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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Rendimento desportivo e financeiro

Por razões que são de todos conhecidas, há muito que se sabia que Jackson, Danilo e Alex Sandro iriam sair do FC Porto ou, pelo menos, que a probabilidade de saírem, após o final da época 2014/2015, era muito elevada.

Jackson esteve mesmo para sair há um ano atrás e só um conjunto de medidas - a renegociação do contrato, o abaixamento da cláusula de rescisão de 40 para 35 milhões e a oferta de 5% do passe ao jogador/empresário - o conseguiram segurar mais um ano no Porto.

Neste contexto, a minha opinião sobre a forma como a FC Porto SAD conduziu as negociações para a transferência de Jackson é muito semelhante à que o Miguel Lourenço Pereira expressou num artigo que publicou em 28 de junho passado.

«O Atlético fez uma proposta à SAD do FC Porto que foi recusada inicialmente. Pinto da Costa fez saber que estava tudo tratado com o Milan. O Atlético não dava mais de 30 milhões a princípio (…). A SAD do FC Porto fez saber que não estava interessada e defendeu os interesses do clube. Como tinham de o ter feito e bem. (…) Não há nada, absolutamente nada a apontar à gestão da SAD neste caso, mas será curioso ver como a história se desenvolve nos próximos capítulos.»

E como é que a história se desenvolveu?
De acordo com o que veio a público (veremos o que irá constar do Relatório e Contas), Pinto da Costa não cedeu às pretensões iniciais do Atlético Madrid e os colchoneros terão mesmo pago os 35 milhões de euros.
Notável!
E mais ainda, se atendermos a que Jackson não é titular indiscutível da sua selecção e está a pouco mais de um mês de completar 29 anos.

Quanto a Danilo e Alex Sandro, tendo ambos recusado (naturalmente) as propostas de renovação que o FC Porto lhes fez, se a sua saída não fosse negociada pela SAD, seriam jogadores livres a partir de 1 de Janeiro de 2016 (daqui a pouco mais de 4 meses).

Neste contexto, considero a venda de Danilo por 31,5 milhões e a pré-anunciada venda de Alex Sandro por 25 milhões, (mais) duas extraordinárias vendas feitas pela FC Porto SAD.


Aliás, sobre o negócio de Danilo, reproduzo parte do texto que o Miguel Lourenço Pereira escreveu, num artigo que publicou em 1 de Abril, e no qual me revejo.

«O negócio é excelente a todos os níveis. São 31,5 milhões de euros (35 por objectivos), sem jogadores ao barulho e com o contrato do jogador a acabar. Um golpe de génio (o enésimo) de Pinto da Costa e da SAD nas mesas de negociação que superam bastante as expectativas daquele que foi um dos nossos maiores negócios de risco dos últimos tempos. (…) Pinto da Costa e a sua equipa fizeram o que tinham de fazer. Tentaram renovar com o jogador e depois deste recusar souberam manejar bem os tempos e expectativas para conseguir um negócio que é imelhorável. Ninguém a não ser PdC e a SAD sacariam tanto por um jogador que daqui a nove meses podia negociar sair a zero. Absolutamente ninguém.»

Quanto ao Alex Sandro, à hora a que escrevo este artigo, ainda não há comunicado enviado à CMVM, nem eu conheço os números finais, mas parece-me absolutamente normal que saia por um valor inferior ao de Danilo (que é “só” o atual lateral-direito da seleção brasileira).

Contudo, a confirmarem-se os 25 milhões de euros, é largamente batido o valor por que foram vendidos outros laterais-esquerdos no pós-Gelsenkirchen – Nuno Valente, Álvaro Pereira e Cissokho (cuja contratação/regresso, como é óbvio, não foi obra do acaso).

Danilo: 31,5 milhões de euros
Jackson: 35 milhões de euros
Alex Sandro: 25 (?) milhões de euros

Três jogadores, mais de 90 milhões de euros. É obra!


P.S. Acerca de cláusulas de rescisão, ou valores de hipotéticas propostas recusadas, não valorizo o que disse, ou diz, o Presidente da FC Porto SAD. Tudo isso, como é óbvio, faz parte dos processos de negociação, em que as várias Partes envolvidas enviam alguns “recados” e tentam reforçar a respectiva posição.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Os potenciais rivais para o sorteio da Champions



Amanhã vai realizar-se o sorteio dos Quartos-de-Final da Champions League. 
Pela primeira vez desde 2008/09 o FC Porto marca presença, reflexo de uma brilhante campanha europeia. Na última ocasião que chegamos tão longe na competição, fomos eliminados pelo vigente campeão (e finalista vencido desse ano), o Manchester United. Na anterior, fomos campeões europeus. O certo é que tendo o clube superado as expectativas possíveis, a partir de agora tudo é positivo para o clube. O encaixe financeiro, a exposição mediática, a possibilidade de medir-se com algumas das melhores equipas do planeta. Salvo uma goleada (difícil), não há nada que possa passar que suponha um problema, pelo que o importante será desfrutar da eliminatória, crescer com ela como equipa e clube e, sobretudo, sonhar. É grátis.

Entre os sete possíveis rivais – recordamos que o sorteio é puro e por isso pode haver duelos nacionais – do FC Porto aqui segue uma lista ordenada de forma descendente desde aquele que os portistas parecem considerar o rival mais favorável – apalpando um pouco o ambiente – e aqueles que não queremos ver nem pintados de ouro. Pessoalmente, já o disse aqui depois do jogo com o Basel, a minha escolha seria o Real Madrid. Uma equipa em fase descendente física e animicamente, com um pedigree que justificaria qualquer derrota e imortalizaria qualquer vitória e ainda o facto de ser o campeão em titulo (e todos sabemos que nenhum campeão renovou o titulo na era Champions League).

AS MONACO

Toda a gente quer o Monaco. Pudera. Os franceses são quartos na liga – e é muito provável que para o ano estejam na Europa League – e têm passado os últimos meses a viver de uma boa organização defensiva. Foram piores que o Arsenal colectivamente, mas cometeram menos erros e aproveitaram melhor o hara-kiri ofensivo dos gunners em Londres para marcar em contra-golpes rápidos e incisivos. É a sua arma. Vão defender os 180 minutos e atacar pontualmente. Já sofremos isso em Basileia. É uma equipa que nos vai dar a bola e deixar jogar o nosso jogo até ao último terço, que vai ser dura nas marcações e jogar no nosso erro. Não têm, como nós, nada a perder. O precedente é positivo. Todos temos Gelsenkirchen tatuado na alma.

A Favor: A equipa mais fraca do sorteio
Contra: A velocidade a explorar os espaços na defesa (cuidado Fabiano, Maicon e Alex)

PARIS SAINT-GERMAIN

Quando o PSG jogou contra o FC Porto – há duas temporadas atrás – já era um dos novos-ricos do futebol europeu com jogadores de nivel mundial. Essa mesma equipa melhorou com o tempo. Está mais compacta em defesa, organizada na criação e demonstrou em Londres ter a garra que parecia faltar – e que na Ligue 1 às vezes ainda falta – para triunfar na Europa. Sem Ibrahimovic para a primeira-mão, o PSG conta com um grupo de jogadores talentosos o suficiente para não sentir a falta do sueco. São uma equipa que aposta forte na Europa, é a sua máxima prioridade e desde os anos 90 que não chegam a uma meia-final. Vão disputar a bola a qualquer equipa e só o eventual desgaste de estarem numa luta a três pelo titulo pode supor um problema num conjunto que tem opções válidas em todos os sectores.

A Favor: Já os conhecemos e é uma equipa que joga o jogo pelo jogo, deixando espaços que podemos aproveitar graças à nossa notável capacidade de recuperação de bola.
Contra: Vão apostar tudo este ano na Champions e chegam hiper-motivados. Têm jogadores de sobra para fazer a diferença.

JUVENTUS

A Juve já ganhou praticamente o Scudetto e vai concentrar os próximos dois meses a sonhar com um regresso à ribalta europeia. Não disputam uma final desde 2003 a última vez que chegaram também ás meias. É mais de uma década. Muito tempo. Graças ao génio imortal de Pirlo e ao trabalho incansável de Pogba, possuem um dos melhores meio-campos do mundo. Tevez e Morata parecem ter encaixado e o jogo colectivo da equipa, agora sobre o comando de Allegri, é uns furos superiores ao do ano passado. Ainda assim não é um “papão”, nem de longe nem de perto. Sofrem contra equipas bem organizadas e que sabem medir os tempos de jogo e podem ser encurralados no seu campo com relativa facilidade com uma boa circulação de bola. Apostam forte na Champions mas ao mesmo tempo são claros outsiders.

A Favor: Equipa acessível como colectivo, Pogba estará lesionado provavelmente por alturas da primeira mão e anulando Pirlo a equipa sofre imenso.
Contra: Não tem de se preocupar com o campeonato e sabem que são outsiders.

REAL MADRID

São o campeão em título. São o Real Madrid. Parece ser suficiente cada uma das frases por si mesma e juntas mais ainda. Mas este Real nem é o do ano passado – tacticamente muito mais desorganizado, fisicamente muito mais condicionado – nem a equipa tem estado á altura do pedigree desde que começou 2015. Cristiano Ronaldo está uma sombra de si mesmo, a dupla Kroos-Isco está sem fôlego e tanto Bale como Benzema continuam a ser questionados. Tacticamente não necessitam da bola mas exploram os espaços como nenhuma outra equipa, quando estão em forma. No entanto, até nisso têm estado decepcionantes. Foram fracos contra o Schalke, têm um guarda-redes que é um ponto fraco assumido e jogam com toda a pressão nos ombros. Se perderem este domingo em Barcelona, renovar o titulo europeu pode ser o único troféu a que aspiram. E como sabemos, nunca ninguém conseguiu isso.

A Favor: Estão na pior fase física-anima desde que Ancelotti chegou ao banco e o cenário não parece ter-se alterado. Jogam com toda a pressão de favoritos.
Contra: Está em baixo de forma mas, quando está bem, Cristiano Ronaldo é o maior killer do futebol mundial. E tê-lo frente a Maicon naquelas diagonais dá pesadelos.

ATLETICO DE MADRID

Este Atletico é claramente uma equipa mais débil que a do ano passado. Diego Costa, Filipe Luis e Courtois fazem muita falta, nenhum dos seus suplentes parece ter estado ao mesmo nivel. No entanto a chegada de Torres, a consagração definitiva de Koke e a ascensão de Gimenez têm sido boas noticias. Griezzman é um jogador fenomenal e eléctrico e Tiago e Arda continuam a dominar a bola e os tempos de jogo como poucos. São, sobretudo, um rival temível a 180 minutos. Jogam com as falhas do rival como nenhum outro, exploram muito bem as poucas ocasiões que criam e são uma rocha defensiva. Contra o Leverkusen concederam meia dúzia de oportunidades em 210 minutos de futebol. Sofrem mais no capitulo ofensivo mas têm também a consciência de que em casa são intransponíveis. Com a revalidação do titulo quase impossível (o esperado) apostam tudo na Champions. É o único titulo que falta a Simeone.

A Favor: Uma equipa que nos deixará a bola, que conhecemos bem e que tem sofrido para marcar.
Contra: Peritos em bola parada, difíceis de vencer fora e ainda mais em casa, jogam sempre no erro do adversário e aproveitam-no como poucos.

BARCELONA

Não é o Pep Team mas tem o melhor trio de ataque do mundo. Não tem Guardiola mas recuperou o Messi mais estelar. Neste Barcelona não há tanto aquela magia quase inocente dos dias de Pep, mas a forma como Luis Enrique entendeu que o meio-campo se tornou prescindível, quando há três demónios no ataque, tornou o Barcelona uma equipa ainda mais perigosa. Apanhou as virtudes do melhor Real Madrid (jogar em velocidade, transições, bola da defesa directamente ao ataque) mas sem abdicar, quando quer, da cultura de posse e de domínio de jogo no meio-campo, onde ainda conta com Xavi, Iniesta, Mascherano, Busquets e Rakitic. Tem o melhor Messi dos últimos três anos e isso, só por si, pode valer meio titulo.

A Favor: Que o Dragão possa voltar a ver um génio chamado Messi
Contra: Os defesas laterais sofrem muito – Dani Alves sobretudo ainda que Alba esteja a uns furos do que foi – e o meio-campo já não é tão protagonista. Se conseguimos pressionar a saída de bola e recuperá-la, são frágeis na recuperação posicional.

BAYERN MUNCHEN

Favoritos absolutos a tudo. São a melhor equipa da Europa. Possuem o melhor jogo colectivo, algumas das melhores individualidades posicionais, de longe o melhor treinador e a melhor estrutura. Atípica foi a sua eliminação em 2014, o normal seria que este Bayern fosse campeão europeu perene enquanto os astros continuem a manter viva a conexão do clube com Guardiola. O técnico tem tudo para conquistar o seu terceiro titulo europeu (outro que pode ultrapassar pela direita o Special One depois de Ancelloti) e salvo um surto de lesões (que tem sido habitual) é muito difícil defrontar o Bayern e sair vivo para contar a história. A melhor opção até agora que algumas equipas conseguiram foi defender bem uma das mãos para acabar trucidada na segunda.

A Favor: Que o Dragão veja pela primeira vez o baile de Guardiola desde o banco. Ou que se reencarne o espírito de 1987.
Contra: Tudo. São o máximo favorito e quase não possuem pontos fracos. Exigem a posse – o que faz sofrer equipas habituadas a ela como a nossa – e quando perdem a bola são ainda melhores que nós na recuperação, muitas vezes com Neuer a jogar na linha do meio-campo. 


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Caso Oliver, ponto de situação

Parece evidente que a temporada 2014-15 do FC Porto em campo tem quatro nomes próprios.
Jackson Martinez continua a demonstrar sem um avançado de excelência mas deve estar de saída. Um "pacto de cavalheiros" assinado no passado Verão, como sucedeu com Deco, que o clube vai cumprir. Ruben Neves foi a grande revelação e tem um futuro imenso pela frente, que a sorte o acompanhe contra as lesões. Brahimi foi a grande contratação do ano. Os primeiros quatro meses do argelino foram imensos. O jogador não teria chegado ao clube sem o apoio da Doyen e a mediação de Jorge Mendes e irá quando estes quiserem. É algo que o clube tem perfeitamente assumido. E depois, depois está Oliver Torres.

Oliver chegou emprestado em Julho. Um empréstimo de apenas uma temporada como petição expressa de Julen Lopetegui, treinador que o conhecia bem das camadas jovens do futebol espanhol, onde foi seu treinador. É uma das maiores pérolas do futebol europeu na sua posição. Com 19 anos é mais um nessa escola de "bajitos" como Xavi, Iniesta, Isco, Mata, Silva, Cazorla, Dennis Suarez e companhia. Um talento fora de série que a primeira parte da época confirmou. Naturalmente houve altos e baixos, o mais normal do mundo num jogador com menos de vinte anos que teve, em alguns casos, de jogar fora da posição medular. O FC Porto tinha o seu próprio "Oliver", Tozé, que continua emprestado e a dar boa conta do recado no Estoril mas o espanhol é um jogador mais fino, menos vertical e com melhor toque de bola. Para o modelo de jogo de Lopetegui era o eixo perfeito entre a classe de Brahimi, o estilo de jogo de Jackson e a visão de Ruben Neves. O eixo nuclear da equipa.

O médio espanhol chegou com empréstimo de um ano. O FC Porto quer algo mais. E pode ser que aquilo que até há uns meses era impossível possa mesmo suceder. 
Porque Oliver tem um problema, um problema chamado Simeone. O treinador argentino é actualmente o senhor indiscutível do Atlético de Madrid. Nada sucede na área desportiva do clube sem o seu consentimento. Foi o responsável por lançar Oliver ás feras, o seu primeiro defensor. Mas Simeone sempre olhou para o "bajito" com suspeita. Via-o muito técnico e com pouca intensidade fisica para se adaptar ao seu estilo de jogo, um estilo que todos sabemos como funciona. Pressão alta de um meio-campo fisicamente possante e com boa visão de jogo, transições rápidas, muitos jogos decididos a bola parada. Nesse esquema Oliver conta pouco. Tanto que o técnico preferiu em Dezembro do ano passado, em plena luta pelo titulo - que ganhou - e pela Champions - que perdeu na final - enviar o jogador para o Villareal. Uma escolha com sentido. O clube levantino tem um modelo de jogo radicalmente diferente do praticado pelo Atlético, muito mais parecido ao de Lopetegui. Oliver foi e quem ficou na primeira equipa com minutos de jogo acumulados foi o pequeno Saul, um jogador da sua geração, igualmente talentoso mas muito mais do gosto de Simeone pelo seu trabalho sem bola. Saul é o elegido do argentino e o jogador que conta para assumir protagonismo no meio-campo. Oliver caiu lá para trás na sua lista de escolhas. Mas Simeone não é a única variante neste negócio.

Quando o Atlético de Madrid assinou com David Villa a principio da temporada passada por um valor irrisório, muitos ficaram surpreendidos. Na realidade os clubes chegaram a um acordo de cavalheiros em que os blaugrana tinham o direito preferencial sobre três jogadores da formação colchonera: o lateral Manquillo (actualmente no Liverpool) e os médios Saul e Oliver. O Barcelona tem direito de opção por um valor estipulado para cada jogador - no caso de Oliver ronda os 15 milhões de euros - e tinha três anos para exercer o direito de compra. Por um lado o clube blaugrana já tem em filas jogadores para essa posição como o já citado Dennis Suarez mas também Rafinha Alcantara e Sergi Robert. Por outro lado, e isso complicou muito as contas, a FIFA vetou o clube de acudir ao mercado de transferências. O Barcelona pode comprar mas não registar jogadores e isso esfriou o interesse do clube catalão nos jogadores do Atlético.



Por fim está a indefinição que um clube como o Atlético de Madrid sempre vive.
Simeone já avisou que, caso ganhe a Champions League ou repita triunfo na liga, sai do clube. Considera que cumpriu todos os objectivos e tem ofertas de Inglaterra (Liverpool) e Itália (Inter). Portanto nada será concretizado até Maio em entradas e saídas. Se Simeone ficar, os jogadores com que não conta num principio terão mais fácil decidir o seu futuro. É o caso de Oliver, que o clube não quer vender mas cujo prolongamento do empréstimo ao FC Porto ou a outro clube seria possível e desejável. Se Simeone for embora o desejo do clube é recuperar imediatamente o jogador salvo que o novo técnico diga algo em contrário. Por outro lado estão as saídas.
O Atlético é um clube vendedor e receberá ofertas sobretudo por Koke e Griezzman. No caso do espanhol a sua posição nuclear é similar à de Oliver ainda que o seu suplente actual seja Saul. Por outro lado Tiago - braço direito de Simeone em campo - está perto da reforma e Arda Turan tem ofertas para sair. O caso do turco é importante. Tecnicamente é o mais parecido que há no plantel do Atleti a Oliver. Mas Arda é um homem e Oliver um menino e Simeone valoriza essa diferença. Só há lugar para um jogador desse perfil na equipa. Estando o turco, o lugar é seu. O Atlético está pendente de ver se a estrutura da medular (quatro titulares aos que se podia juntar Mario Suarez também com ofertas de Itália) se mantém igual ou não e dependendo do que suceder valorizará recuperar Oliver Torres.

São muitos variantes ainda em jogo e é difícil que até Maio a situação se esclareça. Até porque ainda está o jogador. Oliver quer triunfar e muito no Calderón. A sua primeira opção é voltar e tentar demonstrar na pre-temporada a Simeone que cresceu. E é bastante possível que a pré-época a faça em Espanha. Salvo se Simeone é categórico com o jogador é que Oliver verá com bons olhos um novo (e último) empréstimo. E nesse caso o Porto terá sempre prioridade para o médio que conta com a confiança do treinador (e se Lopetegui sair é certo a 100% que Oliver não volta também) e a admiração dos colegas. Não é de descartar que o FC Porto guarda o ás na manga de recuperar um Oliver descartado por Simeone em Agosto e não desde o inicio do ano.
O que é certo é que actualmente há uma linha de diálogo aberta oficiosamente entre todas as vertentes desta equação, um diálogo que começou há alguns dias. A mediação de Mendes, como sempre, será fundamental. A sua influência nas mexidas dos colchoneros no mercado é mais do que conhecida e o FC Porto joga com essa carta. Mendes não é empresário de Oliver mas tem um papel chave neste (e noutros) negócios. O mais provável é que se estabeleça um acordo de cavalheiros em que nós tenhamos prioridade absoluta num novo empréstimo (nunca compra, repito!) e que o Atlético tenha até Junho para clarificar a situação com o Porto, o que não exclui o volte-face que mencionamos antes de um empréstimo express em Agosto.



Mas, se há um par de meses era impossível imaginar Oliver um ano mais, a prolongação do empréstimo é agora uma realidade cada vez mais lógico. Sem ser primeira opção do treinador (mas sim do clube que não considera vendê-lo ao FC Porto nem a outro clube, salvo oferta mirabolante superior aos 15 milhões de euros e com o OK do Barcelona) é perfeitamente possível que Oliver queira ficar. Dos negócios do Atlético, do destino e desejos de Simeone depende agora tudo. Até Junho muito pode passar mas Oliver pode ser perfeitamente o primeiro reforço para 2015-16.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

FC Porto, SLB, o Atlético Madrid e Jorge Mendes

Paulo Assunção
Após quatro anos como jogador do FC Porto (no primeiro ano esteve emprestado ao AEK Atenas), a 29 de Maio de 2008, Paulo Assunção, invocando o artigo 17 do Regulamento do Estatuto e Transferência dos Jogadores da FIFA (conhecido pela Lei Webster), rescindiu o seu contrato com Futebol Clube do Porto. A 6 de Julho de 2008, foi anunciado oficialmente como reforço do Atlético de Madrid.

Nota: O FC Porto acabaria por receber uma indemnização de 3,5 milhões de euros.

A forma como o médio defensivo brasileiro saiu do FC Porto, motivou um corte de relações institucionais com o Atlético de Madrid, o que levou os dirigentes portistas a não participarem no convívio entre direcções, em Fevereiro de 2009, quando os dois clubes se defrontaram para a Liga dos Campeões.


Cristian Rodriguez
Após quatro épocas de azul-e-branco (2008/2009 a 2011/2012), Cebola não aceitou renovar com o FC Porto e, como jogador livre, em Maio de 2012 assinou pelos colchoneros a custo zero.


Época 2014/2015…

Óliver Torres e Adrian López
Depois de, nos últimos seis anos, Paulo Assunção, Radamel Falcao e Cristian Rodriguez terem ido do Porto para Madrid (em contextos pouco do agrado do FC Porto), no início desta época Óliver Torres e Adrian López fizeram o trajecto contrário.


Óliver Torres, um extraordinário médio criativo espanhol, de apenas 19 anos, chega ao Porto por empréstimo do Atlético de Madrid.
No caso de Adrian López, o FC Porto comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ter pago 11 milhões de euros por 60% dos direitos económicos do jogador (nota: não sei se é verdade, mas já ouvi que parte desta verba visa um acerto de contas com o Atlético Madrid, ainda a propósito da transferência de Falcao).


Ora, se as relações entre o FC Porto e o Atlético Madrid parecem estar a atravessar um período excelente, mais a Sul sucedem-se diversos casos.

Siqueira
O lateral esquerdo brasileiro Siqueira, que na época 2013/2014 esteve emprestado pelo Granada ao Benfica, assinou pelo Atlético de Madrid no dia 3 de junho de 2014.


Oblak
Em declarações ao jornal A Bola, efetuadas no dia 14-07-2014, o guarda-redes esloveno referiu que foi ele que forçou a saída do Benfica para assinar pelo Atlético Madrid.
“O Benfica queria que continuasse e o presidente tudo fez para que não saísse, mas a minha vontade era de assinar pelo Atlético Madrid”, disse Oblak.


Guilavogui
Em breve vamos anunciar um trinco. Tínhamos dois jogadores possíveis, um deles não foi possível, mas chegará outro.
Luís Filipe Vieira, 14-08-2014, em entrevista à Benfica TV

«O Atlético Madrid desmentiu as declarações feitas por Luís Filipe Vieira, que afirmou que os colchoneros haviam oferecido Jan Oblak ao Benfica depois de terem contratado o esloveno neste defeso. Nas palavras do presidente das águias, foi o clube da Luz a rejeitar essa proposta, mas os dirigentes colchoneros garantem que não houve qualquer negociação. Quem o diz é o jornal Marca, que também justifica as declarações de Vieira com o descontentamento após a operação Guilavogui ter falhado, tendo o médio francês acabado por ser emprestado ao Wolfsburgo
in record.pt


Sílvio
O Atlético Madrid mandou devolver o certificado internacional do Sílvio, por isso é uma incógnita
Luís Filipe Vieira, 14-08-2014, em entrevista à Benfica TV


Perante uma clara aproximação do Atlético Madrid ao FC Porto e um aparente afastamento do Benfica, qual o papel do super-agente Jorge Mendes?


P.S. No meio disto tudo, penso que a visita de Cristian Rodriguez ao Olival e o abraço dado a Antero Henrique será uma mera coincidência.

sábado, 17 de maio de 2014

Um treinador que faz a diferença

Atlético Madrid campeão de Espanha (fonte: Maisfutebol)

17 de Maio de 2013. Final da Taça do Rei 2012/2013, entre as duas equipas de Madrid. O jogo foi disputado no Santiago Bernabéu e, também por isso, a constelação de estrelas sob a orientação técnica de José Mourinho era super favorita. Contudo, o Atlético não se deixou intimidar e, após 120 minutos, foram os jogadores superiormente comandados por Diego Simeone a vencer (2-1) e a erguer o troféu na casa do Real.

30 de Abril de 2014. 2ª mão das Meias-finais da Liga dos Campeões 2013/2014. Após um empate a zero no jogo da 1ª mão, Mourinho e Simeone voltam a encontrar-se. Apesar do jogo ser em Londres e do Chelsea precisar de ganhar, Mourinho adoptou novamente a "táctica do autocarro" e iniciou o jogo deixando no banco de suplentes Oscar, André Schürrle, Demba Ba e Samuel Eto’o. Contra a corrente do jogo, o Chelsea marcou primeiro, mas nem isso valeu aos comandados de Mourinho, porque a equipa de Simeone (a quem bastava um empate com golos), deu a volta ao resultado e venceu em pleno Stamford Bridge por categóricos 3-1.

17 de Maio de 2014. 38ª e última jornada do campeonato espanhol 2013/2014. Depois de várias vicissitudes, o FC Barcelona (2º classificado) recebia o líder Atlético Madrid no Camp Nou estando a apenas três pontos de distância e, por isso, bastava-lhe uma vitória para se sagrar bi-campeão de Espanha.
Os deuses da fortuna parecia estarem do lado da equipa catalã e, com apenas 22 minutos de jogo, já Diego Simeone tinha sido obrigado a queimar duas substituições, devido a lesões de Diego Costa e Arda Turan.
Sem praticamente nada ter feito para marcar, o Barça chegou à vantagem no marcador aos 34', através de um "remate impossível" de Alexis Sánchez.
Mas, mais uma vez, veio ao de cima a atitude competitiva, a garra, a raça, a alma deste Atlético de Simeone e os últimos 10 minutos da 1ª parte e os primeiros 15 minutos da 2ª parte foram impressionantes. Sinceramente, não me lembro de ver o Barcelona ser subjugado desta forma em pleno Camp Nou. No início da 2ª parte foi de tal maneira sufocado, que só conseguiu passar do meio campo aos 57 minutos!

O Atlético Madrid de Simeone fez hoje história no Camp Nou como, nos últimos 12 meses, já tinha feito no Santiago Bernabéu e em Stamford Bridge. Ou seja, nada disto foi sorte, nem foi por acaso.

18 anos depois, o argentino (*) Diego Simeone voltou a conquistar a Liga espanhola para o Atlético Madrid, clube que, 40 anos depois, volta a estar na final da principal competição europeia de clubes.

E Diego Simeone fez tudo isto tendo à sua disposição um plantel sem vedetas (não me consta que se tenha queixado de egos ou super-egos...), tendo ficado sem o seu jogador de referência – Radamel Falcao – transferido para o AS Monaco no Verão passado, o qual foi “substituído”, na missão de marcar golos, por um ex-jogador do SC Braga – Diego Costa – e com um plantel que inclui vários jogadores – Courtois (emprestado pelo Chelsea), Tiago (ex-Chelsea) e David Villa (ex-Barcelona) – que foram descartados por clubes que o Atlético Madrid derrotou ao longo da época.

A transformação do “Patético de Madrid” (um clube em pré-falência) numa das melhores equipas da Europa é obra de Diego Simeone e vem, mais uma vez, mostrar a importância decisiva de se escolher um treinador que, dentro de um determinado modelo de jogo, saiba potenciar as características dos jogadores que são colocados à sua disposição.

Não sei se este estrondoso sucesso será replicável noutros clubes, com outra cultura clubística, mas em Madrid, ao serviço dos colchoneros e com estes jogadores, Diego Simeone construiu uma EQUIPA com uma atitude e garra impressionantes e fez a diferença. E que diferença!


Os aplausos dos adeptos [do Barcelona] coroaram um ano de campeonato grandioso de uma equipa [o Atlético Madrid] que sabe quais são os seus defeitos, que conhece as suas virtudes e que nunca deixou de lutar
Diego Simeone, no final do FC Barcelona x Atlético Madrid


(*) Os três primeiros classificados do campeonato espanhol 2013/2014 - Atlético Madrid, FC Barcelona e Real Madrid - tinham treinadores estrangeiros (dois argentinos e um italiano).

domingo, 15 de dezembro de 2013

JJ e PF, descubra as diferenças...

No dia 5 de Dezembro de 2012, disputou-se o FC Barcelona x SL Benfica, 6º e último jogo da fase de grupos (Grupo G) da Liga dos Campeões 2012/2013.
Dois meses antes, no 2º jogo da fase de grupos, o Barça tinha ganho na Luz por 2-0.
Chegados ao derradeiro jogo da fase de grupos, o Barça já estava apurado, com o 1º lugar do grupo assegurado e, por isso, alinhou com um onze que incluía apenas um dos habituais titulares. Lionel Messi e Gerard Piqué ficaram, de início, no banco de suplentes.

tivemos duas oportunidades na cara do Pinto, uma no poste e outra do Rodrigo. (...) O Benfica fez o que nenhuma equipa fez no Camp Nou. (...) Os adeptos do Benfica devem estar orgulhosos por verem a sua equipa jogar como jogou no maior estádio do mundo, contra a melhor equipa do mundo. (...) Só faltou a vitória para ser tudo perfeito
Jorge Jesus, 05-12-2012

Lembram-se do que nós, portistas, dissemos acerca destas declarações de Jorge Jesus?
E porquê? Porque, obviamente, não é a mesma coisa ir ao Camp Nou jogar contra o Barça na sua máxima força, ou jogar contra uma espécie de Barcelona B ou C (houve mesmo quem, a gozar, dissesse que o slb jogou contra o Barcelona Z...)


No dia 11 de Dezembro de 2013, disputou-se o Atletico Madrid x FC Porto, 6º e último jogo da fase de grupos (Grupo G) da Liga dos Campeões 2013/2014.
Dois meses antes, no 2º jogo da fase de grupos, o Atletico Madrid tinha ganho no Dragão por 2-1.
Chegados ao derradeiro jogo da fase de grupos, o Atletico Madrid já estava apurado, com o 1º lugar do grupo assegurado e, por isso, alinhou com um onze que incluía várias segundas escolhas. Diego Costa jogou apenas os primeiros 45 minutos, enquanto que Arda Turan e David Villa ficaram, de início, no banco de suplentes.

Não é fácil chegar a Madrid e criar oportunidades como as que criámos mas que, infelizmente, não conseguimos concretizar. O FC Porto, se conseguir concretizar as oportunidades que cria, é uma equipa quase perfeita – e, quando falo em perfeição, falo no processo da construção ofensiva
Paulo Fonseca, 13-12-2013


Jorge Jesus e Paulo Fonseca, depois de jogarem em Espanha contra o "Barcelona B" e "Atletico Madrid B" respectivamente, descubra as diferenças no discurso de ambos, após o fracasso e eliminação da Liga dos Campeões.

P.S. Este artigo era para ter sido publicado logo a seguir às declarações de Paulo Fonseca mas, por “azar”, só pôde ser publicado hoje.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Não, não foi azar

«O azar e a sorte intrometem-se frequentemente no jogo, ora para nosso desespero ora para nossa alegria. Neste jogo com o Atlético de Madrid nada correu bem, mas temos de convir que foram cometidos alguns erros capitais que não devemos escamotear, porque aconteceram e são recorrentes. (…) Com o Nacional e o Belenenses, foi a mesma história. Foram falhas e não tiveram nada a ver com a sorte ou o azar.»
Mário Faria, in ‘Frustração!


Desde o início da época que eu acompanho, com alguma curiosidade, a linha editorial de O JOGO, nomeadamente no que diz respeito ao treinador escolhido por Pinto da Costa para suceder ao mal amado Vítor Pereira. Em termos de desculpas e atenuantes tem havido de tudo e, desta vez, parece que a culpa da derrota (mais uma!) foi dos ferros das balizas do Vicente Calderón.

Não, por mais que O JOGO e outras pessoas queiram passar essa ideia, não foi por causa dos ferros, nem por azar, que o FC Porto perdeu em Madrid.

Não, não foi azar, bem pelo contrário, o Atletico Madrid já ter o 1º lugar do grupo assegurado e, por isso, ter alinhado de início com várias segundas escolhas - Aranzubia, Alderweireld, Manquillo, Insúa e Óliver Torres.

Não, não foi por azar que o FC Porto sofreu um golo ao minuto 14, na sequência de um lançamento lateral (!) do adversário.

Não, não foi por azar que o FC Porto sofreu um golo ao minuto 37, marcado por Diego Costa, o qual, sozinho contra a “linha” defensiva do FC Porto, se isolou e bateu Helton facilmente (numa jogada que foi quase uma fotocópia de outra que, qual aviso, tinha ocorrido ao minuto 29).

Não, não foi azar a forma passiva como toda a defesa do FC Porto, ao minuto 45, ficou a assistir à troca de bola entre jogadores do Atletico e que só não culminou no 3º golo dos colchoneros porque Helton defendeu o cabeceamento de Adrián feito à queima roupa.

Não, não foi azar (foi uma enorme sorte!) Diego Simeone ter trocado ao intervalo o bad boy Diego Costa pelo inconsequente David Villa.

Não, não foi azar, bem pelo contrário, Diego Costa (atualmente o melhor avançado do campeonato espanhol) só ter jogado 45 dos 180 minutos, nos dois jogos entre dragões e colchoneros.

Não, não foi azar, nem por culpa do Austria Viena (o qual fez a sua parte e a 40 minutos do final do Atletico Madrid x FC Porto já ganhava ao Zenit por 3-1), que o FC Porto ficou fora dos oitavos final da Liga dos Campeões.


Durante várias semanas, fomos bombardeados com a tese dos erros individuais…
O facto dos “erros individuais” terem sido cometidos, não por um jogador desconcentrado ou em má forma, mas serem recorrentes e cometidos por vários jogadores - Helton, Danilo, Otamendi, Mangala, Alex Sandro e Herrera, só para falar nos mais óbvios e com consequências diretas em golos sofridos -, não mereceu qualquer reflexão dos responsáveis, nem análise aos problemas coletivos que estavam na sua origem.

Depois veio a tese mirabolante da equipa quase perfeita, a que só faltava afinar a finalização…

Agora querem convencer-nos que a culpa é do azar.

Capas de O JOGO após as derrotas em casa frente ao Atletico Madrid e Zenit

Senhor diretor de O JOGO (e não só), a realidade é a seguinte: o FC Porto só ganhou UM dos SEIS jogos que disputou para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Azar? É mesmo, um azar do caraças…

É óbvio que seguir por este caminho, o caminho das desculpas esfarrapadas (azar, inexperiência, azar, erros individuais, azar, postes das balizas, azar,…) e das vitórias morais (a capa de O JOGO após a derrota em casa frente ao Zenit encheu-me a alma destroçada), não vai levar a nada de positivo. Contudo, se há pessoas que acham que o problema deste FC Porto de Paulo Fonseca é de azar e mau olhado, contrate-se um bruxo…

P.S. Este artigo foi elaborado e agendado há dois dias atrás e só não foi publicado antes por uma questão de agendamento de artigos de outros co-autores do 'Reflexão Portista'.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Atlético Madrid favorito no Dragão?

No dia 29 de Agosto, após o sorteio da fase de grupos, publiquei um artigo onde escrevi o seguinte:

«Atenção a este Atlético Madrid de Simeone que, mesmo sem Falcao (mas com David Villa), é uma equipa muito mais sólida do que das últimas vezes que os defrontamos. Aliás, não deve ter sido por acaso, que em dois jogos recentes para a Supertaça de Espanha e tendo por oponente o super Barça, se registaram dois empates e com poucos golos (1-1 em Madrid e 0-0 em Barcelona).»

Depois disto passou cerca de um mês e, para além dos dois empates referidos contra o também ainda invencível (nesta época) FC Barcelona, o Atlético iniciou a Liga dos Campeões com uma vitória sem espinhas no 1º jogo da fase de grupos (3-1 na recepção ao Zenit). Mas, o que mais me impressiona é a forma autoritária como o Atlético Madrid tem superado todos os adversários que lhe aparecem pela frente no campeonato espanhol.

Jogos do At. Madrid no campeonato espanhol 2013/14 (fonte: zerozero)

7 jogos, 7 vitórias, incluindo deslocações aos difíceis campos do Sevilha, da Real Sociedad (uma das quatro equipas espanholas na Liga dos Campeões 2013/14) e do Real Madrid!

Quem, como eu, viu o último jogo do Atlético Madrid, pôde assistir à forma como uma equipa de operários talentosos, superiormente orientada por Diego Simeone, destroçou a equipa mais cara do Mundo, a qual é formada por uma constelação de “estrelas”.
Sim, há três dias atrás, o Atlético ganhou no Santiago Bernabéu por “apenas” 1-0, mas se tivesse concretizado metade das oportunidades flagrantes que criou, teriam sido 3 ou 4 golos.


O que se pode dizer nesta altura é que as exibições e os resultados dos 10 jogos oficiais que o Atlético Madrid já disputou esta época (contra oponentes “fraquinhos” como o FC Barcelona, Sevilha, Real Sociedad, Zenit S. Petersburgo, Real Madrid...), são elucidativos da capacidade desta equipa.

Daí que eu não fique surpreendido por, no jogo de logo à noite, a Betclic pagar mais a quem apostar na vitória dos dragões, do que a quem apostar na vitória dos colchoneros.


Veremos o que irá acontecer (para o FC Porto é muito bom que o Diego Costa esteja a cumprir o 2º jogo de castigo e não possa jogar) mas, nas circunstâncias atuais, e apesar do jogo ser no Estádio do Dragão, eu encaro um empate como um resultado aceitável.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sorteio agradável, para quem?

Grupo G
FC PORTO (POR)
Atlético Madrid (ESP)
Zenit (RUS)
Áustria Viena (AUT)

Grupo C
BENFICA (POR)
Paris Saint Germain (FRA)
Olympiakos (GRE)
Anderlecht (BEL)


É evidente que o sorteio poderia ter sido pior (com adversários teoricamente mais dificeis), mas também poderia ter sido mais "agradável". Sinceramente, não gostei.

Enquanto que o slb tem o apuramento para os oitavos-de-final praticamente assegurado (Olympiakos e Anderlecht vão discutir entre si quem segue para a Liga Europa), no grupo G tudo indica que iremos ter uma disputa a três - FC Porto, Atlético Madrid e Zenit - pelos dois primeiros lugares do grupo.

Atenção a este Atlético Madrid de Simeone que, mesmo sem Falcao (mas com David Villa), é uma equipa muito mais sólida do que das últimas vezes que os defrontamos. Aliás, não deve ter sido por acaso, que em dois jogos recentes para a Supertaça de Espanha e tendo por oponente o super Barça, se registaram dois empates e com poucos golos (1-1 em Madrid e 0-0 em Barcelona).

Quanto à equipa de São Petersburgo patrocinada pela Gazprom, espero que não se lembrem de repetir a gracinha da época passada (quando é que o Jackson renova, carago?). Aliás, quem já tem Malafeev, Luís Neto, Tymoshchuk, Fayzulin, Arshavin, Witsel, Danny, Kerzhakov e Hulk, entre outros, não deve precisar de muitos reforços...

Interessantes os grupos A e F, onde não arrisco fazer previsões.

Grupo A
Manchester United (ING)
Shakhtar (UCR)
Bayer Leverkusen (ALE)
Real Sociedad (ESP)

Grupo F
Arsenal (ING)
Marselha (FRA)
Dortmund (ALE)
Nápoles (ITA)

Já o happy one tem todas as razões para estar satisfeito. À partida, tem à sua espera um passeio até aos oitavos....

Grupo E
Chelsea (ING)
Schalke (ALE)
Basileia (SUI)
Steaua Bucareste (ROM)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Robertos, marionetas e fantochadas

«Conheces os nossos amigos Robertos? Sabes como se manipulavam? Onde contavam as suas histórias? (...)
Vem descobrir o mundo destas marionetas portuguesas e criar o teu próprio ROBERTO.»


Em Junho de 2010, o país futebolístico ficou de boca aberta, quando a slb SAD comunicou à CMVM ter contratado um dos guarda-redes do Atlético Madrid, pela módica quantia de 8,5 milhões de euros!


Se o valor da contratação, por si só, tinha sido surpreendente, não foi preciso esperar muito para se aquilatar da valia do “reforço” de 8,5 milhões e logo na pré-temporada da época 2010-11 começaram os frangos à espanhola.

A época encarnada foi um verdadeiro calvário (lembram-se dos 5-0?), com Roberto a ser uma das “estrelas” do descalabro benfiquista.


Contudo, chegados a Agosto de 2011 e numa espécie de passe de mágica, saiu um coelho da cartola de Vieira e a slb SAD anunciou ter chegado a acordo com o Real Zaragoza SAD para a transferência, a título definitivo, de Roberto por 8,6 milhões de euros (mais 100 mil euros do que, supostamente, tinha custado um ano antes!).

Esta fantochada, perdão, anúncio foi de tal maneira inacreditável, que a própria CMVM pediu à SAD encarnada para esclarecer a venda de Roberto. A slb SAD viu-se obrigada a prestar informações complementares, o que fez no dia 3 de Agosto de 2011, tendo dito que o “pagamento será efectuado de forma fraccionada e encontra-se garantido, nomeadamente por títulos de crédito”.


Como, pelos vistos, as garantias eram fracas, dois anos depois Roberto voltou à ribalta e, em vez de 8,6 milhões de euros, diz-se agora que foi trocado, como se fosse um cromo, por meio Pizzi.


«Roberto, o tal que tinha sido vendido por 8,6 milhões de euros ao Saragoça, sabe-se lá como e porquê, afinal foi devolvido ao Benfica mas rapidamente revendido ao Atlético de Madrid, que o emprestou ao Olympiakos. Conseguiram acompanhar? Parabéns, eu não.»
Eugénio Queirós
in record.pt, 30 julho de 2013 | 13:25

«Nos relatórios e contas dos encarnados desde então há várias referências à BE Plan, na rúbrica Clientes e nas alíneas Corrente e Não Corrente, mas o Maisfutebol ficou com dúvidas sobre qual o valor que já tinha sido de facto liquidado. Fizemos a pergunta ao Benfica, mas fonte oficial do clube informa apenas que “os esclarecimentos e documentos foram todos fornecidos ao regulador”.
O Maisfutebol perguntava também em que momento e de que forma foi decretado o incumprimento e recuperados os direitos de Roberto. E ainda se iria haver algum esclarecimento do Benfica em relação às declarações de Roberto na noite de segunda-feira, quando o guarda-redes disse que esteve sempre vinculado ao clube, mesmo durante o período no Saragoça.»
Maisfutebol, 30-07-2013


Eu não sei o que é que os milhões de benfiquistas pensam desta robertada mas, conhecendo o perfil médio do adepto encarnado, suponho que a maioria deve achar que tudo isto é limpinho, limpinho, limpinho, ou não fosse o slb o clube da transparência e verdade desportiva...

Mas se os adeptos são adeptos (e os benfiquistas são adeptos muito particulares), a CMVM, como entidade reguladora, tem outro tipo de obrigações e, quando as coisas tresandam, não chega solicitar e ficar satisfeita com comunicados dúbios de entidades envolvidas em situações que suscitam suspeitas. É preciso investigar e, neste caso, investigar a fundo o triângulo Atlético Madrid SAD, slb SAD e Real Zaragoza SAD / BE Plan.

É que o fair play financeiro e a tão apregoada verdade desportiva também passam por estes casos...

sábado, 1 de setembro de 2012

"Falcao é também produto do trabalho de Jesualdo"

“Cheguei ao Porto na época passada e o treinador que tinha era obcecado com a recepção. Todos os treinos dizia-me como devia fazer para receber bem a bola, para aparecer no segundo poste. Às vezes era estranho, porque durante todo o treino ele falava constantemente comigo. Ele era um dos duros e eu dizia: sim, sim senhor. Mas a verdade é que nos jogos tudo o que ele me dizia acabava por acontecer.”
Falcao, em entrevista à FOX Sports da Argentina, 31/05/2011


“No Porto, [Falcao] encontrou Jesualdo Ferreira, o que foi decisivo. É o seu pai futebolístico. Teve muita sorte, porque não deve haver muitos treinadores profissionais que percam tempo a ensinar os seus jogadores. Pedem coisas, mas não ensinam. Jesualdo não é assim e Falcao estar-lhe-á sempre agradecido. Corrigia-o muito, contava-me ele todos os dias. O Falcao de hoje é também produto do trabalho de Ferreira
Radamel García, pai e empresário de Radamel Falcao, em entrevista ao jornal espanhol AS, 06/10/2011



«Já aqui falei dos muitos problemas que afetam o plantel do Chelsea, entre os quais avulta o do monumental flop que foi a contratação de Fernando Torres. Deste modo, este hipotético cenário, referido pelo Daily Star, é algo que a concretizar-se só me surpreende por tardio.
À partida, Falcao no Chelsea e novamente sob o comando de André Villas-Boas e El Niño de regresso ao seu clube do coração, juntamente com mais uns bons milhões, é um cenário que deve agradar a todas as partes envolvidas.»


«Dois fantásticos golos de Radamel Falcao, aos 7 e aos 34 minutos, abriram caminho à vitória (3-0) do Atlético de Madrid na final da Liga Europa.
Para além de ser o quinto jogador a marcar por dois clubes diferentes na final da Taça UEFA/Liga Europa, com estes dois golos Falcao foi, novamente, o melhor marcador desta competição. Em quinze jogos, o ex-avançado dos dragões marcou doze golos. Mais. Pela primeira vez o mesmo jogador foi o melhor marcador em duas edições consecutivas.
Na temporada passada, Falcao apontou 17 tentos ao serviço do FC Porto, estabelecendo a melhor marca de sempre numa edição da Taça UEFA/Liga Europa - bateu o recorde de Jurgen Klinsmann, que fez 15 tentos pelo Bayern Munique, em 1995/96.»


El Tigre brilhou no campeonato português, brilha no campeonato espanhol, brilha nas competições europeias, foi o jogador decisivo das duas últimas finais da Liga Europa e, agora, um fantástico hat trick na Supertaça Europeia, precisamente perante o Chelsea (ironia do destino), que é "apenas" o atual campeão europeu.

Repito uma pergunta que fiz várias vezes na época passada: o que é que o melhor ponta-de-lança mundial da actualidade está a fazer no Atletico Madrid?
Os "tubarões" europeus - Chelsea, Real Madrid, Barcelona, PSG, ... - estão à espera de quê?

P.S. O acordo entre o FC Porto e o Atlético Madrid prevê «o pagamento de uma remuneração variável, pelo que o montante global a receber poderá atingir os 47.000.000 € (quarenta e sete milhões de euros)».
O número de jogos que Falcao fez com a camisola do Atletico Madrid, o número de golos que marcou (no campeonato espanhol e Liga Europa) e, principalmente, as conquistas da Liga Europa e da Supertaça Europeia por parte dos colchoneros farão parte dos objectivos indexados aos 7 milhões de euros da remuneração variável?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Aves raras

1. Um enorme vazio no Porto

Os bons pontas-de-lança, daqueles que têm o faro do golo, são aves raras. O Jardel voava sobre os centrais e o Radamel, um verdadeiro Falcao na área, quando voou para Madrid deixou no Dragão um enorme vazio, que Kleber não foi capaz de resolver (nem tal seria expectável).

Após a saída do melhor marcador da Liga Europa 2010/11, e não tendo a Administração da SAD contratado, em Agosto, um ponta-de-lança para o substituir, seria sempre muito complicado arranjar uma boa solução a meio da época (ao alcance da capacidade financeira atual da FCP SAD), que chegasse, pegasse de estaca e começasse a marcar golos sem precisar do habitual período de adaptação. Por isso, não me surpreende minimamente que, ao contrário da expectativa de uma parte significativa dos adeptos portistas, estejamos a poucos dias do fim do período de transferências de Janeiro e a SAD ainda não tenha contratado (nem parece que esteja na iminência de contratar) um ponta-de-lança.


Deste modo, depois da também previsível saída de Walter, tudo indica que Vítor Pereira irá continuar a treinar e a fazer o melhor possível com os avançados/pontas-de-lança que estão à sua disposição, conforme o próprio afirmou na conferência de imprensa antes do FC Porto x Estoril.


2. Um enorme flop em Londres

«Carlo Ancelotti claims he has been offered the chance to re-sign Fernando Torres for new club Paris Saint-Germain.
The Italian was manager of Chelsea when the Spanish striker joined the Blues in a £50m deal from Liverpool last January. (…)
The Italian coach also said he made a mistake by signing Torres last year - and not getting rid of Didier Drogba to make room for the Spaniard in the team.
He said: “If you decide to invest on Torres, you have to sell Drogba. He's like [Filippo] Inzaghi, he tends to devour whoever competes with him. He's not bad, but this is his personality”.»
in www.mirrorfootball.co.uk/transfer-news/



«Fernando Torres fired another blank as battling Norwich held Chelsea to a goalless draw at Carrow Road.
The Spain striker, who has not scored since October, endured another frustrating afternoon, denied in the first half by John Ruddy before then stabbing wide in front of goal from eight yards.»
in msn.foxsports.com


Após a saída de Anelka para uma reforma dourada na China e com o Drogba na CAN, a André Villas-Boas não lhe resta outra alternativa que não seja recorrer a um dos maiores flops de sempre do futebol inglês.


3. Um enorme goleador em Madrid

No passado sábado, o Atlético de Madrid conseguiu vencer pela primeira vez fora de casa, tendo ido ao Estádio Anoeta derrotar a Real Sociedad por 4-0.

Radamel Falcao foi a grande figura desta goleada, obtendo o primeiro hat-trick ao serviço dos colchoneros.

Apesar de ter estado lesionado e, por via disso, ausente em vários jogos, El Tigre já leva 14 golos, o que corresponde a 47% (!) dos golos marcados pela sua equipa no campeonato.


A dúvida que me assiste é: o que está a fazer um ponta-de-lança do calibre do Falcao na segunda equipa de Madrid?

Ou melhor, perante o conhecimento que André Villas-Boas tem dele, porque razão não está em Stamford Bridge a resolver os óbvios problemas de finalização do Chelsea?
Por acaso, o Atlético de Madrid tem uma capacidade financeira superior ao Chelsea de Abramovich?

domingo, 7 de agosto de 2011

Os escribas das capitais ibéricas


Segundo o jornal madrileno AS, «El Atlético ha ofrecido al Oporto 25 millones de euros y a Salvio por Falcao. (...) Gil Marín y Jorge Mendes se han visto esta semana un par de veces. Y no fueron reuniones casuales. Entre el jugador y el Atlético no existe ningún problema. Mendes no va a parar hasta que traiga a Falcao al Manzanares».

Sinceramente, perante este tipo de "notícias", já não sei se hei-de rir ou chorar.

O passe do Salvio vale 20 milhões de euros?
E, já agora, tendo excesso de extremos no plantel (Hulk, Varela, James, Djalma, Cristian Rodriguez, Kelvin) para quê que o FC Porto precisava de mais um?

O que esta "notícia" vem demonstrar é que o jornalismo desportivo feito (por encomenda?) na capital espanhola está cada vez mais parecido com o que é feito na capital portuguesa.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O FC Porto venceu-os duas vezes

O Atlético de Madrid ganhou a Liga Europa, deixando pelo caminho o Galatasaray (16 avos-de-final), Sporting (oitavos-de-final), Valencia (quartos-de-final) e Liverpool (meias-finais). Não se pode dizer que o caminho até à final tenha sido propriamente uma passadeira vermelha.

Mas em 8 de Dezembro de 2009, antes de iniciar a sua participação na Liga Europa, o Atlético recebeu em Madrid o FC Porto, tendo os dragões vencido de forma concludente (3-0!) no Vicente Calderon, conforme pode ser recordado no seguinte vídeo:



E dois meses antes, no dia 30 de Setembro de 2009, também já tínhamos ganho no Dragão por 2-0 à equipa de Forlán, Agüero, Simão, Maxi Rodríguez, Reyes, Paulo Assunção, etc.

Mas enfim, segundo a isentíssima comunicação social lisboeta, o FC Porto só ganha a equipas fraquinhas ou que estão em crise.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Olha quem fala

Capa de OJOGO, 2009/12/10

Assim de repente… Não sei, não estou a ver… “Um clube maior”?
Só se o Pablo se estiver a referir ao grandíssimo Atlético de Madrid, esse portento do futebol mundial...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A confiança está lá no alto


O FC Porto fecha com chave de ouro a fase de grupos da Liga dos Campeões, com uma vitória robusta sobre o Atlético de Madrid, cavando as diferenças no grupo D entre os conjuntos apurados - Chelsea e FC Porto - e afastados - Atlético e Apoel - desta competição. Dois golos no primeiro quarto de hora, deram um ascendente decisivo ao Dragão para garantir mais um encaixe financeiro interessante, e injectar a dose de confiança necessária à equipa para os importantes jogos que se aproximam.

Ainda mal o árbitro Francês Stephanne Lannoy havia soado pela 1ª vez no apito, já Bruno Alves voava sobre a defesa colchonera cabeceando a bola para o fundo da baliza de Ansejo. Um belo golo do nosso Capitão. Jesualdo voltou a mexer na equipa e surpreender toda gente, ao incluir Valeri no onze inicial. Não se pode dizer que a estreia a titular do médio Argentino na máxima competição da UEFA tenha sido auspiciosa. Foi quase sempre muito discreto, mas não comprometeu. Varela regressou ao banco, por troca com Hulk. Rodriguez ficou encarregue da dupla missão de deambular entre a asa esquerda atacante e a linha mais adiantada do meio campo.



Algo atordoados com o golo madrugador portista, os jogadores de Quique Flores mais intranquilos ficaram quando à passagem do minuto 14 Falcão aproveita bem na recarga de uma defesa incompleta de Ansejo a remate de Fucile. Atlético de Madrid e FC Porto eram (e são) por esta altura duas equipas com estados espíritos bem distintos. A tranquilidade azul e branca contrastava com o pouco discernimento colchonero, que se revela uma equipa desequilibrada, apenas bem munida de uma linha avançada de enorme classe.

Com vantagem suficientemente confortável no marcador, os Dragões entregaram a iniciativa do encontro ao adversário, como é timbre do perfil da equipa de Jesualdo. O Atlético só esporadicamente incomodou Helton, conseguindo os jogadores portistas gerir as investidas da equipa espanhola com suficiente acalmia. Uma situação de jogo que se prolongou durante grande período da partida.



Maicon, que fez a sua estreia na Champions, esteve em bom plano, mas viu a infelicidade a bater-lhe à porta ao sair lesionado. Sapunaru que entrou para o seu lugar foi igualmente competente. As trocas de Valeri e Falcão, por Guarín e Varela respectivamente, fizeram o Porto novamente crescer, em especial pelo bom trabalho do médio colombiano. Não só deu robustez à equipa, como ainda assistiu Hulk para o golaço da noite, tendo isolado também Rodriguez que esteve perto do 4º golo. Uma vitória sem espinhas do FC Porto, que parece finalmente respirar confiança.

Fotos: uefa.com

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Apuramento à vista



E agora ao contrário: 15 bons minutos no final.

Com um "11" inicial mais por defeito de que por opção, a única dúvida estaria entre T.Costa e Guarín. Jesualdo, ao contrário de Londres, não apostou desta vez no colombiano mas viria a emendar a mão nos últimos 20 minutos. O argentino voltou a não se confirmar.

Jogo muito semelhante ao do passado Sábado: muito sofrimento mas novamente um final feliz.
O Atlético, apesar desta época ter ganho apenas por 2 vezes em nove partidas, deu a mesma luta que o scp. Principalmente o seu ataque, que nunca deixou a nossa defesa sossegada.
O mais marcante do primeiro tempo, acabou por ser a lesão do guarda-redes espanhol, Roberto.
Devido a isso, aconteceu a inesperada entrada do terceiro guardião do plantel "colchonero". Um jovem de 18 anos em estreia absoluta.

Poderia ser por aqui que os espanhóis começassem a falhar, pensou-se na altura.

Porém, tudo acabou por se decidir apenas nos últimos minutos. Tudo começou com o suposto penalty de Pereira sobre Aguero (não nos pareceu falta e ainda temos a reclamar o fora-de-jogo, mal marcado, a Meireles na primeira parte).
Seria o ínicio do fim para os homens de Madrid.

Logo de seguida, Guarín entra e teve um logo remate perigoso.
Cresceu então o FCP e veio o golo decisivo, minutos depois. Hulk não marca à primeira mas ainda foi a tempo de, no ressalto, assistir Falcao para mais um grande golo deste.
Que seja o primeiro de muitos grandes golos com o pé, para juntar aos bons que já lhe vimos de cabeça.
Não foi propriamente de calcanhar à Madjer, mas quase.

Estava feito o mais dificil. O Atlético, voltava a mergulhar na escuridão da sua aguda crise interna e foi-se completamente abaixo.
O segundo golo surgiu ainda neste período de desnorte dos "nuestros hermanos".
Salto fantástico de Bruno Alves e recarga atenta de Rolando.

O FCP, desmente assim os apostadores on-line e é, agora, claro favorito ao apuramento.

Está tudo bem quando acaba bem? O jogo foi bem equilibrado. Os espanhóis não estão bem na liga caseira mas tentaram dar luta na Champions. E ganhar a uma equipa do país vizinho é sempre, obrigatóriamente, um resultado muito positivo.

Devemos é crescer bem mais do que estes actuais "bons 15 minutos de cada vez" se queremos voltar a chegar à frente, cá pelo nosso campeonato.