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20.8.22

Diego Mendes Sousa: AVE DOÍDA

 



Ave doída



O poeta

é aquele

ser risível 

que opera,

pesa, sente,

sangra 

e galopa

insano.


Dói

o espanto

e se 

descoisificam

os nomes.


Como dói o espanto?

Como dói o espanto!

Como dói o espanto.


O poeta dói-dói

é essa ave doída

ridícula e ferida

que sonda

o abismo

o tempo

a vida


as ruínas


e voa

só voa só voa

só voa







SOUSA, Diego Mendes. AVE DOÍDA

8.5.22

Diego Mendes Sousa: "A TERRA E O SER"




A TERRA E O SER


Chorar

desnuda

o ser.


A chuva

encharca

a terra.


O choro

limpa a alma,

molha o rosto,

lava o tempo

e a saudade.


O mar

escapa

pelas

artérias

da dor.


Chorar

é enxurrada

de beleza

que arrasta

as palavras

de amor.





SOUSA, Diego Mendes.  "A TERRA E O SER". In:_____ Rosa numinosa. Teresina: Ed. do Autor, 2022.

5.7.20

Diego Mendes Sousa: "Fanal do colo agônico"




Fanal do colo agônico


O passado e eu conjugamos
uma interrogação triste?

Paro,
a esperar que o tempo intimidado
olhe-me cara a cara
a fim de que renasça pasmado e luminoso.

Fico -- como um ausente sem endereço --
em uma rua escura de um outono febril
a ver ainda pássaros negros
no agônico coração amargo.

Sou -- mirando os meus labirintos em queda --
a cachoeira ruminando horizontes fantasmas
e esquecidos.
Eu e o passado,
triste exclamação conjugada!





SOUSA, Diego Mendes. "Fanal do colo agônico". In:_____. Fanais dos verdes luzeiros. Guaratinguetá, SP: Penalux, 2019.

23.2.20

Diego Mendes Sousa: "Tinteiros da propensão almejada"




Tinteiros da propensão almejada

Entendido
em humanidade,
bacharel em poesia,
doutor em dor
inclinado
para o amor

(em proeminência
sobre o poema)

na obediência
à Musa.






SOUSA, Diego Mendes. “Tinteiros da propensão almejada”. In:_____. Tinteiros da casa e do coração desertos. Guaratinguetá: Penalux, 2019.


7.11.19

Diego Mendes Sousa: "Procurador de enigmas"




Procurador de enigmas

Parei o tempo.
Ele não parou por mim!
[tão de repente tão leve sono no imponderável (?)]
Nem poderia paralisar-se,
porque fiquei no tempo
como carrossel ilhado
[querendo não passar
querendo não acabar
no enigma do sonho inviolável (?)]

O tempo não parou para mim!
Ele não aparou os seus fantasmas
na vivenda dos mistérios
sempre em oferenda.

Procurador do seu destino miserável,
o tempo enterrou-se em mim.




SOUSA, Diego Mendes. "Procurador de enigmas". In:_____. Tinteiros da casa e do coração desertos. Guaratinguetá, SP Penalux, 2019.

9.9.19

Diego Mendes Sousa: "Ser do mar"




Ser dor mar

Cosmonave de um coração costeiro
que navega na preamar da dor
na maré do amor
no mar do ser
meu alterego
a dor-mar
a domar
os sargaços
de um sal salgado
de um sol solstício
de uma lua lunática
que passa na alma
de enseada

Meu coração aberto
nas praias do sonho
litoral de aberturas
ao mundo





SOUSA, Diego Mendes. "Ser dor mar". In:_____. "Opus II: Coração Costeiro". In:_____.  Velas náufragas. Guaratinguetá, SP.: Penalux, 2019.

22.9.13

Diego Mendes Sousa sobre "Porventura"





O poeta Diego Mendes Sousa me surpreendeu e alegrou ao preparar um belo post sobre meu livro Porventura. Encontra-se no blog dele, aqui: http://www.proparnaiba.com/artes/2013/09/21/porventura-com-antonio-cicero-o-s-mbolo-s-3h47.html.