de Adultos, 1956. In-8.º (16 cm) de 116 p. ; il. ; B. Colecção Educativa, série G, número 5.
1.ª edição.
Capa e ilustrações de António Vaz Pereira.
Compilação por José Régio, que prefacia o livro.
Ilustrado com belíssimas gravuras a cores em separado.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

28 dezembro, 2020

BOTTO, Antonio - CIUME : canções. Lisboa : Rio de Janeiro, Edições Momento, [1934]. In-8.º (18 cm) de [112] p. ; B.
1.ª edição.
Apreciada obra poética de António Botto. Inclui Marginália com dois ensaios críticos:
Antonio Botto e o problema da sinceridade, por João Gaspar Simões;
Palavras, por José Régio.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do poeta, datada de 1934, ao seu "ilustríssimo camarada Eugénio Navarro".

"Não mintas dessa maneira.

Vê-se -
Muito claramente,
Que é mentira quanto dizes,
E a mentira, muitas vezes,
- Quando não tem convicção
Em ves de afirmar, destroi
Toda a ilusão.

Mente com outro sorriso, -
Mas mente!,
Porque mentir
Infelizmente é preciso."

(Poema 8)

António Tomás Botto (1897-1959). "Nasceu em Concavada, Abrantes, no dia 17 de Agosto de 1897, e morreu atropelado no Rio de Janeiro a 16 de Março de 1959. Foi muito novo para Lisboa na companhia dos pais. Trabalhou numa livraria, indo depois para África como funcionário público. Em 1947 partiu para o Brasil. A sua obra poética, admirada por Fernando Pessoa e pelo grupo da Presença, é vasta. No entanto, a sua obra mais conhecida é Canções, publicada em 1921 e desde logo causa de escândalo nos meios intelectuais portugueses por ser uma obra explicitamente pederasta.
Obras: Poesia – Trovas (1917); Cantigas de Saudade (1918); Cantares (1919); Canções (diversas edições, acrescentadas e revistas pelo autor, publicadas entre 1921 e 1932); Canções do Sul; Motivos de Beleza (1923); Curiosidades Estéticas (1924); Pequenas Esculturas (1925); Olimpíadas (1927); Dandismo (1928); Ciúme (1934); Baionetas da Morte (1936); A Vida Que te Dei (1938); Sonetos (1938); O Livro do Povo (1944); Ódio e Amor (1947); Fátima - Poema do Mundo (1955); Ainda Não se Escreveu (1959). Ficção – António (1933); Isto Sucedeu Assim (1940); Os Contos de António Botto (literatura infantil, 1942); Ele Que Diga Se Eu Minto (1945). Teatro – Alfama (1933)."
(Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/botto.htm)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Corte lateral das folhas do livro, incluindo as capas, apresenta sinais antigos de humidade.
Invulgar.
35€

27 dezembro, 2020

HINDENBURG, Mariscal von - MEMORIAS DE MI VIDA.
Por el...
Madrid, Tipográfica Renovación, 1920. In-8.º (16 cm) de 447, [1] p. ; B. Biblioteca de "El Sol"
1.ª edição espanhola.
Memórias do marechal von Hindenburgh. Importante documento autobiográfico com relevância histórica - nunca publicado em português - abrangendo a sua carreira militar, sendo o período da Primeira Guerra Mundial - as decisões, estratégia e acontecimentos bélicos as que mais espaço ocupam.
Paul von Hindenburg (1847-1934), militar prussiano, comandante das forças do Exército Imperial Alemão durante a Grande Guerra, tendo posteriormente chegado à presidência da República de Weimar, cargo que desempenhou desde 1925 até sua morte, em 1934.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
A BNP descreve a obra sem no entanto referir qualquer exemplar.
Com interesse histórico e militar.
Indisponível

26 dezembro, 2020

GOMES, J. Reis - O ANEL DO IMPERADOR (Napoleão e a Madeira).
Memória romanceada lida na sessão da Classe de Letras da Academia das Ciências, de 18 de janeiro de 1934, e votada por unanimidade para publicação nas «Memórias» da mesma Academia. [Por]... Da Academia das Ciências de Lisboa
. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1934. In-8.º (19 cm) de 132, [6] p. ; B.
1.ª edição.
Narrativa histórica sobre a passagem de Napoleão Bonaparte, o imperador dos franceses, pelo porto do Funchal a caminho do exílio na ilha de Santa Helena.
"Na manhã de 23 de Agosto de 1815, fundeava na baía do Funchal uma esquadra britânica, composta da nau almirante, a «Northumberland», das fragatas «Havana», «Bucephalus» e «Ceylon», e de mais seis brigues de guerra.
Pelas oito horas, toda a orla do pôrto estava aglomerada de gente. É que correra a voz de que a frota inglesa trazia a bordo Napoleão Bonaparte de passagem para Santa Helena, rochedo do seu exílio e que veio a sêr seu primeiro túmulo."
(Excerto do Cap. I, A caminho do exílio)
Índice:
À Academia das Ciências de Lisboa. | I - A caminho do exílio. II - O guerreiro e o homem. III - Amor sentimental. IV - O segrêdo de Bertrand.
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Lombada guarnecida com fita gomada.
Muito invulgar.
20€

25 dezembro, 2020

RÉGIO, José - O NATAL NA ARTE PORTUGUESA. Lisboa, Artis, 1965. In-4.º (25cm) de 18, [2], VI, [2] p. ; [40] f. il. ; E.
1.ª edição.
Livro luxuoso, produzido com grande esmero e apuro gráfico, impresso em papel encorpado e belissimamente ilustrado com 40 gravuras a p.b. e a cores que reproduzem telas de mestres portugueses subordinadas ao tema do Natal.
Estampas em heliogravura tiradas na Neogravura sobre fotografias de Mários Novaes, Castelo Branco, Teófilo Rego, Abreu Nunes, e outras cedidas pelo Museu Nacional de Arte Antiga.
"Se a arte não é senão uma certa forma de expressão do homem, na arte portuguesa havia de repercutir o encanto, o mistério e a alegria do Natal. Através da música, através da poesia, através da dança, através da escultura, através da pintura, através do teatro, - e quer nas suas manifestações populares quer nas cultas - foi e é comemorado o Natal pela gente portuguesa."
(Excerto do texto)
Encadernação editorial com
aplicação manual de gravura e ferros gravados a seco e a prata na pasta frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação, com defeito junto à extremidade superior da lombada.
Invulgar.
30€

24 dezembro, 2020

CUNHA, Armando Santinho & FERREIRA, F. E. Rodrigues - VIDA E MORTE NA ÉPOCA DE D. AFONSO HENRIQUES
. Lisboa, Hugin, 1998. In-4.º (23 cm) de 141, [3] p. ; [16] p. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessantíssimo estudo pioneiro na época - histórico e antropológico - sobre o ritual da morte e os usos e costumes na Lisboa medieval, reportando ao período da conquista de Lisboa aos mouros.
Livro muito ilustrado ao longo do texto com fotografias, desenhos e gráficos a p.b., e em separado com 16 páginas a cores reproduzindo artefactos, esboços, desenhos esquemáticos e plantas.
"Fruto parcial de 35 anos de investigação arqueológica em S. Vicente de Fora, a presente obra pretende, essencialmente, recuperar, pela via arqueológica, a comprovação da existência do cemitério que teria sido fundado por D. Afonso Henriques, para inumação dos cruzados que o auxiliaram na empresa da conquista e tomada de Lisboa aos mouros.
De uma forma inusitada e de várias formas inédita e pioneira entre nós, ensaiou-se uma leitura antropológica que em perfeita simbiose com a arqueologia, a biologia, a química e os modernos processos de datação, permitiram recuperar até o gestual dos homens que combateram com D. Afonso Henriques e de um núcleo de moçárabes que viveria na velha Lisboa moura.
Pela primeira vez em Portugal, no âmbito da arqueologia, ensaiou-se a determinação do ADN, com vista ao estabelecimento de relações étnicas entre a população moçárabe e, dentro desta, relações familiares entre os inumados do mesmo túmulo."
(Sinopse retirada da contracapa)
Índice:
Agradecimentos. | Nota prévia. | S. Vicente de Fora, o espaço, o tempo, o contexto. | Contexto histórico e arqueológico de S. Vicente de Fora. | O cemitério dos cruzados, referências documentais. | O ossário de S. Vicente de Fora. | Escavação do cemitério de abóbada, carneiro da igreja. | Tecidos, como se vestiam para morrer, no século XII. | Antropologia física, métodos de estudo. | Características diferenciais do sexo em osteometria: Estatura; Idade na altura da morte. | Raciologia: Morbilidades; Neoplasias; Infecções e doenças degenerativas dos maxilares e dentes; Dados demográficos. | Necrópole moçárabe, cemitério dos cruzados. | Escavação da sacristia da actual igreja de S. Vicente de Fora: Descrição das sepulturas. | Descrição das ossadas. | Aspectos estatísticos: Necópole teutónica; Necrópole moçárabe; Estatura; Idade; Determinação do ácido desoxiribonucleíco (vulgarmente ADN). | Osteometria. | A ritualização da morte. | Bibliografia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

23 dezembro, 2020

HISTÓRIA DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 1 : 1648--1942. [S.l.], [s.n. - Comp. e imp. na Imprensa dos Pupilos do Exército, Lisboa], [19--]. In-8.º (21 cm) de 72 p. ; B.
1.ª edição.
Resenha histórica do Regimento de Infantaria n.º 1, com múltiplas referências à sua participação na Grande Guerra e um capítulo dedicado ao conflito que traça o roteiro do Regimento por terras de França, incluindo a descrição da batalha de La Lys. Enumera ainda as perdas de Infantaria n.º 1 na Flandres - mortos, feridos, gaseados e prisioneiros.
No final do livro em "Um exemplo de bravura e de brio militares" é descrita a acção heróica do soldado Francisco Balbino - servente n.º 1 de metralhadoras - em 9 de Abril de 1918, durante a Batalha do Lys.
Contém o hino do Regimento de Infantaria n.º 1, a lista dos seus comandantes e das suas efemérides.
"Em Agôsto de 1914 rebenta a Grande Guerra, declarando o Chefe do Govêrno Português, no Parlamento, no dia 8 dêsse mês, que Portugal em circunstância alguma faltaria aos deveres de aliança, livremente contraídos com a Inglaterra.
Como consequência desta política é logo em Outubro organizada uma Divisão completa a que se dá o nome de Divisão Auxiliar à França, a qual se deveria preparar para marchar oportunamente a enfileirar-se ao lado dos aliados na frente ocidental da Europa. Desta Divisão deveria fazer parte o 1.º batalhão do Regimento de Infantaria n.º 1.
Os aliados, porém, pretendem que Portugal se não comprometa com uma declaração de guerra e pedem simplesmente que lhe seja fornecida artelharia.O Ministro da Guerra opôs-se, por entender que seria uma afronta para o Exército Português o fornecimento de material sem o pessoal para o servir.
As negociações diplomáticas vão-se arrastando e a 9 de Agôsto de 1915 o Govêrno Português resolve que a Divisão cuja mobilização se estava preparando como auxiliar à França, passaria a ser destinada a criar um nucleo de tropas capaz de fazer face a qualquer emergência onde quer que se tornasse necessária a sua intervenção. E assim nasceu a Divisão de Instrução que, em Março de 1916, se reüniu no Campo de Manobras de Tancos, a fim-de se preparar para a eventualidade reputada inevitavel de combater o inimigo no Continente da República, nas nossas Colónias, ou em qualquer parte do Mundo. [...]
Foi a Divisão de Instrução que veio a constituir o nucleo do Corpo Expedicionário Português que, a partir de Janeiro de 1917, foi enviado a França, enfileirando-se ao lado dos aliados, a fim-de combater os alemães que no dia 9 de Março de 1916 nos tinham declarado a guerra.
A 27 de Maio de 1917 embarcou para França o 1.º Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 1, indo acantonar em Ouwe-Werquim onde começou a receber instrução. Passado um mês mudou para Euquim-les-Mines de onde as companhias isoladamente foram completar a sua instrução ás trincheiras inglesas proximas de Locon. [...]
Em 21 de Novembro de 1917 foi render Infantaria n.º 14 no sector de Fauquissart II.
Pelas 15 horas de 23 dêsse mesmo mês um intenso bombardeamento de artelharia e morteiros é feito sobre as 1.ª e 2.ª linhas, trincheiras de comunicação e comando do batalhão.
Após 10 minutos de fogo, forças alemãs, no efectivo de aproximadamente 1 companhia, lançam-se ao assalto da 1.ª linha, onde havia um saliente, o Red Lamp Corner, que estava apenas a 40 metros das trincheiras inimigas e foi o primeiro a ser assaltado.
Encontrava-se neste saliente um posto com o efectivo de 6 praças comandadas por um 2.º cabo que, depois de atacado à granada de mão e a tiro de pistola, é intimado a render-se, chegando mesmo algumas praças a ser agarradas pelo inimigo. A guarnição responde, porem, a esta intimação com um fogo vivo de espingarda e granada de mão, travando-se um combate renhido de que resultou ficarem feridos 1 oficial e alguns soldados alemães, um dos quais foi feito prisioneiro.
Repelida esta investida, novas se fazem mas foram também repelidas e com o mesmo denodo, mostrando sempre as praças o maior sangue-frio."
(Excerto de A acção do Regimento de Infantaria n.º 1 durante a Grande Guerra)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
25€

22 dezembro, 2020

NORONHA, Eduardo de - O VESTUARIO : historia do traje desde os tempos mais remotos até á Idade-Média.
Compilação das obras de maior autoridade sobre o assunto. Ornada com mais de duzentas gravuras. Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1911. In-8.º (19 cm) de 317, [3] p. ; mto il. ; B.

1.ª edição.
 
Interessante monografia sobre a história do vestuário.
Obra ilustrada com duas centenas de belas gravuras a acompanhar o texto.
"Todas as nações civilizadas, que dispôem de ampla instrução publica, possuem obras mais ou menos desenvolvidas sobre a indumentaria ou historia do vestuario, uniformes, armaria, ceramica, mobiliario, meios de transporte, ourivesaria, carpintaria, etc., etc. As tentaivas feitas em Portugal e, se não estamos em erro, no Brasil, neste genero, teem sido tão pequenas e tão isoladas que, quasi se pode afirmar, não contam nenhum trabalho completo.
Seria prolixo demonstrar quanto é necessaria ás pessoas que se dedicam ás Bellas Artes; ao operariado de diversas industrias, graficas ou não; aos artistas de theatro; aos que exercem a sua actividade de espirito na literatura, em geral, e na dramaturgia, em particular; aos escritores militares; aos jornalistas; aos críticos de arte; e até ás creanças; a quantos aproveita o estudo da archeologia, de perto ou de longe, que são todos quantos teem olhos para ver e cerebro para pensar, especialistas ou amadores, uma obra desta categoria."
(Excerto da introdução, Ao leitor)
 
Matérias: I - Semitas e etíopes. II - Cananeos, fenicios e hebreus. III - Assyrios e babylonios. IV - Os arabes. V - Médos, persas e tríbus da Asia Menor. VI - Os gregos. VII - Os etruscos. VIII - Romanos. IX - Celtas (gallos) e germanos. X - Sarmatas e dacios. XI - Scytas e partos. XII - Os ultimos tempos da Roma christan. XIII - Os byzantinos. XIV - Anglo-saxões e anglo-normandos. XV - Francos. XVI - A França feudal. XVII - Os allemas na Italia. XVIII - Italianos. XIX - Inglêses e francêses. XX - Hespanhoes e mouros. XXI - A Alemanha nos seculos XIV e XV. XXII - Vida mediéva, militar e particular.
Exemplar brochado em em bom estado geral de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel nos cantos.
Invulgar.
20€