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15.7.21

Luís Miguel Nava: "Na pele"

 



Na pele



O mar, venho ver-lhe a pele a rebentar

ao longo das falésias, o que sempre

me traz a exaltação desses rapazes que circulam

por Lisboa no verão.

O mar está-lhes na pele. Partilho

com eles os quartos das pensões, sentindo as ondas

a avançar entre os lençóis. Perco-me à vista

da pedra onde o mar vem largar a pele.





NAVA, Luís Miguel. "Na pele". In:_____. "Onde a nudez". In:_____. Poesia completa. 1979-1994. Org. por Gastão Cruz. Lisboa:  Publicações Dom Quixote, 2002.

24.9.19

Luis Miguel Nava: "O azul do mar"




O azul do mar

O azul do mar desprende-se da água.
Dos ossos que cravei na realidade, onde pensava
que o mar se sustivesse e da qual sempre
supus também que o mar alimentasse (de tal forma
por vezes o sentimos
encher-se de realismo), nem um só, mesmo pintado,
subsiste agora
que o tempo tudo apaga à minha volta.




NAVA, Luís Miguel. "O azul do mar". In:_____. "O céu sob as entranhas". In:_____. Poesia completa. Org. por Gastão Cruz. Lisboa: Dom Quixote, 2002.