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sábado, 5 de março de 2016

Marilynne Robinson / A escritora que Obama cita em seus discursos


Marilynne Robinson

Marilynne Robinson, a escritora que Obama cita em seus discursos

Com quatro romances e quatro ensaios, é vista nos EUA como uma das grandes autoras contemporâneas


MARC BASSETS
28 FEV 2016 - 18:00 COT





“Seus textos me mudaram profundamente. E acredito que para melhor, Marilynne”, disse-lhe Barack Obama em 2013, quando entregou a ela a Medalha de Honra das Humanidades da Casa Branca. E, em setembro passado, o presidente dos Estados Unidos a entrevistou para a revista The New York Review of Books. A obra de Marilynne Robinson (Sandpoint, Idaho, 1943) é mínima. Quatro romances —Vida doméstica, Gilead, Em Casa e Lila: os três últimos ambientados em um povoado do Iowa e protagonizadas por pastores protestantes e suas famílias — e quatro livros de ensaios. Robinson é uma mulher risonha e serena, sem uma gota de cinismo. Parece maravilhar-se a cada minuto diante do mundo. Ela nos recebe em um luminoso escritório do Iowa Writers’s Workshop, em Iowa City, a lendária oficina de escritores na qual dá aulas desde o fim dos anos oitenta. Aqui lecionaram e estudaram clássicos das letras norte-americanas, de Flannery O’Connor a John Cheever, passando por Raymond Carver e John Irving.
P. Como aprendeu a ser escritora?
R. Redigia minhas coisas quando era pequena e lia muito. Na Universidade, tive aulas de escrita criativa, quatro semestres que foram de muita ajuda para mim.
P. O que aprendeu?
R. Aprendi, em primeiro lugar, com John Hawkes, um escritor que faleceu há 10 ou 15 anos, e foi muito proeminente em sua geração. Ele me ensinou a ter consciência de quando escrevia bem e quando não. Me tornou sensível a meu próprio estilo. Era bastante severo: odiava que se escrevesse mal. Eu não uso elogios nem críticas tão extremos quanto ele, mas foi muito útil para mim.
P. A sra. usa o método dele com seus alunos?
R. Às vezes pergunto ao aluno qual é a melhor parte de sua história, o melhor parágrafo, o melhor diálogo. É para que o escritor perceba o que sabe fazer bem: isto é o mais importante que um escritor pode fazer. Você deve aprender a se sintonizar com sua frequência. Não pode ser um imitador. O que as pessoas escolhem como o melhor de suas histórias é o mais individual. Um bom escritor não se confunde com outro.
P. A sra. dá um curso agora sobre o Antigo Testamento. O que os alunos aprendem nele?
R. Primeiro, descobrem o que é. Os que têm uma educação religiosa conhecem os 10 mandamentos e essas coisas, mas em termos de como funciona o relato bíblico como texto literário para eles é uma revelação.
P. Do ponto de vista do estilo?
R. Sim, e da forma. A Bíblia é muito autorreferencial. Com frequência pega emprestada a linguagem de escritos anteriores. É muito interessante para os escritores. Ou as comparações entre o Antigo Testamento e a escrita contemporânea do Oriente Médio, da Babilônia, por exemplo. Trata-se de ler textos com atenção.
P. Por que a sra. escolheu o Antigo Testamento para o seu curso?
R. Ontem falei do livro de Jó, que é uma grande influência de Moby Dick. Quando você lê o livro de Jó e vê a poesia no contexto ao qual Melville se refere, entende com uma profundidade que de outra maneira não conseguiria entender.
P. Que outros cursos prevê dar?
R. O fato é que me aposento depois do próximo trimestre. Minha vida se tornou tão complicada que não consigo ensinar e fazer as demais coisas com as quais me comprometi. Depois de todos esses anos, 26 ou 27, preciso deixar este edifício.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Gabriel García Márquez / O mundo inteiro lamenta a sua morte

García Márquez con Bill Clinton

O mundo inteiro lamenta a sua morte

Líderes de todo o planeta enviam condolências pelo falecimento de García Márquez, ocorrida na quinta-feira no México


Líderes de toda a América lamentaram a morte do criador de Cem anos de solidão, uma obra que vendeu mais de 50 milhões de cópias em todo mundo e que Carlos Fuentes qualificou como o “Dom Quixote americano”. O nome de Gabriel García Márquez, falecido nesta quinta-feria na Cidade de México, repetiu-se em vários cantos do continente que tantas histórias desfrutou contar.
O presidente dos EUA, Barack Obama, divulgou um comunicado no qual lembrou que conheceu o Premio Nobel colombiano em uma visita ao México e que, durante seu encontro, o escritor o presenteou com uma cópia de Cem anos de solidão. “O mundo perdeu um dos maiores escritores, um de meus favoritos desde que eu era jovem”, afirmou.
Bill Clinton, outro leitor de García Márquez desde sua juventude, lembrou que desde que leu a obra-prima do colombiano “há 40 anos” ficou “surpreendido”: “Capturou a dor e a alegria do comum de nossa humanidade em meios reais e mágicos”, assegurou.
Por sua vez, a mandatária brasileira, Dilma Rousseff, destacou as “personagens singulares” que nasceram da imaginação do colombiano. “Sua América Latina exuberante permanecerá marcada no coração e a memória de seus milhões de leitores”. Seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, definiu ao autor de Crônica de uma morte anunciada como um “extraordinário escritor, um exímio jornalista, um grande militante das causas democráticas populares e um símbolo para todos nós da América Latina e do mundo”.
“A cultura latino-americana está de luto”, declarou o diário oficial cubanoGranma. García Márquez e Fidel Castro mantiveram uma próxima relação ao longo dos anos. O venezuelano Nicolás Maduro definiu o colombiano como um "amigo sincero e leal dos líderes revolucionarios que levantaram a dignidade da América de Bolívar e Martí". Seu homólogo equatoriano, Rafael Correa, assegurou: “Teremos anos de solidão, mas ficam suas obras e amor pela Pátria Grande. Até a vitória sempre!”.