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sábado, 3 de março de 2018

Oito vitórias...

Não quero saber de tropeções alheios e estou preparado para aceitar tropeções próprios, mesmo no pior cenário. O que sei, apenas e só, é que o FC Porto está matematicamente a oito vitórias de ser campeão nacional. Podem ser 7+1 empate na Luz, podem ser 6+2 empates do Benfica, podem ser até 5+6 pontos perdidos do Benfica em tantos jogos. Tanto me faz. Este Porto vive jogo a jogo e é assim que tem de continuar a viver nos próximos dois meses. São oito triunfos para fechar em casa, com os Dragões, frente ao Feirense, um título que ontem ficou, mais uma vez, claro que tem tons azuis e brancos já escritos. Tudo pode passar até Maio mas nenhuma equipa tem sido melhor, mais competente e mais querido vencer que o FCP de Conceição. Mesmo numa noite de escasso mérito futebolistico tudo o resto fez a diferença e além de atirar o Sporting para fora da luta, praticamente, logrou-se reforçar uma sensação de invencibilidade emocional que nestes momentos conta mais do que tudo.

Há duas formas de olhar para o Clássico de ontem no Dragão mas apenas uma conclusão: o Porto tem sido sempre melhor, no cômputo geral, nos duelos com todas as equipas nacionais este ano. É o quarto duelo com os leões - falta um, igualmente importante porque a Dobradinha pode e deve ser objectivo - e uma vez mais ficou claro que o Sporting nunca conseguiu ser superior. Foi melhor, em momentos do jogo, mas superior nunca. Nunca o tem sido como não foi o Benfica no jogo do campeonato nem qualquer outra equipa. Num torneio claramente nivelado por baixo em talento individual e colectivo o Porto tem sabido fazer das suas fraquezas forças e entendido a natureza cada vez mais evidente do futebol luso, para o bem e para o mal. O que nos leva a ver o duelo de ontem de duas perspectivas diferentes mas forçosamente complementares.



Por um lado não se pode dizer que tenha sido um bom jogo. Foi emocionante, tenso mas fraco. O Porto jogou pouco e durante alguns momentos do choque foi superado. É uma equipa que lhe custa muito, muito controlar os jogos, parar os jogos, adormecer os jogos. Vive na vertigem. Conceição foi apresentado e já se sabia da sua boca que era homem de preferir o 1-0 ao 4-3 e que o 4-3-3 era um modelo historicamente ligado ao clube com o que se identificava. Não procurou nem uma coisa nem outra todos estes meses, para o bem e para o mal. A equipa joga, quase sempre, um 442 ou 424 de peito aberto exposto no meio-campo e demasiado dependente da velocidade das transições, e apesar de ter uma boa defesa permite aos rivais mais oportunidades do que seria desejável. Quando esses rivais têm nível - leia-se Liverpool ou até mesmo o caso do Bessiktas - pode sofrer e muito a ousadia. Quando em causa está o nivel médio do futebol português actual a coisa muda de figura. Conceição não inventou nada. Em 2009 Jesus chegou ao Benfica com essa mentalidade. Excluindo (se é que isso é possível) factores extra-desportivos, aquele seu onze era o que Conceição procura hoje mas com uma qualidade individual muito superior á que dispomos e sempre com jokers para momentos de aperto que já conhecemos. Mas durante uma década o futebol português converteu-se nisso. O 433 inteligente de Vitor Pereira salvou-se por um milagre mas as restantes equipas campeãs sempre procuraram modelos similares e Conceição, inteligentemente, fez o mesmo. O que isso provoca são jogos como os de Portimão, na maioria dos casos, o que dá os números ofensivos que nos levam aos dias de Robson, mas também jogos como ontem, contra rivais de outro nível, onde se sofre muito porque não há rotinas de posse e não há uma coesão táctica no meio-campo que permita respirar. Também essa exigência fisica constante tem dois efeitos colaterais importantes. Exilia a jogadores inteligentes e influentes mas sem esse ritmo - caso de Oliver Torres mas, como se depreende das palavras de Conceição, do próprio Paciência - e leva ao limite do desgaste físico os habituais titulares. O histórico de lesões musculares de este ano não pode surpreender quando se exige tanto fisicamente aos jogadores que não param em nenhum momento e que são apenas humanas. Marega foi a última vitima, um jogador que nem sequer foi alvo de rotação mesmo quando a equipa vencia com tranquilidade vários jogos, e o melhor exemplo dessa cultura. Com dois meses pela frente ainda e o lote de lesionados a tender a aumentar progressivamente á medida que o cansaço sobe esse será um importante ponto a gerir.

De facto ontem o Porto foi superior mas não foi uma grande equipa. Raramente houve triangulações, saídas a jogar em colectivo, trocas de bola largas. Não. Houve precipitação - sobretudo na linha defensiva, sempre nervosa a aliviar bolas que a segunda linha do Sporting quase sempre recuperava por superioridade númerica - e pouca paciência. Os golos nasceram de um lance de bola parada mal defendido e de dois momentos de grande inteligência individual, de Maxi Pereira que viu Herrera só, com tempo para colocar um centro tenso e perfeito, e também de Gonçalo, que soube colocar a bola no momento certo e no local certo para que Brahimi, com a frieza das estrelas, acabasse com a malapata de não anotar em jogos grandes. Houve ainda três oportunidades - um lance confuso na área que Marega não aproveitou, o remate sem força mas com intenção que antecedeu a lesão do maliano a uma saída de Rui Patricio e a brilhante corrida de Dalot que terminou com um disparo precipitado de Paciência - mas fora isso a produção ofensiva foi escassa e defensivamente a equipa mostrou-se insegura em muitos momentos, cedendo faltas desnecessárias - sobretudo Felipe - e permitiu um golo que deixa louco qualquer treinador. Pela perda da bola em zona central (Brahimi), porque nem Oliveira nem Herrera souberam apertar Ruiz e porque entre dois centrais demasiado espaçados, Leão soube encontrar com comodida o espaço para disparar sem pensar e colocar a bola debaixo das pernas de Casillas (que pareceu Baía em alguns momentos ontem, para o bem e para o mal) num remate que surpreendeu o espanhol, que mais tarde se resserciu brilhantemente com uma defesa espectacular a Montero. Entre essa defesa e o remate isolado de Leão (fosse Dost e seria outra conversa seguramente) e não se pode dizer que o Sporting não tenha gerado ocasiões suficientes para merecer mais. Mostrou querer mais em muitos momentos e foi um digno rival, mas também ficou vivo demasiado tempo porque, inexplicavelmente, Conceição continua a acreditar em Corona. O mexicano vai seguramente entrar na história como um dos piores investimentos do clube. Um jogador que toma sempre mal a decisão que tem de tomar, seja no passe, no controlo ou no remate. Esforçado mas trapalhão, rápido mas sem aproveitar os metros que ganha e sobretudo incapaz de ser pro-activo no passe ou no remate, Corona só contribuiu com os seus erros a fazer um jogo que devia ter sido controlado num encontro de carrinhos de choque. O jogo pedia claramente Oliver mas a lesão de Marega levou Conceição a colocar Reyes (antes já Aboubakar, ainda sem ritmo claramente, rendeu Gonçalo) e a meter-se ainda para mais atrás e a expor-se a um ultimo ataque desesperado dos leões. Um ataque que o próprio Dragão ajudou a suster numa noite de ambiente incrivel.



Dito tudo isso, e sabendo que este modelo é o que nos trouxe aqui e a dois meses dificilmente será alterado - outra coisa é o futuro mais distante - não podemos terminar sem deixar de prestar a devida vénia ao trabalho de Conceição. Em Agosto a imensa maioria dos adeptos - portistas muitos, eu inclusive - temiam o pior. Outro ano de seca, mau futebol, jogadores sem nível, entrega mas sem resultados. O plantel era curto e escasso de talento. E Conceição era um enigma. Dizer que o Porto seria lider e disputaria um Clássico decisivo com seis titulares inesperados naquele mês é dizer muito. O Porto foi a jogo com um miudo da equipa B (que futuro terá Dalot se quiser e lhe deixarem na SAD), um dispensado chamado Maxi, um Oliveira que muitos nem se lembravam que existia. Com um hiper-questionado Herrera, com um emprestado repescado com um grande histórico de lesões como Gonçalo e com a epitome de todas as criticas como era Marega. Seis de cinco. E todos eles foram determinantes na vitória. O certo é que este plantel é um milagre com pernas e isso deve-se ao jogador e ao trabalho táctico e emocional de Sérgio Conceição e jamais pode ser ignorado. Sem um cêntimo para gastar, com toda a imaginação do mundo, a cada problema o técnico tem encontrado solução. Sem Danilo há mês e meio Oliveira deu um passo em frente. Sem Telles lançou-se sem medo Dalot e um Maxi com um pé na China aguentou bem a ausência de Ricardo. Casillas voltou merecidamente a marcar diferenças e Herrera, que sofre quando se exige jogar em posse, encontrou neste modelo o paraíso. Soares, perdido completamente em Dezembro agora parece fundamental e Marega vai deixar saudades este mês - quem diria - mas seguramente terá também alternativa milagrosa. Não há, na memória recente, uma história mais bonita que a de este plantel do FC Porto e da forma como está a superar qualquer sonho e expectativa. Todos os adeptos merecem celebrar o título mas, por primeira vez em muito tempo, atrevo-me a dizer que mais do que nós, este título merecem, antes que todos, esses jogadores e essa equipa técnica.

Oito vitórias amigos. Oito...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Um passo atrás para dar dois em frente

Se havia algum jogo com o Sporting que o FC Porto podia perder no próximo mês, era este. Era importante ganhar. Sempre é importante ganhar. Mas perder, neste caso, tem tudo para não ser um drama e sim um ponto importante de inflexão. O FC Porto fez tudo o que estava nas suas mãos para ganhar um torneio a que, historicamente, sempre demos pouca relevância - e com razão - mas este ano era diferente. Não só interessava derrotar um rival directo nas duas competições mais importantes como também era importante terminar com mais de quatro anos sem levantar um caneco. Dinâmica de vitória gera dinâmica de vitória, pode dizer-se. No final o objectivo ficou cumprido a meias. O Porto vai continuar uns meses mais, pelo menos, sem vencer um torneio oficial mas o Sporting viu, uma vez mais, que em confronto directo continua a ser uma equipa bastante inferior como ficou demonstrado em noventa minutos onde os Dragões foram melhores. A derrota, que não em campo, é um passo atrás mas a motivação de saber-se superiores e a vontade ainda maior de vencer os desafios que restam podem significar dois passos em frente. 

O FC Porto foi quase sempre superior, mais esclarecido e mais dinâmico que o Sporting, com e sem Danilo Pereira. A baixa do médio é a única noticia genuinamente preocupante de uma noite que deixou, em geral, boas sensações. A defesa voltou a estar a um nível impecável, anulando perfeitamente a real ameaça que é Bas Dost, sem provocar erros individuais próprias e sem ceder aos primeiros bons minutos do Sporting. A saída de Gelson Martins anulou a única arma em velocidade que os leões tinham o que transformou o seu jogo ofensivo em algo mais plano e controlável por uma linha de quatro bem oleada que nunca deu nem espaço nem tempo para o rival pensar. Não surpreende portanto que os dois únicos lances de perigo gerados pelo Sporting fossem pelo ar. O penalty reclamado - era falta de Danilo Pereira mas Dost estava em fora-de-jogo antes da bola chegar à área - e o cabeceamento de Coates, foram os únicos arranhões de um leão sem garra que dominou bem os espaços nos primeiros vinte e cinco minutos mas que, depois, não teve esclarecimento para propor o que fosse e passou o segundo tempo a pensar, claramente, nas grandes penalidades .
Por outro, sem ter sido uma exibição de encher o olho, o Porto soube ser sempre mais incisivo e directo e gerou bastantes mais oportunidades. Dois fora-de-jogo de Soares, que continua a um ritmo inferior ao dos colegas (o que gerou o golo, muito duvidoso, e como se sabe, em caso de dúvida deve-se deixar seguir, salvo se o jogador é do Porto), uma boa jogada de Ricardo, um cabeceamento sem direcção de Waris e um remate, no instante final, de Marega. Lances que podiam e deviam ter resolvido o jogo e que reflectem bem como a equipa está nos últimos dois meses, capaz de gerar bastantes ocasiões mas com cada vez mais dificuldades em concretizar e desbloquear resultados. 

Conceição deu uma licção de futebol a um Jesus que, uma vez mais, voltou a demonstrar cedo que vinha para o empate. Apesar de ter começado melhor o Sporting foi engolido pelo 4-3-3/4-4-2 que o Porto ia desenhando consoante as situações de jogo com Sérgio Oliveira como joker. O médio trabalhou muito mas continua a demonstrar ter sérios problemas tanto no disparo de meia distância (onde era suposto ser do melhor disponível) e na toma de decisão final. A lesão de Danilo precipitou a entrada de Oliver, que esteve a um nível muito bom e gerou várias ocasiões de perigo, basculando bem entre zonas, o que levou Herrera a baixar à posição de pivot defensivo. O mexicano, que voltará a ser mais recordado pelo penalty falhado, fez um excelente jogo e fez esquecer o omnipresente Danilo nas tarefas defensivas e da ocupação do espaço ainda que, ofensivamente, tenha contribuido muito pouco. Oliver e Oliveira mantiveram o controlo do meio-campo durante grande parte do tempo mas a mudança de desenho forçou Brahimi, sobretudo, a baixar bastante a uma zona central o que diminuiu o seu impacto sobre o jogo ainda que, com a bola, tenha sempre sido o mais esclarecido a romper o desenho dos leões. Marega, no outro lado, trabalhou muito e só Soares, batalhador mas pouco esclarecido, acabou por não ser diferencial algo que Aboubakar tão pouco foi capaz de ser. Nota positiva para Waris que, na estreia absoluta depois de poucas horas de trabalho colectivo, ofereceu-se e movimentou-se bem entre linhas e demonstrou serviço. Mais uma peça para compor o puzzle. Fosse em posse, fosse na rápida recuperação do esférico, fosse na pressão, o Porto foi sempre a melhor equipa e a única que não quis deixar tudo para os penaltis. Conceição, dando o mote, nem quis seguir a serie ao vivo e talvez soubesse por antecipação que os jogadores não estavam preparados para a sequência (afinal quando nos apitam tão poucos penaltis a favor precisa-se de treinar mais ainda nas horas livres, que são poucas) e assim foi. Três falhanços - apesar de duas grandes defesas de um Casillas que sempre se mostrou seguro - e uma eliminação injusta pelo feito em campo. E um aviso para o futuro. Tacticamente e em qualidade de jogo, não há melhor equipa em Portugal que o FC Porto. 

No final de contas se havia um torneio que interessava pouco era este. Se havia um duelo directo que podiamos permitir-nos não ganhar era este. E se havia uma derrota com força emocional suficiente para unir, ainda mais, o grupo em relação a um objectivo comum, também era este. Os grandes clubes sabem fazer dos tropeções, vitaminas para alcançar as vitórias. Não é, nunca seria, motivo de drama - nem nos anos de AVB-VP nem na etapa final de Jesualdo, com equipas ganhadoras, perder o torneio significou algo relevante - mas pode ser motivo mais do que suficiente para afinar baterias para o sprint final no campeonato e o mano a mano na Taça de Portugal, competição que deve ser encarada da mesma forma que o jogo de ontem na Pedreira. Perder não faz parte do ADN do FC Porto mas há derrotas (neste caso, eliminações, mais do que derrotas) que vêm por bem. Que esta seja uma delas.

sábado, 13 de maio de 2017

Aliança contra um inimigo comum

Winston Churchill e Joseph Stalin no Kremlin, Moscovo, em 1942

Havia um mundo de diferenças entre o primeiro-ministro britânico, o conservador Winston Churchill, e o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, o ditador Joseph Stalin. Contudo, durante a II Guerra Mundial, estes dois homens souberam dialogar e estabelecer uma aliança contra um inimigo comum: Adolf Hitler.

E, a propósito desta aliança, há uma frase de Winston Churchill que ficou célebre:


Seguramente, quer Churchill, quer Estaline, sabiam que a aliança estabelecida para combater Hitler era um acordo conjuntural. Mas também sabiam que, isoladamente, seria muito mais difícil derrotar a Alemanha Nazi que, por essa altura, ocupava ou controlava (através dos seus aliados) a quase totalidade da Europa.

A Europa em 1942

Tudo isto vem a propósito da “Cimeira anti-Benfica”, conforme foi classificado, por jornalistas do “Estado Lampiónico”, o encontro entre os responsáveis pela comunicação do FC Porto e Sporting CP. Encontro que ocorreu na passada quarta-feira e do qual resultou um comunicado conjunto, onde é salientada a convergência de posições dos dois clubes em vários assuntos.

Muitos portistas consideram que esta aliança FCP-SCP é antinatural e mesmo despropositada.
Eu discordo.
E discordo, não porque confie nas boas intenções de Bruno de Carvalho, ou me tenha esquecido daquilo que ele e outros notáveis sportinguistas disseram do FC Porto, mas porque, no momento atual do futebol português, o combate ao “Estado Lampiónico” sobrepõe-se a tudo o resto.

No dia em que o “polvo encarnado” for desmantelado, então sim, esta aliança (conjuntural) entre velhos rivais deixará de fazer sentido, porque deixa de ser necessária.

Filme 'O Leão da Estrela' (1947)

Mas, não tenhamos ilusões, não é de um dia para o outro que este poder tentacular, que domina o futebol português e asfixia os rivais do SLB, será destruído. Há um longo caminho a percorrer.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Falar quando devemos


A arbitragem do FC Porto vs Guimarães, de responsabilidade de Jorge Sousa, deveria ter sido uma oportunidade aproveitada pela estrutura do nosso clube para chamar a atenção para a falta de respeito a que o FC Porto tem sido votado.

Seria fácil falar do golo ilegalmente anulado ao André Silva que, como se percebeu no estádio, e se comprovou na TV, não só não teve qualquer intenção de jogar a bola com a mão como, na realidade, não é ele que toca com mão, mas antes o jogador do Vitória, fazendo penalti não assinalado.
Seria fácil também falar sobre essa jogada, e compará-la com as duas jogadas de Alvalade, em que a mão dos jogadores do Sporting serviu de pé, com a total complacência dos homens do apito.

Seria fácil falar, mas não é isso que pretendo abordar.

A arbitragem de Jorge Sousa foi muito pior do que resultaria duma análise desse lance e da comparação com outros lances piores, com decisão diferente.

Abaixo explicarei porquê, mas antes uma nota sobre o momento: perante arbitragens escandalosas e - desde o início - tendenciosas, é nas vitórias que mais devemos fazer ouvir as nossas críticas.

De facto, perante um jejum de anos sem sentir o sabor do títulos, os nossos adversários procuram defender as injustiças acusando-nos de atacarmos as arbitragens apenas como forma de justificar derrotas.

Ora, todos sabemos que assim não é, e que a arbitragem nos tirou pontos decisivos em épocas passadas.
No entanto, a melhor forma de afastarmos essa acusação é, perante arbitragens vergonhosas em jogos que tenhamos ganho, apresentarmos um rigoroso mas duro trabalho de denúncia.
Não nos poderiam, assim, acusar de estarmos apenas a justificar o insucesso.


Mas onde esteve a vergonha da arbitragem de Jorge Sousa?

A meu ver, esteve em todo o lado.

Esteve, em primeiro lugar, na gestão dos tempos de jogo.
Desde o primeiro minuto de jogo que os jogadores do Vitória mostraram ao que vinham: gastar o mais tempo possível com o jogo parado. Não o esconderam, nem dissimularam. Não disfarçaram.
Dei-me ao trabalho de cronometrar as diversas paragens em pontapés de baliza e cantos, onde os jogadores do Vitória perdiam entre 20 e 30 segundos (o tempo que se dá de desconto a uma substituição). Só com esta brincadeira foram mais de 9 minutos, só na primeira parte do jogo.
Perante esta autêntica palhaçada (o exagero foi patente…), a um árbitro experiente e imparcial seria exigível uma atitude consequente: deveria dirigir-se aos jogadores do Vitória, assim que disso se apercebesse, informando-os de que procederia a descontos e que, se nisso persistissem, sairiam amarelos do bolso.
O que fez Jorge Sousa? Nada. Absolutamente nada. Nem avisos, nem amarelos, nem descontos.
Dos 9 minutos perdidos, nem um foi descontado antes do intervalo.

Esteve mal Jorge Sousa - também tendencioso - no aspecto técnico.
Ao mínimo contacto nosso (mesmo quando legal), logo virava o jogo contra nós. Mas, quando os adversários nos atingiram, pouco ou nada assinalou.
Esta dualidade introduz, por um lado, um enorme desequilíbrio na força com que cada uma das partes decide abordar um lance (o que é muitas vezes essencial para nele se poder ganhar vantagem). E, por outro lado, enerva de forma muito séria a equipa que sofre dessa desvantagem.
O objectivo do Vitória era, manifestamente, o de procurar enervar-nos e o árbitro, também aqui, quis participar na festa.

Esteve mal Jorge Sousa, finalmente, no campo disciplinar. O cúmulo deu-se quando sancionou com o mesmíssimo cartão amarelo um derrube a um jogador do FC Porto que se isolava e um derrube no meio campo, sem qualquer perigo ou relevância.

Acabou por correr tudo bem para todos: o FC PORTO ganhou; o Vitória perdeu apenas por três; e o árbitro pode justificar a quem pretendia que "fez o que foi possível".
Mas, especialmente por - aparentemente - estar tudo bem, não podemos deixar de denunciar o que esteve à vista de todos.

Temos que procurar fazê-lo nas vitórias e não nas derrotas.

Pela minha parte, será principalmente em vitórias como esta, com este tipo de arbitragens, que criticarei.
Espero ter muitas vitórias para o poder fazer.
   

domingo, 28 de agosto de 2016

Quem eram estes tipos de amarelo?


Foram precisos 100 anos de clássicos para alguém, certamente mais inteligente que  o comum dos mortais, concluir que o verde às riscas horizontais se confunde com o azul às riscas verticais.
E eis, então, que uma equipa, ridiculamente vestida de amarelo, se apresentou em Alvalade para escurecer ainda mais o nosso futuro.

E vão 3 derrotas consecutivas contra o scp de Jesus. Em nenhuma delas eles tiveram sequer que se esforçar muito.

Dinâmica? Rotinas de jogo? Para NES, afinal, bastam 2 treinos e já está.
Óliver saiu há apenas um ano e três meses do nosso clube mas, deste "11" de hoje, só tinha jogado com 2: Marcano e Herrera. Sintomático.

E por falar nele, eis que também tivemos direito ao Marcano habitual: o "central" que tudo deita a perder nos jogos a doer.

O scp, sabedor da sua importância decisiva, aproveitou Slimani até ao último segundo, não querendo saber de possíveis lesões ou estados de espíritos.
Já o FCP acha por bem poupar Brahimi, para que este chegue bem fresquinho ao seu próximo clube.

Também ao fresco, já em terceiro lugar, eis o FCP após apenas 3 jogos disputados.


quarta-feira, 25 de maio de 2016

A mãe de todas as fugas para a frente

Não estamos habituados a «jejuns» de 3 anos (felizmente!) e sendo assim é natural que os portistas estejam não só muito insatisfeitos como também inquietos e ansiosos para a próxima época que se avizinha. É frequente ouvirmos expressões do género «Para o ano não podemos falhar!». 

E de facto a próxima época deve ser preparada com toda a atenção e um apurado sentido de urgência. Dito isto...

...dito isto, tenho bastante receio que se exagere, apostando-se tudo no curto prazo hipotecando o futuro.

Flashback para o virar do século: o SCP vinha de um longo (longuíssimo) jejum de títulos nacionais e durante uns 2 a 3 anos apostou tudo no imediato, em particular contratando muitos jogadores experientes mas sem perspectiva de encaixes futuros (e isto quando já tinha vários jogadores titulares na reta final da carreira, como Iordanov, Edmilson, Pedro Barbosa ou Rui Jorge), vários deles com enormes salários. Falo de Schmeichel, JVP, Paulo Bento, Sá Pinto, Acosta, Jardel entre outros.

Apesar de tudo lá conseguiram ser duas vezes campeões (embora da forma que todos vimos...) mas foi em boa parte à custa disso que andaram depois outra vez muitos anos a «penar» (aliás, nunca mais voltaram a ser campeões). E isto porque financeiramente «deram o berro», tanto pelos custos elevados como pela ausência de 2 ou 3 jogadores por ano para vender caro de forma sistemática, todos os anos. Um Ronaldo aqui e um Nani ali não chega... Foi isso que levou a uma «aposta na prata da casa» em peso durante vários anos - a falta de dinheiro - e não uma estratégia deliberada.

Ora o FCP não é o SCP. O FCP é mais do que isto. Eu não quero que se aposte tudo na próxima época, hipotecando o futuro (por ex ao endividarmo-nos ainda muito mais, recorrendo a vários anos de receitas adiantadas de uma MEO, etc). Eu não quero ser campeão na próxima época (ou até mesmo nas duas próximas) se o preço a pagar for andarmos depois meia dúzia de anos seguidos em jejum.

Eu quero sim que as condições estejam criadas para podermos ser pelo menos 5 vezes campeões nos próximos 10 anos e para lutar pelo título até ao fim em todas as épocas (se mais do que isso, ainda melhor).

Ora tenho bastante receio que os nossos dirigentes tenham precisamente essa tentação de apostar TUDO no imediato, já que começam a ficar preocupados com a sua «pele» e reputação, uns e outros por razões algo distintas (não me admirava por ex que Pinto da Costa dê prioridade máxima a querer sair em grande do FCP, enquanto outros se preocupam mais em não perder ainda mais «capital» junto dos adeptos tendo vista uma corrida apertada nas primeiras eleições pós-PdC: e outros ainda contam sair junto com PdC e estão a borrifar-se para o pós-PdC). Ainda mais quando tenho assistido a várias fugas para a frente na última década, mesmo quando não se sentiam acossados (que levou por exemplo a que o clube tenha perdido metade do estádio, e a que andemos a pagar mais de 10 milhões/ano em juros da dívida, que explodiu nos últimos 10 anos).

Espero que resistam a essa tentação, que teria forte probabilidade de levar a uma «sportinguização» do FCP. Apostar no imediato sim, mas com inteligência e moderadamente, sem hipotecar o futuro.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Uma vez Calimeros, sempre Calimeros


Com que então o SCP queixa-se do número de bilhetes que recebeu para o jogo no Dragão... mas eles não receberam os 5% que ditam os regulamentos? Estão a queixar-se de quê, afinal?

"A título de curiosidade, nos últimos três jogos fora do Sporting para a Liga NOS (Estoril, Restelo e Moreira de Cónegos), as vendas em Alvalade foram, em média, superiores aos 2 500 bilhetes recebidos para o clássico da 32.ª jornada e que correspondem aos regulamentos que determinam 5% da lotação para o clube visitante. Na medida em que, no Estádio do Dragão, a venda é limitada a sócios do Futebol Clube do Porto é com enorme expectativa que veremos qual a assistência do clássico do próximo sábado.

Ah, já percebi melhor...o «problema» afinal é que não lhes fizémos o FAVOR de dar mais bilhetes do que os regulamentos ditam. Mas por alma de quem é que haveríamos de fazer favores aos lagartos? Não preciso de lembrar a postura do seu presidente perante o FCP desde o dia em que foi empossado, pois não? É preciso ter muita lata.

Seus Calimeros, metam lá isto na cabeça: nós não somos o Estoril, o Moreirense ou o Belenenses. Somos o FCP, e em nossa casa mandamos nós. Se hipoteticamente estiverem apenas 10mil portistas no estádio ficando muitos lugares vazios, que seja, mas isso é problema nosso e nosso - era o que faltava termos uma maioria de lagartos na nossa própria casa.

Se pensam que vamos vender a nossa honra e bem-estar a troco de uns 100mil euros extra de receitas de bilheteira que seja, andam muito equivocados. Bicho por bicho, preferimos de longe ter uma mosca ao lado do que um lagarto!

domingo, 17 de janeiro de 2016

Fisgas contra Canhões

Capas de jornais do dia 16-01-2016

Os sportinguistas têm razão de queixa da arbitragem do Sporting x Tondela?
Claro que não.
Então porquê esta gritaria?
Porque, no campeonato português, esta pressão contínua sobre os árbitros acaba, mais tarde ou mais cedo, por render pontos.
E o Sporting este ano começou cedo, quer a pressionar, quer a obter dividendos dessa pressão.

Logo na 1ª jornada, o Sporting ganhou ao Tondela (em Aveiro) por 1-2, com um golo de penalti ao minuto 90+8'. Foi, também, o jogo em que o João Pereira fez um lançamento lateral com os pés já dentro das 4 linhas.

Lançamento lateral de João Pereira

Na 5ª jornada, no Sporting x Nacional, um jogador do Nacional foi expulso ao minuto 32. O Sporting ganhou por 1-0, com um golo de Montero ao minuto 86.

No final desse jogo, o treinador do Nacional, Manuel Machado, disse o seguinte:
A minha equipa esteve muito bem defensivamente. Jogando uma hora em inferioridade (...) Os árbitros, não tendo claques, têm de ser protegidos e isso inibe-me de dizer o que penso, também por carácter e princípios. Hoje foi preciso mais do que o Sporting para que o Nacional saísse vencido

Na 9ª jornada, o Sporting ganhou por 1-0 ao Estoril, com o único golo a ser marcado de penalti.

No final desse jogo, o treinador do Estoril, Fabiano Soares, disse o seguinte:
Vocês viram. Perder assim é complicado. Eu erro, os jogadores erram e eles [árbitros] também. Vocês têm as imagens e elas são claras.

Na 10ª jornada, o Sporting ganhou em Arouca por 1-0, com o golo da vitória a ser marcado por Slimani, ao minuto 90’.

No final desse jogo, a propósito de uma grande penalidade clara não assinalada a favor da equipa da casa (ao minuto 84), o treinador adjunto do FC Arouca disse o seguinte:
Sabe que, infelizmente, quem semeia ventos não colhe tempestades. E as equipas pequenas sofrem essas tempestades. Há que refletir, toda a estrutura do futebol, sobre estas tempestades e ventos que estão a ser provocados de forma propositada

Penalti por assinalar no Arouca x Sporting

Mais tarde veio-se a saber, que o árbitro deste jogo, Cosme Machado, teve uma má avaliação (o árbitro da AF Braga foi classificado com 2,4), muito por causa da grande penalidade que ficou por assinalar a favor dos arouquenses.

Na 11ª jornada, o Sporting ganhou por 1-0 ao Belenenses, com o golo da vitória a ser marcado de penalti ao minuto 90+4'.
Foi o célebre jogo da mão do Manaca... perdão, do Tonel.

Na 17ª jornada, a perder em casa por 0-2, surgiu um penalti miraculoso (mais uma vez), decisivo para o Sporting inverter a tendência do jogo, dar à volta ao resultado e vencer o SC Braga por 3-2.


Obviamente, não foi por acaso que, logo no final deste Sporting x Tondela, primeiro o presidente e depois o treinador leonino, “apontaram e dispararam os canhões” contra o árbitro.
E, menos de 24 horas depois, o presidente da AG (Jaime Marta Soares) já veio ajudar à festa.
Falta apenas o Octávio Machado. Afinal, o “Palmelão” foi contratado para quê?

Ora, se os nossos rivais usam “canhões”, nós não podemos ir para uma “guerra” destas com “fisgas”, sem “generais” e com os nossos “soldados” a marcharem uns para cada lado.

E reagir 48 horas depois, quando ninguém nos está a ouvir, serve apenas para ocupar espaço na grelha do Porto Canal.

Já agora, alguém me diz quem é o nosso Octávio Machado?...


sábado, 2 de janeiro de 2016

SMS do dia

Lopetegui faz com que Quinito, Fonseca, Fernandez e Del Neri parecerem génios do futebol. É, de longe, o treinador mais incompetente da era PdC. Também é o que mais caprichos recebeu. Alguém deve mesmo gostar dele no Dragão.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A Sorte nos sorteios.

Os dados foram lançados, a Europa do futebol vai se confrontar, e em Fevereiro a febre volta.

Para os Portistas distraídos que não deram pela derrota caseira com o Dínamo Kiev, a possibilidade de passarmos para os quartos de final da Liga dos Campeões parece difícil com os alemães do Dortmund que nos calharam na rifa. Mas espera, esse FC Porto - Borussia Dortmund é um confronto da Liga Europa? Quem diria.

Quanto aquele clube lá de baixo, calhou-lhes o Zenit. Safaram-se do Real Madrid, Barcelona, Manchester City e Chelsea. De azar nos sorteios é que não podem queixar-se.

Quanto aos restantes confrontos: temos nada mais nada menos que um confronto entre dois campeões europeus: Juventus - Bayern Munique. Também temos um Arsenal - Barcelona e um PSG - Chelsea, qualquer um destes confrontos poderiam perfeitamente ser jogos das meias finais.




Mas voltemos aos sorteios dos maiores clubes Portugueses. Há, no universo Portista, a percepção que o nosso rival se safa bastante no totoloto dos sorteios da UEFA. Decidi dar uma olhadela pela história dos sorteios que envolvem ambos os clubes para tirar as minhas próprias ilações. Será que são beneficiados pela sorte ou isso é mais percepção nossa?

Isto é um exercício subjectivo que necessita de contexto competitivo. E decidi recuar para a época de 2005/06. Sem ser exaustivo decidi dar relevância às épocas onde é notório que um clube teve um sorteio bem mais favorável ou desfavorável em relação ao outro.

Logo a começar parece que tivemos sorte. Nesse ano calhou-nos Inter, Rangers e Artmedia e ficamos em último. Ao Benfica calharam-lhes o Man Utd, Villarreal e Lille. Passaram e defrontaram e eliminaram o campeão Europeu Liverpool caindos nos quartos contra o Barcelona.

Nos anos seguintes não houve grande comparação a fazer. Realço é que na época de 2008/09 o Porto defrontou e eliminou o At Madrid nos oitavos caindo aos pés do Man Utd nos quartos. Não se pode dizer que foram sorteios de sorte.

No ano seguinte estivemos em competições diferentes. Calhou-nos o Arsenal nos oitavos da LC quando, caso tivessemos um bocado de sorte poderia nos calhar a Fiorentina, o Bordeús ou o Sevilha.

Sinceramente, olhando para os sorteios de ambos os clubes torna-se aceitável argumentar que o Benfica é muitas vezes bafejado pela sorte. Esta ano nem se fala.

Uma coisa é que parece notório: a dita sorte do Benfica nota-se bastante pelo facto de raramente lhes calhar os adversários mais complicados (época de 2005-06 à parte). Comparar com o Porto que ou leva com um Arsenal ou Chelsea logo nos oitavos da Liga dos Campeões ou com um Manchester City ou Borussia de Dortmund muito cedo na Liga Europa

Uma última palavra para referir que o Sporting joga com o Bayer Leverkusen e o Braga com o Sion.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

“Casamento” falhado e dor na testa…


«O Sporting Clube de Portugal irá participar na próxima época desportiva de ciclismo profissional, um regresso a uma modalidade com grandes pergaminhos e tradição no clube que corresponde ainda a um grande anseio dos sócios e adeptos»
Nota publicada no site oficial do Sporting, em 03-12-2015


O objetivo é claramente lutar pela vitória em todas as provas. O Sporting já disse várias vezes que tem de fazer apostas claras e concretas em modalidades que são importantes, que tenham tradição. O objetivo é vencer a Volta, mas também as restantes provas em que entrarmos
Declarações de Bruno de Carvalho à Sporting TV, em 03-12-2015


[Na quarta-feira à noite] houve uma conversa em que chegámos à conclusão de que estávamos garantidos. Como sou um homem crédulo e um homem de bem, não estava nada escrito, mas para mim estava feito. O próprio Nuno Ribeiro [diretor-desportivo da W52] dá uma entrevista à Sporting TV. Na quinta-feira de manhã começa o telefone a tocar, gente que sabe de ciclismo a dizer que houve problemas de doping, entre outras coisas. Fiquei atrapalhado, avisei o presidente e ele mandou parar o processo para nos informarmos sobre o que se estava a passar. Tentámos obter informações de todos os lados, mas não nos chegaram e ficámos parados.
Hoje [domingo] ficámos a saber que se associaram ao FC Porto. Ainda bem que assim foi, não fôssemos associar-nos a quem não devíamos. Não sei se os dirigentes [da W52] são pessoas credíveis ou não, mas o que provaram nesta situação é que não são. Podiam ter dito qualquer coisa ao Sporting, mas não disseram e provaram que não merecem estar associados ao clube.
Vicente Moura, vice-presidente do Sporting responsável pelas modalidades, em 06-12-2015

FC Porto de regresso ao ciclismo (fonte: capa do JN de 07-12-2015)

Ora deixa cá ver se eu percebi. Na passada quarta-feira, o Sporting tinha-se associado a uma equipa vencedora (ganhou as últimas três voltas a Portugal) e a W52 era um óptimo parceiro para o clube de Alvalade regressar, com ambição ganhadora, a uma modalidade que, nas palavras sábias de Bruno de Carvalho, “já nos deu 150 títulos e nos projetou pelo Mundo”.

FC Porto ultrapassa Sporting (fonte: O JOGO, 07-12-2015)

Como, entretanto, a “noiva” (W52) deixou o “noivo” (Sporting) pendurado e “casou” com outro pretendente (FC Porto), em apenas três dias a W52 passou de parceiro ideal a parceiro duvidoso ou, pior ainda, a parceiro pouco recomendável, suspeito de andar metido na droga (no caso, no doping) e de não estar ao nível dos altos padrões morais e éticos dos viscondes de Alvalade.

Eu não ponho as mãos no fogo pela W52 (ou por qualquer outra equipa de ciclismo), mas nisto de “casamentos” falhados eu diria que a reação (no Facebook…) de Bruno de Carvalho, mais parece “dor de corno”…

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Jesus, tantas expulsões!!!

Muito se tem dito acerca da propensidade dos árbitros em expulsar os adverários do Jorge Jesus. Quem é que eu estou a enganar? Pouco ou nada se tem falado nisso! Pelo menos nos meios de Comunicação Social Lisboeta. Este é um problema grave que tem que ser abordado pelas instituições competentes, haja idoneidade e vontade política para o fazer.

Um dos argumentos atirados para o ar a justificar os clubes que aparentemente beneficiam de maior número de expulsões é a de que esses clubes atacam mais, estão mais vezes na grande área, criam maior perigo obrigando as defesas a recorrer de soluções drásticas, daí a expulsão. Este argumento é igualmente usado para justificar maior número de penalties, e sinceramente, acho-o um argumento credível e aceitável.

Nas 5 últimas épocas, e nesta época em curso, os clubes orientados pelo Jorge Jesus têm tido sensivelmente o mesmo número de penalties que o Porto (mas nesta época o Sporting já leva 5-0 nessas contas!). Já em expulsões a coisa muda de figura. Ver tabela:



Se o argumento que justifica os penalties se aplica para as expulsões então como explicar esta ENORME discrepância entre os clubes orientados pelo Jorge Jesus e pelo FC Porto? Eles realmente atacam mais? Se atacam mais pq é que esse discrepância no número de expulsões não é igualmente reflectida no número de golos no fim da época? 

A verdade é que o Mestre da Táctica é mestre a jogar contra 10 ou até 9. Essa é que é a verdade. Nas 6 épocas anteriores, o Jorge Jesus tem beneficiado duma média de 9 expulsões por época, enquanto o Porto teve 5.5, ou seja o Jorge Jesus tem +/-65% mais jogos contra adversários em inferioridade numérica do que o Porto. CARAMBA!!!!!


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A bola está na mão do Tonel


O Lopetegui pode ter muitos defeitos; o Porto pode não jogar um charuto, mas ao menos quando cair, cai de pé. Ganhámos 1-0 ao Tondela, mas não devemos nada a ninguém...

terça-feira, 10 de novembro de 2015

"O árbitro marcava tudo para o Sporting"


"Não sei se vale a pena recorrer a Vítor Pereira, as coisas vão-se acumulando e assim é muito fácil o Sporting ser campeão. O árbitro marcava tudo para o Sporting e nada para o Arouca. Não marcou um penalti descarado. Não teve coragem", declarou, ao programa Bola Branca, Carlos Pinho, presidente do Arouca, lamentando as incidências do jogo de domingo.

O Sporting venceu o Arouca por 1-0, com o golo a ser apontado aos 91'. No entanto, aos 83', com o resultado em 0-0, um jogador do Arouca, Adilson Goiano, é derrubado por Naldo na área sportinguista quando apenas lhe bastava "encostar" para marcar golo. É uma grande penalidade óbvia - "descarada" como diz o presidente do Arouca - num lance que pode ser revisto aqui.

O árbitro do jogo foi Cosme Machado.

É este o estado da arbitragem em Portugal. Vítor Pereira lá vai passando por entre os pingos da chuva, levando a água ao seu moinho. Quando o beneficiado não é o Benfica, é o Sporting. E assim se mantém o poder da arbitragem ao serviço dos clubes de Lisboa.
   

sábado, 5 de setembro de 2015

Cocaína, Coacção e Corrupção


Estes são os 3 C’s dos clubes da segunda circular que a Polícia e o Ministério Público andaram a ignorar durante uma década.

Desde que o procurador gondomarense Carlos Teixeira decidiu ignorar a gravidade de um telefonema entre Luís Filipe Vieira e Valentim Loureiro e não colocou o presidente benfiquista sob escuta, que o outrora apelidado de “Kadhafi dos Pneus” tem salvo-conduto para viver fora da lei. A estreita ligação a Saldanha Sanches e à sua mulher, a procuradora Maria José Morgado, terão ajudado a que Vieira ficasse sempre a salvo de uma investigação que teve como objectivo principal destruir o FC Porto e apenas como objectivo secundário o de apurar e eliminar os aliciamentos a árbitros de 2ª categoria e que deu pelo nome de Apito Dourado.

Até agora, pelos vistos.

Em 2008 a Polícia já tinha prendido 30 elementos da claque “no name boys” por tráfico de droga e armas. Essa claque tinha um armazém no Estádio da Luz onde guardava um arsenal de armas que incluía peças de guerra. Vieira terá mesmo solicitado à PSP para “aliviar” as vistorias na entrada do Estádio em dias de jogo para a malta da claque (afinal eles até eram bons rapazes…). A droga era utilizada para financiar os membros da claque. A investigação, essa ficou por aqui… Nessa altura o então Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, era visto com frequência à direita de Vieira no camarote presidencial da Luz.

Mas o tráfico de droga por pessoas ligadas ao Benfica não acaba aqui. Em final de Agosto último, o Jornal de Notícias divulgou uma operação da Polícia Judiciária denominada por “Porta 18”. Foi detido José Carriço, pessoa de confiança de Vieira e funcionário do Benfica. O comunicado da PJ, emitido em finais de Julho, era vago e lacónico. Informava que a operação se destinava a “desmantelar um grupo organizado dedicado ao tráfico de cocaína” e que “a organização criminosa em causa, composta por indivíduos portugueses, dedicava-se à importação do produto estupefaciente para território nacional desde a América do Sul, por via aérea”. Não fosse o JN e ainda hoje ninguém sabia o que se passa nas instalações do Benfica.

A operação de buscas fazia parte de uma investigação maior da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) que já durava há 8 meses e que culminou nesta detenção, tendo passado publicamente despercebida. Durante este período foram realizadas ações de vigilância, tendo sido registadas em mais de uma dezena de ocasiões as entradas e saídas da Luz por parte de cidadãos colombianos, com o pretexto de se irem reunir com José Carriço. Estas movimentações faziam-se pela porta n.º 18 do estádio, que deu nome à operação.
José Carriço foi detido na A1 (autoestrada n.º1), estando acompanhado de um outro indivíduo num automóvel do clube da Luz. Foi então que os 9,5 quilogramas de cocaína foram apreendidos. Ao mesmo tempo em que decorria a detenção, estavam a ser realizadas buscas no gabinete do administrativo no Estádio da Luz por parte de investigadores da PJ.



O vizinho do lado na 2.ª Circular também tem tido os seus “esquemas” impunes. Não nos esqueçamos do “Processo Cardinal” em que Pereira Cristóvão, na altura Vice-Presidente do Sporting, depositou dois mil euros na conta do árbitro assistente José Cardinal na véspera deste se deslocar à Madeira para um jogo entre o Marítimo e o Sporting, em Abril de 2012. O Conselho de Disciplina da FPF suspendeu Pereira Cristóvão de toda a actividade desportiva por 15 meses, a partir de Outubro de 2014. E assim transformou um caso de corrupção e coacção com inevitáveis consequência graves para o Sporting numa leve suspensão a um seu dirigente e numa multa irrisória ao clube. “Quem tem amigos não morre na cadeia”. Literalmente.

Pereira Cristóvão foi detido recentemente “por suspeitas de envolvimento em assaltos à mão armada nas zonas de Lisboa e Setúbal, no papel de informador”. Mais detalhes aqui.
   

terça-feira, 30 de junho de 2015

O PODER DA TURBA E AS ASSEMBLEIAS PLEBISCITÁRIAS




No passado domingo o Sporting Clube de Portugal ("esforço, dedicação, devoção e glória", que o caso não é para menos), realizou uma Assembleia Geral, na qual, entre outras coisas, uma turba de mil sócios assanhados votou favoravelmente a expulsão de sócio de um antigo presidente.

"Foi 'democrático'", dirão aqueles que da democracia têm um conceito que raia o comicieiro. Mas eu acho que isto é tudo menos democracia e é, sim, a típica mobilização da turba para fins pouco dignos, por gente, também ela, muitas vezes pouco digna, e sem qualquer ponta de respeito por vozes dissidentes, as quais, muitas das vezes, nem vão a estes "comícios" por  prezarem a sua integridade moral e física.

Não detém, obviamente, a agremiação do Campo Grande o exclusivo deste tipo de manipulação das massas e de perversão da democracia associativa. Lembro-me, a propósito, de um episódio ocorrido no nosso clube em 1969: o treinador José Maria Pedroto saíra do clube, a dois jogos do fim do campeonato, em conflito com o presidente, Afonso Pinto de Magalhães (os pormenores desse conflito ficarão, talvez, para um artigo futuro). O presidente, acossado na imprensa pelo referido treinador, decidiu promover uma assembleia geral, na qual propôs aos sócios que José Maria Pedroto nunca mais pudesse servir o F.C. Porto. A turba, claro, votou favoravelmente.

O calendário avançou e chegou-se a 1976. O presidente de então, Américo Sá, convidou Jorge Nuno Pinto da Costa para chefiar o Departamento de Futebol. Segundo constou, Pinto da Costa terá dito que só aceitaria o cargo se pudesse trazer Pedroto de volta ao clube. Nada mais simples: organizou-se nova assembleia, e os sócios, claro, votaram a favor do levantamento do "banimento" (a seca de 17 anos sem título de campeão e o esmorecer das memórias obviamente ajudaram.).




Onde pretendo eu chegar? Pois bem, em tempos existia no quadro estatutário do clube uma entidade chamada Assembleia Delegada, uma espécie de parlamento clubístico, para a qual os sócios elegiam os seus representantes. Muita matéria era da exclusiva competência dessa assembleia, assim retirando às decisões o imediatismo, irreflexão e demagogia - quando não traulitada - em que as assembleias gerais são mestras. Se a memória me não atraiçoa, foi Pinto da Costa quem propôs, e conseguiu, a abolição da Assembleia Delegada, que considerava elitista, ou coisa que o valha. Como hábil tribuno que sempre foi, a Assembleia Geral chegava-lhe perfeitamente. Mas perante os pouco edificantes espectáculos de muitas assembleias gerais, e atendendo até à parca representatividade que sempre manifestam, acho que chegou a hora de reinstituir a Assembleia Delegada, ou algo semelhante.

Decerto que o clube ficará a ganhar com o fim do poder da turba.



Fotos: ao alto, Afonso Pinto de Magalhães; em baixo, Juan Domingo Perón, antigo presidente argentino e hábil manipulador das massas.

sábado, 13 de junho de 2015

É Obra… dovic!

Sporting tenta Ljubomir Obradovic (in Record, 06-06-2015)

Ljubomir Obradovic
«Sporting dobra salário do treinador portista Obradovic
Depois do futebol, o andebol. Após o golpe que foi a contratação de Jorge Jesus, o Sporting está a tentar reeditar uma “bicada” noutro rival e noutra modalidade. Ljubomir Obradovic, técnico que conseguiu seis campeonatos consecutivos ao serviço do FC Porto, é alvo dos leões para treinar a equipa de andebol. (…)
À imagem do que o clube liderado por Bruno de Carvalho fez no futebol, no andebol o plano para regressar aos títulos na modalidade passa por tirar o treinador a um rival.
Obradovic, que também foi campeão nacional pelo Belenenses (em 1993/94, época do último título do histórico lisboeta), está em final de contrato com o FC Porto e há interesse entre todas as partes para que o treinador de 60 anos, que também acumula o cargo de selecionador de Montenegro, continue no Dragão Caixa. Mas o Sporting quer aproveitar o facto de a renovação de contrato ainda não estar definida para “desviar” o técnico.»


Conforme é público, o Sporting teve de fazer uma reestruturação financeira, que incluiu a emissão de 80 milhões de valores mobiliários, obrigatoriamente convertíveis em ações, as quais servem para pagar dívidas ao Novo Banco (24 milhões de euros) e Millenium BCP (56 milhões). Este processo só ficou concluído em 17 de Dezembro de 2014.

Conforme é público, a Doyen Sports entregou uma queixa no Tribunal Arbitral do Desporto contra o Sporting (a qual deverá ser decidida nas próximas semanas), onde exige 16 milhões de euros, por a SAD leonina não ter pago o valor correspondente aos 75% dos direitos económicos que este fundo de investimento detinha do jogador Marcos Rojo (transferido do Sporting para o Manchester United por um valor de 20 milhões de euros).

Conforme é público, devido a incumprimento das regras do fair play financeiro, o Sporting foi punido pela UEFA e só vai ter a possibilidade de inscrever 22 jogadores (e não os habituais 25) nas provas europeias da próxima época (relativamente à lista A).

Perante estes factos (todos referentes ou concluídos nos últimos meses), perante esta realidade, como é possível que o Sporting, quer no futebol (a SAD), quer nas modalidades (o Clube), revele tamanha saúde financeira e tenha capacidade para estas abordagens milionárias ao mercado?

É Obra… dovic, carago!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Jesus: “milagres” e mitos

A confirmar-se o que diz toda a comunicação social, segundo a qual Jorge Jesus irá para o Sporting com um contrato de 18 milhões de euros por três épocas



… e com um salário 50 por cento superior ao que tinha no SLB


… é o fim de alguns mitos.

O mito de que o “novo Sporting” é um clube/SAD de boas contas, no qual não se cometem loucuras financeiras (ao contrário do que nos últimos anos foi feito nas “mal geridas” SAD’s da concorrência).

O mito de que no “novo Sporting” há patamares máximos de salários para treinadores e jogadores e que quem não concordar em renegociar contratos em baixa é-lhe indicado a porta da rua.

O mito de que Jorge Jesus tinha inúmeros clubes estrangeiros interessados em contratá-lo, dispostos a pagar o que fosse preciso para o levar e que JJ só não ia porque os “projetos desportivos” não eram aliciantes.

O mito de que Pinto da Costa sonhava com Jorge Jesus e que o aliciava todos os anos a vir para o Porto.

A confirmar-se esta notícia, eu diria que, mais uma vez, nada como os factos para contrariar rumores e especulações e, já agora, para também desfazer alguns mitos.

P.S. Sobre a alegada origem angolana do dinheiro que estará por trás deste “milagre”, falarei num outro artigo.

terça-feira, 12 de maio de 2015

2000 euros na conta de um árbitro

O apito encalhado (13-04-2012)
O Triunfo dos Porcos (16-04-2012)


Está a decorrer o julgamento de um ex-vice-presidente do Sporting (Paulo Pereira Cristóvão), por actos que este cometeu enquanto estava no exercício do cargo.

Paulo Pereira Cristóvão e o futebol do Sporting

Que actos foram esses?

Segundo a acusação, esse ex-vice-presidente do Sporting mandou um funcionário de uma das suas empresas, depositar dois mil euros na conta bancária de um árbitro (José Cardinal), o qual estava nomeado para um jogo dos leões.

O funcionário em questão (Rui Martins) já foi ouvido na 4ª sessão do julgamento e, para além de toda a prova documental reunida pela acusação, juntou outros “pormenores interessantes”, que atestam, de forma inequívoca, o envolvimento do ex-vice-presidente do Sporting.

ex-vice-presidente do Sporting acusado (fonte: A BOLA, 07-05-2015)

Chegados a este ponto, convém salientar duas coisas:

1) Este julgamento é um julgamento a sério, não é algo tipo "julgamento popular", que esteja a ser conduzido pelo dr. Ricardo Costa, nem pelo jornal Correio da Manhã;

2) O julgamento ainda não acabou e o ex-vice-presidente do Sporting ainda não foi condenado.

Contudo, terminado o julgamento, se o ex-vice-presidente do Sporting for condenado, cá estaremos para ver que consequências desportivas isso terá para o "impoluto" clube de Alvalade.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O ódio, a solidariedade humana e a memória

«O ‘Dia do Leão’ foi marcado, esta manhã, com uma cerimónia na Praça Centenário, onde o Presidente Bruno de Carvalho assinalou os 20 anos da queda do varandim de Alvalade.
Todos nós temos honra na nossa história”, começou por referir o líder ‘verde e branco’. “O Sporting é um Clube com memória”. (…)»


O Sporting é um clube com memória?
Recuemos 20 anos...

«Um ano depois de ter sido despedido do Sporting, o inglês Bobby Robson regressou a Alvalade. Agora como treinador do F.C. Porto. Entrou com cinco pontos de avanço sobre a antiga equipa e saiu de lá campeão nacional. Corria a época 1994/95 quando o Sporting recebeu o F.C. Porto na 31ª jornada. (…)
Tudo aconteceu quando o autocarro do F.C. Porto chegava ao estádio. A vontade de hostilizar o adversário provocou a precipitação de cerca de 40 adeptos leoninos sobre um varandim que não suportou o peso de tanta gente. Acabou por ceder e com ele levar dezenas de pessoas. No chão encharcado de sangue acabaram por ficar duas vidas. (…). O médico Domingos Gomes ainda correu a socorrer os acidentados, mas a estupidez chega a ser tão grande que acabou por ser corrido à pedrada
in Maisfutebol, 07-04-2006



«Era uma chegada, como tantas outras dezenas de chegadas em tantos outros anos. Era a chegada do autocarro com a equipa do FC Porto. Naquele dia, por uma infeliz coincidência, um grupo de jovens mais intempestivos passava junto à zona no momento em que o autocarro chegava. Foi acto contínuo! A multidão quis brindar os jogadores portistas com os “mimos” da praxe. Em segundos, uma força bruta esmagou um dos varandins das galerias que rodeavam o estádio, por cima da porta 10-A. Os jovens precipitaram-se... e quando perceberam já era tarde. Dezenas de pessoas caíram desamparadas de uma altura de cinco metros. Dois deles não resistiram aos ferimentos. E podia ter sido pior, não fosse a coragem do Dr. Domingos Gomes e do... presidente Pinto da Costa.
O autocarro do FC Porto parou e a comitiva apercebeu-se imediatamente da tragédia. O Dr. Domingos Gomes e o presidente Pinto da Costa saíram imediatamente em socorro dos sinistrados. Foi uma acção espetacular! Mesmo debaixo de pedras que choviam de todos os lados, aquelas duas pessoas foram incansáveis. Para eles era mais fácil abrigarem-se na porta 10-A mas não, ficaram ali a prestar os primeiros socorros e a desviarem-se das pedras. Tenho de lhes prestar essa homenagem!... Foi o dia mais dramático da minha vida no Estádio José de Alvalade.»
Coronel Cunha Bispo - Director das Instalações Desportivas
in Camarote Leonino, 07-05-2015


Hoje de manhã, na cerimónia que assinalou os 20 anos da queda do varandim de Alvalade, em que morreram dois adeptos sportinguistas e vários ficaram feridos, teria sido bonito o actual presidente do Sporting ter convidado o ex-médico do FC Porto a estar presente.

Infelizmente, segundo pude apurar, nem Bruno de Carvalho, nem o site oficial do clube de Alvalade, fizeram qualquer referência à assistência e aos actos de solidariedade humana (pondo em risco a sua própria integridade física) dos elementos da comitiva do FC Porto, particularmente do Dr. Domingos Gomes.

Pessoas que participaram na cerimónia dos 20 anos da queda do varandim (fonte: abola.pt)

É uma pena que, até numa cerimónia destas, o ódio de Bruno de Carvalho ao FC Porto e ao seu presidente, seja mais forte e o impeça de fazer um justo reconhecimento público.

O Sporting é um clube com memória? Pois…

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.