Mostrando postagens com marcador Frank Miller. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Frank Miller. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Frank Miller / “Batman está sempre de mau humor”



Frank Miller

“Batman está sempre de mau humor”

Autor e desenhista é a estrela do Salão Internacional de Quadrinhos de Barcelona






Frank Miller faz sua aparição e sinto que tenho que esfregar os olhos: mais parece um arquivilão das histórias em quadrinhos depois de ter apanhado repetidamente de algum super-herói. Já se sabe que Miller – uma lenda viva do mundo dos comics, o homem que devolveu ao Batman toda a sua dignidade e obscuridade [foi o roteirista de 'Batman, Ano 1', que reformulou a origem do herói] – enfrentou uma doença grave, da qual ele não fala. Mas nada me prepara para encontrar com ele cara a cara. Caminha com dificuldade, com o corpo torto, e sua figura e seu rosto mostram uma devastação que parece incompatível com sua idade (nascido em 1957, em Olney, no Estado americano de Maryland, ele completou 59 anos em janeiro). É extraordinariamente parecido com Freddy Kruger, semelhança para a qual contribui o chapéu de abas largas com que se apresenta e que, ainda por cima, lhe confere um ar de velho profeta alienado. Exibe uma barba despenteada, como a de um moleque, e veste uma camiseta com um desenho bem grotesco do Batman que ele próprio fez. Contempla tudo com olhos inquisitivos e quando pousa o olhar sobre você, é difícil conter um calafrio. Frank Miller, o criador de Sin City, 300, Ronin e Elektra, é a estrela do 34o Salão Internacional de Quadrinhos de Barcelona, que abriu suas portas nesta sexta-feira e no qual ele deve autografar exemplares de suas obras.
Surpreendentemente, apesar da imagem que transmite e de sua fama de homem polêmico e visceral (por não falar de suas criações), Miller se mostra muito simpático. Pode parecer um Ecce homo, mas ostenta uma inteligência brilhante e dá respostas com humor e ironia. Uma das coisas mais surpreendentes é que ele não se considera, de jeito algum, uma pessoa atormentada.
Quando digo a ele que nascemos no mesmo ano, ele me olha entortando ainda mais o gesto, mas esboça um sorriso. Ressalto que nós dois conhecemos desde jovens o velho Batman, um cara desleixado, desprestigiado, vestido com uma roupa lilás que lhe caía pessimamente, um perdedor e herói dos fracassados. Como esse indivíduo se tornou o Cavaleiro das Trevas, ícone da atormentada modernidade? "Ele era um herói de folclore, e esses heróis, que todas as gerações têm, envelhecem mal. Quando o conheci, ele era como você descreve: velho e gordo, estava cansado, e seu programa de TV era muito bobo. Suas revistas já não vendiam bem. Então, quem era o Batman? O Batman tinha que mudar. A DC Comics me perguntou se eu podia salvar o Batman. E eu disse que sim". Pensando bem, 'o homem que salvou o Batman' pode ser um ótimo título para mim".
E qual foi a receita? "Eu o tornei mais velho e muito mais irritado", conta. Miller contempla as mãos pelas quais nasceu o novo homem-morcego transformado no zangado Cavaleiro das Trevas. "Eu vivia em Nova York na época. Só tive que olhar em volta. Ali estavam todos os motivos para que o Batman voltasse dessa maneira. Era 1985. Havia criminosos por toda a parte. E em 1986 terminei O Cavaleiro das Trevas. Batman saiu da aposentadoria e voltou a fazer o que sempre fez de melhor: dar surras nos malvados".
Neste momento, Frank Miller sorri abertamente e até gargalha. O riso parece sair um pouco da boca, como nos quadrinhos. Um riso seco. Será que o Batman é Frank Miller, assim como Madame Bovary era Flaubert? O artista adora a comparação. "Batmanc'est moi? O Batman é os meus sonhos. Minhas histórias são meus sonhos. Todo personagem que crio ou desenho é parte de mim. Mas nem tenho carro, não posso saltar pelos telhados e você poderia me dar uma surra". Ele diz isso com um sorriso que me faz pensar que o Coringa também parecia um espantalho e nunca teria vontade de encontrá-lo em um beco escuro. Frank Miller está atualmente longe de ter os músculos do Batman, mas será que não há uma identificação existencial? "Bem, estou irritado. E o Batman está sempre de mau humor".
O que é um herói? Se há alguém que saiba isso deve ser Miller. "Um herói é um homem ou uma mulher que faz o que é certo. Se existem heróis é porque o mundo precisa deles. O mundo não está bem, e precisa deles. Precisamos de alguém superior, mais valente, para nos ajudar. E eles nem precisam voar". Mas seus heróis, e a maioria deles, de maneira geral, desde que o homem é homem, de Édipo ao Capitão América e a Wolverine, são pessoas atormentadas, não? "A motivação do Batman vem da sua dor. Ele encontra consolo e até um tipo de felicidade em dar sentido a um mundo demente, enlouquecido".






O último Batman desenhado por Frank Miller.


Elektra, os espartanos de 300... Diríamos que a Grécia lhe cai bem. "Me interesso muito pela cultura grega. Sou obcecado pelos mitos e heróis desde muito jovem. Os gregos entenderam muito bem a ideia do herói, que eles imaginavam como filhos de Deus e humanos. Devemos muito a eles. Os super-heróis são a mitologia norte-americana. Simplesmente pegamos um herói clássico, colocamos nele uma roupa justa e damos poderes a ele". Poderia se dizer muito da húbris dos super-heróis. Os olhos de Frank Miller brilham com um flash de cumplicidade. "Sim, húbris, o defeito fatal, a falha, o desejo de transgredir os limites, o orgulho que é castigado. Existe nos super-heróis e nas pessoas comuns. Em qualquer personagem, herói ou vilão, existe esse defeito. Se o Superman fosse um homem mais fraco, seria um ditador. E se o Batman não fosse, no fundo, um homem bom, seria um criminoso". Não sei por que me ocorre que o senhor deve ter lido Joseph Campbell. Ele volta a sorrir. "Aha! O 'Herói de Mil Faces".
Falemos do Demolidor. Que herói mais diferente. Um deficiente, um cego. "Ah, o Demolidor é um personagem maravilhoso? Tive muita sorte porque não vendia bem, ninguém gostava dele, e também me pediram para que o redimisse. Eu aceitei desenhá-lo porque ninguém queria fazer isso. E por isso, me deixaram fazer o que eu quis. Tive muita sorte, porque ele agradou". Todos os seus personagens parecem se mover em um espectro de relatividade moral. "Não acho. Acho que minha obra, na realidade, é bastante moral. É o bem contra o mal. Essa é a base. Mas não é algo simples. Se fosse, meu trabalho seria mais fácil".
Miller foi criticado por empregar muita violência e sordidez em suas histórias e desenhos. Será que Frank Miller é o Tarantino dos quadrinhos? "Nós trabalhamos juntos em Sin City e nós dois metemos bastante medo", responde o artista. E acrescenta outras semelhanças: "Temos um senso de humor estranho, e nós dois gostamos das mulheres japonesas que assustam. Nós dois gostamos de meter medo nas pessoas, mas sempre com esse senso de humor esquisito".
Como criador de Elektra, o que pensa das super-heroínas, a quem o salão em Barcelona dedica uma exposição – e da mulher nos quadrinhos, de maneira geral? "Bem, Elektra não é uma super-heroína. É uma vilã muito atraente. As mulheres trouxeram e estão trazendo uma grande contribuição aos quadrinhos. Mas muitas ainda fazem falta: super-heroínas, desenhistas, escritoras e leitoras".



quinta-feira, 31 de julho de 2014

Batman faz 75 anos



Batman faz 75 anos

Nesta quarta-feira, 23 de julho, acontece o ‘Dia do Batman’, em milhares de livrarias dos EUA



O Batman exclusivo para EL PAÍS assinado pelo desenhista Carlos Rodríguez.
“É como um diamante inquebrável. Poderia colidir contra a parede ou o teto sem ficar nem sequer com um risco. Era só questão de encontrar a faceta que ninguém havia usado nunca.” A citação, em tom reverencial, quase religioso, é do roteirista e desenhista Frank Miller (300Sin City), provavelmente a definição mais célebre do justiceiro de Gotham. Milionário playboy durante o dia. Gárgula vivente, flagelo do mal à noite. Batman. Um herói humano no Olimpo dos deuses dos quadrinhos. Um diamante de psique torturada que um sem-fim de artistas reinterpretou sem descanso em gibis, filmes e videogames. Um mito que agora completa 75 anos. O ano de suas 75 velinhas encontra o Cavaleiro das Trevas no auge do sucesso, em pé e sorridente sobre uma das gárgulas de Gotham, de onde sempre vigiou sua cidade. Sobram-lhe motivos para estar de bom humor. Um novo filme em andamento, Batman v Superman: Dawn of justice (2016), com a criticada escolha de Ben Affleck sob a máscara. A conclusão da tetralogia do videogame Batman Arkham, que vendeu mais de 12 milhões de cópias. E um macroevento que se realiza nesta quarta, rebatizado como Dia do Batman, e que tem milhares de lojas de quadrinhos nos Estados Unidos cantando parabéns pelo aniversário. Mas tudo começou como um sonho humilde. O sonho de um desenhista (Bob Kane) e um sapateiro (Bill Finger).
1938. Uma festa qualquer em Nova York. Finger e Kane apertam pela primeira vez as mãos. O encontro é narrado em detalhes no livro Batman: serenata nocturna (Timun Mas, 2014), de David Hernando (editor de Batman na Espanha durante seis anos), crônica do grande esquecido na criação do personagem: o sapateiro Finger. Hernando descreve um Finger retraído, apaixonado por cinema e Mozart, e um Kane deslumbrado e voraz que logo percebeu o negócio. Aquele cara poderia dar-lhe uma fortuna se escrevesse os gibis que ele desenhara. Kane ofereceu o trabalho, e Finger, que ainda não havia escrito uma linha sequer, aceitou. Sem saber que Kane ocultaria sua importância capital na gênese da personagem e arrebataria toda a fama. Afronta que a DC emendará nesta quarta, incluindo pela primeira vez a assinatura de Finger em uma capa, a do número especial que comemora o aniversário.
Salto no tempo para maio de 1939. Detective comics nº27, primeira ilustração. Grandes letras brancas avisam: Batman. Uma silhueta recortada com o que parece ser uma capa desdobrada e duas pequenas orelhas pontiagudas. Era o ser evocado pelo dicionário de psicologia consultado por Finger enquanto ele e Kane, desesperados, tentavam sair do aperto de criar um novo super-herói depois do Super-Homem ter arrasado. “Kane queria criar uma cópia do Super-Homem. Mas Finger se empenhou em fazer algo muito mais sombrio. Queria um detetive”, revela Hernando. O desenho original de Kane estava longe da figura icônica mundialmente conhecida. Um sujeito vestido de vermelho, com duas asas de morcego surgindo nas costas, máscara e o rosto descoberto. Um esboço que Finger corrigiria à saciedade, inspirando-se em outra personagem de seriados muito popular, o Sombra, até chegar a essa silhueta que se vislumbrava na primeira ilustração.


O Batman original imaginado por Bob Kane que logo seria corrigido por Bill Finger segundo mostra o gibi: 'Bill, the boy wonder'.
Os anos 40 foram o esplendor para o cavaleiro das trevas. Nasceram o Coringa, Charada, Duas-Caras e Mulher-Gato, vilões que tinham muito mais a ver com Jung ou Freud do que com ficção a científica desenfreada que outros super-heróis enfrentavam. Nasceu também a origem da personagem, uma das gêneses mais dramáticas de um super-herói. À saída do cinema com os pais, um rapaz filho de milionários, Bruce Wayne, fica órfão por causa da cobiça de um ladrão vulgar. Dois disparos acabam com seus pais. São as ilustrações da origem da personagem em Detective Comics nº33 (1939). De novo, uma ideia de Finger. As bases do sucesso estavam assentadas e tudo parecia caminhar à perfeição para o justiceiro das trevas. Mas a psicologia, que tanto contribuiu para o gibi do Batman, estava a ponto de cobrar seu preço. “Milhares e milhares de postos de trabalho perdidos. Uma censura brutal. Foi uma débâcle. A maior crise da história dos quadrinhos." Quem fala é Dennis O’Neal (Missouri, 1939), roteirista e editor de Batman durante três décadas. A hecatombe a que se refere foi a publicação do best-seller de Fredrick Wertham, Seduction of the innocent (Rinehart & Company, 1954), um livro em que o psicólogo de origem alemã apontava os gibis como um dos maiores culpados pela alta delinquência juvenil nos Estados Unidos. O’Neil destaca a magnitude da catástrofe: “Chegaram a queimar pilhas de gibis nas ruas. Muitíssimas coleções acabaram e a maioria das editoras foi fechada. Os quadrinhos estiveram a ponto de morrer. Dos super-heróis, só o Super-Homem e o Batman aguentaram.”


Primeira página de Batman em quadrinhos, os desenhos que abrem o 'Detective comics nº 27'.
Mas de que maneira. Os anos cinquenta são os anos de vergonha para a personagem. Contava com Robin e passou a ter uma Batfamília, com o Bat-Cão incluído. Enfrentava vilões tão tortuosos como Duas-Caras ou o Coringa e passou a lutar em outros planetas contra alienígenas. Um broto do que era o Batman daquela época. Capa da revista Batman nº 97 (1956): Batman e Robin com matrazes e tubos de ensaio olhando para o Bat-Cão que tem na boca uma foto de suas identidades secretas. Robin: “Olhe! Uma foto de Bruce Wayne e Dick Grayson, Ace descobriu nossas identidades secretas!”. Batman: “Você será um grande detetive!”.
Os anos sessenta foram o momento de levantar a cabeça. E o primeiro passo no futuro da personagem e de toda a indústria dos quadrinhos: ser um laboratório de ideias para o audiovisual. No dia 12 de janeiro de 1966 foi ao ar o primeiro dos 120 episódios de Batman, série de televisão protagonizada por Adam West. Seu espírito era muito camp, na linha festiva do Batman daqueles anos, mas regularizou a presença da personagem e de seus vilões. “Produziu-se uma retroalimentação entre a série e o gibi que logo se repetiria com os filmes. Para o pessoal de Hollywood, a personagem só interessava porque era algo que podia render muito dinheiro, mas contribuiu para tirar o gibi do ostracismo”, afirma O’Neil. O êxito da série pavimentou a nova era dourada que estava prestes a começar.

Um livro de psicologia provocou a maior crise do gibi ao acusá-lo de corromper a juventude
Batman, vinte e poucos anos, em uma Gotham cheia de putas, brutais gangues de rua e polícia corrupta. Batman, 50 anos, em um futuro distópico ao estilo de Blade runner. Entre esses dois, o rapaz sem experiência (Batman: Ano um) e o homem maduro que pendurou a capa e volta anos depois (Batman: A volta do cavaleiro das trevas), se forjou grande parte do boom artístico e comercial das histórias em quadrinhos americanas nos anos oitenta. Seu autor, Frank Miller, um artista naquela época kamikaze, que havia revolucionado Daredevil, algo assim como oBatman da Marvel, e que tinha uma ideia muito clara de como misturar reflexão sociopolítica, o futuro orwelliano e a violência com os super-heróis.


Capa de 'Batman #97', na qual se vê a sagacidade do detetive 'Bat-Cão'.

Mas Miller, que ficou com todos os méritos, se beneficiou do trabalho de limpeza que na década anterior havia sido feito por Dennis O’Neil –como editor e escritor– e Neil Adams –como artista revolucionário. O’Neil explica como dinamitou a personagem: “Me deram carta branca. Bill Finger me passou o bastão e pude tomar decisões radicais. Primeira: Batman sozinho, nem Robin, nem nada. Segunda: os vilões clássicos e obscuros assumiam o protagonismo”. E um terceiro ingrediente para a fórmula mágica: risco artístico. De dezembro de 1988 a janeiro de 1989, O’Neil encabeçaria uma aposta radical: Uma morte na família. Os leitores, discando 1-900-720-2666, deviam decidir se o segundo Robin, Jason Todd, deveria morrer ou viver. 5.271 pessoas disseram que não. Mas 5.343 disseram sim. O Coringa, armado com uma alavanca de ferro, golpeia Robin até a morte. “Foi a primeira vez que senti o gibi como algo mais que um trabalho. Percebi que realmente tínhamos um impacto emocional enorme em nossos leitores, que estávamos fazendo arte”, recorda O’Neil, emocionado. Resultado: Hollywood focalizou Batman, Tim Burton dirigiu Batman (1989) e a era do blockbuster super-heróico começava.


Portada de 'El regresso do caballero escuro', a distopía futurista com Batman de Frank Miller.Capa de 'A volta do cavaleiro das trevas, a distopia futurista com o Batman de Frank Miller.
Há uma ponte diáfana que conecta o Batman de 1989 com a recente trilogia de Christopher Nolan, que faturou quase 2 bilhões de euros (cerca de 6 bilhões de reais), e a situação da personagem hoje em dia. A sombra do poder de Hollywood se estende sobre o cruzado encapuzado. Por sua vez, o videogame obteve um sucesso que volta a deixar pequeno tudo o que se pode conseguir no gibi. Um filme como O cavaleiro das trevas ressurge (2012), recordista de público entre os nove filmes da personagem, arrecadou mais de 800 milhões de euros (aproximadamente 2,4 bilhões de reais). Uma cifra muito acima do valor de toda a indústria do gibi (menos de 600 milhões de euros anuais, algo como 1,8 bilhões de reais).

Frank Miller revolucionou o Batman com um coquetel de sociopolítica, futurismo 'orwelliano' e violência
“É um risco muito grande e creio que pode ter um efeito terrível sobre a liberdade dos roteiristas. Me dá muito medo”, afirma Brian Azzarello, um de os criadores que mais revolucionaram a personagem nos últimos anos, especialmente em Batman: o cavaleiro da vingança (2011), uma história na qual os pais de Bruce Wayne sobrevivem e se transformam em Batman e no Coringa. Outros, como Dennis O’Neil ou Katie Kubert, a primeira mulher a ser editora da personagem, o veem com mais otimismo: “Somos seu laboratório de ideias. O gibi sempre foi o lugar onde se forjam as revoluções que depois chegam ao cinema”, afirma Kubert. O’Neil é menos romântico: “É bom para eles usar-nos como storyboard, porque quando colocam duzentos milhões de dólares sobre a mesa não se pode correr o risco de experimentar para ver como fica”.
Se Batman poderá fazer outros 75 anos é algo à mercê do acaso. Mas os criadores acreditam que sim. “Claro que ele pode reinventar-se outra vez. O Super-Homem é muito mais rígido. Mas o Batman sempre pode se renovar”, afirma Azzarello. Neil Gaiman, que escreveu a morte definitiva de Batman em O que aconteceu ao cavaleiro das trevas?(2009), o vê como um vovô centenário por uma razão muito simples: “Batman funciona. Tudo nele encaixa. O traje encaixa. Suas origens encaixam. E há algo mais. O Super-Homem vem de um planeta que foi pelos ares. Assim, a cada dia que a Terra continua intacta, o Super-Homem tem um passo de vantagem. Os pais do Batman foram assassinados. De modo que a cada dia que sai para lutar, tem um passo de desvantagem”.