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quarta-feira, 27 de junho de 2018

"Não me incomoda que a PJ venha cá..."

As idas da PJ ao estádio da Luz (SIC Notícias, 26-06-2018)

Vieira e as provas de ilegalidades (Record, 25-06-2018)

"Não é por existirem muitas investigações com base em denúncias anónimas que se prova alguma coisa"
Luís Filipe Vieira, 25-06-2018

Provas? Já argumentam com (a falta de) provas?
Primeiro puseram em causa a autenticidade dos emails.
Depois, quando deixou de ser possível negar o conteúdo dos emails, a estratégia comunicacional foi pôr em causa a forma como os emails foram obtidos.
Agora, perante o acumular das investigações judiciais (validadas por diferentes juízes) e as sucessivas idas da PJ ao estádio da Luz, a estratégia de defesa é falar no DIAP do Porto e dizer que não há provas de ilegalidades.
Opa, a coisa está a ficar cada vez mais negra...

Cartoon de Carlos Laranjeira, no programa 'Tempo Extra', Abril 2018

sábado, 30 de dezembro de 2017

Da série “Largos dias têm 100 anos”

PJ investiga jogo do Benfica, CMTV

Capa do 'Correio da Manhã' de 30-12-2017

«A Polícia Judiciária está a investigar suspeitas de pagamentos a jogadores do Rio Ave para perderem um jogo com o Benfica para a época 2015/2016, a 23 de Abril de 2016. Esta investigação insere-se no âmbito dos alegados esquemas de viciação de resultados que a PJ tem investigado, e que já fez quatro jogados do Rio Ave arguidos.
Segundo o Correio da Manhã, que avança a notícia, a Judiciária terá encontrado indícios de que um encontro envolvendo o Benfica poderá ter sido falseado. Testemunhas inquiridas pela PJ do Porto indicaram que, em Abril de 2016, empresários ligados ao Benfica terão abordado os jogadores agora constituídos arguidos no processo do Feirense - Rio Ave.
Além disso, a decisão da investigação ser transitada para Lisboa, apura o CM e a CMTV, foi tomada pelo magistrado do Ministério Público, que entendeu que este crime tem relação com outras investigações - como o caso dos e-mails que a SÁBADO tem abordado - que têm o Benfica como alvo e que estão entregues à Unidade de Combate ao Crime Económico e Financeiro da PJ


Capa de O JOGO de 30-12-2017

«O jornal "Correio da Manhã" avançou, na noite de sexta-feira, a notícia de que os jogadores do Rio Ave arguidos por viciação de uma partida com o Feirense são também suspeitos de terem recebido dinheiro para perder com o Benfica. Ao que O JOGO apurou, a investigação tem, no entanto, um âmbito maior e inclui, pelo menos, dois jogos com outras duas equipas da I Liga e pagamentos e tentativas de aliciamento a vários outros jogadores.
De acordo com o "Correio da Manhã", os intermediários seriam empresários ligados ao Benfica. No caso do jogo com o Rio Ave, a abordagem foi feita em abril do ano passado, antes de uma partida que os lisboetas viriam a ganhar por 1-0. Ao contrário do que adianta o CM, os futebolistas vila-condenses envolvidos não são os mesmos quatro que o Ministério Público constituiu arguidos no processo do jogo com o Feirense. Só Cássio e Marcelo constam de ambos; Roderick não jogou essa partida e Nadjack estava emprestado. Foi, aliás, nos telemóveis confiscados aos dois primeiros jogadores que a Polícia Judiciária descobriu os sinais de uma outra partida viciada. O JOGO sabe que foi a partir dessa investigação que a PJ chegou aos indícios de, pelo menos, mais dois jogos desvirtuados em favor do Benfica


´Título do Benfica investigado', RTP 1, 30-12-2017

«Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda, da ordem Octopoda (…). Como o resto dos cefalópodes, o polvo tem um corpo mole, sem esqueleto interno (…). Como meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar tinta, de mudar a sua cor (camuflagem, através dos cromatóforos) e autotomia dos seus braços
in Wikipédia


2017 termina em grande e 2018 é um ano que promete. Até porque, com tantos e-mails, com tanta gente (ligada ao SLB) envolvida, com tantos indícios, com tantas evidências, parece-me que o melhor ainda estará para vir…

Votos de um bom ano 2018 e não se esqueçam: largos dias têm 100 anos!

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

SLB “confirma” veracidade dos e-mails

Capa do 'Correio da Manhã' de 04-08-2017

De acordo com a capa de hoje do ‘Correio da Manhã’, o SLB confirma, de forma implícita, que os e-mails apresentados pelo FC Porto no programa ‘Universo Porto – da Bancada’ são verdadeiros.

Porque, como é óbvio, se os e-mails foram “roubados” é porque existem (é impossível roubar o que não existe…).
E se o SLB avançou com uma ação por “acesso ilegítimo a correspondência privada” é porque essa correspondência (leia-se, troca de e-mails, entre diversos atores do futebol português e elementos da estrutura benfiquista) existiu mesmo.

Ora, como Portista, só posso agradecer ao SLB o contributo que acaba de dar para o total apuramento dos factos e para haver verdade desportiva no futebol português (algo que não existiu nos últimos anos).

Finalmente, espero que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e o Ministério Público aproveitem esta “deixa” do SLB e aprofundem as inquirições que, suponho, estão em curso.

Porque, quero acreditar, o melhor está para vir...

terça-feira, 27 de junho de 2017

Contrainformação, Mentiras e Jornais

O SLB, o jornal Record e o jornalista-comentador Rui Santos mentiram. Isto é, divulgaram notícias falsas, divulgaram mentiras.

O Diretor de Informação e Comunicação do FC Porto reagiu, no Twitter, às fake news

Mensagens de Francisco J. Marques no Twitter

E, para que não ficassem dúvidas, o FC Porto emitiu mesmo um comunicado.

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A máquina de propaganda do Benfica continua a tentar abafar e desvirtuar o chamado caso dos e-mails.

Porque o país merece saber a verdade, sem filtros, sem artimanhas, o FC Porto é obrigado a voltar ao tema para informar:

1 - É falso que o FC Porto tenha sido intimado pela Polícia Judiciária, ou por qualquer outra entidade, para entregar qualquer tipo de documentação sobre este caso. Esta falsidade tem sido difundida por comunicação social que se deixa intoxicar pelas versões que têm como objetivo distrair sob a matéria de fundo e que está a ser investigada.

2 - É mentira que o FC Porto tivesse sido alvo de qualquer tipo de buscas, como erradamente disse o comentador Rui Santos, no canal televisivo SIC Notícias. Esta afirmação é tanto mais grave por pretender transmitir a ideia que o FC Porto foi forçado pelas autoridades a alguma coisa, o que não é verdade. E aqui fica o desafio para que Rui Santos confirme junto da própria Polícia Judiciária essa informação e depois faça a correção pública da mentirosa afirmação.

Para que não fiquem dúvidas, o FC Porto foi contactado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária por causa da investigação em curso e não devido a uma qualquer queixa do Benfica.

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Apesar deste desmentido formal e oficial do FC Porto, o Record e o SLB insistiram na mesma tese e voltaram à carga…

«Fonte oficial do Benfica garantiu a Record que o "comunicado do FC Porto deturpa a verdade".
"O despacho da PJ que determinou a entrega de todo o material está no âmbito e resulta da queixa apresentada pelo Benfica; isso mesmo foi objeto de notícia em vários órgãos de comunicação social ontem. Só o desespero pode levar a mentir perante factos concretos. O que diz o comunicado do FC Porto é totalmente falso", afirmou.»


O comunicado do FC Porto é totalmente falso, dizem eles.
E no entanto…
O JN de hoje, após contactar a PJ, publicou a seguinte notícia (e esta não é fake news):

'Judiciária confirma versão dos dragões', JN de 27-06-2017

E agora?
O mais provável é que continue o tráfico (de notícias) entre o SLB e os seus agentes na comunicação social, de modo a suportar a estratégia de contrainformação em curso.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

La Piovra | Quem arranjou o advogado?

Carlos Melo Alves

«O suspeito do atropelamento mortal ocorrido junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, na madrugada de sábado, e que se entregou às autoridades, foi detido e indiciado por homicídio simples.
O suspeito, Luis Pina, de 35 anos, entregou-se na sede da PJ, em Lisboa, acompanhado pelo seu advogado, Carlos Melo Alves, que acrescentou à Lusa que o seu constituinte irá ser ouvido sexta-feira, a partir das 14h00, em primeiro interrogatório judicial, por um juiz de instrução criminal, para aplicação de medidas de coação.»


Quem é Carlos Melo Alves?
Carlos Melo Alves é sócio fundador da Melo Alves - Advogados, sendo conhecido em consequência de vários processos mediáticos em que já esteve envolvido.
Alguns exemplos:





Voltando a Luis Pina, há aspetos desta “entrega” que são pouco habituais.

Luis Pina e Carlos Melo Alves à porta da PJ

Em primeiro lugar, quem estava à porta das instalações da PJ, à espera do suspeito, não era a Tânia Laranjo, era uma equipa de reportagem da SIC.
Estranho, desta vez ninguém avisou o Correio da Manhã?

Em segundo lugar, o suspeito Luís Pina, também conhecido por “Tanolas” ou “Lué”, de acordo com o CM tem 36 anos, vive em Rio de Mouro e tem quatro filhos.
Ora, como é que o “Tanolas”, membro da claque ilegal No Name Boys, surge na PJ acompanhado do advogado Carlos Melo Alves?
Já se conheciam? Quem é que os apresentou?

Em terceiro lugar, como é que um individuo que vive em Rio de Mouro e anda num carro emprestado, um Renault clio velho, tem dinheiro para contratar um advogado do calibre de Carlos Melo Alves?
E no caso de não ser Luis Pina a pagar os honorários de Carlos Melo Alves (que não devem ser baratos), era interessante saber quem é e porquê.


P.S. Já agora, convinha saber se o “Tanolas” é um dos membros dos No Name Boys que andaram pelo país nas tais carrinhas alugadas na Europcar. Se foi, deve ter muito que contar…, mas é melhor ficar calado.

domingo, 15 de maio de 2016

Prendem as formigas, ignoram o elefante...


São mais de uma dezena os detidos neste sábado pela Polícia Judiciária por suspeita de «manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol» com recurso ao aliciamento de jogadores, anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
«No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público, que corre termos na 9ª Secção do DIAP de Lisboa, realizam-se diligências de investigação em vários pontos do país, tendo sido efetuadas mais de uma dezena de detenções», refere um comunicado da PGR sobre a operação designada «Jogo Duplo».
Sob investigação estão «factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva» envolvendo como suspeitos «dirigentes e jogadores de futebol» e outras com «ligações ao negócio das apostas desportivas», adianta o comunicado citado pela agência Lusa.
Os detidos são suspeitos de «manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores», esclarece a Procuradoria. A investigação é dirigida pelo Ministério Público, o qual tem a coadjuvação da Polícia Judiciária, sendo que o «inquérito encontra-se em segredo de justiça».
Entre os detidos estão quatro jogadores do Oriental. As detenções foram feitas pela Policia Judiciária depois de o clube ter vencido o Atlético por 3-2 no dérbi lisboeta da II Liga.

O Benfica B partia para a última jornada da II Liga em grandes dificuldades e a precisar de uma vitória para não descer de divisão. O presidente da Comissão de Arbitragem, um canalha que dá pelo nome de Vítor Pereira, logo nomeou Bruno Paixão para apitar a recepção do Benfica B ao Freamunde, uma equipa que está na parte superior da tabela e que, à entrada para a última jornada, ainda acalentava a esperança da subida. Começado o jogo, de uma falta fora da área Paixão inventa um penalty que dá o primeiro golo aos da casa. Antes do intervalo marcou outro penalty a favor dos seus e deu o segundo amarelo a Ivan Perez do Freamunde, na segunda falta que este cometeu...

Já se sabia que Paixão é bem mandado e que nunca tem dúvidas quando é para beneficiar os seus e prejudicar os outros. E assim lá conseguiu o Benfica B ficar na II Liga, à custa deste e de outros jogos onde há muito por explicar.


Ao longo desta época na II Liga, e principalmente na sua fase final, o Benfica B está intimamente ligado a situações muito suspeitas:
  • -No jogo da visita ao Farense, clube a quem emprestou diversos jogadores e ao qual comprou os direitos televisivos, o clube algarvio utilizou um jogador emprestado pelo SLB sabendo que não o podia fazer e que perderia o jogo na secretaria. E assim foi, perdeu 2 pontos que hoje dariam para não descer;

  • -No jogo contra o Oriental em 6 de Abril, um dos jogadores ontem detidos (João Pedro) fez um auto-golo num lance "infeliz";

  • -A arbitragem de Tiago Antunes no jogo Famalicão x Benfica B em 10 de Abril.



Ontem a PJ deteve o presidente e o secretário do Leixões, 4 jogadores do Oriental e vários jogadores da Oliveirense numa operação a que chamou Jogo Duplo.
Curiosamente ninguém do Benfica ou do Farense foi detido ou sequer ouvido. Nem sobre eles devem recair suspeitas da Polícia Judiciária e do Ministério Público. Por que será que há um clube de futebol em Portugal que está sempre acima de qualquer suspeita, quer o assunto seja a Porta 18, o telefonema ao Major, os casos de doping, as máfias russas ou as nomeações nas arbitragens?

Já agora, a PJ e o MP podiam analisar também os jogos da I Liga. É que todos os jogos são difíceis mas alguns são mais difíceis do que outros...
   

sábado, 21 de abril de 2012

Adeptos do SLB condenados

«A Polícia Judiciária está a investigar, em Lisboa e no Porto, vários casos de ameaças de morte e ofensas à integridade física ocorridos nos últimos tempos contra vários árbitros de primeira categoria e respectivos familiares. De acordo com informações recolhidas pelo JN, apresentaram queixa às autoridades pelo menos três juízes e um dirigente da arbitragem. Os ofendidos terão sido contactados através dos seus telemóveis particulares, ora mediante chamadas telefónicas, ora através de mensagens escritas.»
JN, 19/12/2009

«Pelo menos os árbitros Jorge Sousa, Vasco Santos, João Ferreira e Pedro Proença receberam esta época chamadas telefónicas e SMS com ameaças à sua integridade física antes e depois de terem apitado jogos do Benfica, o que terá acontecido desde o início da época. (...) As chamadas e os SMS são oriundas do Reino Unido (+44....)»
Record, 20/12/2009


«O presidente demissionário da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Hermínio Loureiro, reuniu-se com o director nacional da Polícia Judiciária (PJ) para denunciar as ameaças e coacção que quatro árbitros sofreram durante os últimos oito meses. (...) No total, são nove os arguidos já constituídos pela PJ. Todos eles adeptos de “um clube de Lisboa”, mais concretamente do Benfica, segundo fonte da Judiciária. Em causa estão suspeitas de injúrias, coacção e ameaças sobre quatro árbitros da primeira categoria. Fonte da Judiciária explicou que os arguidos, “antes dos jogos do clube em causa, coagiam e faziam ameaças à integridade física e de morte aos árbitros nomeados e aos seus familiares”. Jorge Sousa, ao que o PÚBLICO apurou, é um dos visados. No caso do juiz do Porto, as ameaças terão sido dirigidas à mulher, através de um telefonema, numa altura em que se encontrava sozinha em casa. (...) As ameaças eram normalmente feitas através de telemóvel, nomeadamente por SMS, tendo a PJ realizado hoje uma série de buscas domiciliárias, divididas por Paredes, Rio Tinto, Tondela, Nordeste, Lisboa e Ponta Delgada. Nestas diligências, foram apreendidos onze telemóveis, três computadores, vários suportes físicos com registo de dados informáticos e documentos. E os arguidos foram sujeitos a Termo de Identidade e Residência.»
PUBLICO, 20/05/2010

«O caso das ameaças ao árbitro internacional Jorge Sousa chegou ao fim. Há uma semana, os sete arguidos foram condenados pelo Tribunal de Paredes a penas de multa inferiores a um ano. Um deles foi absolvido. Todos adeptos do Benfica, estavam acusados de violação de domicílio e injúria agravada por terem aterrorizado o árbitro durante vários meses. (...) Os arguidos estavam acusados de violação de domicílio e tiveram de pagar uma indemnização a Jorge Sousa. Apenas Luís Marques e Rui Franco respondiam também por injúria agravada, tendo as penas mais pesadas - multa de 880 e de 1080 euros, respectivamente. Os restantes arguidos - Hugo Silva, José Sousa, Tomás Lima e António Vieira - têm de pagar multas entre os 480 e os 540 euros cada.»
Correio da Manhã, 21/04/2012


A PJ averiguou se estes sete adeptos do slb se conheciam?
Como é que estes adeptos do slb arranjaram os números dos telemóveis dos árbitros?
Estas acções ocorreram de forma isolada e independente, ou tratou-se de uma manobra organizada e feita a pedido de terceiros?
Algum destes adeptos mantinha, ou teve, contactos com casas do slb e/ou com dirigentes encarnados?
Devido a ameaças e coação sobre árbitros, adeptos do slb foram identificados e condenados por um Tribunal, mas o clube, mais uma vez, escapou pelo meio dos pingos da chuva...

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cardinal e o "circo"

«Um depósito de dois mil euros na conta bancária do árbitro assistente José Cardinal, dias antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo para a Taça de Portugal, está na origem de uma investigação da Polícia Judiciária. A notícia foi avançada nesta quarta-feira pelo Diário de Notícias, referindo que o Sporting recebeu uma denúncia anónima e comunicou o caso à Federação Portuguesa de Futebol que, por sua vez, o encaminhou para a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária. (...)
O mesmo jornal diz que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ está a investigar se o património de José Cardinal é compatível com os seus rendimentos.»
PÚBLICO, 11/04/2012

«Um ato de vingança da ex-companheira de José Cardinal levou à denúncia, feita por esta, ao Sporting e, posteriormente, à PJ, da existência de um depósito de dois mil euros na conta do árbitro auxiliar, dois dias antes do confronto entre leões e o Marítimo da Taça de Portugal. Em causa estão suspeitas de corrupção desportiva. (...)
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a "queixa" consta de uma carta anónima datilografada, foi feita ao Sporting que a encaminhou para a Federação e a PJ. A investigação está entregue à Unidade de Combate à Corrupção e começou em dezembro, pouco depois do encontro (22 desse mês), tendo já sido ouvidas várias pessoas e determinada a origem da denúncia.»
JN, 12/04/2012

«Judiciária investiga suspeitas de corrupção no escalão maior do futebol português. Toda a história no CM.»
Correio Manhã, 12/04/2012


A investigação começou em dezembro? E ainda não foi possível associar o FC Porto? Não promete grande coisa...

Isto é assim, se conseguirem associar a esta investigação (?) dirigentes do FC Porto, com especial destaque para Pinto da Costa, a coisa tem pernas para andar e teremos "circo". Senão, quase de certeza que terá o mesmo destino das escutas de Luís Filipe Vieira ("eu estou a fazer isto por outro lado") e de José Veiga ("sr. presidente, era mais um favorzinho...").

sábado, 21 de janeiro de 2012

“A Casinha” dos No Name Boys


«O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, vai ser chamado para ser ouvido como testemunha no âmbito do processo que levou hoje à detenção de 30 elementos dos 'No Name Boys'. O Ministério Público quer esclarecer como é que uma claque que não estava legal tinha direito a uma sede no estádio do clube, avançou ao Expresso fonte policial. O espaço é conhecido como "A Casinha".
A operação da PSP teve início na madrugada de hoje e visou membros dos 'No Name Boys' que têm vindo a agredir adeptos de claques rivais e também elementos das forças policiais. (…) Trinta elementos do grupo foram detidos, incluindo os dois supostos líderes: Miguel Claro e José Pité. Os detidos estão indiciados por ofensas corporais, associação criminosa, tráfico de droga e danos e incêndio a um autocarro que transportava adeptos do FC Porto para um jogo de hóquei em patins, em Junho deste ano.
A operação, efectuada no âmbito de uma investigação a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, resultou ainda na apreensão de haxixe, cocaína, heroína, ecstasy. Foram também confiscados bastões, soqueiras e tochas incendiárias
in EXPRESSO, 16/11/2008


«O mais conhecido grupo de apoiantes do Benfica foi alvo de uma aparatosa acção policial há cerca de meio ano, através da operação Fair Play, desencadeada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Especialmente Violento (UECCEV) do DIAP de Lisboa com a colaboração da Polícia de Segurança Pública. Das mais de três dezenas de detidos, três ficaram presos preventivamente, quatro em prisão domiciliária e pelo menos dois proibidos de frequentar recintos desportivos.
A acção policial saldou-se ainda na apreensão de armas proibidas, material pirotécnico e mais de dez quilos de haxixe e 115 gramas de cocaína. (…) Foram ainda recolhidos indícios da venda e revenda de armas de fogo, nomeadamente de TASER (armas que atingem as vítimas com choques eléctricos), que teriam uma potência superior às usadas pelas forças de segurança.
A investigação abrangeu várias situações relacionadas com actos de violência de que foram vítimas adeptos do FC Porto e do Sporting. E ainda confrontos com forças de segurança e apreensões de droga. O inquérito acabou por agrupar factos ilícitos que estavam dispersos por outros processos. Nos casos da suspeita de tráfico de droga e de armas, as autoridades realizaram escutas telefónicas.
Através das escutas, recorde-se, a PSP pôde reunir elementos que a ajudaram a identificar a autoria moral e material do incêndio ateado ao autocarro que transportou a claque dos Superdragões, que se deslocou a Lisboa, em 21 de Julho de 2008, para apoiar a equipa de hóquei em patins do FC Porto que jogava contra o Benfica. Na origem deste acto esteve, segundo a acusação, o ódio contra o FC Porto, realçando a premeditação do acto, uma vez que o autocarro tinha sido antes seguido por uma viatura ligada aos No Name Boys. (...)»
in PUBLICO, 16/05/2009


Os textos anteriores são extratos de duas das muitas notícias que a comunicação social divulgou sobre este caso e que, por si só, ilustram a enorme gravidade dos atos praticados. Deste modo, na sequência da investigação desencadeada pelo DIAP de Lisboa, com a colaboração da 3.ª Esquadra de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública, o Ministério Público decidiu levar a julgamento 37 arguidos. Na acusação é dito que estes indivíduos praticaram crimes “minuciosamente planeados e executados com superioridade numérica e mediante a utilização de meios especialmente perigosos”, destacando que agiam “motivados por ódio e intuitos de destruição, sem motivação relevante, contra elementos de outras claques”.

Perante o conjunto de factos gravíssimos que faziam parte da acusação contra os elementos dos No Name Boys e o manancial imenso de provas materiais incontestáveis que a suportavam, o coletivo de juízes da 5.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa não fechou os olhos, não se acobardou e decidiu fazer aquilo que cada vez é mais raro em Portugal: Justiça!
Deste modo, em 28 de Maio de 2010, o juiz Renato Barroso leu uma sentença que honra a Justiça portuguesa e na qual foram condenados 29 dos 37 arguidos do processo, com 13 elementos da claque benfiquista a serem sujeitos a penas de prisão efetiva e 16 sentenciados com penas suspensas.
Sim, é verdade que apenas 13 dos 37 arguidos foram condenados a penas de prisão efetiva, mas os juízes, mesmo os bons, têm de julgar de acordo com as leis existentes e todos sabemos que as leis penais portuguesas são brandas, feitas a pensar na “recuperação e reinserção dos criminosos na sociedade”.

Contudo, no passado fim-de-semana a comunicação social noticiou uma reviravolta neste caso: na sequência de recursos das defesas, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou repetir (!) o julgamento. Assim, já no próximo mês, sete elementos dos No Name Boys, entre os quais José Pité Ferreira, Hugo Caturna e António Claro, considerados os líderes desta claque benfiquista e que foram condenados a 12, 8 e 7 anos de prisão, vão voltar a tribunal.

Que os próprios não tenham noção da gravidade dos atos que cometeram e que os seus advogados os tentem safar eu até entendo, agora que um Tribunal superior tenha mandado repetir o julgamento é que me parece sintomático daquilo que, na prática, é a (in)Justiça portuguesa.

Se o objetivo é atenuar as penas destes indivíduos e, quiçá, evitar que eles cumpram penas de prisão efetiva (talvez a coisa se resolva com uma pulseira eletrónica…) para quê gastar dinheiro dos contribuintes e perder mais tempo com um novo julgamento?
A minha sugestão é que todas as provas recolhidas sejam eliminadas (não deve ser difícil arranjar uns erros processuais…) e que todos os que foram condenados sejam declarados inocentes até prova em contrário (se as provas forem destruídas…). Com jeitinho, ainda é capaz de se arranjar motivos para estas “vítimas de um erro judicial” serem indemnizadas pelo Estado português (ou seja, pelos contribuintes).

Por outro lado, os elementos da PSP, DIAP de Lisboa e Ministério Público que estiveram envolvidos neste caso, deviam receber uma repreensão por escrito. Quem é que os mandou andar a investigar e a colecionar as provas que suportaram a acusação? Não tinham mais nada que fazer?

Finalmente, o coletivo de juízes da 5.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa que julgou este caso em 1ª instância, e particularmente o juiz Renato Barroso que presidiu ao mesmo, deveriam ser reformados compulsivamente. Não é que tiveram a distinta lata de condenar estes cidadãos exemplares a penas de prisão efetiva? Então isso faz-se?


Claque ilegal com sede no Estádio da Luz

Vieira e os No Name Boys

Relatório da PSP demolidor para o presidente do slb

O “Braço Armado do Benfica”

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Afinal havia outro…


«Na origem da investigação estão os 8,5 milhões de euros gastos pelo Benfica na contratação do guarda-redes espanhol Roberto. As autoridades acreditam que parte do dinheiro alegadamente pago ao Atlético de Madrid – clube que detinha o passe do guardião – terá sido desviado, tendo como destino um prémio atribuído ao treinador Jorge Jesus pela conquista do Campeonato em 2009/10. Os contornos do negócio chegam ao conhecimento da Polícia Judiciária através de uma escuta telefónica que tem como interlocutores o empresário Jorge Mendes e Bárbara Vara, filha de Armando Vara, que trabalha com o conhecido agente. Nessa conversa, Mendes diz que o Benfica lhe pediu para intervir numa “trafulhice” – o termo é utilizado pelo empresário – que envolvia a contratação de Roberto Jiménez Gago ao Atlético de Madrid. (…)
Maria José Morgado, coordenadora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público de Lisboa, é um dos rostos da investigação que agora atinge o clube da Luz. O processo está sob a sua tutela, embora a magistrada responsável seja Fernanda Pego, titular da 3ª Secção do DIAP, onde se concentram as investigações de branqueamento de capitais, burlas e fraudes fiscais. (…) O inquérito tem cerca de um ano e as autoridades já recolheram diversos elementos, alguns dos quais de outra investigação. Agora avançaram para a apreensão de documentos nas instalações da SAD benfiquista.»
in Correio da Manhã, 28/05/2011


«O CM sabe, por outro lado, que a investigação à transferência de Júlio César é apenas uma parte de uma espécie de ‘rede de comissões’ negociadas e recebidas em função de uma estratégia de valorização de activos do fundo de jogadores do clube. Essa estratégia foi revelada por escutas telefónicas de um outro processo e permitiu aos investigadores apurarem parcelas de dinheiro que configuram comissões pagas. Estão sob suspeita praticamente todas as transferências dos últimos três anos, em particular aquelas em que Jorge Jesus pode ter tido uma influência directa. A investigação está ainda longe do fim, e as autoridades policiais acreditam que a análise à contabilidade financeira dos encarnados poderá consubstanciar o processo, em que são investigados os crimes de fraude fiscal, branqueamento e ainda de burla qualificada
in Correio da Manhã, 28/05/2011


«A maioria são conversas que envolvem homens fortes do futebol português e dirigentes do Benfica. Foram obtidas noutro processo, que está em investigação no Ministério Público, e chegaram à Polícia Judiciária em forma de certidão. Deram origem à investigação que desde o final do ano passado atinge os encarnados e dizem respeito a diversas transacções de jogadores.»
in Correio da Manhã, 30/05/2011


«A investigação às transferências de jogadores no Benfica – que só recentemente foi conhecida mas que já remonta ao ano passado – começou com escutas interceptadas no âmbito do processo ‘Furacão’ – a investigação de branqueamento de capitais no sistema bancário. Paralelamente, as escutas que tiveram como interlocutor o empresário Jorge Mendes e Bárbara Vara, sua colaboradora, e que diziam respeito ao negócio do guarda-redes espanhol comprado pelo Benfica – tal como o CM já noticiou –, estão no mesmo processo que levou no mês passado a PJ à Luz e foram apanhadas na investigação de branqueamento que tinha como alvo os azuis-e-brancos e que foram abertas na sequência do ‘Apito Dourado’. Foram extraídas certidões, e as suspeitas estão a ser investigadas pela unidade que combate o crime económico e financeiro da Polícia Judiciária.»
in Correio da Manhã, 12/06/2011


De acordo com as notícias do Correio da Manhã (jornal que se “especializou” em escutas e no ‘Apito Dourado’), os dirigentes do slb foram apanhados através de escutas cujos alvos eram outros.
Querem ver que montaram uma rede para tentar caçar o Pinto da Costa e apanharam o Luís Filipe Vieira. Que azar!...
Aliás, este caso é elucidativo de como funciona a Justiça em Portugal. Fazer escutas a dirigentes do clube do regime? Isso é que era bom.

Claro que a montanha vai parir um rato e o processo irá ser arquivado. Nunca um dirigente no activo do clube do regime será alvo de uma acusação e muito menos terá de ir a Tribunal prestar contas.
E também tenho a certeza que as gravações destas escutas nunca irão aparecer no Youtube.

Entretanto, iremos continuar a ver o camarote VIP da Luz cheio de políticos embevecidos e, semana-sim-semana-não, a ouvir o presidente do slb, qual virgem ofendida, a falar em transparência, verdade desportiva, etc.

P.S. Numa investigação em que as suspeitas recaem nos dirigentes do slb, o Correio da Manhã conseguiu incluir na 1ª página a foto do Pinto da Costa. Isto é que são uns artistas.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Deixa-me rir...

Na sequência da extensa entrevista de Luís Filipe Vieira à TVI, A Bola e o Record do dia seguinte (terça-feira) escolheram para destaque o mesmo tema, as mesmas palavras e até a mesma posição nas respectivas primeiras páginas. Que coincidência fantástica!




Contudo, há quem pense que o verdadeiro motivo das investigações pretendidas por Vieira é outro...



Mas enfim, desde que viu o presidente da UEFA a elogiar o FC Porto e a confraternizar alegremente com Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira (e não só) deve ter ficado perturbado.

Pois é, pois é...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mate-se o mensageiro!



«A Benfica Futebol SAD pediu ao Director Nacional da Polícia Judiciária para abrir "um rigoroso inquérito que permita apurar a origem, fundamentos e intenções das notícias" divulgadas, quinta-feira, sobre as diligências efectuadas na quarta-feira no Estádio da Luz. (...)
A missiva assinada pelo presidente Luís Filipe Vieira adianta: "Estes factos provocaram indignação legítima desta instituição, lesaram a sua imagem, conformam incompreensíveis violações ao dever de sigilo e, até, de verdade e rigor".»
in jn.pt


Afinal, o problema é os factos que constam das notícias serem falsos, ou terem sido divulgados?

Mas o melhor é ver os actuais dirigentes do slb preocupados com formalismos como "violações ao dever de sigilo"? Olha logo quem...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

“Cruzadas” mediático-justiceiras anti-Porto (V)

«Há uma semana, O Independente noticiou a possível acusação de Pinto da Costa no caso da viagem ao Brasil do árbitro Carlos Calheiros. Rádios, jornais e televisões deram o devido destaque à notícia e o presidente do FC Porto esteve mais de meia hora no Telejornal da RTP 1. A Polícia Judiciária ficou muda e queda.
Uns dias depois, o procurador-geral da República vinha a público anunciar um inquérito a eventuais violações do segredo de justiça.
Ontem, depois de vários dias de investigação, o DN fez a seguinte manchete: «Pinto da Costa ilibado no caso Carlos Calheiros». E isto porque o DN acompanhou o desenvolvimento das investigações e o resultado da análise aos documentos entregues por Pinto da Costa no momento em que foi interrogado nas instalações da PJ no Porto.
Muito zelosa, e provavelmente com medo do inquérito de Cunha Rodrigues, a Judiciária tornou público um comunicado em que acaba por não desmentir - nem confirmar - a manchete do DN.
O pior foi depois. Com base nesse comunicado, assistiu-se a um autêntico festival de analfabetismo militante de jornais, rádios e televisões, com a honrosa excepção da RTP 1. Para esses órgãos de comunicação social, do comunicado da PJ poderia concluir-se que a notícia do DN não era verdadeira ou, numa versão mais inocente, que a Judiciária desmentia a nossa manchete. Uma televisão chegou mesmo a cometer o seguinte disparate: enquanto o pivô afirmava, com ar sério e convencido, que a PJ desmentia a manchete do DN, a peça dizia o contrário. A outra TV da nossa praça, que normalmente sabe de tudo à custa do trabalho dos outros e nunca se preocupa em os citar, atirou com um «desmente o DN» cheio de satisfação e orgulho.
Quando polícias e analfabetos povoam este país, o mundo está mesmo perigoso.»
António Ribeiro Ferreira (director adjunto do DN)
in DN, 31/01/1997

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

EPUL compra ao SLB terreno doado pela CM Lisboa

«Segundo o documento, a que o DN teve acesso, "conclui-se que a participação da EPUL se traduziu num grave prejuízo" para a empresa, "que ainda hoje se reflecte na negativa situação patrimonial". (...)

A EPUL comprou ainda ao SLB uns terrenos à volta do Estádio por 32 milhões de euros. Ora, como referiu no processo Pedro Castel Branco, gestor do projecto Benfica Stadium de 2001 a 2004, a empresa pública adquiriu um terreno que "havia sido cedido em tempos, pela Câmara de Lisboa ao SLB para a construção de equipamentos desportivos".

Por fim, há ainda uma transferência de cerca de 10 milhões de euros da EPUL para o Benfica "a título de participação em lucros na venda de 200 fogos do Vale de Santo António". Como é que foi calculado este valor? Luís Cantante de Matos, gestor do projecto do Vale de Santo António de Novembro de 2002 a Janeiro de 2009, disse à PJ que quer o prazo quer o montante previsto como mais-valia lhe "foram impostos como objectivos a atingir". "Desconhece como terá sido calculado o valor de 9,975 milhões de euros", lê-se no relatório da Judiciária.»

A notícia completa pode ser lida no Diário de Notícias de hoje, aqui.


As notícias de hoje do JN e do DN são semelhantes, mas vale a pena ler as duas porque têm alguma complementaridade e dá para perceber melhor o esquema que foi montado.

E também vale a pena recordar que os apoios da CM Lisboa ao clube do regime não terminaram em 2002. No dia 31 de Julho de 2009, na última sessão antes de férias, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou o projecto do Benfica para a Urbanização Sul, na zona do Estádio da Luz, que tinha estado na origem de um dos diferendos do clube com a Euroárea.

Uma negociata de 65 milhões


«Carmona Rodrigues, à data dos factos vice-presidente da autarquia, é um dos cinco arguidos constituídos durante a investigação que a PJ acaba de concluir (...)
O inquérito centrou-se no contrato-programa assinado, em Julho de 2002, pela Câmara de Lisboa, EPUL, Benfica e Sociedade Benfica Estádio SA. (...)

Um relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), que suportou o trabalho da PJ, apontou défices de transparência ao contrato-programa, referindo que as formas de apoio acordadas e atribuídas ao Benfica "consubstanciam verdadeiras comparticipações financeiras, concedidas por instâncias municipais". "O contrato contrariou os normativos legais vigentes" (...)

A investigação conclui que, ao aprovarem o referido contrato-programa, a Câmara e a Assembleia Municipal de Lisboa "instrumentalizaram a EPUL", fazendo-a assumir encargos directos de 18 milhões de euros na prossecução de fins estranhos ao seu objecto social. Mas, além dos 18 milhões, o Benfica encaixou mais 47, pois o contrato-programa ainda lhe permitiu vender um terreno à EPUL e receber outro da Câmara de Lisboa.

Os 18 milhões referidos decorrem de dois negócios. Num deles, a câmara decidiu que a EPUL construiria 200 fogos, em terrenos seus, no Vale de Santo António, e entregaria um terço dos lucros da sua venda. O Benfica recebeu 9,9 milhões de euros, apesar de a EPUL nunca ter construído as 200 habitações. (...)
A outra parcela dos 18 milhões resulta do compromisso da Câmara de pagar, através da EPUL, os ramais de ligações às infra-estruturas de subsolo para o estádio. Isto valeu ao Benfica oito milhões de euros, sendo que 80% das facturas que cobrou à EPUL respeitavam a serviços de consultoria: só 20% tinham a ver com os ramais. De resto, parte das facturas tinha data anterior ao contrato-programa.

A IGF detectou ainda outra irregularidade naqueles oito milhões. Mais de um milhão era IVA, sendo que a operação em causa não estava sujeita a incidência deste imposto, por se tratar da comparticipação financeira, de uma entidade pública (EPUL), na construção de um equipamento desportivo.

Nenhuma irregularidade detectada nas facturas do Benfica foi valorizada, para efeitos de responsabilização criminal dos dirigentes do clube

A notícia completa pode ser lida no Jornal de Notícias de hoje, aqui.


O Miguel Sousa Tavares já falou várias vezes nestes "acordos" mas, 8 (oito!) anos depois, a verdade dos factos vem ao de cima em toda a sua plenitude. E desta vez a coisa está suportada num relatório da Inspecção-Geral de Finanças e num inquérito da PJ.

Défices de transparência, contratos que contrariam os normativos legais vigentes, instrumentalização da EPUL, facturas falsas, ilegalidades fiscais, IVA cobrado irregularmente... e ninguém vai preso? Que mais é preciso?
Os factos e a prova reunida pela Inspecção-Geral de Finanças e pela PJ não são mais do que suficientes?

E, como é evidente, tal como no caso dos impostos que ficaram por pagar durante os anos de 1998, 1999 e 2000, “nenhuma irregularidade detectada nas facturas do Benfica foi valorizada, para efeitos de responsabilização criminal dos dirigentes do clube”.

Mais uma vez se constata que o clube do regime e os seus dirigentes estão acima da lei.

P.S. Em 21 de Fevereiro de 2008, publicamos um artigo com uma foto tirada no denominado “Jantar do Desporto”, realizado em Rio Maior, em 04/03/2002, durante a campanha do PSD para as eleições legislativas de Março de 2002. Vejam quem está sentado ao lado de Luís Filipe Vieira e de Manuel Vilarinho.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A fantochada continua


«Carolina Salgado queixou-se no piquete da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, por alegados crimes de injúrias e ameaças, através de telemóvel, cometidos por um seu ex-amigo íntimo durante o segundo semestre de 2006. A participação foi feita há três semanas, quando, teoricamente, já tinha caducado o direito de queixa. Mas a ex-namorada do presidente do F. C. Porto alegou que só tomou conhecimento das injúrias poucos dias antes, momento em que "conseguiu ligar um telemóvel que se encontrava avariado".

Esta denúncia contra Paulo Lemos foi comunicada pelo advogado de Carolina ao juiz do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, Artur Guimarães Ribeiro, que decidiu mandá-la para julgamento no processo em que foi acusada pelo Ministério Público por autoria moral de crimes de incêndio aos escritórios de Pinto da Costa e do advogado Lourenço Pinto, e de ofensa à integridade física grave e qualificada contra o médico Fernando Póvoas, ambos na forma tentada. E visaria descredibilizar a principal testemunha do caso, que acabou por ser acusada por crime de dano, por não ter concretizado os propósitos imputados a Carolina (os incêndios) e cometido apenas estragos diminutos.

O juiz aceitou incluir no processo o documento referente à queixa, mas salientou que, mesmo admitindo-se que as mensagens foram enviadas por Lemos, tal facto acaba por confirmar o seu depoimento, designadamente quanto à relação próxima e sentimentos para com a arguida.

Nuno Brandão, advogado de Fernando Póvoas, assistente no processo, estranhou a data de tomada de conhecimento das alegadas injúrias ocorridas há ano e meio. Isto porque, para aquele crime, é de seis meses o prazo-limite de apresentação de queixa, a partir do conhecimento da ofensa. Disse-se, também, surpreendido pelo facto de o dito telemóvel não ter sido mostrado ao juiz de instrução, para aferir da credibilidade da testemunha, e que a queixa tenha sido apresentada na PJ/Lisboa. Como tal, o caso pode ser investigado em Lisboa.

Recorde-se que Carolina chegou a negar ter tido qualquer relação com Paulo Lemos e procurou descredibilizá-lo devido a sucessivas mudanças de depoimento.

A procuradora Teresa Morais, do DIAP do Ministério Público do Porto, acabou por acreditar na confissão do ex-amigo de Carolina, uma vez que a sua versão coincidiu com os dados fornecidos pela facturação detalhada e localização celular do seu telemóvel e o de Carolina, quanto à descrição dos factos nos dias em que terão acontecido os crimes na forma tentada.

De acordo com a decisão, consultada pelo JN, que manda Carolina para julgamento, o juiz conferiu credibilidade a Lemos exactamente pela mesma razão. Este foi um dos processos que deu origem a uma investigação da Procuradoria-Geral da República, a cargo do procurador-geral-adjunto, Agostinho Homem, ainda em curso relativamente a várias situações conexas ao Apito Dourado, designadamente o depoimento de Ana Salgado, irmã de Carolina e duas cartas anónimas.»
in JN, 02/05/2008

Esta notícia, publicada no JN de hoje, é mais uma situação que ilustra a “enorme credibilidade” da “ponta-de-lança” do Ministério Público (como lhe chamou Pinto da Costa numa entrevista dada à ‘Visão’) nos processos contra o FC Porto.

Com que então, só agora “conseguiu ligar um telemóvel que se encontrava avariado”!...
Quem se terá lembrado de instruir a ex-alternadeira para apresentar esta justificação ridícula para um atraso de quase dois anos numa queixa?

Mais. Se Carolina e o seu ex-namorado Paulo Lemos viviam no Porto/Gaia, se os factos ocorreram no Porto, porque razão a queixa foi apresentada na Polícia Judiciária em Lisboa?
Será que se esqueceu de onde fica a PJ no Porto? Ou terá sido aconselhada e, quiçá, mesmo acompanhada na ida à PJ de Lisboa, por algum dos seus novos amigos (Leonor Pinhão, Luis Filipe Vieira ou Pedro Rita)?

A estratégia seguida por Carolina Salgado em relação ao seu ex-namorado e cúmplice em vários crimes, já tinha sido denunciada e desmontada em Outubro de 2007, no blog ‘Jornal O Portuense’.

Sustentar uma acusação numa testemunha com a “credibilidade”, “coerência” de versões e curriculum criminal de Carolina Salgado – assumiu ter encomendado uma coça a um vereador da câmara de Gondomar e, comprovadamente, roubou uma extensa lista de bens a Pinto da Costa (que a GNR teve de ir buscar a casa dela) – é ilustrativo do que é a (in)Justiça portuguesa. Fantochada semelhante nem no Zimbabwe de Mugabe...

Olhando para os contornos deste caso, todo ele cheio de vícios e manobras, não acredito que haja algum juiz que condene Pinto da Costa. Contudo, se estiver enganado, é melhor começar a pensar em emigrar para um país a sério.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Farsa (2º Acto)

Eis que surge (novamente) em cena o desabrido mas moralista Luís Filipe Vieira.

Depois da equipa empatar a zero no Bessa cai o pano e à saída, diante de um grupo de jornalistas de microfone estendido, o burgesso abre a boca e dá largas à sua primária imbecilidade. Entre outras coisas ditas, interrompidas pelo hábito ridículo de entremear o dislate com “hã” ou “hum”, afirmou que “era importante que a Judiciária começasse a entrar definitivamente no futebol porque o que se está a passar em alguns campos começa a ser muito grave para não dizer que os resultados estão a ser viciados jogo a jogo”.

“Muito grave” e “resultados viciados” foram as palavras utilizadas e que, passadas duas semanas, não suscitaram qualquer reacção à Polícia Judiciária nem aos habitualmente solícitos procuradores do Ministério Público da equipa de Maria José Morgado. Lá está, não deve ser considerado por estas instituições como uma “testemunha credível”, a mesma classificação que o tribunal dera à alternadeira.

Na AG da Liga da semana passada destinada a aprovar as alterações ao regulamento da Taça da Liga para a próxima época, o burgesso prometeu apresentar, hoje, denúncias à Comissão Disciplinar da Liga de Clubes sobre pressões à Comissão de Arbitragem do organismo, com “testemunhas” e “provas dos factos”. Estamos todos à espera, ansiosos, por mais um dossier misterioso, com os mesmos ingredientes e os mesmos cozinheiros: Vieira, Pinhão, Saldanha e Morgado. Só falta a alternadeira.

É verdade que nos últimos anos se têm passado coisas muito estranhas, principalmente no ambiente que rodeia os jogos do Benfica. E quando Vieira diz que há “resultados viciados”, ele lá sabe do que fala. Querem um exemplo de algo “muito estranho”? Aqui vai: na época não muito longínqua de 2005/06, assistimos a algo invulgar no futebol. O árbitro que estava nomeado para apitar o Rio Ave x Benfica, partida da 27ª jornada importante para a continuidade dos vermelhos na corrida ao 1º lugar, lesionou-se a 2 dias do jogo. Lesionou-se? Sim, ao que consta os árbitros ainda não fazem treinos de contacto físico intenso, mas este comunicou à Liga que se tinha lesionado e que não poderia estar presente no jogo e a Liga, na sexta-feira que o antecedeu, decidiu então nomear… Paulo Paraty. How convenient. A história do jogo é, de resto, conhecida. Há uma grande penalidade cometida por Nuno Gomes sobre Bruno Mendes que não é assinalada. Até aos instantes finais o jogo estava empatado a zero até que Danielson centrou para Evandro marcar o golo do Rio Ave, um golo limpo, que foi escandalosamente anulado por Paraty por, supostamente, a bola ter sido centrada para lá da linha de fundo. Nos minutos seguintes o Benfica marcou por Mantorras, de pé em riste sobre o guarda-redes do Rio Ave, mas dessa vez já valeu. Vitória por 1-0.
Para já não falar de muitos outros factos interessantes como o EstorilGate, ou a falsa declaração de inexistência de dívidas do slb ao Estado por parte de um chefe de repartição, ou os recorrentes casos de doping em que o lobo ainda faz o papel de cordeiro ou ainda, e por que não, as escutas com Vieira a escolher um árbitro no âmbito do Apito Dourado que são consideradas irrelevantes vá lá saber-se porquê.

Seria muito útil saber por que razão o presidente do slb diz saber da existência de resultados viciados e não é chamado à PJ ou ao Ministério Público. Num país onde a Justiça está fortemente instrumentalizada, é isto que acontece. As instituições continuam a permitir que aquele (seja quem for) que esteja na presidência do slb faça e diga o que lhe apetece, sem que por isso seja responsabilizado. Já foi assim com Vale e Azevedo e agora é assim com Vieira. A Farsa continua…

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O "equívoco" do inspector da PJ

Para efectuar as análises técnicas aos jogos, o Ministério Público recorreu a três ex-árbitros internacionais – Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes – todos, evidentemente, pertencentes à Associação de Futebol de Lisboa, porque toda a gente sabe que os únicos árbitros honestos e isentos são de Lisboa e, vá lá, alguns de Setúbal e Santarém...

Adelino Antunes tem 75 anos, está ligado à arbitragem há cerca de 53 anos, foi árbitro internacional até 1976 e, depois de abandonar a actividade, foi monitor, dirigente do Conselho de Arbitragem da AF Lisboa, membro da Comissão Técnica da FPF e da Liga e actualmente faz parte da Comissão de Análise da FPF.

No dia 31/03/2008, em pleno Tribunal de Gondomar, Adelino Antunes fez algumas declarações interessantes.
Por exemplo, que as análises efectuadas juntamente com Vítor Pereira e Jorge Coroado não foram consensuais relativamente a várias jogadas das 63 filmagens de jogos observadas.
Quem diria? E eu que pensava que nestas coisas do futebol era tudo tão claro, objectivo e inquestionável.
Afinal, vendo e revendo os lances na televisão, três ex-árbitros de Lisboa nem sempre estiveram de acordo... imaginem se tivessem que decidir, em fracções de segundo, dentro do campo!

Outra afirmação interessante foi que as peritagens tinham sido efectuadas nas instalações da Associação de Futebol de Lisboa, num écran gigante, o que facilitou bastante o visionamento dos lances.
Nas instalações da Associação de Futebol de Lisboa?!
Não arranjaram um sítio melhor, mais apropriado ao objectivo pretendido?
Sei lá, por exemplo o estádio da Luz. Tenho a certeza que no “ninho das águias” tinham visto as imagens de forma muito mais “clara” e consensual...

Mas a afirmação mais intrigante, do depoimento prestado em Tribunal, foi relativa ao célebre jogo entre o FC Porto e o E. Amadora e a um diálogo mantido com inspectores da Polícia Judiciária (PJ).
Afirmou Adelino Antunes: “Uma vez disseram-nos [inspector da PJ] que não tínhamos analisado dois fora-de-jogo do FC Porto-Estrela da Amadora. Eram dois golos que ele [inspector da PJ] considerou terem sido alcançados em fora-de-jogo. Nós [o trio de peritos] voltámos a ver o jogo e concluímos que os lances eram legais e foram bem decididos pelo árbitro Jacinto Paixão”.

Como? Importa-se de repetir?
Então um senhor inspector da PJ queria que os peritos dissessem que os golos do FC Porto no jogo com o Estrela da Amadora tinham sido obtidos em fora-de-jogo?!!!
Porque será?
Talvez a chefe da equipa especial – Maria José Morgado – nos possa e queira explicar...

Enfim, é mais um facto, a juntar a tantos outros, que demonstra a forma como a equipa do Ministério Público / Polícia Judiciária conduziu as chamadas investigações do processo Apito Dourado.