Mostrando postagens com marcador Cartas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cartas. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

As cartas do inédito amor entre Frida Kahlo e um artista espanhol

Uma das cartas de Frida Kahlo a Bartolí. DOLYLE NEW YORK

As cartas do inédito amor entre Frida Kahlo 

e um artista espanhol

Casa de NY leiloará 100 páginas de correspondências entre mexicana e pintor Bartolí

 Cidade do México 6 ABR 2015 - 20:51 BRT


A artista mexicana Frida Kahlo. / DOYLE NEW YORK
Ele dava uma aula de amor que ela nunca tinha experimentado antes. Era apaixonado, carnal, mas também terno. É o que ela diz nas cartas que não assinava como Frida Kahlo, mas como Mara. E ele não era Josep Bartolí, o artista espanhol que teve de fugir da Guerra Civil e sobreviver a campos de concentração, mas Sonja – nome de mulher – e respondia de Nova York. Nessa cidade serão leiloadas em 15 de abril as mais de 25 cartas inéditas que a artista mexicana enviou a seu amante entre 1946 e 1949 em que, além disso, fala de uma possível gravidez até agora desconhecida.
Em uma carta de 46, a artista confessa ter tido um atraso menstrual. E então aparece a Kahlo mais melosa: “Consegue imaginar um pequeno Bartolí ou uma Marita?”

Uma das cartas escritas por Kahlo a Bartolí. / DOYLE NEW YORK
Imobilizada em uma cama de Nova York, esperando uma difícil operação em sua coluna vertebral, Frida conheceu Bartolí graças a sua irmã. Cristina, que tinha acompanhado a artista ao hospital, apresentou-os e ele a visitou nos dias em que esteve internada. Quando se recuperou e retornou ao México, começaram uma intensa correspondência. Sempre assinando com nome de mulher para evitar as suspeitas de seu marido. “Rivera tolerou o amor de Kahlo com outras mulheres, mas era tremendamente ciumento com os homens”, explica Hayden Herrera, biógrafa de Frida Kahlo.
A casa Doyle, encarregada do leilão, explicou que as cartas contêm vários desenhos, fotografias, flores imprensadas e outras lembranças. Somam, ao todo, mais de 100 páginas. Bartolí guardou a correspondência com Kahlo até sua morte, em 1995, e posteriormente sua família vendeu-as a seu atual dono, que agora leiloa o material. A expectativa é que as cartas alcancem um valor entre 80.000 e 120.000 dólares (240.000 a 360.000 reais).
Kahlo também fala em seus textos sobre algumas de suas pinturas mais conhecidas, de sua tumultuada relação com o muralista mexicano Diego Rivera, da dificuldade que enfrentava para desenhar por causa de sua doença e da solidão que sentia. Em uma carta datada de 12 de dezembro de 1946, a artista conta: “Estou trabalhando devagar, mas com muito prazer. Terminei um desenho que devia a Marte R. Gómez, e não é muito feio”.


Uma das cartas de Frida Kahlo a Bartolí. / DOLYLE NEW YORK
Hayden Herrera, adverte que as cartas fazem sentir certa claustrofobia, como a que ela devia sentir em sua vida. E faz certa chantagem emocional com Bartolí: “Promete que vai melhorar por ele, que só ele pode fazê-la feliz e que ele é o apoio sem o qual não poderia pintar”, aponta Herrera.
Em outubro de 1946 Kahlo escreveu: “Meu Bartolí... não sei como escrever cartas de amor. Mas quero te dizer que meu ser está aberto para ti. Já sabes, meu céu, choves sobre mim e eu, como a terra, recebo-te. Mara”.



segunda-feira, 8 de junho de 2015

A mais bela carta de amor de todos os tempos

A MAIS BELA CARTA DE AMOR DE TODOS OS TEMPOS


PUBLICADO EM MUSICA POR DÉBORA MARX

June Carter e Johnny Cash viveram uma história de amor memorável, regada de música, parceria e paixão. A carta de Johnny ganhou o título da mais bela de todos os tempos, mas a simplicidade e a verdade que ela nos transmite transcende à qualquer nomeação.

obvious june 4.jpg
Um dos casais mais conhecidos do universo country , certamente, trata-se de Johnny Cash e June Carter. “O Homem de Preto”, como era conhecido Cash, viveu 35 anos ao lado de sua amada , com quem teve um filho e desenvolveu parcerias musicais, consideradas as mais criativas e bem-sucedidas da carreira de ambos.
Muitos sabem que o relacionamento dos dois antes do casamento era atribulado, mas que após a união matrimonial eles viveram uma historia bonita e doce de amor, feliz e frutífera- culturalmente e artisticamente- por mais de 3 décadas, sendo separados pela morte – de June- em 2003.
(Inclusive, a relação e o amor vivido nas músicas e na vida dos dois virou filme em 2005 : “Johnny and June)
Dessa forma, não é de se estranhar que após uma pesquisa de uma companhia britânica para descobrir a carta de amor mais bonita de todos os tempos, a mensagem de Johnny à June, em comemoração ao seu aniversário de 65 anos, ganhasse!
obvious 3.jpg 
Confiram a tradução:
“Feliz aniversário, Princesa
Ficamos velhos e nos acostumamos um com o outro. Pensamos parecido. Lemos a mente um do outro. Sabemos o que o outro quer sem perguntar. Às vezes, nós irritamos um ao outro um bocado. Talvez, algumas vezes, tratamos um ao outro como garantido. Mas de vez em quando, como hoje, refleti sobre isso e percebi o quão sortudo sou por compartilhar minha vida com a mulher mais incrível que já conheci. Você continua me fascinando e inspirando. Você me faz ser melhor. Você é o meu objeto de desejo, a razão #1 para a minha existência. Eu te amo em demasia. Feliz aniversário, Princesa.
Johnny”
Particularmente, não sei se é a mais bonita, mas nunca vi tanta sutileza e amor numa mensagem. A simplicidade e a experiência de uma relação amadurecida nos traz uma perspectiva de amor real e possível. A rotina diária expressa nas linhas nos mostra as sutis felicidades de uma relação duradoura e, talvez ai, esteja a verdadeira beleza.
E vocês? Também concordam com a escolha?

OBVIOUS




domingo, 28 de abril de 2013

Salinger / Cartas inéditas revelam vida privada de Salinger



Cartas inéditas revelam 

vida privada de Salinger

  • Escritor trocou correspondências com a canadense Marjorie Sheard, que hoje tem 95 anos

The New York Times
O Globo, 24 / 04 / 2013




Cartas de J.D. Salinger Foto: Reprodução


Cartas de J.D. Salinger Reprodução
NOVA YORK - O escritor J. D. Salinger morreu em 2012, aos 91 anos. Em vida, compartilhou pouco de sua vida pessoal, sendo considerado um mistério para a maior parte de seus leitores.
Mas agora cartas escritas por ele entre 1941 e 43 vieram à tona. Documentos que eram pouco conhecidos até então.
Na correspondência, que foi adquirida pela Morgan Library & Museum e compartilhada com o New York Times, o jovem Salinger se revela tão passional quanto Holden Caulfield, o adolescente questionador que se tornou seu mais emblemático personagem.
"Ele está só no limiar de sua carreira, mas sua voz está lá", diz Declan Kiely, responsável pela curadoria dos manuscritos. "É uma maravilhosa introdução a seus primeiros anos como escritor."
No começo de 1941, Salinger começou a trocar cartas com Marjorie Sheard, uma mulher de Toronto que costumava ler as histórias que o autor publicava na "Esquire" e na "Collier's". Escritora aspirante, Sheard pediu conselhos a Salinger e foi encorajada.
"Me parece que você tem instintos para evitar ser o tipo de garota que frequenta a universidade de Vassar", escreveu Sallinger em uma carta de 4 de setembro de 1941, sugerindo algumas publicações de pequeno porte que ela poderia tentar ser publicada.
Nos anos seguintes, Salinger enviou a Sheard nove cartas, todas elas bem-humoradas e um pouco galanteadoras. "Como você é?", escreveu o autor em 9 de outubro de 1941, pedindo para ela enviar uma fotografia. Um mês depois, ele se desculpou pelo pedido. "Escrevi num impulso ­— não muito bom".
Mas Sheard enviou a resposta junto com uma foto e o autor escreveu: "Garota sorrateira. Você é bonita".
Sheard, agora com 95 anos, guardou as cartas dentro de uma caixa de sapatos no armário. Há seis anos, ela se mudou para um asilo e deu as cartas a um parente, que também as guardou.
Recentemente, Sheard, junto com a família, decidiu vender as cartas ao museu Morgan, que expõe correspondências do autor. A decisão foi tomada por conta dos crescentes custos do repouso de Sheard. O museu se negou a dizer quanto pagou pelas missivas.
A sobrinha de Sheard, Liza, declarou ao "The New York Times" que as cartas tinham um imenso valor sentimental, particularmente porque sua tia nunca se tornou uma escritora publicada e viveu a vida como uma dona de casa.
"É como se fosse fantasia, porque aquela não era a vida dela. É uma mulher jovem escrevendo a uma estrela como se eles estivessem no mesmo patamar", afirmou.
Em suas primeiras trocas de cartas, Salinger diz que está relendo "Anna Karenina". Ele afirma que a obra não é tão boa quanto "Guerra e Paz", mas que é "um trabalho muito astuto". De Tolstoi, ele escreve brincando: "Acho que ele vai muito longe".
Além de recomendar suas próprias histórias, ele sugere que a Sra. Sheard leia "O Grande Gatsby" e "The Last Tycoon", de F. Scott Fitzgerald. Ela responde que Fitzgerald e Ernest Hemingway a incomodam da mesma forma.
No início de 1942, a correspondência de Salinger toma um rumo diferente, e ele pede que Sheard não traga à tona o conteúdo do seu ainda inédito trabalho sobre Holden Caulfield. "Só Deus e Harold Ross sabem o que aquele bando de duendes da equipe estão fazendo com o meu pobre roteiro", escreve ele, referindo-se ao fundador da revista "The New Yorker".
Em correspondências seguintes, Salinger brinca sobre sua iniciação na vida militar, fechando suas cartas com pseudônimos cômicos como "Fitzdudley", "Wormsley-Bassett" e "Flo e Benjy".
Mas outros detalhes que Salinger dava sobre si mesmo são ambíguos, senão fictícios. "Era para eu casar", ele escreve em uma carta de 28 novembro de 1942, "mas ela queria tudo dito e feito, na casa de seu pai em Hollywood".
Slawenski, biógrafo de Salinger, disse que não se pode ter certeza se isso era uma referência velada a relação de Salinger com Oona O'Neill, filha do dramaturgo Eugene O'Neill, ou para algum outro relacionamento. Slawenski diz que o fim do relacionamento com O'Neill, que casou com Charlie Chaplin, partiu o coração do autor.
"É mais provável que Salinger estava se exibindo para Marjorie Sheard enquanto tentava curar suas feridas românticas", explica.
Em outros lugares, Salinger menciona que está tentando seguir em frente em sua série de contos para a "The New Yorker", e faz referências a outros trabalhos inéditos e presumivelmente perdidos que ele fez naquela época.
Um desses trabalhos, chamado "Harry Jesus", "vem direto de dentro de mim", diz ele. "Vai arrancar o coração do país inteiro para depois devolver um orgão muito mais rico."
A possibilidade de sucesso em grande escala era aparentemente ultrajante para ele. Após escrever tudo, ele acrescenta: "Eu provavelmente vou fracassar por completo com isso".

http://oglobo.globo.com/cultura/cartas-ineditas-revelam-vida-privada-de-salinger-8204372#ixzz2Rdlv6xNQ