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terça-feira, 30 de agosto de 2011

O jornalismo que temos

O FC Porto fez uma exibição digna e de certo modo prometedora, contra aquela que é considerada a melhor equipa do Mundo, tendo merecido elogios de diversos quadrantes. Por exemplo, na sua crónica no jornal holandês De Telegraaf, Johan Cruyff pergunta "porque não há igual na Holanda" e antevê que o FC Porto "vai obter de novo bons resultados europeus".

Apesar dos (merecidos) elogios, convém não esquecer um pequeno pormenor: o FC Porto perdeu. Ora, isso, por si só, significa que houve falhas, erros e aspectos que têm de ser analisados, tendo em vista melhorar no futuro.

Contudo, como reagiu a imprensa portuguesa, nomeadamente aquela que eu costumo ler e que acompanha o FC Porto mais de perto?
Lendo os títulos do JN e de O Jogo, fica a ideia que a Supertaça Europeia se pode resumir em dois erros: um do Guarín e outro do(s) árbitro(s).

Ora, o jogo foi muito mais do que isso e, no que ao FC Porto diz respeito, há (haveria) aspectos que mereciam ser analisados por pessoas que são profissionais da comunicação social desportiva. Exemplos:

i) O impacto na movimentação atacante do FC Porto, resultante da substituição de Radamel Falcao por Kléber;

ii) O Hulk é um grande jogador (para mim, o FC Porto é Hulk e mais 10), mas qual tem sido o seu desempenho nas competições europeias, nomeadamente contra "equipas do pote 1" (não tenho a certeza, mas penso que o Hulk nunca marcou um golo em jogos contra o Arsenal, Manchester United, Barcelona, ...);

iii) Qual a razão da muito má forma de Varela neste início de época, a qual voltou a ser evidente nos vinte e tal minutos em que esteve em campo?

iv) O FC Porto fez apenas dois remates enquadrados com a baliza (mais três para fora). Quantas oportunidades claras de golo criou?

v) Faz sentido ser sempre o Hulk a marcar os livres directos frontais? Qual o aproveitamento desses livres?

vi) O FC Porto beneficiou de sete cantos. Por que razão não conseguiu criar perigo em qualquer um deles (apesar do Barça ser uma equipa baixa e, neste jogo, não ter a sua dupla de centrais habitual)?

Eu compreendo que, defrontando o FC Barcelona, as expectativas de sucesso eram reduzidas, mas isso não significa que os aspectos menos bons da exibição do FC Porto sejam ignorados e não sejam analisados, nomeadamente por aqueles que o deveriam fazer por obrigação profissional.
Um jornalismo subserviente, que por vezes chega a ser lambe-botista, pode alimentar alguns egos, mas não serve os interesses do FC Porto.

Em Portugal há aversão ao erro, mas é com os erros que se apreende e, se queremos fazer uma boa carreira na Liga dos Campeões, há aspectos da exibição do FC Porto que é preciso corrigir e outros melhorar.

P.S. As capas do JN e de O Jogo (edição Porto) fizeram lembrar as capas dos jornais do regime nos dias seguintes a derrotas do slb ou dos calimeros.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A "Superliga Europeia": o Regresso da Febre do Ouro


Pela voz de um conhecido promotor castelhano de espectáculos de circo, F. Perez, a peregrina ideia da “Superliga Europeia” voltou à “actualidade noticiosa”. Uma coisa me deixa logo de pé atrás quando se fala desta competição: é que, curiosamente, tanto o Sr. Perez como todos aqueles que antes ou agora defendem esta ideia, nunca o fazem alegando benefícios de ordem desportiva. É de facto bizarro a ideia de uma competição desportiva ser apenas defendida com base em argumentos de ordem financeira. Decerto isto significa que, desportivamente, pouco há a dizer em abono de uma prova desta natureza. E, de facto, uma coisa é vermos algumas vezes por época pela televisão as principais equipas europeias a defrontarem-se, ou recebê-las no nosso estádio, outra bem diferente seria isso passar a ser um acontecimento semanal. Estou em crer que, passada a novidade, o sucesso da prova não seria assim tão retumbante. O que torna a Liga dos Campeões especialmente apetecível é também o facto de se “fazer rogar”, de não ser uma rotina semanal. Para isso existe o “rame-rame” semanal dos campeonatos nacionais.


O conceito da “Superliga Europeia” fora enterrado com o alargamento da Liga dos Campeões, garantindo às ligas mais fortes quatro presenças na competição. Ninguém tem voltado ao assunto nos últimos anos, tendo a ideia apenas regressado à superfície, como referido no início, pela boca do mencionado empresário de espectáculos circenses. Mas não me parece que tenha, neste momento, pés para andar, ainda para mais vinda de quem vem, um personagem olhado de esguelha pela maioria dos outros principais clubes da Europa.

A mais grave consequência previsível da criação desta competição seria a morte das ligas nacionais, pelo menos tal como agora existem. O futebol não pode sobreviver sem a solidez da sua "pirâmide". Se a base ruir, o topo cairá também.

Nós portistas gostamos de atacar Benfica e Sporting e de vê-los pelas ruas da amargura, mas, no fundo, sentiríamos a falta deles se deixássemos de jogar contra eles regularmente. Precisamos deles um pouco como o Mouzinho precisava do Gungunhana em Chaimite, é verdade, mas também é dessas rivalidades que se alimenta o futebol. Basta ver, por exemplo, que, na Premier League, os grandes derbies de Liverpool, Manchester e Londres têm regularmente maiores assistências que a maioria dos jogos em casa das equipas inglesas na Liga dos Campeões, e, mesmo por cá, temos melhores assistências contra o Benfica e o Sporting que em muitos jogos da LC. Uma coisa é o gozo que dá ganhar a esses clubes, outra, bem diferente, seria ganhar a Man. U., Real Madrid ou Milan: saboroso, sem dúvida, mas sem aquele gozo interior que transborda à 2ª feira de manhã para o colega de trabalho que tem o azar de ser benfiquista ou sportinguista. E mesmo sob o ponto de vista estritamente financeiro, se tal competição nos permitiria alcançar maiores receitas, também, provavelmente, ela serviria para cavar ainda mais o fosso que nos separa dos clubes mais ricos da Europa, pois nada faz crer que a distribuição das receitas provenientes dos direitos televisivos viesse a ser feita de modo diferente do actual, isto é, privilegiando os clubes de países mais populosos e com, consequentemente, maiores mercados televisivos.

Na minha opinião, aqueles que, por essa Europa fora, possam achar que o futuro do futebol está numa superliga, podem perceber muito de cifrões e de marketing, mas não percebem nada das paixões e dos valores desportivos de quem gosta mesmo de futebol. Acho que, ao deixarem-se fascinar pelos milhões que uma superliga poderia dar a ganhar aos seus clubes, estão essencialmente a olhar para o curto prazo e para o seu umbigo, esquecendo o futuro do futebol em geral.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O próximo passo

Por Hugo Mocc


Aqui há umas semanas atrás escrevi sobre o assunto da Superliga Europeia, que para muitos é uma inevitabilidade e para outros tantos uma aberração. Agora que o FC Porto concluiu a sua participação na Liga dos Campeões, edição 2008-09, e tendo a Liga Sagres à sua mercê, apetece-me reflectir sobre a falta de competitividade interna que assola o nosso clube em Portugal e numa particular solução para esse problema.

Ao contrário do que muitos pensam, eu não considero a liga portuguesa muito inferior às suas congéneres Espanhola, Italiana, Francesa ou Alemã. Num momento da história do futebol em que os principais clubes Ingleses dominam por completo o topo da pirâmide por via das obscenas montanhas de dinheiro que as cadeias televisivas injectam na Premier League, poder-se-á afirmar que o restante das ligas europeias estarão de um modo geral, na vertente desportiva, mais próximas que nunca, Liga Portuguesa incluída.

Mas se dentre as 10 ligas de top na Europa - Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, França, Rússia, Ucrânia, Holanda, Roménia, Portugal, (Turquia, Grécia, Escócia, vêm logo a seguir a Portugal – se observam claramente 2 escalões (top 5 e os restantes) isso deve-se muito claramente à importância dos montantes gerados pelas transmissões televisivas e não tanto à qualidade de futebol praticada bi-semanalmente nos relvados europeus.

Obviamente existem diferenças de estilo e, no geral, Portugal segue a escola italiana, que, ao longo dos anos, tem privilegiado o aspecto defensivo do jogo. Tenho para mim que qualquer equipa Espanhola ou Inglesa de topo teria imensas dificuldades para ser campeã em Portugal. E o mesmo se poderá dizer de qualquer equipa portuguesa nos campeonatos Inglês ou Espanhol. Não porque as equipas portuguesas sejam inferiores - embora por regra vivam com esse complexo - mas essencialmente pelas diferenças culturais do jogo nos diferentes campeonatos.


Sendo que a questão da Superliga Europeia se baseia num ideia de elitismo financeiro que pretende fechar os clubes europeus de top numa redoma impenetrável - ao estilo das ligas americanas NFL, NBA e NHL - a UEFA terá que defender os interesses do desporto em si, seja por via de integração - o actual modelo da Liga dos Campeões é o melhor exemplo desta estratégia de integração como resposta ao desejo dos clubes em formar a tal Superliga Europeia - ou por via da exclusão, repudiando futuras movimentações nesse sentido que levarão à secessão e provável formação de um novo futebol, autónomo da UEFA e da FIFA.

Pessoalmente não acredito muito na segunda hipótese, ainda que seja possível e, para muitos adeptos de clubes "menores", provavelmente desejável. Creio que a integração continuará a evoluir, mas em que moldes?

Desde 2007 que se têm ventilado rumores acerca de uma possível amalgamação das várias ligas nos Balcãs, sendo Michel Platini, aparentemente, um dos promotores da ideia. Similarmente, não é nova a ideia de integrar os dois maiores clubes da Escócia na Premiership inglesa, tal como não é nova a vontade de Russos e Ucranianos fundirem os seus campeonatos. Tendo dois campeonatos europeus sido organizados em conjunto por duas nações com relativo sucesso, e com a experiência adquirida com a fusão dos campeonatos alemães (Este e Oeste), tenho para mim que antes de uma qualquer Superliga Europeia, iremos assistir a integração regional de diversas ligas nacionais.

Assim, a médio e longo prazo, a UEFA garantirá a sobrevivência do desporto ao mesmo tempo que garante viabilidade financeira e competitividade para os clubes de topo. Creio que o próximo passo poderá ser dado em breve (dentro de 5-10 anos) com os clubes de top de ligas secundárias como a Portuguesa, Escocesa ou Grega a serem incorporados nas ligas Espanhola, inglesa e italianas, respectivamente. Isto sendo apenas o estágio anterior a uma integração completa das respectivas ligas profissionais.

Não me admirarei muito se por volta de 2025 houverem cerca de 10 ligas profissionais regionais na Europa - Ibérica, Escandinava, Britânica, Franco-Belga, Germânica, Boémia, Balcânica, Leste Europeu, Russo-Ucrâniana e Mediterrânica - e apenas uma competição Europeia transversal a todas elas.

Para o FC Porto e demais clubes portugueses isto seria a estocada final no moribundo "sistema" politiqueiro do futebol "tuga" que apesar de nos fazer campeões todos os anos, nos continua a limitar em termos da competitividade e oportunidades de crescimento que (não) nos proporciona.

Eu penso que nós, FC Porto, estaríamos à altura de um novo e maior desafio, mas enquanto que, por exemplo, Rangers e Celtic aparentemente aceitariam integrar uma sub-divisão da Premiership numa primeira instância, não creio que nós nos contentássemos com menos do que um lugar na mesma tabela do Barcelona e do Real Madrid. O desafio seria enorme e a competitividade faria de nós um clube muito mais forte, mas estaríamos nós prontos para deixar de sermos campeões recorrentes para sermos apenas “outsiders”? Seria este um passo atrás na evolução e na história do nosso grandioso clube?

Num momento em que o balão competitivo esvaziou com a saída da Liga dos Campeões, a quase certa revalidação do título e a presença na final do Jamor, com mais ou menos lesões, o FC Porto é, por falta de competição à altura, o seu pior inimigo. A complacência instala-se e a equipa baixa os braços e joga apenas para cumprir calendário.

Com uma competição regional, manter-se-ia a identidade local dos clubes, manter-se-iam os "derbies" locais, aumentariam os "clássicos", ao mesmo tempo que se aumentavam os índices competitivos para todos os clubes. Ter-se-ia que ajustar o sistema de subidas e descidas de divisão, criando dois ou três escalões de futebol profissional, sendo o mais baixo dividido por sub-regiões (Andaluzia, Catalunha, Galiza e País Basco, Portugal, etc.). O calendário seria competitivo até ao fim e haveria um significativo aumento de verbas para os clubes portugueses graças a maiores receitas provenientes dos direitos das transmissões televisivas dos jogos e de toda a publicidade associada.

A meu ver os benefícios são claramente superiores aos custos, quer em relação a manter o actual figurino, quer em relação a avançar para um esquema americanizado de Superliga Europeia. Numa altura em que o Benfica pensa no assunto pelos motivos mais errados, o FC Porto deve também reflectir se isto é algo que lhe interessa. É que politiquices à parte, cada vez menos os clubes profissionais portugueses conseguirão competir a sério, isto é, para ganhar, com os seus equivalentes Europeus se a situação actual se mantiver.

sábado, 28 de março de 2009

Pão e Circo

Por Hugo Mocc

Dizia a minha avó que não se pode ter tudo. Sol na eira e chuva no nabal, ter o bolo e comê-lo, etc. Ora cada vez mais o clube dos clubes europeus (ECA) onde o nosso Porto tão graciosamente se situa, anda, alegadamente, a preparar o caminho para uma Superliga Europeia que, num momento de recessão económica, parece ser para os clubes a panaceia ideal para a salvação de um futebol profissional altamente endividado e em vias de colapsar estrondosamente.

Tal como artistas de circo, os grandes clubes europeus lá vão fazendo os seus actos de malabarismo e/ou acrobacia financeira de modo a competir ao mais alto nível nessa montra que é a Champions League e, tal como na corrida ao ouro, ninguém se satisfaz com uma pepita aqui e outra além. Todos querem encontrar o filão. Todos querem os ovos de ouro, mas se puderem deitar a mão à galinha...

A proposta de um novo modelo de Superliga Europeia que veio a público via jornais italianos e franceses não é senão mais um passo tentado em direcção ao "Eldorado". Mais jogos entre os "Senhores da Europa", mais receitas televisivas, de bilheteira e patrocínios, a troco de mais do mesmo.

Ainda que veementemente desmentidos, os rumores que são agora públicos indiciam um fumo perto do qual haverá certamente fogo. A nova prova, ainda sob a tutela da UEFA, teria um contexto muitíssimo mais complexo de 3 séries com 20 a 24 clubes cada, com promoção e descida, e com lugares cativos para um certo número de clubes. Pondo de parte todas as questões de pormenor já debatidas um pouco por toda a Internet, interessa-me mais debater a causa e as potenciais consequências deste projecto, nomeadamente o seu impacto sobre o desporto simples que é o futebol.

Penso que a história do Rei Midas (o tal que transformava em ouro tudo em que tocava) se adequa ao problema. Na minha opinião, quanto mais o futebol se entrega à prospecção do lucro, mais vazio se torna e por consequência menos apelativo enquanto actividade de competição. A Superliga Europeia arrisca-se a ser um sucedâneo, não da NBA como pretende, mas sim de uma tournée dos Haarlem Globe Trotters. Pelo menos nos moldes em que o projecto parece estar a evoluir.

É verdade que, neste momento, na maioria dos campeonatos europeus existe um grande desnível entre as 4-6 equipas de topo e o resto que, como diz o povo, todos os anos lutam para não descer. Não seria então lógico agrupar os melhores numa prova em que todos competissem com outros clubes num patamar semelhante? Não queremos nós portistas medir as nossas capacidades contra outras equipas de top com mais frequência?

Por outro lado, o facto de que o Presidente da UEFA anda activamente a encorajar a fusão de alguns campeonatos (Balcãs, Bélgica e Holanda) não apontará para um caminho alternativo em direcção ao mesmo objectivo? Será que o agrupamento de ligas nacionais em ligas regionais poderá evitar uma secessão dos grandes clubes do organismo europeu para formar a sua própria prova?

Parece-me que no final, todos os caminhos irão dar ao mesmo. Dentro de 15-20 anos (se não forem menos) haverá uma prova rainha europeia com a "nata" dos clubes a competir semanalmente ou de 15 em 15 dias. Se será por grupos, eliminatórias ou num modelo de campeonato a duas mãos não sei, mas parece-me algo inevitável.

Mas o que é que isso implicará para o FC Porto, caso sejamos, como tudo indica, parte do grupo impulsionador destas mudanças? Penso que indicará mais receitas mas também acarretara maior desafectação entre o clube e os seus adeptos e principalmente sócios. Aliás, o passo dado quando se formou a SAD foi um passo, consciente ou inconscientemente nessa direcção.

E esse afastar entre adeptos e clube começará quando o clube deixar de jogar contra os seus rivais naturais para jogar contra clubes fortes mas de lugares longínquos. Quantos portistas poderão acompanhar a equipa pela Europa fora em deslocações bi-mensais do tipo amanhã em Istambul, para a semana no Dragão e para a outra S. Petersburgo? E com quem irão gozar, no emprego ou na escola, no dia seguinte? Parece-me que na busca do lucro maior os clubes se estão a esquecer que quem faz do futebol um espectáculo são os adeptos que se deslocam ao estádio para apoiar a sua equipa.

Neste momento de crise económica mundial, quando existe uma imensa oportunidade para repensar o desporto futebol, todos temos de reflectir se queremos Pão, Circo ou Pão e Circo. O que nos temos de lembrar é que o cobertor é curto e se taparmos a cabeça, os pés ficarão a descoberto. Não se pode ter tudo.


P.S.: Tal como há interesse que Rangers e Celtic deixem a SPL para integrar a Premier League, seduz-me a ideia de ver Porto, Benfica e Sporting e outros clubes portugueses integrar uma Liga Ibérica. Mas teria de aceitar a possibilidade de não voltar a ser campeão tão cedo. Será que estou para isso?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Superliga europeia na forja?

Clubes participantes na Liga dos Campeões 2008/09 (fonte: billsportsmaps.com)



«Dans son édition de mardi, France Football révèle le projet secret des grands clubs européens. Pour faire face à la crise, les grandes écuries occidentales souhaitent créer un Superchampionnat d'Europe des clubs avec trois divisions et un système de montées et de relégations.
Une telle idée n'est pas neuve. Dès le début des années 1990, certains grands clubs, regroupés ensuite au sein du G14, avaient mené la vie dure à l'UEFA et à la FIFA en se battant par exemple contre le principe de libération des joueurs au profit des équipes nationales et surtout en répudiant les compétitions européennes existantes pour réclamer un Championnat entre «super-grands», à l'instar de la NBA américaine. Mais ce projet n'avait pas abouti à l'époque et avait conduit à la dissolution du G14, remplacé par l'Association des clubs européens (ECA). Mais ce projet a visiblement été soigneusement conservé. Et aujourd'hui les membres les plus illustres du gotha européen sont bien décidés à revenir à la charge. Mais cette fois ils veulent agir de concert avec l'UEFA et sont prêts pour cela à faire certaines concessions. Alors un tel projet a-t-il une chance de voir le jour? Et surtout, un tel Superchampionnat européen des clubs serait-il bénéfique pour le football?»
in France Football (n°3284), Mardi 17 mars 2009


«C’è voglia di Superlega. Di un grande torneo che sostituisca la Champions, con il quale affrontare meglio scenari finanziari non esaltanti, se è vero che lo stesso Sepp Blatter ha lanciato l’allarme: "Sul calcio sta per abbattersi uno tsunami". La Superlega è un’idea (minaccia?) che si ripresenta ciclicamente, con la quale i club, negli anni 90, convinsero l’Uefa a trasformare la Coppa Campioni in Champions. Ma oggi c’è una novità: nessuna voglia di scissione, ci mancherebbe, il torneo dovrebbe svolgersi all’interno della stessa Uefa che, per una volta, potrebbe essere meno negativa.
Con Platini è stata la svolta nei rapporti Uefa-grandi club. Johansson rifiutava il dialogo, il francese è riuscito a far sciogliere il G-14. In cambio, naturalmente, di concessioni importanti: soprattutto la presenza dei club nel Consiglio Strategico, con un indiretto potere decisionale. Il neo-presidente ha poi varato la "sua" Champions che il prossimo anno, con la nuova formula, dovrebbe aumentare il montepremi da 850 a 1.150 milioni.
Però gli scenari dell’economia mondiale sono drammatici. Le uniche notizie positive arrivano dagli Usa, dove la Nba sembra resistere meglio. Ma la Nba è un torneo chiuso, sempre le stesse squadre che si sfidano e nessuna chance per chi è fuori. Questo, in Europa, non si può fare: l’Unione Europea farebbe saltare tutto perché contrario ai principi affermati dalla Commissione. La soluzione? Promozioni e retrocessioni.
Viene in aiuto un vecchio progetto di Superlega. Un grande torneo (che sostituirebbe tutte le coppe) strutturato in divisioni: come se ci fosse la Superlega di A, di B e di C. Ad ogni torneo parteciperebbero 20/22 club. La "Superlega A" assegnerebbe il titolo di campione d’Europa. Ma ci sarebbero le retrocessioni: le ultime 3/4 scenderebbero in "Superlega B", sostituite naturalmente dalle promosse.
E così fino alla "Superlega C", anch’essa aperta, per consentire l’ingresso di chi arriva dai preliminari. Non sarebbe troppo diverso da oggi: Champions a 32, Uefa (Europa dal prossimo anno) a 48, le altre eliminate ai preliminari estivi. Ma la differenza sarebbe nel monte partite. Una Superlega da 20 squadre, con tutte le più grandi assieme, in un girone all’italiana, con partite di sola andata, consentirebbe a ogni club di giocare 19 gare di altissimo livello: senza Artmedia e Bate Borisov, ma con Liverpool, Barcellona e Real. Sempre, a meno di improbabili retrocessioni.
Il girone all’italiana non basta. Alle 19 partite seguirebbero almeno quarti, semifinali e finale. Totale: 24 gare. Oggi sono 13. Sarebbe necessario ridurre i campionati nazionali (che nessun club si sogna di cancellare) da 38 a 30 giornate (da 20 a 16 squadre). E le date sarebbero quasi le stesse.
Non ama Superleghe o altro, però una crisi prolungata potrebbe indurlo al pragmatismo: "La mia Champions è il più egualitaria possibile, ma è l’Esecutivo che decide: capisco le preoccupazioni dei club per la crisi", ha detto la settimana scorsa. Non è un "no" deciso. Oggi ad Amsterdam si riunisce l’Eca (associazione dei club al posto del G-14) e domani a Zurigo la Commissione Calcio Fifa presieduta da Platini. In agenda non c’è la Superlega, che ora sembra piuttosto un progetto strisciante favorito dal possibile rientro di ex sostenitori quali Florentino Perez (al Real).»
in Gazzetta dello Sport, 17 marzo 2009


No mesmo dia, duas das principais publicações europeias de desporto/futebol publicaram artigos sobre uma futura Superliga europeia, estilo NBA, que substituiria as actuais Liga dos Campeões e Taça UEFA.
Será coincidência? Não me parece.

Segundo estas publicações, a Associação de Clubes Europeus, que representa 137 clubes na Europa, abordou (através do AC Milan) a potencial criação de uma Superliga na reunião da semana passada em Nyon, na Suíça. O modelo que supostamente apresentou previa a existência de três divisões europeias, as quais teriam entre 20 e 22 clubes cada (um total de 60 a 66 clubes – actualmente, a Liga dos Campeões é disputada por 32 clubes e a futura Liga Europa, que irá substituir a Taça UEFA, por 48).

Nesta primeira versão (proposta), a divisão principal arrancaria, grosso modo, com os clubes que habitualmente disputam a actual Liga dos Campeões, isto é, quatro clubes ingleses, italianos e espanhóis, três franceses e alemães e um apenas de Portugal, Holanda, Escócia e Bélgica.
As duas divisões inferiores seriam preenchidas por clubes de acordo com critérios desportivos e convites a clubes históricos, estando previstas pré-eliminatórias de acesso à 3ª divisão europeia, de clubes vindos dos campeonatos nacionais.
Em cada época, e de acordo com a classificação da época anterior, subiriam/desceriam três ou quatro equipas entre as três divisões europeias.

Como é óbvio, o objectivo desta eventual Superliga europeia é garantir mais jogos e, principalmente, mais jogos entre os grandes clubes europeus, de modo a captar maiores receitas provenientes dos patrocinadores, televisões e bilheteira. Daí que não surpreenda o interesse dos grandes clubes da Europa.
Segundo a revista “France Football”, Milan, Manchester United, Real Madrid, Barcelona, Inter de Milão, FC Porto e Lyon são alguns dos clubes que defendem esta ideia e estarão directamente relacionados com o projecto.



Principais problemas suscitados por este projecto:

1. A UEFA tem um contrato com a Team, que a impede de encerrar ou mudar a Liga dos Campeões até à época 2011/12
Solução: Arrancar com a Superliga europeia em 2012/13.

2. A Superliga europeia ia exigir muitas mais datas do que as actualmente disponíveis
Soluções: i) reduzir para 16 equipas (30 jornadas) os campeonatos nacionais; ii) adoptar o modelo da NBA, isto é, repartir a Superliga europeia em duas zonas, Este e Oeste por exemplo; iii) jogar apenas a uma volta (como é feito actualmente na fase de grupos da Taça UEFA).

3. Insatisfação dos clubes médios/pequenos por se verem afastados da 1ª divisão europeia
Solução: Na prática, isso já acontece actualmente. Quantos clubes médios/pequenos disputam actualmente a Liga dos Campeões?
Uma maneira de minorar este problema, seria a 2ª e 3ª divisões europeias distribuírem verbas significativamente superiores às que actualmente são distribuídas pela Taça UEFA. Tal seria possível, porque o bolo de receitas global iria, previsivelmente, crescer bastante.


4. A oposição de Michel Platini
Solução: O Platini não é o dono da UEFA e, por outro lado, as transformações da Taça dos Campeões em Liga dos Campeões e da Taça UEFA em Liga Europa demonstram que as competições europeias não são imutáveis. Além disso, desde que sejam eles a controlar, os senhores da UEFA costumam gostar (e muito!) de competições milionárias


A Superliga europeia seria boa para o FC Porto?
Segundo o Record, os dragões são defensores acérrimos da criação desta prova. Embora seja preciso refinar diversos aspectos, a ideia base parece-me interessante, quer desportiva, quer financeiramente. De facto, clubes como o FC Porto (um clube grande num país pequeno) teriam numa competição destas acesso a receitas que doutro modo são impossíveis de obter.