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quarta-feira, 28 de março de 2018

Atriz de 'A festa de Babette', Stéphane Audran morre aos 85 anos



Atriz de 'A festa de Babette', Stéphane Audran morre aos 85 anos

Ela estava doente, foi internada, voltou para casa e morreu no domingo, na França 

Por Com agências internacionais
27/03/2018 16:14 / Atualizado 27/03/2018 18:59



SÃO PAULO - O público brasileiro vai lembrar dela em "A festa de Babette" (1987), de Grabriel Axel, no papel-título de uma francesa que prepara um banquete para os moradores de uma pequena e conservadora vila dinamarquesa do século XIX. Os cinéfilos mais dedicados vão identificá-la como um dos seis comensais de "O discreto charme da burguesia" (1972), de Luis Buñuel, filme no qual um jantar nunca começa devido a interrupções as mais absurdas. No entanto, a atriz francesa Stéphane Audran, morta nesta terça, aos 85 anos, conquistou sua fama sob a direção de um de seus maridos, Claude Chabrol (1930-2010), com quem ela trabalhou em 23 filmes, frequentemente interpretando mulheres burguesas adúlteras ou traídas - sempre chamadas Hélène.

- Minha mãe estava doente há algum tempo. Ela foi hospitalizada há dez dias e voltou para casa. Ela partiu pacificamente esta noite por volta das duas da manhã - disse o filho dela, Thomas Chabrol, à agência francesa AFP.

O chamado "ciclo Hélène" começa com "A mulher infiel" (1969), no qual Stéphane interpreta a mulher de um executivo que passa a ser investigada. O tema da infidelidade e da traição sempre esteve no radar de Chabrol. Sob a direção dele, ela recebeu o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim por "As Corças" (1968), o BAFTA de melhor atriz por "Just avant la nuit" (1971) e o César de melhor atriz coadjuvante por "Violette" (1978).

- Stéphane era uma atriz muito boa. Era ótima para interpretar mulheres livres e independentes, como era na vida - reagiu o diretor francês Jean-Pierre Mocky, que dirigiu a atriz em "Les Saisons du plaisir" (1988).

Nascida Colette Suzanne Dacheville, em Versalhes (Yvelines), a 8 de novembro de 1932, Stèphane foi casada primeiro com Jean-Louis Trintignant, que conheceu antes de iniciar a carreira, em um curso de interpretação. A relação foi rápida. Depois, Trintignant se casaria com Brigitte Bardot.

A atriz conheceria Chabrol em 1959, durante as filmagens de "O signo do leão" (1962), primeiro longa-metragem de Eric Rohmer. Em seguida, o futuro marido a escalaria para o elenco de "Os primos" (1959), em um papel coadjuvante. Foi o início de uma colaboração prolífica, com até quatro filmes por ano. Ambos se casaram em 1964, depois de terem um filho, Thomas. Eles se separaram em 1980, mas a colaboração artística continuou por algum tempo.