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quarta-feira, 6 de março de 2019

Uma vitória para ajudar a digestão

Depois da hecatombe de sábado último, o Porto volta a entrar em campo para mais um jogo decisivo, que determinará a continuidade (ou o fim da linha) nesta edição da Liga dos Campeões. O Sérgio Conceição, a julgar pelas suas palavras na antevisão da partida, continua desafiante e convencido de que o resultado do último jogo - a primeira vez desde 1976(!) que o Porto perdeu em casa, frente ao slb, depois de ter entrado a ganhar - foi fruto de mero acaso ou do azar, e que contribuiu mais para esse resultado, a falta de agressividade dos jogadores que as suas escolhas - opiniões! 

Para o embate com a Roma, o meu onze é o seguinte: Casillas; Manafá, Militão, Pepe e Alex Telles; Danilo, Óliver e Herrera; Adrián, Soares e Corona.


Felipe é demasiado arriscado para um jogo desta importância; Manafá porque é preciso (atacar e) ganhar; 3 homens no miolo, como o nível do adversário exige; dúvidas entre Herrera e Octávio, mas fica a aposta naquele que quererá mostrar serviço a potenciais futuros empregadores; Brahimi no banco porque se entusiasma demais nestes jogos e quer fazer tudo sozinho; Marega, também no banco porque condiciona demasiadamente a postura da equipa com as bolas bombeadas para a frente, e ao contrário do que pensa o Sérgio Conceição, os adversários não andam a dormir.

Depois de sábado, nem uma goleada à Roma deixará alguém satisfeito, mas atenua o mal-estar.

(editado: O Manafá não está inscrito, logo não é opção. Assim sendo, Corona seria o lateral-direito, e Hernani ou Marega ocupariam o lugar original do mexicano.)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Com arbitragens sérias é outra coisa

Pensem um pouco para pensar. Imaginam a história do futebol português se todos os árbitros fossem como o polaco Szymon Marciniak. Imaginam que bonito seria ter árbitros que realmente apitam o que há que apitar e que expulsam o que há que expulsar, sem medo de incomodar os adeptos da casa. Imaginam uma distribuição de títulos bem diferente não é? Pois é. Hoje, em Roma, o FC Porto foi melhor equipa que uma equipa romana que teve pouco futebol, zero ideias e um espirito de hara-kiri, mas também contou com uma das arbitragens mais sérias de que há memória no futebol europeu. Marciniak não fez nenhum favor ao Porto, e aqueles seis minutos extra serão históricos num play-off de Champions. Não foi uma arbitragem amiga mas foi uma arbitragem séria. O homem do apito geriu o jogo com a coragem de que muitos árbitros carecem, sobretudo na Europa e em estádios tão intimidantes como o Olimpico. Duas expulsões, sem qualquer discussão, e um jogo resolvido e gerido com tranquilidade desde muito cedo selam o apuramento para a liga dos milhões.

O FC Porto foi uma equipa em três versões. A que entrou bem, pressionante, confiante, serena e segura de si mesma, uma equipa de personalidade, e que se manifestou assim até ao intervalo saindo a vencer de forma mais do que justa. Convém recordar que antes de De Rossi, numa entrada assassina, sair expulso por vermelho direto já o Porto ganhava, com um belo golpe de cabeça de Felipe - estás perdoado - e era a melhor equipa em campo. Depois, logo ao inicio do segundo tempo, a segunda expulsão, de Emerson, numa entrada criminal daquele que tinha entrado precisamente para fazer o lugar de De Rossi, selou as contas.
Ironicamente, contra nove, vimos o pior Porto, um Porto nervoso, sem capacidade de gestão da bola, ansioso e mais preocupado com não deixar a Roma jogar do que em gerir o jogo. O golo de Layun - que luxo ter um suplente como Layun dirão muitos - fechou definitivamente o resultado e acabou com a ânsia. De aí saiu um Porto mais dominador para os minutos finais que procurou e conseguiu o terceiro golo, merecidissimo. No fundo houve muito pouca Roma, com 11 e com 10 e também com 90 e houve muito Porto a abrir e a fechar e muito pouco na fase intermédia. É um trabalho para Nuno gerir e natural numa equipa jovem, com poucos jogadores experientes nestas lides e que se viu diante de um cenário que nunca imaginaria. Mas não se pode voltar a repetir perder assim o controlo de um jogo que esteve demasiado tempo equilibrado no marcador para o que realmente passava em campo.



A Roma foi um rival dócil contra todo o prognóstico. Entre as bolas areas a Dzeko e as arrancadas de Salah estava tudo o que tinham para oferecer o que era, manifestamente pouco. Se a isso juntamos o golo cedo dos Dragões, o seu poder de reacção viveu mais de erros do Porto, sobretudo em perdas a meio-campo, do que mérito da sua construção ofensiva. Casillas esteve bem quando foi necessário, Felipe não comprometeu e Layun, sobretudo ele, foi imperial pela direita, onde entrou para render Pereira, que se ressentiu da dura entrada que levou á expulsão do capitão romano. Ao 4-2-3-1 inicial, com Octávio e André André em permuta posicional, seguiu-se uma versão mais afunilada do jogo azul e branco com a chegada de Sérgio Oliveira - não pode um jogador entrar para render um amarelado e levar logo amarelo Sérgio, não pode - para o posto de um esforçado Otávio, a quem falta ainda um plus fisico para render ao mais alto nivel. Essa foi a pior etapa do Porto. Faltou criatividade, engenho e paciência e sobrou desacerto no passe e falta de apoio na constução. A segunda expulsão da Roma ajudou ainda mais e o erro de outro polaco, Szceszny, permitiu o golo a Layun e a fechar as contas que Corona, de menos a mais, tratou de confirmar quando em campo estava já um inexistente Adrian Lopez.

A mais do que justa e merecida vitória em Roma selou um apuramento fundamental e deixou também em evidência que Nuno está a construir uma equipa com mais caracter e personalidade do que jogo - e quando o primeiro falha, como sucedeu do minuto 52 ao 71 fica facilmente exposta ao rival, porque a ideia de jogo colectivo está verde e não deslumbra propriamente - e que o técnico carece também de opções de ataque a tal ponto que, quando o jogo pedia contra-ataque e velocidade, no banco só estava Varela, o homem-bala em pessoa. Provavelmente os mihões da Champions desbloqueiem entradas e saídas - outra coisa não seria aceitável - mas foi extremamente injusto forçar o treinador e o grupo a suportar um exigente mês de Agosto com as calças na mão por erros de gestão a que eles são alheios. O Porto estará no sorteio da máxima competição europeia e pode superar com laude o primeiro mês do novo projecto no próximo domingo. Pena que em Alvalade não arbitre um homem  como Marciniak.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Lutar 11 contra 11 depois de não ganhar a 10 será um desafio de campeões

Um empate que espelha perfeitamente a realidade do que é este Futebol Clube do Porto e que deixa o apuramento directo para a fase final da Champions League muito complicado. Um drama para as contas do clube, um drama desportivo mas uma inevitabilidade tendo em conta a realidade do plantel e staff técnico vigentes se em frente está uma equipa como a Roma e um treinador como Spaletti. Não se pode deixar enganar. Até á expulsao o FC Porto foi uma equipa manifestamente inferior á Roma, jogando em casa e com as unhas de cria sem capacidade de aranhar. Contra dez o FC Porto foi melhor o que era absolutamente lógico e inevitável. A Roma abdicou de atacar, reorganizou-se e jogou para o empate, um resultado justo e realista. A Roma não é muito superior ao melhor Porto mas o melhor Porto é ainda um embrião enquanto que o projecto de Spaletti vai in crescendo.

Que poderia o Porto, este Porto, uma equipa de processos ainda muito básicos e com jogadores muito limitados, fazer contra uma Roma bem organizada e estruturada? Os primeiros vinte minutos deixaram claro que competem, no presente, em duas dimensões distintas. Spaletti sabe o que faz e tinha a licção bem ensaiada e ficou evidente na forma como esmagou o Porto e o empurrou por completo não deixando os homens de NES colocarem em prático o seu plano. Foram vinte minutos unidirecionais com Felipe a salvar um golo e a oferecer outro e Casillas a demonstrar, pela enésima vez, que há muito que não é "Santo" e que o importante investimento salarial que exige não tem eco na sua prestação nos grandes momentos. Iker não é um mau jogador, não é isso, mas recebe muito mais daquilo que dá á equipa e num clube com os bolsos das calças furados que não pode sequer investir em áreas criticas, é mais um problema do que uma solução.
A Roma marcou da forma mais inocente - um erro brutal de Felipe na forma como se posiciona e se faz ao lance, mais um de muitos reflexos do Brasileirão no seu jogo, não surpreende ninguém que cometa esses erros de adaptação tendo a idade que tem - mas o golo vinha de acordo com o seu domínio de jogo. E podiam ter sido mais. Pouco a pouco o Porto foi reagindo - e isso tem sido um mérito de Nuno, o de mudar a mentalidade depressiva que acompanhava cada golo em contra - e procurando criar perigo. A equipa melhorou mas os processos eram ainda muito básicos. A Roma não é o Rio Ave nem o Arouca e agora mesmo se este Porto tem potencial para dominar a nivel caseiro dificilmente pode aspirar o mesmo na Europa. É uma dura realidade. Mas é a realidade.



O momento que mudou o jogo foi a expulsão de Vermalen. André Silva foi brilhante no movimento e na recepção - continua, como se viu no jogo, a ser um avançado que se move melhor do que finaliza e terá de trabalhar isso nos próximos anos - e a falta foi evidente e a expulsão justíssima. Foi um acerto arbitral tal como o golo bem anulado a Adrian se bem que, tal como em Basileia, o arbitro demorou demasiado tempo a corrigir a decisão inaugural. Adrian está em offside - a bola vem de um colega - mas pede-se mais profissionalidade aos árbitros nestes momentos. Onde o erro foi flagrante e que prejudicou as contas da eliminatória foi no primeiro penalty por assinalar, uma mão clarissima que podia ter antecipado o empate e provocado a reviravolta. O golo de penalti lá chegou, por André Silva, e Otávio, sobretudo ele, foi procurando sempre criar lances de perigo mas pareceu sempre demasiado só no processo ofensivo. Adrian desapareceu cedo do jogo. Corona entrou mal e André André e Herrera não se entendem no ultimo terço faltando sempre um último apoio, um disparo bem colocado, uma superioridade. Nuno lançou Corona e Layun e parece evidente que a falta de opções reais no banco - além do ausente Depoitre falta outro extremo e outro médio ofensivo para entrar em contas - vai ser um problema durante o ano se até ao final do mercado a situação não se resolve positivamente. Sem ter esses desbloqueadores o Porto manteve o guião a que a Roma respondeu posicionando-se cada vez mais á defesa e procurando contra-ataques que eram bem neutralizados. Iker foi um espectador na segunda parte. Mas na prática Alisson também não foi muito exigido. A superioridade númerica não se trasladou a uma superioridade em oportunidades claras de golo e isso é o maior problema que o Porto leva para a Cidade Eterna.

NES tem um plano A e procurou hoje um plano B nada treinado e viu-se no inicio que a aposta não funcionou e só quando a equipa se abriu e colocou o seu jogo na mesa - ainda com a vantagem de um homem - se aproximou ao seu melhor nível. Uma semana é pouco tempo para pensar que o plano B poderá funcionar em Roma. Quanto ao A, com as peças disponíveis, poderá ser suficiente para disputar a eliminatória mas vai exigir tudo dos jogadores e do treinador. O apuramento está comprometido mas não é impossível e um grande Porto pode perfeitamente triunfar em Itália mas muito mais não se pode pedir tendo em conta as armas que Nuno tem em mãos. O Porto actual tem um plantel de Europa League e quando se espera ao apuramento para a Champions para montar um plantel digno da competição o risco é enorme. Um risco que o Sporting sofreu no ano passado na pele e que a direção do Porto conhecia e assumiu. A responsabilidade terá sempre nome e apelido neste caso. A César, na cidade de César, o que é de César.



PS: Eu sou Ruben Neves, podia ser um hashtag de redes sociais. Nuno Espirito Santo, como qualquer treinador, tem todo o direito a decidir quem, quando e como lança em jogo. Mas quando um miúdo da casa quer tanto entrar para ajudar o clube do seu coração e que não jogar dez minutos, frente aos seus, com um resultado adverso á frente, que acaba em lágrimas por não poder contribuir - ele não mostrou raiva contra o treinador, como muitos, mas sim dor por não poder dar o seu contributo - percebemos que "Ser Porto" é algo ainda bem vivo na nossa formação. E que haverá esperança. Pessoalmente não vi nenhuma justificação para trocar Evandro por Ruben naquele momento e deve ter sido um golpe emocional muito forte mas em vez de transformar este episódio numa critica a NES utilizem-no para relembrar-se que este puto de 19 anos  - só tem 19 anos - transpira Porto por todos os poros. Que fique no Dragão por muitos e bons anos é só que se pode pedir em momentos assim.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Rolando parte a loiça

«During the summer window Hughes first attempted to bring Ricardo Carvalho back to the Premier League, from Real Madrid, then persuade Michael Dawson to move across London from Tottenham Hotspur. Both declined the invite, and thus ensued a tortuous attempt to sign the Portugal international Rolando.
Here was a robust but technical able defender in his mid-20s who had just gone to the European Championship. He had been a first choice for Porto throughout his four seasons there, winning trophy after trophy. And Porto were willing to let him leave for a surprisingly reasonable €2millon (Dh9.4m) loan fee with a €10m option to buy. Problem solved? Not quite.

An intelligent and strong-minded individual, Rolando was not keen on joining a small club that only just avoided relegation to the Championship. He did not appreciate the pressure exerted by Porto technical director Antero Henrique to leave for QPR, nor the threats from coach Vitor Pereira that he should not expect to be a starter if he refused to leave the club. Nor did he appreciate the calls informing him that Mohamed Afzal, a Portuguese-based agent registered in the tiny African state of Guinea-Bissau, and Kia Joorabchian, Hughes's controversial representative, wanted him to meet the QPR manager to discuss a move.

Though both clubs pursued the transfer until deadline day, Rolando dug in his heels and stayed put. “I didn't go to QPR for two reasons”, Rolando explains. “First, I don't go anywhere on loan. If I leave Porto I want to leave for good because it is difficult for a player who has been a first choice for four years and is a Portugal international to come back to a club after that club has sent him away on loan. Second, with all respect to QPR I didn't consider them to be a team for my level”. “What I find hard to understand is why Porto rejected an offer of €8m from Roma at the beginning of August and then told me to move to QPR for a €2m loan fee and an option of €10m. This I find hard to explain.

Hard to explain, easier to see the results. Paying for his strength of mind, Rolando has been exiled to Porto's reserves. Paying for his adviser's presumption, Hughes is unemployed.»


Evidentemente, esta é a versão do Rolando ou, provavelmente, do empresário do Rolando (que nas últimas semanas tem andado muito falador...).

Estranho é o facto de estas declarações surgirem num jornal inglês (The National). Se o Rolando, ou o seu empresário, têm queixas da FC Porto SAD e entenderam ser a altura para vir para a praça pública partir a loiça, acharia mais normal que o fizessem através dos canais habituais para esse fim: A BOLA, Record, ou o programa ‘Bola Branca’ (RR).
Aliás, gostava de perceber como é que esta entrevista é dada ao jornalista Duncan Castles (ex-Sunday Times). Ou seja, quem estabeleceu a ligação entre o Duncan Castles e o Rolando (ou o seu empresário)?

Falta saber qual é a versão da SAD portista e, principalmente, do Antero Henrique e do Vítor Pereira, que são diretamente visados nesta entrevista.