|
Winston Churchill |
“We shall go on to the end. We shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our island, whatever the cost may be. We shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender”
Este texto faz parte de um célebre discurso proferido por Winston Churchill, no dia 4 de junho de 1940, perante a Câmara dos Comuns do Parlamento inglês.
Em junho de 1940, a Europa estava mergulhada na II Guerra Mundial e a máquina de guerra da Alemanha Nazi parecia imparável. Com este discurso, Churchill, o então Primeiro-Ministro da mais velha democracia do Mundo, quis mobilizar o povo britânico e dar um forte sinal da sua inquebrável determinação, quer para dentro, quer para fora do Reino Unido.
Nos últimos anos, lembrei-me várias vezes de Churchill (o "Velho Leão") e deste discurso mobilizador.
E porquê?
Porque, conotações histórico-políticas à parte e passe o exagero da comparação, tal como a máquina de guerra montada por Hitler, também a “máquina benfiquista” habilmente montada por Vieira (lembram-se da
"criada de servir" e do
Estorilgate?) domina, a seu belo prazer, todos os sectores e instituições do futebol português.
Poder encarnado que persegue, enxovalha, ameaça e até exclui quem tem coragem e não alinha no “desportivamente correto” (que o diga
o ex-árbitro Marco Ferreira).
E tudo isto feito às claras, na praça pública, com total impunidade.
Veja-se o que aconteceu esta semana, após o SLB ter empatado em casa com o Vitória Setúbal.
“Não fomos eficazes, mas o árbitro [Manuel Oliveira] também não foi. (…) Fundamentalmente na segunda parte, houve decisões [do árbitro] que na minha opinião não foram bem tomadas. Não é nenhum lance em concreto, mas quem anda no futebol percebe. Uma ou outra situação condicionou o jogo. Não foi uma arbitragem bem conseguida ”
declarações do treinador dos encarnados no final do SLB x Vitória Setúbal
|
Rui Vitória e a "ineficácia" do árbitro Manuel Oliveira (o que será um árbitro eficaz?) |
«No final do jogo, ainda no camarote das águias, o líder do emblema da Luz dirigiu-se à zona onde estava o vice-presidente do Conselho da Arbitragem da FPF, João Ferreira, o responsável da APAF, Luciano Gonçalves, assim como o observador do árbitro, Natálio Silva, e foi bastante crítico, de acordo com pessoas presentes no local. “É uma vergonha... Como é que nomeiam este tipo?”, perguntou o responsável das águias.
Segundo algumas testemunhas presentes, embora esta seja uma versão negada pelo Benfica, Luís Filipe Vieira continuou sem se deter e, já no topo das escadas, à entrada da zona de catering, onde estava acompanhado por outros dirigentes benfiquistas terá prosseguido. “Não queremos mais aqui este tipo [o árbitro Manuel Oliveira]”»
in record.pt, 22-08-2016
Como habitualmente, na sequência das queixas de treinador e presidente, a comunicação social (a maior parte da qual ao serviço do clube do regime) fez o seu papel. Isto é, fez eco e ampliou as “justas razões de queixa” dos encarnados.
Desta vez, e neste domínio, a
SIC destacou-se dos demais órgãos de comunicação, ao ponto de colocar um ex-árbitro,
Duarte Gomes (lembram-se dele? ver
aqui e
aqui), em direto no telejornal de segunda-feira, numa autêntica ação de propag… perdão, de “serviço público” e “isenção” jornalística.
|
Duarte Gomes no Jornal da Noite da SIC |
Ora, após as queixas e a pressão exercida pelo treinador sob o árbitro, em pleno relvado do estádio da Luz;
|
Rui Vitória dirige-se ao trio de arbitragem do SLB x Vitória Setúbal |
Após a alegada pressão exercida pelo presidente do Clube/SAD sob membros do Conselho da Arbitragem e da APAF, em pleno camarote do estádio da Luz;
Após as acusações ao árbitro, feitas pelo treinador na conferência de imprensa no final do jogo;
|
Segundo o treinador do SLB, o árbitro Manuel Oliveira pôs-se a jeito (a jeito de quê?...) |
Seria de esperar que o treinador do SLB fosse castigado com alguns jogos de suspensão (veja-se o exemplo da Premier League) e que, no mínimo, fosse instaurado um inquérito disciplinar ao presidente do SLB.
Pois sim, é melhor esperarmos sentados…
Na realidade, o único castigado será o árbitro Manuel Oliveira (nem um penalty duvidoso, assinalado a poucos minutos do fim a favor dos encarnados, o salvou da “fogueira”) tendo, no imediato, ficado de fora das nomeações (deve ser para descansar e refletir...).
|
Jogador sadino toca e corta a bola antes de haver contacto com o jogador do SLB |
Nos últimos anos, o país futebolístico assistiu ao
#colinho (absolutamente decisivo na conquista do título encarnado de 2014/15), ao condicionamento de árbitros (exemplos: a agressão a Pedro Proença e a
despromoção de Marco Ferreira), ao
#colinho (versão 2), à
oferta de vouchers a árbitros, ao
#colinho (versão 3), à AG da FPF anular o sorteio dos árbitros (uma decisão da Liga votada pela maioria dos clubes, mas que tinha a oposição do SLB), ao
#colinho (versão n), etc.
Ora, perante tudo isto, está mais do que na altura do líder dos dragões, ou de alguém da estrutura do FC Porto, dar um murro na mesa e dizer, alto e bom som, BASTA!
Dizer que o FC Porto não aceita continuar ad aeternum refém moral da história (mal contada) do apito dourado (cuja “investigação” começou no Norte, mas terminou em Leiria…) e que não pactuamos mais com o atual estado de coisas no futebol português.
Perante este poderoso “exército” encarnado, que esmaga quem se lhe opõe, está mais do que na altura do líder do FC Porto deixar de andar preocupado na "caça às bruxas" (leia-se, a ex-dirigentes ou a portistas mais mediáticos que o ousam criticar) e, em vez disso, deve antes estar empenhado em mobilizar a Nação Portista para o verdadeiro combate que tem de ser travado, sem medos, nem hesitações.
Caro presidente Pinto da Costa,
É preciso dar meios adequados ao treinador para lutarmos, com cada vez mais força e determinação, dentro dos relvados.
É preciso que a administração do FC Porto trabalhe melhor a política de alianças (com outros agentes desportivos) e jogue, de forma inteligente, no xadrez dos órgãos de poder do futebol português – Federação, Liga, associações, sindicato dos jogadores, etc.
Mas é, também, preciso travar a importante batalha mediática com outra energia, recorrendo estrategicamente (de forma articulada) a todos os instrumentos à nossa disposição – Porto Canal; site oficial e 'Dragões Diário'; Redes sociais; promoção de entrevistas regulares a órgãos de comunicação social; etc.
O que não pode continuar é a postura que a Administração do FC Porto tem tido nos últimos anos, uma postura passiva e silenciosa, dando sinais de estar dividida, cansada e acomodada (aos sucessos do passado).
Os sócios do Futebol Clube do Porto (por favor, deixem de nos tratar como meros clientes) estão prontos.
Os adeptos do FC Porto estão prontos, mas é preciso que o presidente do Clube e os administradores que o rodeiam mudem de postura, deixem de estar à defesa, encolhidos (como se estivessem acossados) e liderem as “tropas” azuis-e-brancas neste difícil combate.
Caro presidente, temos de fazer sentir aos nossos adversários e a quem quer mal ao FC Porto, que estamos vivos, que somos PORTO e que nunca nos renderemos!