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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Está explicado!


Em 26 de Novembro de 2015 escrevi um artigo questionando a consecutiva titularidade de Cristian Tello, independentemente da qualidade das suas prestações em campo. Era uma situação, no mínimo, estranha:

Mas eis que, há alguns dias, surgiu a resposta a esta questão numa notícia na imprensa desportiva: “Por cada vez que Cristian Tello não entra em campo, a fatura a pagar pelo FC Porto ao Barcelona pela cedência do jogador aumenta”.

Espera aí! Como é que é? Um determinado clube empresta-nos um jogador, ao qual nós pagamos o salário (ou parte dele), e se ele não jogar na nossa equipa nós ainda temos de indemnizar o clube ao qual ele pertence?! Que negócio espectacular! Às tantas a responsabilidade por estes termos do Contrato de Empréstimo do Tello ainda é imputável ao Lopetegui…
   

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Emprestados

Número de total de jogadores emprestados (fonte: O JOGO, 18-09-2015)

SLB (32) e FC Porto (31) têm quase tantos jogadores emprestados como o Chelsea (33), mas estão ainda longe dos 48 jogadores que a Juventus tem emprestados a outros clubes.

Da época passada para esta, o FC Porto aumentou de 25 para 31 o número de jogadores emprestados.
É um número bastante elevado. Veremos se algum regressa ao Dragão (como foi o caso de Silvestre Varela) ou, em alternativa, se são transferidos em definitivo, proporcionando receitas para a FC Porto SAD (como foram os casos de Carlos Eduardo, Kléber e Rolando).

Olhando para o gráfico seguinte, correspondente aos jogadores que cada clube da I Liga recebeu por empréstimo, é interessante constatar:

Jogadores por empréstimo nos clubes da I Liga (fonte: O JOGO, 18-09-2015)

O FC Porto emprestou dois jogadores ao Vitória Guimarães; o SLB emprestou um jogador ao SC Braga.

O FC Porto emprestou dois jogadores à Académica; o SLB emprestou três jogadores ao Tondela (o número máximo que os regulamentos da Liga permitem a clubes do mesmo escalão).

O FC Porto “reatou” relações com o Marítimo (empréstimo de Tiago Rodrigues); o SLB mantém excelentes relações com a SAD do Belenenses.

O Paços de Ferreira é o único clube que tem, simultaneamente, jogadores emprestados por FC Porto e SLB.

O FC Porto tem cinco jogadores - Ivo Rodrigues, Gonçalo Paciência, Kayembe, Leandro Silva, Roniel - que atuaram na equipa B 2014/2015 e que, agora, estão emprestados a clubes da I Liga. Veremos qual vai ser o seu desempenho ao longo desta época.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Regular excedentes, necessidade absoluta

A politica ambiciosa de contratações - as incorporações de Iker Casillas, Maxi Pereira, Imbula, já confirmadas e as "possiveis" de João Moutinho e Aleksander Mitrovic - dicta claramente o ritmo a que segue a planificação de temporada. Depois de um ano de investimento imediato mas sem um desembolso financeiro considerável (jogadores a custo zero e emprestados da liga espanhola) agora o objectivo é dotar de experiência e jogadores caros (seja no passe, seja no salário) para recuperar o titulo de liga e voltar a dar cartas na Europa. 

Considerações à parte sobre essa politica há algo imperioso para procurar equilibrar, de algum modo, a balança. As saidas de Danilo, Jackson, Quaresma e Casemiro desafogaram o topo da lista entre os mais bem pagos (ficou Tello), mas esta já foi imediatamente ocupada (e com juros). O caminho que o clube pode, deve e já está a seguir é um já reclamado há muito tempo, desde que se implementou uma politica de "contentores", como se chamou, onde havia um claro excedente de jogadores nos quadros do clube que não traziam nada de novo ao plantel. Esse excedente continua a existir e é preciso ser cortado pela raiz. Para um clube das nossas caracteristicas ter um Casillas ou um Moutinho (de regresso) é preciso deixar de ter, e já, muitos Carlos Eduardos, Josués, Andrés Fernandez, Opares e afins. Jogadores cuja aportação desportiva foi/é minima e que cobram o seu salário regularmente sem trazerem nada de novo. Envia-los para novos destinos (preferencialmente com vendas ou com o clube de destino responsável do seu salário) é forçoso para encontrar uma especie de equilibrio cada vez mais complicado. O FCP tem mais de duas dezenas de jogadores nos seus quadros que não pertencem ao primeiro plantel ou não estão nas contas de Lopetegui e nesta lista excluo já, à partida, os futebolistas de formação. Uma segunda equipa paralela que não faz sentido que continue nos quadros do clube. Não serve desportivamente, é um lastre económico e se é verdade que alguns vêm como algo util ter jogadores emprestados noutros clubes portugueses para manter sobre eles uma certa influência (politica popular, tanto no Porto como no Benfica desde os anos noventa), o facto de alguns desses jogadores andarem perdidos pelo estrangeiro sem qualquer seguimento anula, de certo modo, essa filosofia.

Felizmente a SAD está atenta a essa necessidade e tem trabalhado nesse sentido. 
Foi um problema que criaram - há contratações que, desde o primeiro dia, todos sabiamos que faziam pouco sentido - e que devem resolver quanto antes. O poder na gestão do plantel de Lopetegui, superior ao dos seus antecessores, também engrossou essa lista. Talvez um Vitor Pereira estivesse disposto a ficar com este ou aquele jogador, dar-lhe alguns minutos, mas Lopetegui não está pelos ajustes (ele que, também, foi responsável por algumas dessas incorporações) e sabe com quem quer trabalhar e quem não se enquadra na sua filosofia. É nessa lista que o clube tem de trabalhar para que não exista uma especie de Porto C por esse mundo fora. As saídas anunciadas de Carlos Eduardo e Kleber são um óptimo sinal nesse sentido. Ambos jogadores tiveram a sua oportunidade e, noutro cenário, podiam perfeitamente ser parte do plantel como fundo de armário. Mas no contexto actual- de elevado investimento - nota-se me excesso a diferença de qualidade que apresentam em comparação com outras opções. A venda desses dois activos representa de forma perfeita o que é necessário fazer com vários outros jogadores. Vão para mercados periféricos onde há dinheiro. O clube ingressa o que pode por apostas que não resultaram e livra-se de lhe pagar os salários. Um Win-Win em toda a regra.



A partir desse pressuposto há vários dossiers que há que trabalhar até ao final de Agosto. 
Jogadores que podem sair por empréstimo ou em venda definitiva (ainda em, alguns casos, com opção de recompra) para regular o peso do navio. Tal como as saidas da dupla de brasileiros é absolutamente lógica, também o é o empréstimo de Diego Reyes (sem opção de compra) à Real Sociedad e o eventual empréstimo de Juan Quintero ao Bologna (sem opção de compra). São jogadores que vão para os seus dois potenciais mercados (Quintero veio de Itália, Reyes assinou pelo Porto recusando equipas espanholas), exibir-se como potenciais titulares, contra rivais de nivel superior ao da liga portuguesa e que, se funcionarem, permitem ao clube negociar a partir de uma posição favorável. E - no improvável caso - de darem um importante salto de qualidade, poderão voltar ao plantel.
Distinto é o caso de Andrés Fernandez. Foi um erro de casting por assumir e agora em Granada - um clube amigo via Doyen - vai rodar para ser vendido a posteriori, a sua recuperação nem sequer se discute. A mesma situação aplica-se a Ghilas, cuja culpa de não estar no plantel é exclusivamente sua e da sua atitude (reproduzida em Espanha, aliás). Mas, cuidado com esses empréstimos. Os últimos Relatórios de Contas foram evidentes, os empréstimos dão prejuizo no modelo actual. Ou o clube que fica com o jogador para o seu salário ou o melhor é forçar a venda, ainda perdendo dinheiro à primeira vista. A SAD sabe perfeitamente dessa situação.

A partir destes nomes há uma lista variadas que podemos englobar em duas visões paralelas.
As que seguem a estela Reyes e, eventualmente, Quintero, jogadores que convém emprestar por um ano (com salário a ser pago pelo clube destinatário) para uma derradeira prova de fogo, e os jogadores que haveria de vender a todo custo de forma a aligeirar essa carga salarial. E vamos excluir a formação - Rafa, Gonçalo, David Bruno, Ivo Rodrigues, André Silva, Francisco Ramos - desta equação. Jogadores a quem um ano na equipa B já não traz nada e que podem potencialmente servir, num futuro próximo, ao plantel principal.

No primeiro grupo - a imitar o exemplo de Otávio que volta a Guimarães - estão Kayembe e Victor Garcia, contratados para a equipa B (e portanto não são formação) mas que precisam de minutos como titulares o mais depressa possível. Urge tê-los por perto, clubes portugueses, partilhando o salário mas com seguimento exaustivo. A prova dos nove.

No segundo falariamos de Josué (outro erro de casting), Kelvin, Caballero (emprestado a um clube suiço sediado no Lieschtein pela alma de quem?), Ricardo Nunes, Tiago Rodrigues (idem), Quiño, Ba, Djalma, Sami, Licá, Bolat, Opare, Rolando, Pedro Moreira, Izmailov e o inanarrável Adrian Lopez. Futebolistas que - por um motivo ou outro - não deveriam ter pertencido aos quadros em primeiro lugar (excepção feita a Kelvin e Rolando) e que são um peso morto para as finanças do clube. Se queremos contar com Casillas e Moutinhos é aqui onde temos de começar a cortar.

São, mais homem menos homem, quinze futebolistas a que podemos juntar ainda outros dos quais detemos percentagens nos passes que convinha que nos livrassemos num futuro não muito distante e que todos os anos lá vão aparecendo no Relatorio de Contas (Walter, olá). Uma autêntica equipa C que só nos prejudica. Se algum desses jogadores for realmente bom para o futuro (e há muito poucos que encaixam nesse perfil) então que se vendam com opção de recompra. Tal foi feito, por exemplo, com o Tozé que encaixa no perfil do Sergio Oliveira. Veremos daqui a um par de anos como se safa em Guimarães. Um FC Porto com um plantel principal de 24 jogadores e uma equipa B que faça a ponte com outros tantos jogadores - incluindo meia dúzia que saltem, nos treinos e convocatórias - entre um e outro, é o cenário ideal. A esse juntem meia dúzia de jogadores que não encaixam na B mas ainda não servem para A e temos o plantel ideal para o FC Porto do futuro. 

Tudo o resto são, inevitavelmente, sobras. Sobras caras e que em nada ajudam as contas no fim do trimestre. A SAD está a fazer o trabalho de casa como os sinais do mercado têm evidendiciado. Têm um mês e meio para dar vazão aos restantes jogadores. Estaremos atentos!

sábado, 6 de junho de 2015

Venham mais cinco…

A confirmar-se que o empréstimo de Casemiro irá gerar um lucro para a FCP SAD de 6,5 milhões de euros (os 7,5 milhões de euros pagos pelo Real Madrid menos um milhão que o FC Porto pagou pelo empréstimo de um ano), então este empréstimo foi um sucesso total, quer do ponto de vista desportivo, quer do ponto de vista financeiro.

E mais. De acordo com a comunicação social (espanhola e portuguesa), se o Real quiser aproveitar a valorização do Casemiro, para vender o seu passe a um outro clube, ou incluí-lo como moeda de troca num eventual negócio, o FC Porto ainda receberá mais 7,5 milhões de euros. A confirmar-se, seria um autêntico Jackpot!

Lucro de 6,5 milhões (O JOGO, 06-06-2015)

Fazendo um balanço, desportivo e financeiro, aos empréstimos de Óliver, Tello e Casemiro é caso para revisitar uma das músicas mais famosas do Zeca Afonso e dizer:

Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já


P.S. Não sei se Casemiro valerá 22,5 milhões de euros (15 + 7,5 milhões de euros) mas, desportivamente falando, vai deixar-me saudades.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um médio de top internacional

Tal como já tinha acontecido aquando da saída de Paulo Assunção, há cerca de um ano atrás repetiu-se o mesmo “drama”, devido à inevitável saída do Fernando (foi para o Manchester City ganhar 5x mais do que aquilo que ganhava no FC Porto). De facto, o “polvo” era um jogador muito importante nas tarefas defensivas (na transição defensiva, como agora se diz) e a sua saída foi uma baixa importante, aparentemente difícil de colmatar.

Em meados de Julho de 2014 chegou Casemiro e, entre os adeptos portistas, não faltou quem torcesse o nariz.
Porque vinha emprestado pelo Real Madrid (clube onde jogava pouco).
Porque o Casemiro era um Nº 8 e não tinha rotinas de jogar a Nº 6.
Porque era um jogador que não tinha timing de entrada à bola e, por isso, fazia demasiadas faltas.
Porque quem devia ser titular era o Rúben Neves.
Etc.

Contudo, Casemiro cresceu muito com Lopetegui (tal como outros jogadores), ao longo da época foi-se adaptando à nova posição e atualmente já (quase) ninguém “chora” por Fernando.

Casemiro, a Figura do FC Porto x Basel (O JOGO, 11-03-2015)

Casemiro, a Figura do SLB x FC Porto (O JOGO, 27-04-2015)

De facto, Casemiro é um médio mais completo que o Fernando porque, para além das missões defensivas (marcar, dobrar os laterais, “limpeza” à frente da área, etc.), aspectos em que melhorou muito, mas ainda sem ser tão bom como era o Fernando, tem outras qualidades onde é muito superior ao anterior médio-defensivo do FC Porto.
Quais?
A colocar a bola à distância.
A rematar à baliza de fora da área.
Na marcação de livres a 20-25 metros da baliza.
A surgir na área a finalizar, na sequência de cantos ou livres laterais ofensivos.
(em apenas uma época, Casemiro marcou mais golos neste tipo de lances de bola parada, do que o Fernando nos anos todos em que esteve no Porto)

No final da época, Casemiro já era visto como um dos jogadores fundamentais no onze portista e, não por acaso, está entre os 23 eleitos de Dunga para a Copa América (onde também há um jogador do Manchester City, mas não é o Fernando, é o Fernandinho…).

Opção de compra exercida (O JOGO, 29-05-2015)

Esta época de empréstimo ao FC Porto foi, sob todos os aspectos, a melhor coisa que aconteceu ao Casemiro desde que saiu do Brasil para vir jogar na Europa. Falta saber se, para o ano, vai continuar no Porto. Eu espero bem que sim.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Tozé e os emprestados

A minha opinião sobre a utilização de jogadores emprestados é simples: se o clube que empresta o jogador é o detentor do seu passe (leia-se, da maior parte dos direitos económicos) e, simultaneamente, é responsável pelo pagamento do respectivo ordenado, esse jogador não deve participar nos jogos contra a equipa da sua entidade patronal. É uma questão de conflito de interesses. Ponto.

Como é público, não era esta a situação de Miguel Rosa e Deyverson e daí o mistério...

Miguel Rosa e Deyverson (fonte: capa do Record)

Mais. Entendo que os regulamentos da FPF deveriam prever um limite no número de jogadores emprestados a um clube da mesma divisão. Dois parece-me um número adequado para a dimensão de um plantel (a generalidade dos clubes têm planteis com 24 a 26 jogadores).

O “caso Tozé”

A propósito do FC Porto x Estoril de ontem, voltaram a levantar-se vozes, devido ao facto do Tozé não ter sido titular no Estádio do Dragão.
No meio destas vozes, há de tudo: os idiotas, os intelectualmente desonestos, os mal-informados, etc.

Eu não sei se a FC Porto SAD é responsável pelo pagamento da maior parte do ordenado do Tozé (vou partir do princípio que não).

O que eu sei é outra coisa. Desde que houve mudança de treinador no Estoril, o Tozé deixou de ser um dos titulares indiscutíveis. A prova disso é o facto de, nas quatro jornadas após a goleada sofrida na Luz, o Tozé só ter sido titular UMA vez (foi duas vezes suplente utilizado e uma vez suplente não utilizado).

Os novos treinadores do Estoril - Fabiano Soares e Hugo Leal

Sendo esta a realidade dos factos e se já no outro jogo disputado fora de casa (Restelo, 25ª Jornada), o Tozé tinha sido suplente, qual é o escândalo por o Tozé não ter sido titular no Estádio do Dragão?


P.S. Ouvi, na rádio, um idiota escandalizado por o Kléber não ter jogado contra o FC Porto. Independentemente de outras razões (a maior parte do ordenado do Kléber é pago pela SAD do FC Porto), convinha que, antes de falarem, estes comentadores se informassem sobre o estado do físico dos jogadores. É que o Kléber já não jogou na jornada anterior (Estoril x Penafiel), precisamente por estar lesionado.

P.S.2 Alguém me sabe dizer qual foi o último jogador emprestado pelo SLB que, tendo jogado contra os encarnados, fez uma boa exibição, conquistou um penálti e/ou marcou um golo, contribuindo, decisivamente, para a perda de pontos do SLB?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Caso Oliver, ponto de situação

Parece evidente que a temporada 2014-15 do FC Porto em campo tem quatro nomes próprios.
Jackson Martinez continua a demonstrar sem um avançado de excelência mas deve estar de saída. Um "pacto de cavalheiros" assinado no passado Verão, como sucedeu com Deco, que o clube vai cumprir. Ruben Neves foi a grande revelação e tem um futuro imenso pela frente, que a sorte o acompanhe contra as lesões. Brahimi foi a grande contratação do ano. Os primeiros quatro meses do argelino foram imensos. O jogador não teria chegado ao clube sem o apoio da Doyen e a mediação de Jorge Mendes e irá quando estes quiserem. É algo que o clube tem perfeitamente assumido. E depois, depois está Oliver Torres.

Oliver chegou emprestado em Julho. Um empréstimo de apenas uma temporada como petição expressa de Julen Lopetegui, treinador que o conhecia bem das camadas jovens do futebol espanhol, onde foi seu treinador. É uma das maiores pérolas do futebol europeu na sua posição. Com 19 anos é mais um nessa escola de "bajitos" como Xavi, Iniesta, Isco, Mata, Silva, Cazorla, Dennis Suarez e companhia. Um talento fora de série que a primeira parte da época confirmou. Naturalmente houve altos e baixos, o mais normal do mundo num jogador com menos de vinte anos que teve, em alguns casos, de jogar fora da posição medular. O FC Porto tinha o seu próprio "Oliver", Tozé, que continua emprestado e a dar boa conta do recado no Estoril mas o espanhol é um jogador mais fino, menos vertical e com melhor toque de bola. Para o modelo de jogo de Lopetegui era o eixo perfeito entre a classe de Brahimi, o estilo de jogo de Jackson e a visão de Ruben Neves. O eixo nuclear da equipa.

O médio espanhol chegou com empréstimo de um ano. O FC Porto quer algo mais. E pode ser que aquilo que até há uns meses era impossível possa mesmo suceder. 
Porque Oliver tem um problema, um problema chamado Simeone. O treinador argentino é actualmente o senhor indiscutível do Atlético de Madrid. Nada sucede na área desportiva do clube sem o seu consentimento. Foi o responsável por lançar Oliver ás feras, o seu primeiro defensor. Mas Simeone sempre olhou para o "bajito" com suspeita. Via-o muito técnico e com pouca intensidade fisica para se adaptar ao seu estilo de jogo, um estilo que todos sabemos como funciona. Pressão alta de um meio-campo fisicamente possante e com boa visão de jogo, transições rápidas, muitos jogos decididos a bola parada. Nesse esquema Oliver conta pouco. Tanto que o técnico preferiu em Dezembro do ano passado, em plena luta pelo titulo - que ganhou - e pela Champions - que perdeu na final - enviar o jogador para o Villareal. Uma escolha com sentido. O clube levantino tem um modelo de jogo radicalmente diferente do praticado pelo Atlético, muito mais parecido ao de Lopetegui. Oliver foi e quem ficou na primeira equipa com minutos de jogo acumulados foi o pequeno Saul, um jogador da sua geração, igualmente talentoso mas muito mais do gosto de Simeone pelo seu trabalho sem bola. Saul é o elegido do argentino e o jogador que conta para assumir protagonismo no meio-campo. Oliver caiu lá para trás na sua lista de escolhas. Mas Simeone não é a única variante neste negócio.

Quando o Atlético de Madrid assinou com David Villa a principio da temporada passada por um valor irrisório, muitos ficaram surpreendidos. Na realidade os clubes chegaram a um acordo de cavalheiros em que os blaugrana tinham o direito preferencial sobre três jogadores da formação colchonera: o lateral Manquillo (actualmente no Liverpool) e os médios Saul e Oliver. O Barcelona tem direito de opção por um valor estipulado para cada jogador - no caso de Oliver ronda os 15 milhões de euros - e tinha três anos para exercer o direito de compra. Por um lado o clube blaugrana já tem em filas jogadores para essa posição como o já citado Dennis Suarez mas também Rafinha Alcantara e Sergi Robert. Por outro lado, e isso complicou muito as contas, a FIFA vetou o clube de acudir ao mercado de transferências. O Barcelona pode comprar mas não registar jogadores e isso esfriou o interesse do clube catalão nos jogadores do Atlético.



Por fim está a indefinição que um clube como o Atlético de Madrid sempre vive.
Simeone já avisou que, caso ganhe a Champions League ou repita triunfo na liga, sai do clube. Considera que cumpriu todos os objectivos e tem ofertas de Inglaterra (Liverpool) e Itália (Inter). Portanto nada será concretizado até Maio em entradas e saídas. Se Simeone ficar, os jogadores com que não conta num principio terão mais fácil decidir o seu futuro. É o caso de Oliver, que o clube não quer vender mas cujo prolongamento do empréstimo ao FC Porto ou a outro clube seria possível e desejável. Se Simeone for embora o desejo do clube é recuperar imediatamente o jogador salvo que o novo técnico diga algo em contrário. Por outro lado estão as saídas.
O Atlético é um clube vendedor e receberá ofertas sobretudo por Koke e Griezzman. No caso do espanhol a sua posição nuclear é similar à de Oliver ainda que o seu suplente actual seja Saul. Por outro lado Tiago - braço direito de Simeone em campo - está perto da reforma e Arda Turan tem ofertas para sair. O caso do turco é importante. Tecnicamente é o mais parecido que há no plantel do Atleti a Oliver. Mas Arda é um homem e Oliver um menino e Simeone valoriza essa diferença. Só há lugar para um jogador desse perfil na equipa. Estando o turco, o lugar é seu. O Atlético está pendente de ver se a estrutura da medular (quatro titulares aos que se podia juntar Mario Suarez também com ofertas de Itália) se mantém igual ou não e dependendo do que suceder valorizará recuperar Oliver Torres.

São muitos variantes ainda em jogo e é difícil que até Maio a situação se esclareça. Até porque ainda está o jogador. Oliver quer triunfar e muito no Calderón. A sua primeira opção é voltar e tentar demonstrar na pre-temporada a Simeone que cresceu. E é bastante possível que a pré-época a faça em Espanha. Salvo se Simeone é categórico com o jogador é que Oliver verá com bons olhos um novo (e último) empréstimo. E nesse caso o Porto terá sempre prioridade para o médio que conta com a confiança do treinador (e se Lopetegui sair é certo a 100% que Oliver não volta também) e a admiração dos colegas. Não é de descartar que o FC Porto guarda o ás na manga de recuperar um Oliver descartado por Simeone em Agosto e não desde o inicio do ano.
O que é certo é que actualmente há uma linha de diálogo aberta oficiosamente entre todas as vertentes desta equação, um diálogo que começou há alguns dias. A mediação de Mendes, como sempre, será fundamental. A sua influência nas mexidas dos colchoneros no mercado é mais do que conhecida e o FC Porto joga com essa carta. Mendes não é empresário de Oliver mas tem um papel chave neste (e noutros) negócios. O mais provável é que se estabeleça um acordo de cavalheiros em que nós tenhamos prioridade absoluta num novo empréstimo (nunca compra, repito!) e que o Atlético tenha até Junho para clarificar a situação com o Porto, o que não exclui o volte-face que mencionamos antes de um empréstimo express em Agosto.



Mas, se há um par de meses era impossível imaginar Oliver um ano mais, a prolongação do empréstimo é agora uma realidade cada vez mais lógico. Sem ser primeira opção do treinador (mas sim do clube que não considera vendê-lo ao FC Porto nem a outro clube, salvo oferta mirabolante superior aos 15 milhões de euros e com o OK do Barcelona) é perfeitamente possível que Oliver queira ficar. Dos negócios do Atlético, do destino e desejos de Simeone depende agora tudo. Até Junho muito pode passar mas Oliver pode ser perfeitamente o primeiro reforço para 2015-16.

sábado, 3 de janeiro de 2015

O mercado dos emprestados

Tiago Rodrigues (ex-Vitória Guimarães), que jogou a primeira parte desta época no FC Porto B, vai ser emprestado ao Nacional da Madeira.
Parece-me bem.

Olhando para outras hipóteses, referidas nos últimos dias…

O JOGO 28-12-2014 e 02-01-2015

Kelvin emprestado a um clube brasileiro.
Parece-me mal. Kelvin precisa de “crescer” como homem, amadurecer como jogador, melhorar a sua cultura táctica e o Brasil não é o melhor sítio para isso. Um clube europeu seria muito melhor.

Diego Reyes e o interesse do Parma.
Parece-me muito bem. Reyes precisa de jogar com regularidade para evoluir (o campeonato italiano é muito exigente do ponto de vista defensivo) e, nesta altura, é o 4º defesa-central do plantel principal. Além disso, se necessário, Lopetegui poderia recorrer a Igor Lichnovsky, jovem internacional chileno que joga na equipa B.

Daniel Opare.
Parece-me bem que o internacional ganês seja emprestado, se possível a um clube que pague o seu ordenado. Para Lopetegui, a alternativa a Danilo é Ricardo Pereira. Ponto final.

O JOGO, 03-01-2015

Ricardo Nunes e o interesse da Académica.
Parece-me bem o empréstimo, se possível a um clube que pague o seu ordenado. Com a recuperação plena do Helton, não faz sentido o plantel principal manter quatro guarda-redes.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Comparar o incomparável

«Más notícias para o treinador José Couceiro: três dos elementos-chave do Estoril saíram do jogo com o Dínamo Moscovo “tocados” e estão em dúvida para a receção ao FC Porto, amanhã [9 de Novembro] à noite. Kléber, Diogo Amado e Kuca juntam-se assim a Balboa, Mano e Bruno Miguel no grupo de lesionados e, dado o pouco tempo que falta até ao duelo com os dragões, podem mesmo falhar a partida. (…) Os três jogadores não se treinaram ontem [7 de Novembro], tal como os outros que nem foram a Moscovo (…)»
in record.pt, 08-11-2014


Claro que há quem tenha memória muito curta e ontem, para os mais distraídos, o treinador do Estoril – José Júlio de Carvalho Peyroteo Martins Couceiro – recordou o motivo que o impediu de utilizar Kléber no jogo contra o FC Porto, da 10.ª jornada do campeonato:

Três dias antes jogamos em Moscovo contra o Dínamo e o Kléber saiu lesionado por volta do minuto 72.
Tive indicações claras do departamento médico de que não o podia utilizar contra o FC Porto. Ele já não estava a 100% no jogo com o Belenenses [no dia 26 de Outubro], depois fomos a Moscovo e o Kléber saiu lesionado. Voltou a jogar? Sim, contra o PSV Eindhoven [no dia 28 de Novembro].
Sabíamos desde início que o Kléber não competia há quase dois anos. Começou a trabalhar connosco no início de Setembro e está agora a entrar num período melhor. Ele vai crescer, devagarinho, sem nos precipitarmos. Todos sabemos que ele tem um potencial fantástico, mas não podemos exigir dele aquilo que ainda não pode dar.


Mais do que responder às idiotices de Bruno de Carvalho, o sobrinho-neto de Fernando Peyroteo e candidato derrotado nas últimas eleições do Sporting Clube de Portugal, respondeu a todos aqueles (jornalistas, comentadores, etc.) que quiseram lançar poeira e inventar um caso.

José Couceiro enquanto candidato à presidência do Sporting

Eu sei que isso dá jeito a muitos defensores da “verdade desportiva”, mas só por desonestidade intelectual ou evidente má fé, se pode meter no mesmo saco a situação do Kléber com o inaceitável caso Miguel Rosa – Deyverson.


P.S. Se o empréstimo de Kléber ao Estoril possibilitar a recuperação de um ponta-de-lança, que parecia perdido para o futebol, isso são boas notícias para o jogador, para o Estoril, mas também para a FC Porto SAD que, deste modo, ainda pode vir a recuperar um importante “activo”.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Regulamentos, hipocrisia e “verdade desportiva”

Deyverson e Miguel Rosa

«Na época passada, à 21.ª jornada, no início de Março, o Belenenses recebeu o Benfica e, à última hora, Miguel Rosa, Deyverson e Rojas, jogadores do clube do Restelo cedidos pelos benfiquistas, ficaram de fora do jogo.

Posso dizer que não foi por uma opção técnica”, sustentou, na altura, Marco Paulo, responsável técnico da formação de Belém. Pouco depois, tornou-se pública a ideia de que um acordo verbal na transferência dos jogadores levara a essa situação.

Amanhã, sob orientação de Lito Vidigal, o Belenenses visita o Benfica num clássico em que a história ameaça repetir-se, ou seja, uma percentagem detida pelo clube da Luz em relação ao passe de Miguel Rosa e a opção de recompra no que diz respeito a Deyverson podem afastar os jogadores do encontro desta jornada.

Nada nos regulamentos da competição defende casos deste género e, sejam quais forem os clubes envolvidos, não faz sentido que isto aconteça. Se um clube não está interessado ou não pode contar com determinados jogadores, a partir do momento em que os cede não deve exercer qualquer tipo de influência para impedir que representem o clube seguinte quando se reencontram. Pior ainda se, de um lado, está um dos três grandes, pois é suposto que a sua força esteja acima de questões desta natureza.

A integridade das competições não vive apenas de um contexto em que não haja resultados combinados. É preciso respeito entre os clubes e os dirigentes devem ser os primeiros a garantir que assim é. Caso contrário corre-se o risco de se chegar à conclusão que, no final da temporada, o campeão só foi a melhor equipa porque defrontou alguns adversários diminuídos. E ganhar a qualquer custo não deve ser a meta dos campeões.»


O texto anterior, escrito por Paulo Jorge Pereira e publicado no Diário Económico de ontem, toca nos pontos-chave desta discussão.

Miguel Rosa foi titular em dez jogos esta temporada, somando 900 minutos e quatro golos, enquanto Deyverson é a principal referência do ataque do Belenenses, com onze jogos (981m) e sete golos.

A propósito deste assunto, Fernando Mendes, antigo jogador do SL Benfica e do CF Belenenses, em entrevista à Antena 1, disse o óbvio:

O Deyverson tem feito muitos golos e o Miguel Rosa é excelente. Sem eles, o Belenenses fica mais fragilizado


Já Jorge Jesus, confrontado pelos jornalistas, preferiu fazer de conta e ser hipócrita:

Não sei qual é legislação em Portugal, nem qual é o acordo [entre os clubes]. Sei apenas o que sucede noutros países, onde os jogadores emprestados não podem ser utilizados nestas circunstâncias, pois é assim que está contratualmente decidido. Em Portugal não sei como é. Não conheço em termos da legislação.


Pois, não sabe… Eu também não sei se, à última da hora, Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus, tolhidos pela vergonha, irão dar luz verde para que Lito Vidigal possa utilizar os seus dois melhores avançados mas, mesmo que o façam, o mal está feito.

O que eu sei é que, após o autêntico descalabro que foi a participação nas competições europeias, o SL Benfica está obrigado a ganhar este campeonato, custe o que custar. Contudo, conforme referiu Paulo Jorge Pereira, ganhar a qualquer custo (recorrendo a “trunfos” como nomeações cirúrgicas, arbitragens de “colinho”, equipas adversárias condicionadas, etc.) não deve ser a meta dos verdadeiros campeões.


P.S. «Apesar de integrarem a lista de convocados para o jogo com o Benfica, este sábado, Deyverson e Miguel Rosa não vão a jogo, no Estádio da Luz, por indicações expressas da SAD. Segundo noticia A BOLA, o treinador dos azuis, Lito Vidigal, foi informado por um elemento da SAD, antes do final do treino desta sexta-feira, que ambos os jogadores, que já passaram pelas águias, não iriam estar disponíveis para serem utilizados, mas que ainda assim deveriam ser convocados. No meio da surpresa por, a poucas horas do jogo, ter sido informado da indisponibilidade de duas pedras nucleares, o técnico rejeitou incluir Miguel Rosa e Deyverson no seu lote de eleitos, sendo que, por indicação do treinador, nem seguiram para estágio.»


Nota: Os destaques no texto, a negrito e sublinhado, são da minha responsabilidade.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os 18 jogadores emprestados

O Maisfutebol publicou, ontem, um artigo – Três grandes: o que andam a fazer todos os emprestados – onde o jornalista Pedro Jorge da Cunha faz uma análise, quantitativa e qualitativa, ao desempenho (até agora) dos jogadores emprestados pelo FC Porto, SL Benfica e Sporting.

Partindo de informação existente nesse artigo, a que acrescentei outros dados, elaborei os dois quadros seguintes, referentes aos 18 jogadores emprestados pelo FC Porto.




A partir destes quadros, constatam-se algumas coisas interessantes:

– Média das Idades (em 31-10-2014) dos jogadores emprestados: 24,74 anos (esta média é superior a muitos dos onzes que Lopetegui tem apresentado esta época);

– Apenas 6 dos 18 jogadores emprestados têm nacionalidade portuguesa (ou seja, a FC Porto SAD contrata muitos jogadores estrangeiros, que depois empresta);

– Metade (9) dos jogadores emprestados foram-no a equipas estrangeiras (três a equipas turcas; três a equipas espanholas; e os restantes três a uma equipa russa, francesa e inglesa);

– Quatro dos jogadores emprestados foram-no a equipas da II Liga (faz sentido ter uma equipa B, que disputa a II Liga, e depois andar a emprestar jogadores a equipas que disputam esse mesmo campeonato?).

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

De Caballero para burro

«Tal como A BOLA revelou hoje, os paraguaios do Libertad estão ao corrente do interesse do Benfica na esperança Mauro Caballero. O presidente do clube paraguaio, Carlos Guggiari, em declarações à Rádio Renascença, confirmou o alegado interesse por Maurito, de 17 anos, mas esclareceu que ainda não existe nenhum contacto oficial.»
in abola.pt, 19-04-2012


«O Benfica tem dois concorrentes de muito peso na corrida pelos direitos do avançado Mauro Caballero, de 17 anos, que representa o Libertad. De acordo com o paraguaio Diario Popular, o Real Madrid e o Barcelona seguem atentamente o jogador, que se destacou nas camadas de formação da seleção paraguaia.
Em 2009, Maurito, como é conhecido, participou no campeonato sul-americano de sub-15, que o Paraguai conquistou com um golo do avançado, que nessa competição foi vice-goleador, título pessoal que voltaria a repetir em 2011 (sub-17), com cinco golos.
O jovem jogador tem paulatinamente conquistado o seu espaço na primeira equipa do clube de Assunção, no qual se tem destacado na Taça Libertadores, na qual já assinou dois golos, chamando a atenção dos colossos europeus.»
in abola.pt, 08-05-2012


«Augusto Paraja, empresário que tratou das negociações entre o Benfica e Mauro Caballero, decidiu revelar os motivos que levaram ao rompimento do pré-acordo que existia entre o jogador e os encarnados.
O Mauro Caballero assinou um papel onde aceitou as condições que lhe oferecia o Benfica, mas depois negou. (…) Se assinas um papel é para cumprir. Agora, rasgou a passagem, o salário, os prémios, a casa, tudo... Não há explicações quando tens algo assinado. Se tens uma oferta melhor e não tens nada assinado, tudo bem, mas ao contrário não.
Augusto Paraja, 13-06-2012, em declarações à imprensa paraguaia


«Mauro Caballero tem tudo para ser jogador do FC Porto a partir de janeiro. O avançado já acordou um contrato de cinco épocas com o clube português e, nesta fase, não há qualquer direito legal do Libertad sobre ele, a não ser os direitos de formação, que de uma forma ou outra teriam sempre de ser pagos.»
in ojogo.pt, 04-11-2012


«Mauro Caballero, avançado que o FC Porto contratou ao Libertad, chegou ao Porto na manhã desta terça-feira [8 janeiro de 2013].»
in ojogo.pt, 08-01-2013


Estou muito contente pela confiança que me estão a dar. Quero adaptar-me o mais rápido possível para devolver a confiança. (…) Deram-me boas referências do FC Porto. É um clube muito grande e já queria a minha chegada há muito tempo. É um grande desafio para mim. (…) Sou ponta de lança goleador. Quero títulos e o carinho das pessoas. Quero muita glória.”
Mauro Caballero, 09-01-2013, em declarações ao Porto Canal


«Aquisição dos direitos de inscrição desportiva assim como 100% dos direitos económicos do jogador Caballero à MHD, S.A. por 2.000.000 USD»
in Relatório e Contas da FC Porto SAD, do 1º Semestre de 2012/2013

Relatório e Contas Consolidado da FC Porto SAD, 3º Trimestre de 2012/2013

O primeiro jogo de Caballero pela equipa B, após um longo período de paragem (devido a um conflito com o seu anterior clube), foi apenas no dia 2 de Março de 2013, correspondente à 30ª jornada do campeonato 2012/13 da II Liga.

Em 24 de Julho de 2013, publiquei um artigo onde escrevi o seguinte:

Mauro Caballero parece-me promissor, mas tem 18 anos e só chegou ao Porto no início deste ano, tendo participado em apenas 13 jogos da equipa B (entre Fevereiro e Maio).
Não sei se este avançado paraguaio vai dar grande jogador mas, por aquilo que vi na época passada, para além de uma agressividade natural, já denota algumas movimentações à ponta-de-lança.
É óbvio que, para já, ainda não tem a maturidade suficiente para integrar o plantel principal mas, na época que agora começou, vai ser trabalhado por Luís Castro (que substituiu Rui Gomes como treinador da equipa B) e veremos o tipo de crescimento que irá ter.

Mas a realidade é que Caballero nunca foi aposta de Luís Castro, quer como ponta-de-lança, quer como 2º avançado e, em termos de utilização na época 2013/2014, Maurito contabiliza apenas 429 minutos nos 11 jogos (4 como titular) em que participou.

Utilização de Caballero na época 2013/2014 (fonte: zerozero)

Até que hoje soube-se o seguinte:
«O paraguaio Mauro Caballero é reforço do Penafiel, até ao fim da época 2013/2014, por empréstimo do FC Porto, anunciou hoje o clube da II Liga de futebol.
O provável substituto de Rafael Lopes – transferido para a Académica de Coimbra no mercado de inverno – chegou esta terça-feira a Penafiel e fará já hoje, às 15:30 horas, o primeiro treino ao serviço da equipa penafidelense.»

Deixa ver se eu percebi.

Ao serviço das seleções jovens do Paraguai, Mauro Caballero destacou-se como goleador nos campeonatos sul-americanos de sub-15 e sub-17.

Em 2012 (entre 25 de Janeiro e 7 de Outubro), ao serviço do Libertad e com apenas 17 anos, participou em 14 jogos da Liga Paraguaia Apertura (2 golos), 4 jogos da Liga Paraguaia Clausura e 6 jogos da Copa Libertadores (2 golos).

Utilização de Caballero, ao serviço do Libertad, em 2012 (fonte: zerozero)

A partir de Março de 2013 (quando o diferendo entre o FC Porto e o Libertad foi resolvido pela FIFA), Caballero foi sendo integrado gradualmente por Rui Gomes (ex-treinador da equipa B), tendo participado em todos os jogos da equipa B entre as jornadas 30 e 42 do campeonato 2012/2013 da II Liga.

Utilização de Caballero na época 2012/2013 (fonte: zerozero)

Após a adaptação à cidade, clube e futebol português estar concluída, esperava-se que 2013/2014 fosse a época de afirmação de Caballero, quer como titular da equipa B (na minha opinião, tem características de 2º avançado), quer com algumas chamadas à equipa principal (em jogos menos importantes).

Nada disso se passou e, pelo contrário, perante uma utilização muito baixa na equipa B do FC Porto, Caballero foi “desterrado” para Penafiel.

É estranho. Eu pensava que a equipa B era o espaço ideal para jogadores muito jovens, como Caballero, se integrarem, adaptarem, “beberem a cultura do clube”, potenciarem as suas qualidades e fazerem a transição para a equipa principal.

Afinal, parece que não. Para que serve, então, a equipa B?

(*) O título deste artigo é algo provocador (de discussão, assim espero) mas, evidentemente, não pretende atingir e/ou ofender o jogador Caballero ou o seu novo clube, o FC Penafiel.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O estranho caso de Juan Iturbe


Juan Manuel Iturbe foi descoberto pelo FC Porto quando ainda tinha 17 anos e jogava no clube paraguaio Cerro Porteño. Iturbe estreou-se na equipa principal deste clube em Junho de 2009, então com 16 anos.
Em Janeiro de 2011 o FC Porto contratou-o como reforço para a época 2011-12, apresentando-se em Portugal em Junho desse ano, numa altura em que já teria completado 18 anos. Era considerado uma das maiores promessas do futebol mundial, tendo merecido comparações com Maradona, ao marcar um golo pela selecção argentina sub-20, e com Lionel Messi, do Barcelona.

Em 2011-12, com o então treinador Vitor Pereira, Iturbe fez apenas 4 jogos na Liga e 3 na Taça de Portugal, não tendo conseguido confirmar minimamente as enormes expectativas que sobre si recaíam. Apesar disso Iturbe foi incluído no lote de jogadores que fez o estágio da pré-época de 2012-13, tendo marcado um golaço ao Celta de Vigo:


No início dessa época Iturbe acabou por não ter tido oportunidades para jogar e ganhar experiência na equipa principal tendo, em Dezembro de 2012, sido emprestado ao River Plate, da Argentina. Dizia-se que era indisciplinado no balneário. Possivelmente o regresso ao seu país iria permitir que ganhasse experiência e maturidade. Esteve lá de Janeiro a Junho, tendo realizado 17 jogos e marcado 3 golos. A vontade do River em contar com o jogador era grande e a pressão exercida sobre o FC Porto para o prolongamento do empréstimo fez-se sentir durante várias semanas. O clube argentino terá ficado muito agradado com o jogador. No entanto, o FC Porto foi irredutível tendo dado instruções ao jogador para se apresentar às ordens de Paulo Fonseca no estágio da pré-época 2013-14. Nesse estágio Iturbe marcou mais um golaço no jogo contra o Marselha:


Iturbe foi utilizado por diversas vezes na pré-época e teve alguns bons apontamentos. É um jogador explosivo. Muitos adeptos do FC Porto, onde me incluo, pensaram que era desta que o jovem argentino iria finalmente começar a entrar na equipa principal. Errado. Afinal Iturbe não servia para Vitor Pereira mas também não serviu para Paulo Fonseca. O plantel só poderia ter 25 a 26 jogadores e alguém teria de sair. Na altura não entendi os motivos para Iturbe ser um dos dispensados. Hoje, volvidas algumas jornadas desde o início da Liga, entendo ainda menos a sua saída.

Assim, no início de Setembro, Iturbe foi emprestado aos Italianos do Hellas Verona até ao final da temporada com opção de compra de € 8m.
Como adepto não consigo entender o porquê da dispensa de Iturbe, ainda por cima numa época em que perdemos um extremo como James Rodriguez, sendo que este dossier parece ter sido mal gerido dentro do FC Porto.

As afirmações do seu empresário, Augusto Paraja, ainda adensam mais o mistério, afirmando que existiram movimentações para que o jogador mudasse de representante, o que não veio a acontecer:

"O empresário de Iturbe, Augusto Paraja, disse ontem ao CM ter conhecimento de "movimentações para que o Iturbe mude de representante", mas garantiu que se trata do "desejo de uma só pessoa e não de toda a estrutura do FC Porto". "É alguém com interesse nessa mudança, pois sabe que o Juan [Iturbe] tem um potencial inesgotável e que a sua imagem valerá ouro", afirmou, escusando-se a revelar nomes: "Antero Henrique? Não posso dizer quem é. Só lamento que esteja a pressionar para que o Iturbe não jogue, porque as coisas não seguem o rumo que deseja." Segundo Augusto Paraja, o extremo, de 19 anos, "só se ri disto tudo". "Temos uma relação que ultrapassa o plano pessoal. Estou com ele desde miúdo, acompanhei o seu crescimento. Iturbe só confia em Pinto da Costa e é por causa dele que se mantém no FC Porto", vincou. "Infelizmente, há gente boa e gente de m... em todos os clubes. O presidente do FC Porto é uma pessoa de bem e é quem mais confia na afirmação do Juan", reforçou. A falta de oportunidades do extremo, que ainda não se estreou em jogos oficiais nesta época, continua a preocupar Paraja: "Ele não pode estar contente por não jogar. Precisa de minutos." Ainda assim, ressalvou, "a inscrição na Champions. Foi um passo em frente". "Vamos ver o que acontece no primeiro semestre da época. Todos os dias tenho clubes grandes a perguntar por ele", concluiu, sem apontar os interessados.
in Correio da Manhã

Iturbe fez parte das opções de Paulo Fonseca durante os jogos de estágio da pré-época. Posteriormente foi preterido em detrimento de outros extremos como Licá e Ricardo que, durante o estágio, terão tido exactamente as mesmas oportunidades de Iturbe. O argentino fez bons jogos e marcou um golaço. Desde que está no Hellas Verona já marcou 2 golos, um dos quais de livre directo, de belo efeito. Espero que as afirmações do seu empresário não se confirmem e que acima de tudo esteja a defesa intransigente dos superiores interesses do FC Porto.
 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A equipa B e o regresso dos emprestados


No último FC Porto x SC Braga, que os dragões venceram por 3-1, o banco de suplentes portista era composto por: Fabiano, Quiñones, Abdoulaye Ba, Castro, Kelvin, Christian Atsu e Liedson.

Quatro destes jogadores - Abdoulaye, Castro, Kelvin e Atsu - estiveram, na época passada, emprestados a outros clubes e no início desta época foram integrados no plantel da equipa principal do FC Porto.
Um quinto jogador - Quiñones - tem jogado, essencialmente, na equipa B, tal como o "herói" deste jogo (Kelvin).

É cedo para tirar conclusões definitivas, mas penso que isto é um forte indicador de novos tempos na FC Porto SAD, que se traduzem em:
i) Incorporação no plantel da equipa principal de jogadores que estavam emprestados;
ii) Redução gradual do número de jogadores emprestados;
iii) Aposta crescente numa estratégia de "vasos comunicantes" entre a equipa B e a equipa principal;
iv) Diminuição do número de jogadores contratados (e montantes investidos), por época.

P.S. Não é só o sporting que recorre a jogadores jovens. Na recepção ao SC Braga, os três suplentes que foram utilizados por Vítor Pereira - Abdoulaye, Kelvin e Atsu - têm uma média de idades de 20,6 anos.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ufa, finalmente Rolando!


«Il Napoli ufficializza gli arrivi di Rolando in prestito dal Porto e di Radosevic in prestito con diritto di riscatto dall'Hajduk Spalato.
La prima giornata di Rolando in azzurro è cominciata in mattinata a Castelvolturno. Dopo aver visitato il Centro Tecnico, il difensore ha sostenuto prima gli esami strumentali alla Clinica Pineta Grande e poi ha svolto le altre visite sotto la visione del dottor De Nicola al Centro Tecnico seguito dal Professor Marzullo e dallo staff sanitario del Napoli.
Successivamente il portoghese ha partecipato al primo allenamento col gruppo saltando solamente la parte tattica.
"Sono molto felice di giocare in azzurro - ha detto Rolando - ho voluto Napoli perchè è un grande Club con tanti campioni. Mi hanno parlato tanto della passione dei tifosi azzurri e non vedo l'ora di provare l'emozione del San Paolo".»
in www.sscnapoli.it


Ainda não há números oficiais (fala-se no pagamento de 1 milhão de euros pelo empréstimo), num negócio que parece ter sido feito nos mesmos moldes do efetuado há um ano atrás, quando Guarín saiu para o Inter.

Para já, é menos um problema e um salário que a FCP SAD tem de suportar. Se, em Junho, o SSC Nápoles exercer a opção de compra (nesse caso, fala-se num valor global de 8 milhões de euros), considero que será um muito bom negócio, atendendo ao binómio qualidade-idade do jogador (faz 28 anos em Agosto) e ao facto de as alternativas existentes no plantel portista serem jogadores mais novos e melhores.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Resolver a questão da co-propriedade

«Se se proibirem totalmente fundos de investimento vai ser uma tragédia, vão matar o futebol português tal como o conhecemos hoje em dia, com a competitividade atual e com a capacidade para formar jogadores», garantiu Mário Figueiredo em declarações exclusivas à Agência Lusa.

Desde que escrevi aqui, na passada semana, sobre a problemática da extinção da co-propriedade, muitas têm sido as vozes que se têm igualmente levantado contra a medida. Alguns por oportunismo, outros por convicção. O que está claro é que a medida não é popular nos países afectados e não há na Europa um caso tão flagrante como o de Portugal e dos seus clubes.

As palavras do actual presidente da Liga são a mais pura verdade.
Significa isso que tem razão? Em parte, porque de certa forma, a necessidade dos clubes portugueses em recorrer de forma constante a este modelo deve-se também à sua péssima gestão financeira da última década. Se os clubes tivessem tido abordagens radicalmente diferentes das que tiveram, a situação não seria tão dramática. O drama é real, ninguém pense o contrário.

Clubes podem desaparecer, clubes podem perder o pouco que têm e mesmo os grandes minguarão, forçosamente, até encontrar forma de se levantar outra vez. Com este modelo permitiu-se que os clubes portugueses tenham ajudado da Liga Sagres a trepar ao quinto posto do ranking UEFA. Com este modelo permitiu-se vencer uma Europe League - com um semi-finalista e um finalista vencido no mesmo ano - mas também as boas performances europeias tanto em Champions League (2009, FC Porto, 2012, SL Benfica) como na Europe League (campanhas de Braga, a épica de 2011 e a semi-final do Sporting no ano passado). Ninguém duvida que as equipas que aí chegaram não o poderiam ter feito se tivessem de arcar com o 100% da ficha salarial mais o 100% dos passes dos seus jogadores. Com as dividas já acumuladas pelas principais instituições do futebol português, esse sobrepeso financeiro o que fará, não se iludam, é acabar com a competitividade desses mesmos clubes contra os rivais europeus.

Mas se Platini e Blatter conseguem aprovar a lei, que podem os clubes fazer?
O projecto está agora em discussão e diz-nos a experiência que demorará sempre um par de anos até ser aplicado. No caso da UEFA a ideia do Fair Play Financeiro, desde a sua divulgação até à sua aplicação, tardou mais de cinco anos enquanto que o 6+5 ainda está em discussão - por envolver a lei comunitária - enquanto que a utilização obrigatória de 6 jogadores de formação nacional no plantel de 25 na Europa (3 do mesmo clube) foi aplicada em três temporadas. Tempo providencial para clubes como o FC Porto adoptarem medidas urgentes a olhar para o futuro.



1) Aposta séria e inequívoca na formação.

É inevitável. O fim da co-propriedade vai impedir que o clube mergulhe em mercados estrangeiros com a mesma regularidade. Não se enganem. Muitas vezes a co-propriedade não é uma eleição nossa mas uma exigência de quem vende. Os empresários e fundos compram jogadores para sacarem lucro e quanto mais tempo detenham parte do passe, melhor. Caso este cenário acabe, o preço dos jogadores subirá porque a margem de lucro, forçosamente, será menor. Um James, a 100%, custará bem mais do que custa a 70%, não tenham dúvidas.
Para evitar esta realidade há que captar jogadores cada vez mais novos e fazê-los parte do nosso sistema de formação, como já fazem o Arsenal e o Barcelona há uma década e que também é uma das ideias por detrás do 6+5 que Platini quer aplicar.



2) Comprar nacional

O mercado português é o que é e um jogador na liga lusa vale sempre menos que um jogador das ligas sul-americanas ou europeias. É lei de mercado. Para poder deter a 100% o passe de um jogador ele tem de ser mais baixo e mais acessível. Lima, quando estava no Belenenses, poderia ter sido do FC Porto por muito menos do que se pagou por Jackson. Não quer dizer que seja melhor, quer dizer que no futuro, quando não exista tanto dinheiro disponível para jogar com os passes, será nesses jogadores que nos temos de focar.

3) Fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão

Uma ideia que esteve perto de se tornar real este Verão e que continua a ser fundamental para garantir que os clubes não possuem planteis de 50 jogadores para depois usá-los para manobras políticas de bastidores e garantem que esses jogadores permanecem nos clubes de origem.


4) Criar um lobby dentro da ECA.

Portugal não é o único país afectado por esta realidade. A co-propriedade envolve clubes sul-americanos mas também clubes do sul da Europa, de Espanha à Turquia, da Grécia a Itália passando por ligas como a romena, sérvia ou croata. É a realidade de uma Europa a duas velocidades.
O FC Porto, um clube com um peso institucional na Europa incomparável em relação aos outros clubes portugueses, deveria procurar dentro da ECA - European Club Association - construir pontes que exijam da FIFA e da UEFA outras medidas que, aplicadas ao mesmo tempo que o fim da co-propriedade, defendam a competitividade de clubes como o nosso. Medidas que podem ser, por exemplo:

- A aplicação definitiva do 6+5.
A UEFA tem encontrado problemas com a União Europeia porque estes entendem que não se podem restringir a cidadãos europeus a actuação em clubes dentro da UE. Mas o que podem é exigir que exista um máximo de 5 jogadores não-europeus no onze titular. Isso permitira que o mercado sul-americano e africano não seja exclusivo de uns poucos e se mantenha uma via livre para clubes como o FCP.

- Acabar com o Marketpool da Champions League e repartir os valores pelas ligas mais prejudicadas.
Actualmente há clubes de Inglaterra e Espanha que, eliminados na fase de grupos, acabam por ganhar quase tanto dinheiro com a Champions como se o FC Porto fosse campeão. Sem o Marketpool ou, pelo menos, desenhado noutros moldes, e esse dinheiro redistribuído os clubes poderiam encontrar um importante balão de oxigénio numa fase de transição. A medida não seria definitiva mas sim um mecanismo de solidariedade.

- Obrigatoriedade por parte da UEFA da venda colectiva de direitos televisivos
Esta medida não só tornaria a distribuição do dinheiro entre os clubes europeus mais equitativa como acabaria com o profundo desequilíbrio entre clubes no espectro nacional como também sucederia o mesmo no espectro europeu. A Bundesliga e a Ligue 1 são o melhor exemplo.

- Obrigatoriedade da UEFA em passar de 6 para 10 os jogadores de formação nacional no plantel europeu
Essa medida, que agora mesmo nos seria prejudicial, no futuro poderia ser uma tábua de salvação. Obrigaria os tubarões europeus a alinhar com 10 jogadores formados no seu país nos seus planteis europeus - que são, no fundo, os seus planteis anuais - e defenderia os melhores jogadores dos vários países europeus de ser alvo de constante cobiça. Se o clube apostasse nos primeiros dois pontos que mencionei e os restantes clubes europeus fossem forçados a fazer o mesmo, os jogadores sul-americanos, africanos, asiáticos ou de outros países da Europa não estariam concentrados numa dúzia de clubes forçosamente.

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Com estas medidas - ou metade delas pelo menos - teríamos um clube mais sustentável, mais financeiramente saudável, mais preparado para os desafios do futuro e igual de competitivo.

 É um processo longo, complexo e que acabaria com algumas das políticas de favores em que directivos da SAD têm sido tristemente protagonistas, com um certo compadrio com agentes, fundos e personagens externos à realidade do clube. Não existem gestões perfeitas nem clubes perfeitos mas encontrar um rumo auto-sustentável, com olhos para o depois de amanhã, seria uma jogada importante por parte da directiva e um sinal de que no Dragão há quem consiga ver para lá do imediato.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Tranquilos, com quem manda não se brinca!


O recurso apresentado pelo Benfica no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol teve provimento. A decisão faz com que os clubes possam voltar a emprestar jogadores a clubes do mesmo escalão.A Assembleia Geral da Liga de Clubes tinha aprovado o fim dos empréstimos entre clubes da mesma Divisão. Uma decisão que não foi consensual e que motivou o recurso do Benfica, um dos emblemas que era contra esta medida, para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). A nova norma entraria em vigor já na época 2012/13.
Mas com a decisão do Conselho de Justiça desta quinta-feira volta tudo à estaca zero, fazendo com que tudo se mantenha como até aqui, ou seja, os clubes podem continuar a emprestar jogadores a outros emblemas do mesmo escalão.

As máfias dirigentes do nosso futebol - nomeadamente os clubes que menos tinham que lucrar com esta lei - não demoraram muito a mexer-se. Havia muito dinheiro em jogo, muitos favores que pagar, muitos empresários tristes, muitos jogadores para colocar a preço de saldo, muitos votos prometidos e muitos mais truques para manter o futebol português sob o apertado controlo de quem tem vindo a mandar nas sombras durante as últimas décadas.

O SL Benfica apresentou o recurso, o FC Porto seguramente que agradece não ter que sujar as mãos neste assunto e a "verdade desportiva" volta a ser fechada num quarto escuro. Para todos os que defendiam o futuro dos clubes portugueses, do jogador português e da sustentabilidade financeira de uma liga atada de pés e mãos às vontades de Joaquim Oliveira, já se pode respirar de alivio.

O futebol português está salvo!



PS: Levo uma semana à espera que alguém na FC Porto SAD ou alguém do FC Porto clube se pronuncie sobre a nossa equipa de basket. 
Desde 25 de Junho que a página web do clube não actualiza nenhuma informação sobre a secção. Isso não só é um insulto a todos os homens que trabalham no projecto em questão como um golpe na face de todos os adeptos e sócios da instituição. É nisto que o FCP se tem convertido nos últimos anos, um clube "futeboldependente" com um presidente que presumia de ter sido um homem das secções antes de ser um homem do futebol. 
Só me pergunto se o museu ainda irá para a frente, ou se há algum empresário a que pagar mais uma comissão de renovação de contrato até lá!