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domingo, 5 de março de 2017
Como nos bons velhos tempos
E eis, finalmente, um jogo em que o FCP transpôs para o terreno de jogo toda a sua superioridade abissal para equipas como este Nacional. Nos anos 80 e 90, jogos como estes aconteciam a uma boa cadência. Hoje em dia, resultados assim, só de uns 5 em 5 anos. Os clubes mais pequenos estão mais fortes? Sim, mas isso não explica tudo.
Foi um FCP com um "11" quase na máxima força e isso ajuda muito. Ainda para mais, um elo em teoria mais fraco, como por exemplo André André, ontem esteve uns furos acima de tempos mais recentes, principalmente na vertente do passe.
Também ajuda, e muito, poder contar com toda a inteligência de Layún no terreno de jogo. Maxi, repetimos, é um jogador que dá tudo o que tem, mas o tudo que ele actualmente tem, muitas vezes já não é o suficiente para uma equipa com as ambições da nossa. Trata-se de um jogador útil ao longo de uma época, quanto mais não seja pela sua vasta experiência, mas a titularidade nas alas da nossa defesa só pode ser mesmo de Telles e Layún.
Com um Brahimi ontem particularmente inspirado, pareceu sempre uma questão de tempo até as coisas se resolverem. Tivemos também a felicidade de ver dois remates deflectidos garantirem um tranquilo 2-0 ao intervalo. Depois, já na segunda parte, a expulsão, justa, de Tobias Figueiredo abriu largas avenidas para a goleada. Foi tudo tão fácil e evidente que até deu para Bruno Paixão fazer-se passar por um árbitro como qualquer outro....
Mas quantos de nós não trocaríamos um destes golos todos por apenas um por parte do Feirense?...
Com esta nova abordagem ao jogo em que a posse de bola deixou de ser uma doentia obsessão e, sem dúvida, com a excelente aquisição de Soares, o FCP não deixa agora qualquer dúvida de ser a equipa que melhor futebol pratica em Portugal. Porém, o nosso adversário directo continua, inacreditavelmente, sem perder qualquer ponto, o que torna tudo muito complexo em termos de previsões a curto prazo. Quem perder os próximos pontos ficará em maus lençóis, no que ao título diz respeito.
Ninguém quer trazer o Kelvin, nem que seja para passar um simples fim-de-semana por Portugal?...
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domingo, 2 de outubro de 2016
Jota, Diogo Jota!
Num terreno sempre difícil, construímos um bom resultado, num jogo em que dominámos, marcámos quatro golos e estivemos bastante bem no sector defensivo. O desempenho individual foi bom e durou os 90 minutos do jogo. Nas entradas em jogo que tinha cumprido na condição de suplente, Jota demonstrou que tem um registo que poderia ser muito útil porque é rápido, atrevido, forte na desmarcação e vai descaradamente para cima deles. Que belo jogo fez. Prometia mas excedeu todas as expectativas. André Silva fez uma excelente exibição e não poupou esforços: alto ritmo, muito suor e um quebra-cabeças permanente para os seus marcadores. A defesa exibiu-se em bom nível. Faz bem NES em insistir neste quarteto. Danilo esteve muito bem (grande jogatina) e todos os demais construíram a melhor exibição do FCP nesta época. Muito doutor da bola associou imediata e prioritariamente a goleada à péssima exibição do Nacional. Obviamente que haverá uma relação entre o mais do FCP e o menos do Nacional, mas foi um excelente desempenho por muito que desacreditem o desempenho do Nacional e relativizem o nosso mérito.
Uma alegria é uma alegria e esta veio mesmo a calhar.
O FCP precisava e os sócios e adeptos mereciam. Queremos mais. Mais nada!
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
O nevoeiro da Choupana
Mensagem de adeptos portistas dirigida a Pinto da Costa |
Do nevoeiro da Choupana não surgiu o “D. Sebastião” que a equipa do FC Porto precisa.
E, para além de mais uma exibição fraquinha (ao nível dos últimos jogos), desta vez o FC Porto regressa da Madeira com 3 pontos “manchados” por erros de arbitragem.
Eu sei que nenhum treinador reconhece (publicamente), erros de arbitragem a favor da equipa que orienta. Contudo, sendo Julen Lopetegui um treinador que falou (e fala) muitas vezes dos árbitros, ter-lhe-ia ficado bem reconhecer que, neste jogo, a equipa beneficiada por erros de arbitragem foi a sua. Se o tivesse feito, teria mais moral em queixar-se quando o FC Porto é directa ou indirectamente prejudicado (algo que, na época passada, aconteceu inúmeras vezes).
sábado, 28 de março de 2015
Estofo de campeão!?
Embora me custe, confesso que não tenho estofo de campeão. Enquanto
cidadão/atleta, falhava com frequência um golo fácil e metia outros de complexa realização,
que enchia de inveja, colegas e adversários, pela elegância dos movimentos. No
basquete, falhava com a mesma facilidade bolas debaixo do cesto, quase tanto
como acertava de três pontos e, quando venci alguns jogos assim, atingi os “pontos
mais altos da minha carreira”. Obviamente, que ao sucesso destes feitos está
associada a menor ansiedade do cidadão/atleta em função do julgamento público ser
muito mais benevolente em situações complicadas. Ou seja: tremia muito mais
quando a responsabilidade do sucesso do movimento me cabia por inteiro. Como
adpeto, sigo o mesmo rumo: acredito na vitória do FCP depois de alcançada a
vantagem de três golos e já com uma boa parte do tempo do jogo realizado. Antes
dos confrontos, prevejo uma série de ameaças prontas a explodir e a prejudicar os
meus intentos. Tenho medo do inesperado e na dúvida, duvido. Até já pensei em fazer
como o meu Pai que vestia a mesma roupa (e outras que foi fazendo sempre
iguais) para puxar a sorte para o seu lado. Como se constata, é um problema de
família, esta falta de estofo.
Dei por mim a pensar nestas coisas, quando assistia, cheio de
gozo, ao Barça/Real Madrid. Desfrutei do jogo intensamente e vivi com
entusiasmo todas peripécias que ocorreram durante os 90 minutos. Embora tenha
havido vencido e vencedores, considerei que ambos estiveram perfeitos (inclui os erros cometidos) na
excelência do espectáculo apresentado. Nem fiz acusações, nem me atreveria a
considerar que os derrotados o tinham sido por manifesta falta de estofo de campeões,
no seguimento do esbanjamento, em jornadas anteriores, do pecúlio que tinham
amealhado. O espectáculo valeu pelo todo, e nesse mérito colaboraram ambas
as equipas, por igual.
No jogo entre o Nacional e o FCP, não gozei nem um bocadinho
o jogo, culpei todo o mundo pela desgraça final (e o treinador por maioria de
razão), dormi mal, acordei cedo e zangado com a vida. Apesar desse desassossego,
nem por uma vez pensei que tínhamos realizado uma exibição vergonhosa ou que os
atletas (e o treinador) não tinham estofo de campeões. É provável que
estivessem ansiosos e manifestassem cansaço, mas isso não é próprio da natureza
humana? E não é mais atendível quando as grandes decisões são tomadas pelos
jogadores de forma quase instantânea? Não fomos, assim, campeões ao minuto 92? Gosto muito do FCP, mas ainda não aprendi
(e não vou aprender) a viver de bem com o jogo antes da vantagem de três golos para
o nosso lado e aceitar uma derrota com naturalidade. Das sentenças, procuro libertar-me
o que ocorre naturalmente ao fim de gozar um nojo de 72 horas. Acho que o
treinador é bom, esta equipa é boa e não é por morrer uma andorinha que acaba a
primavera. A equipa do FCP tem muitos campeões, recomenda-se e merece todo o apoio dos sócios e adeptos.
segunda-feira, 23 de março de 2015
Uma 2ª Parte para recordar
Texto de Miguel Lourenço Pereira
Ainda faltam algumas jornadas para o término do campeonato, mas parece claro que o último fim-de-semana irá ter contornos decisivos, que nos acompanharão até ao fim do curso.
Era muito difícil que o Benfica – e a sua legião de admiradores de negro – conseguissem perder pontos antes do Clássico da Luz. E, ainda assim, em Vila do Conde, uma inesperada derrota dos encarnados, permitiria ao FC Porto – que entrava minutos depois na Choupana – reduzir a um misero ponto uma diferença pontual que, há umas semanas atrás, parecia irrecuperável.
Alguém se lembrou, seguramente, de 2012/13. Eu, pelo menos. O que se seguiu foi uma vergonhosa exibição na Madeira, sobretudo para uma equipa que sabia que tinha em mãos a melhor oportunidade da temporada para vencer um campeonato que, a todos, estava entregue à partida.
Esta época, o FC Porto perdeu 5 pontos na Madeira e esses podem ter sido precisamente os pontos que nos separam to titulo.
O que também se viveu na ilha, foi uma nova demonstração de erros de gestão de plantel e de cálculo de Julen Lopetegui em momentos de aperto. Sobretudo no segundo tempo.
O Porto chegou ao intervalo a ganhar. Não o merecia, propriamente. Tivera mais a bola, mas causara pouco perigo. O golo brilhante de Tello tapava muitas deficiências do jogo coletivo. Mas era um golo de 3 pontos, como se costuma dizer.
Para os segundos quarenta e cinco minutos era, simplesmente, necessário fazer o mais fácil, deixar o relógio correr, controlar o jogo e procurar ampliar a vantagem em lances pontuais. Sucedeu o oposto.
Tudo começou com a saída de Casemiro, ao minuto 52.
Não sei porque Lopetegui decidiu tirar o brasileiro. Tinha amarelo, sim, mas até então o jogo não tinha sido duro, não tinha exigido a Casemiro uma acumulação de faltas que o levasse a uma eventual expulsão. Quase todos os médios jogam largos minutos com amarelo e não saem por isso.
Há a possibilidade de que Casemiro – como quase todos em campo – tivesse problemas físicos já ao intervalo. Tentou aguentar, não conseguiu e pediu para sair. É um cenário possível que levanta outra questão, a do péssimo planeamento do plantel para uma posição chave, esse imenso flop que foi Campaña e a ausência de um médio defensivo de raiz no plantel, porque Lopetegui queria apenas um perfil muito concreto de jogador e que era demasiado caro para a SAD (Darder, Clasie, Camacho...).
Tendo em conta o estádio onde se jogava, a importância do jogo e a natureza do rival, a saída de Casemiro exigia um perfil próprio para a posição. Basicamente, qualquer jogador, menos Rúben Neves.
Evandro e um "carro de combate" do Nacional (fonte: Maisfutebol / REUTERS) |
Gosto muito, muito do Rúben, mas nem ele é um seis de raiz, nem tem capacidade física para aguentar um meio-campo sozinho num jogo de máxima tensão longe de casa. Rúben está em processo de crescimento, é um interior reconvertido e tem tido um excelente primeiro ano. Mas na Madeira foi “queimado” por Lopetegui.
Que podia ter feito o espanhol?
Subir Marcano ou Maicon para a posição de pivot e colocar Indi, por exemplo. Era importante segurar a vitória, mais do que procurar a nota artística. Não era noite para floreados. Mas Lopetegui é teimoso, acredita que o seu estilo prevalece sobre as circunstancias – viu-se no Estoril, contra o Boavista (em casa), contra o Marítimo – e a partir daí o meio-campo perdeu-se.
Herrera estava só, porque Evandro fisicamente não podia (a gestão do plantel, outra vez em questão, face ao claro mau estado físico de muitos jogadores).
Herrera cercado por jogadores do Nacional (fonte: Maisfutebol / REUTERS) |
Nesse cenário o Nacional cresceu. Procurou transições laterais rápidas, porque os alas estavam expostos. Não havia ajudas dos interiores nem dos extremos. João Aurélio parecia a reencarnação de Cafu e, ainda para mais, Alex Sandro estava em modo de não meter o pé e não correr mais do que o básico.
O perigo multiplicou-se e o Nacional deu sucessivos avisos. Lopetegui, impávido, voltou a errar. Ciente de que o meio-campo se perdia, lançou Quintero e Quaresma para os lugares de Evandro e Brahimi. Manteve o 4-3-3, mas deixou em campo um leque de jogadores macios, sem capacidade pressing, proclives a perder a bola e não recuperar. Abdicou de tudo aquilo que funcionou contra o Basileia. O descalabro foi inevitável. Rúben, Quintero e Herrera no meio e Quaresma, Tello e Aboubakar no ataque foram trucidados por um Nacional que pressionava, recuperava e lançava rápidos contra-ataques sem encontrar resistência. Marcaram um, podiam ter sido dois ou três. O título – perdido na Madeira, se é que está perdido – foi-se por má gestão táctica do colectivo.
O que podia e devia ter feito Lopetegui?
Dando por descontado que não queria quebrar a dupla de centrais (inconsequente num jogo assim a meu ver) e que Rúben entraria por Casemiro, o espanhol devia ter mudado o esquema de jogo de um frágil 4-3-3 para um mais compacto 4-4-2, quando o meio-campo deu os primeiros sinais de fraqueza.
Defender o resultado segurando o meio-campo. Procurando ter a bola e que ela circulasse, explorando dois avançados moveis nos espaços. Podia tê-lo feito de distintas maneiras.
Colocando Oliver no lugar de Brahimi, deixando Tello e Aboubakar nas alas, garantia mais posse, mais clarividência no jogo e as alas fechadas às incursões do Nacional. Deixava Tello em liberdade para explorar diagonais e Aboubakar a prender os centrais.
Outro cenário seria o de retirar Aboubakar e Brahimi e apostar em Quaresma e Oliver, com duas setas no ataque e um meio-campo de quatro.
Havia ainda uma terceira opção, a de colocar a equipa num claro 4-5-1 com Brahimi e Oliver acompanhados de Rúben, Herrera e Evandro no meio e Aboubakar ou Tello só no ataque. Os 3 pontos valiam o sacrifício e isso teria reduzido ao mínimo qualquer opção do Nacional.
Evandro a lutar contra o meio-campo do Nacional (fonte: Maisfutebol / REUTERS) |
Qualquer um destes três cenários alternativos teria garantido tudo aquilo que as opções de Lopetegui não deram: controlo da bola e do espaço. Um ritmo de jogo imposto pelo nosso meio-campo, a exploração das diagonais entre o meio-campo e a defesa do Nacional e o impedimento de que os laterais pudessem subir em demasia para criar perigo. Lopetegui foi teimoso, mantendo o 4-3-3 com os jogadores mais macios que tinha e com isso provocou um naufrágio colectivo.
Um treinador está para treinar durante a semana – e aí o trabalho de Lopetegui tem sido positivo – mas também está para adaptar-se aos acontecimentos durante o jogo. Nesse cenário o espanhol ainda tem muito que aprender. O Porto raramente produz reviravoltas, a equipa raramente altera o esquema táctico e, num jogo de capital importância, exige-se mais ao líder do colectivo.
Duas viagens à Madeira complicadas, cinco pontos perdidos e a dupla sensação de um plantel mal definido com o seu consequente desgaste e, sobretudo, de um treinador que toma decisões erradas em momentos críticos.
Duas áreas a melhorar – e muito – para o próximo ano. Será difícil que o Benfica volte a perder pontos e será difícil ganhar por 0-2 na Luz (e ter um melhor goal-average). Mas talvez o mais difícil será não repetir erros cíclicos como tem sucedido esta temporada.
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sábado, 21 de março de 2015
Más opções de Lopetegui
Lopetegui (fonte: Maisfutebol / LUSA) |
No desafio anterior (contra o Arouca), com o FC Porto a jogar com menos um desde muito cedo, Quaresma fez uma grande exibição e foi considerado, quase unanimemente, o melhor em campo.
Como “prémio”, hoje foi para o banco e Lopetegui apenas o chamou, já com a equipa em desespero de causa, à procura de recuperar a vantagem perdida no marcador. Não foi a tempo…
Em contrapartida, os três jogadores do trio de ataque – Brahimi, Tello e Aboubakar – tiveram hoje uma exibição entre o medíocre (Tello e Brahimi) e o péssimo (Aboubakar). Aliás, na linha do que já se tinha visto em jogos anteriores, Aboubakar denotou imensas fragilidades a jogar de costas para a baliza e, em muitos momentos do jogo, pareceu completamente desligado do resto da equipa. Em jogos como este (e há muitos assim no campeonato português), Jackson faz imensa falta.
Aboubakar (fonte: Maisfutebol / REUTERS) |
Mas, se me parece evidente que Lopetegui errou, ao deixar o Quaresma (a atravessar um bom momento) no banco de suplentes, também penso que fez uma má leitura do jogo e não foi nada feliz nas substituições.
Rúben Neves ainda não tem a intensidade de jogo e a agressividade sobre a bola que tem Casemiro e isso foi notório na quebra, a pique, do meio campo portista.
E a coisa piorou quando Evandro foi substituído por Quintero. O colombiano foi um claro erro de casting, numa altura do jogo em que, após a saída de Casemiro, o FC Porto já estava a perder a luta e o domínio do meio campo.
Por aquilo que já disse, na minha opinião, Lopetegui esteve mal nas substituições e no timing em que as fez.
Por exemplo, no momento em que retirou Evandro, por que razão não entrou Quaresma (em vez do inexistente Quintero), passando Brahimi para o meio-campo, tal como tinha feito no Bessa?
Se Lopetegui tivesse optado por esta configuração, para além de reeditar uma solução que deu resultados (contra um Boavista semelhante a este Nacional), ficaria ainda com uma terceira substituição, que tanto poderia ser a entrada de Gonçalo Paciência (para o chuveirinho nos últimos minutos), como poderia ser Óliver (se, entretanto, interessasse recompor o meio-campo).
No computo geral, foi uma exibição fraquinha do FC Porto, em que faltaram jogadores importantes (Jackson e Óliver), faltaram jogadores em melhor forma (Brahimi, Herrera, …), faltou Quaresma a titular, faltou Casemiro nos últimos 40 minutos, faltaram pernas, faltou experiência e faltou treinador.
Após o "milagre" do SL Andor ter perdido em Vila do Conde, o FC Porto não podia ter desperdiçado a oportunidade de ficar colado ao 1º lugar e aumentar enormemente a pressão sobre o líder deste campeonato.
Hoje, na Choupana, faltou estofo, estofo de campeão, a esta equipa e a este treinador.
sábado, 1 de novembro de 2014
“Magia” a mais, Agressividade a menos
É possível o FC Porto jogar, de início, com Óliver, Quintero, Brahimi, Quaresma e mais dois laterais de vocação ofensiva (Danilo e Alex Sandro)?
É.
É possível o meio-campo portista ser formado por Casemiro (um “Nº 8” que está em fase de adaptação à posição 6) e dois “levezinhos” – Óliver e Quintero – de aproximadamente 1,70m de altura?
É.
Mas, conforme se viu na 1ª parte e também na 2ª parte, até Herrera ter substituído Quintero, correm-se riscos, riscos desnecessários, que poderiam ter culminado em dois ou três golos do Nacional.
O problema é (foi) o Quintero?
Não. Aliás, colocar as palavras “Quintero” e “problema” na mesma frase até soa mal.
O problema são os desequilíbrios e falta de agressividade (quantas bolas divididas foram ganhas?) que a equipa, como um todo, evidenciou, principalmente durante a 1ª parte.
Ao intervalo, em vez de 1-0, o resultado poderia ser 3-2 ou 4-3 e isso, já o disse aquando do FC Porto x SC Braga, é algo que não me agrada.
Podemos analisar vários aspectos da exibição do FC Porto mas, por exemplo, por que razão, hoje, Quintero esteve longe da influência e nível exibicional dos últimos jogos?
Na minha opinião, porque faltou no meio-campo portista um jogador como Herrera que, conforme já foi dito noutras alturas, quando é preciso pressionar ou recuperar, corre por ele e por Quintero.
Há quem pense e até há quem diga, que quando se ganha está tudo bem.
Pois… Eu sou capaz de apostar que, depois do que se viu neste jogo, Lopetegui não irá repetir, de início, este trio do meio-campo muitas vezes.
E, quando chegar o “general Inverno”, veremos se Lopetegui não irá recuperar o seu meio-campo de combate, formado por Casemiro, Rúben Neves e Herrera.
Termino com o melhor deste jogo, citando o jornalista Germano Almeida do Maisfutebol:
«Mesmo quando as partidas não correm particularmente bem, Brahimi não engana: joga muito. Muito, mesmo. Uma boa parte dos melhores lances criados pelo FC Porto nesta partida passaram pelos pés deste argelino virtuoso, que alia uma técnica de topo a uma capacidade física impressionante. Velocidade com bola, capacidade de passe e cruzamento, em constantes desequilíbrios que colocam os defesas contrários de cabeça a andar à roda. Quando estava prestes a sair (Lopetegui já dava indicações a Tello...), o argelino assina uma obra de arte, em lance em que finta, posiciona o remate e dispara tiro certeiro. Magia e eficácia. Tanto Brahimi.»
P.S. A jogar como o fez contra o Nacional e como tem feito na maior parte dos jogos desta época, Danilo, depois de já ter regressado à seleção canarinha, no final da época irá, seguramente, saltar para um dos “tubarões” europeus.
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segunda-feira, 31 de março de 2014
Erros a mais e alguns de capela
A visita à choupana constituía um exame ao novo FCP que neste jogo mostrou demasiados vícios antigos para acreditar que os sinais de bonança, manifestados em alguns jogos anteriores, vinham para ficar de forma duradoura. O resultado e a exibição da primeira parte demonstram que não basta mudar de treinador para tratar da saúde da equipa. O FCP apresentou-se abúlico e incapaz de sair com a bola para além do meio campo, como tem ocorrido em boa parte do campeonato, nomeadamente na primeira fase de construção. A defesa com erros posicionais, pôs-se sempre a jeito do contra-ataque do adversário. Aquela desorganização posicional que permitiu ao Nacional chegar ao segundo golo, constatei-a demasiadas vezes em jornadas anteriores. Os jogadores movimentam-se de forma anárquica como se não houvesse um guião, sustentado em rotinas, processos e métodos que deveriam estar assimilados. Só por uma vez poderíamos ter chegado ao golo na primeira parte, enquanto o Nacional fartou-se de nos inquietar nas transições, com o nosso meio campo perdido e em que as ajudas raramente funcionaram.
No segundo tempo com um golo madrugador, perdemos rapidamente esse efeito de galvanização ao sofrer, poucos minutos depois, um novo golo que moralizou o adversário. Demos o ouro ao bandido e Quaresma e o árbitro apressaram a derrota. Muita vontade do Nacional que fechou todos os caminhos para a baliza, mais suor da nossa parte, mas continua a faltar força e intensidade. Provavelmente a equipa estará fatigada, possivelmente alguns jogadores ainda cometem erros próprios da juventude e reconheço que há que ter alguma paciência e não desatar a tudo pôr em causa e a diabolizar todos os directores e actores envolvidos neste desnorte. Apesar disso, é constrangedor e inquietante esta fragilidade e incompetência para ultrapassar este tipo de equipas que se entrincheira e que se ri nas nossas barbas pela tibieza como as combatemos. Mais: a equipa pareceu alheada da qualidade do adversário e não se preveniu para que os seus pontos fortes prevalecessem, como aconteceu na primeira metade em que não controlámos a bola, o ritmo, sem velocidade, muitos passes transviados e demasiado duelos feitos de choque que raramente vencemos. Apenas reagimos e raramente bem. Perderam-nos o respeito.
O melhor que nos poderia ter acontecido esta semana foi o Estoril ter perdido: não fora isso e aproximar-se-ia perigosamente do terceiro lugar. Individualmente, apenas Martinez esteve a um nível alto. Quintero mexeu no jogo, revelou qualidades, mas a sua acção não foi tão continuada como carecíamos. A arbitragem esteve ao nível do Capela de outras ocasiões. Péssima e que muito nos penalizou. Nenhuma surpresa. Quaresma entrou em delírio com aquela trapalhada já depois do apito final e o treinador tem que o saber conter e não hesitar em substituí-lo quando passa a ser um problema e não a solução. Devemos não aligeirar os erros do árbitro e muito menos esconder os nossos.
Falta muito para fechar a época, mas continuo muito pessimista. Esperemos que a equipa recupere, que os sócios apoiem e que a nossa direcção comande o clube de forma competente. E preparar a próxima época como deve ser para não entrarmos em plano inclinado.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
É a táctica, estúpido!
E a dada altura, Jackson Martínez, cruza a bola para a pequena área do Nacional, onde ... não estava um único jogador do Porto - nem podia estar, obviamente, o ponta-de-lança, o próprio Jackson.
Algo me diz que esta jogada demonstra qualquer coisa, mas não consigo perceber o quê...
Algo me diz que esta jogada demonstra qualquer coisa, mas não consigo perceber o quê...
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Paulo Fonseca
domingo, 24 de novembro de 2013
Quem não mata...
Não houve grandes surpresas na
convocatória, sabido que eram as ausências de Mangala e Gillas. Voltaram Licá, Reyes e Quintero
ao lote dos escolhidos e saiu
Kelvin que demora a ganhar maturidade. Os treinadores são muito importantes
para definir a identidade, desenhar no papel a sua tradução e testar no treino
as vias para lá chegar com proveito e qualidade. Mas, senhores treinadores não
embirrem com a criatividade e a iniciativa individual, porque há riscos que
vale a pena correr. E quem não arrisca …
A presença de Herrera constituiu meia
surpresa. A equipa infelizmente manteve a sua identidade: muita bola, muitos cantos,
remates, poucos golos e alguma inadaptabilidade quando o adversário se atreve
um pouco mais e passa a ser capaz de chegar mais perto da nossa baliza, em
contra ataques rápidos e apoiados. Tem sucedido, desde o primeiro jogo do campeonato.
Aconteceu, ontem, com um certo afrouxamento, a partir do momento que marcámos o
primeiro golo e, claramente, desde que Lucho falhou uma boa oportunidade de
matar o jogo. E, mais uma vez sofremos um golo, em que Otamendi ficou mal na
fotografia. Mas não só ele errou. Mateus nunca mereceu cuidados especiais, dada
a sua rapidez, capacidade, influência e experiência.
Entrámos bem no jogo, tivemos 30
minutos animados e, até ao fim do primeiro tempo, fomos perdendo discernimento
e presença junto da grande área adversária. O Nacional tinha ultrapassado a fase difícil e
a sua defesa, diga-se, esteve quase sempre bem.
Na segunda parte, reentrámos bem e
marcámos. O resto, insisto, foi mais do mesmo. Os assobios e aquele falso
controlo do tempo e do jogo, foram sinais evidentes que o FCP estava maduro para
estremecer. E foi o que aconteceu, mais uma vez. O treinador seguiu o guião das
substituições: saiu Josué e entrou Quintero, depois Varela foi trocado por
Licá e já no período do tudo ou nada, tirou Herrera e colocou Ricardo para alargar mais o jogo.
Não calhou bem e Martinez falhou um
golo no fecho do tempo de jogo. Causou-me alguma estranheza o funcionamento
daquele duplo pivot, porque frequentemente era Herrera que jogava mais atrasado
e sempre com muita parcimónia em assumir o jogo e usar uma maior verticalidade
para desequilibrar o adversário. Não creio que o mexicano possa render mais que
Defour sujeito a esse espartilho táctico que não condiz com o seu perfil e retira Fernando da zona em que é claramente mais influente.
De resto, Varela esteve mal e PF não
fez as melhores opções para um controlo mais capaz do jogo, dado o
empertigamento do Nacional. Herrera e Varela deveriam ter saído na mesma altura
e Defour não deveria ter ficado no banco.
PF não parece ser muito arguto no
momento e na escolha das substituições a introduzir na equipa. Pior só os
constantes e irritante assobios dos adeptos portistas. Para rematar o comentário, só me falta
acrescentar que depois deste desaire só temos que levantar a cabeça, pois a CL
seque dentro de momentos.
domingo, 5 de maio de 2013
A melhor 1ª parte deste campeonato
Quando James marcou o 0-1, isso foi o culminar natural de um início avassalador dos dragões. De facto, o 1º golo do FC Porto correspondeu à 4ª oportunidade (!) criada pela equipa azul-e-branca nos primeiros 10 minutos do desafio da Choupana.
E antes de, aos 20 minutos, Mangala marcar o 2º golo, o mesmo Mangala já tinha enviado uma bola à trave, com o guarda-redes Gottardi completamente batido.
A equipa do FC Porto é acusada de ter muita posse de bola, mas de ser uma posse de bola inconsequente, que não se traduz em ataques, remates e golos. É uma crítica que me parece injusta e que irei abordar no final do campeonato. Mas, desta vez, penso que ninguém poderá dizer que a posse de bola do FC Porto foi inconsequente. A 1ª parte do Nacional x FC Porto terminou com 20 ataques, 15 remates, 9 oportunidades de golo, 1 bola à trave e... 65% de posse de bola.
Foram, provavelmente, os melhores 45 minutos que se viram esta época no campeonato português, valorizados por serem numa das deslocações tradicionalmente mais difíceis (onde, por exemplo, há algumas semanas atrás o "demolidor" slb de Jorge Jesus não alcançou melhor do que um empate).
(Nacional x FC Porto, jornal O JOGO) |
1-3 ao intervalo era, claramente, um resultado muito lisonjeiro para o Nacional, porque não traduzia nem o domínio do FC Porto, nem as oportunidades de golo criadas pelas duas equipas. Aliás, convém notar que o Helton não fez uma única defesa no jogo todo (!), visto que nos remates que efectuou, só na grande penalidade é que a equipa insular fez um remate enquadrado com a baliza.
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sábado, 17 de novembro de 2012
Deram boa conta do recado
A FIFA inventa datas para as federações poderem fazer "negociatas", perdão, jogos particulares.
As selecções sacam os jogadores aos clubes, "espremem-nos" nestes jogos particulares e, não raras vezes, devolvem-nos aos clubes num estado lastimável (e é uma sorte quando não voltam lesionados).
E depois, quando não é possível os jogadores recuperarem a tempo, têm de ser os treinadores dos clubes a gerir o plantel, isto é, a abdicar dos seus melhores jogadores.
Foi neste contexto, que Vítor Pereira se viu compelido a deixar ficar no banco de suplentes Moutinho, Varela, James e Jackson Martinez.
Descontando estes quatro, a que se juntam lesões noutros três (Maicon, Alex Sandro e Fernando) e alguma alternância numas posições (por exemplo, na baliza), o onze inicial do FC Porto tinha apenas dois jogadores - Otamendi e Lucho - que fazem parte daquele que tem sido o onze base do FC Porto neste início de época.
Apesar deste handicap, os dragões que foram chamados à liça deram boa conta do recado, com especial destaque para Fabiano (Helton que se cuide), Otamendi (o patrão de uma defesa pouco órfã de Maicon), Mangala (um defesa-esquerdo adaptado que até marca golos), Lucho (além de marcar um golaço voltou a aguentar os 90 minutos) e, principalmente, Atsu (duas assistências e um perfume futebolístico que deixa água na boca).
Fechado (por agora) o capítulo das taças, vêm aí dois jogos importantes e para competições a sério. Nesse sentido, espero que a lesão do Mangala não seja grave e o polivalente defesa francês recupere a tempo do jogo da Liga dos Campeões da próxima quarta-feira, até porque o Danilo a jogar na posição de defesa-esquerdo é como um peixe fora de água (não percebi por que razão o Danilo não entrou para lateral-direito, passando o Miguel Lopes para o outro lado).
E também espero que o golo marcado ao cair do pano anime o Kléber porque, se quer continuar no plantel do FC Porto, quando voltar a ter oportunidades de jogar tem de render muito mais.
E também espero que o golo marcado ao cair do pano anime o Kléber porque, se quer continuar no plantel do FC Porto, quando voltar a ter oportunidades de jogar tem de render muito mais.
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terça-feira, 10 de julho de 2012
Ó tempo volta para trás
«Os 9,850 milhões de euros, verba inscrita no Orçamento da Região Autónoma [da Madeira], serão distribuídos consoante a importância, dimensão e objetivos a atingir e serão assim repartidos em diversas áreas. Para as competições profissionais e sociedades anónimas foram separados 5,7 milhões de euros, que serão destinados a Marítimo, Nacional, União/SAD, Madeira SAD masculino e feminino e CAB-Madeira (masculinos). (...)
O futebol profissional do Marítimo e do Nacional recebem, cada qual, um milhão e 785 mil euros, o União da Madeira 840 mil euros, o Madeira SAD masculino e feminino 660 mil euros e o CAB-Madeira 330 mil euros.»
in Maisfutebol
"Penso despedir-me do dirigismo desportivo ainda antes da época começar. Porventura, iremos analisar juridicamente a eventual extinção do clube e da SAD. Vamos analisar e ponderar as consequências, (...). Julgo que globalmente os dirigentes deviam abandonar os clubes (...)"
Rui Alves, em declarações à Antena 1 - Madeira
Eu bem me parecia que esta não era a melhor altura para o senhor presidente do Nacional da Madeira ter, na última Assembleia Geral da Liga de Clubes, avançado com a proposta drástica de proibir, já na próxima época, todo e qualquer empréstimo de jogadores entre clubes da mesma divisão.
Se calhar, agora dava-lhe jeito o empréstimo de um jogador do FC Porto e de outro do slb...
Ó tempo volta para trás,
traz-me tudo o que eu perdi
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Rui Alves
terça-feira, 19 de junho de 2012
Um buraco de 50 milhões
«Criado em 1993, o Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira (IDRAM) deixa como "herança" uma dívida superior a 50 milhões de euros. Tinha uma orçamento anual de 34 milhões, dos quais nove milhões são absorvidos por compromissos bancários em infra-estruturas, seis milhões para viagens, 11 milhões para subsídios aos clubes e quatro para pagar quase três centenas de funcionários dispersos por centenas de instalações desportivas.»
in PUBLICO.pt
Pode olhar-se para este caso de várias maneiras e fazer-se diversos juízos, mas parece-me que uma das consequências inevitáveis é a diminuição da capacidade competitiva de clubes como o Marítimo e o Nacional. Ou seja, se o corte na parcela dos subsídios for significativo, nos próximos anos os clubes madeirenses irão engrossar a lista dos que lutam desesperadamente para não descer de divisão.
P.S. Razão tinha Alberto João Jardim, quando quis juntar numa única SAD o futebol do Marítimo, Nacional e União da Madeira.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Mais sorte que juízo!
Os caprichos da Liga Portuguesa têm destas coisas. A marcação dos horários dos jogos obedece a lógicas sobrenaturais, pouco explicáveis, mas, bem vistas as coisas, depois do que se assistiu na Choupana, talvez visasse poupar mais uns quantos de portistas de assistir a um degredo de bola redonda. Salvou-se o resultado, os importantíssimos três pontos, graças a um Helton grandioso e um ineficaz Nacional.
Apesar do credo na boca no período de ocaso do encontro, o seu começo foi bem colorido para as nossas cores. No estilo calmo e descontraído (faceta transversal azul e branca noutros jogos) o líder do campeonato foi tomando controlo e iniciativa sobre o jogo. Os insulares não pressionavam, dando espaço de manobra para os homens de Vítor Pereira se soltarem, fazendo alguns remates prometedores.
Curiosamente, o Dragão iria chegar à vantagem num lance caricato, onde a bola faz carambola na cabeça de Álvaro Pereira indo cair nos pés de Janko, que só precisou de encostar para o primeiro do encontro. O domínio era materializado num lance de fortuna, mas, logo depois, Rolando não teve engenho para dobrar o marcador na cara de Vladan. Cristian Rodriguez e Defour, ainda antes do intervalo, iriam seguir-lhe as pisadas, numa ode ao desperdício que converteria o 2º tempo bem mais palpitante.
Para se ser correcto, a retomada da partida ainda trouxe uma ligeira fragrância azul e branca. Janko viu o guarda-redes do conjunto madeirense a negar-lhe o bi neste final de tarde e, James, pouco depois, rematou com perigo. Foi isto. Nada mais! Pedro Caixinha reforçou o meio campo com a entrada Mihelic em detrimento do deslocado Pecnik, e o Nacional tornou-se dono e senhor do miolo, garantindo mais velocidade e agressividade sobre a bola.
A última meia hora da partida foi um mergulho ao sofrimento e à sofrível existência portista. Um período que só teve um sentido, onde Helton negou uma mão cheia de bolas de golo, quer a Mateus, quer a Rondón. A quebra física do FC Porto era gritante, onde as perdas das 2ª bolas era uma constante e o recurso às faltas uma inevitabilidade. A defesa viu-se quase toda amarelada e Vítor Pereira desanuviou-lhe o ar com o ingresso de Mangala e Alex Sandro.
O suplício não foi muito diferente, mas pelo menos a equipa punha-se a salvo de uma expulsão de última hora. Trinta minutos de um semi-massacre que foi retirando crença à equipa da casa, culminando na extrema ironia de terminar o encontro a ver duas bolas baterem no seu ferro e, ao cair do pano, sofrendo o golpe fatal de Alex Sandro, no 0-2 que arrumava as contas.
Um resultado que ronda a injustiça, pela excelente 2º parte do Nacional. E mais uns quantos de apontamentos para o bloco de notas do adjunto de Vítor Pereira, em mais uma sofrível partida da sua equipa. Nesta toada, mais jornada, menos jornada, o tropeção vai-se desenrolar, novamente.
Apesar do credo na boca no período de ocaso do encontro, o seu começo foi bem colorido para as nossas cores. No estilo calmo e descontraído (faceta transversal azul e branca noutros jogos) o líder do campeonato foi tomando controlo e iniciativa sobre o jogo. Os insulares não pressionavam, dando espaço de manobra para os homens de Vítor Pereira se soltarem, fazendo alguns remates prometedores.
Curiosamente, o Dragão iria chegar à vantagem num lance caricato, onde a bola faz carambola na cabeça de Álvaro Pereira indo cair nos pés de Janko, que só precisou de encostar para o primeiro do encontro. O domínio era materializado num lance de fortuna, mas, logo depois, Rolando não teve engenho para dobrar o marcador na cara de Vladan. Cristian Rodriguez e Defour, ainda antes do intervalo, iriam seguir-lhe as pisadas, numa ode ao desperdício que converteria o 2º tempo bem mais palpitante.
Para se ser correcto, a retomada da partida ainda trouxe uma ligeira fragrância azul e branca. Janko viu o guarda-redes do conjunto madeirense a negar-lhe o bi neste final de tarde e, James, pouco depois, rematou com perigo. Foi isto. Nada mais! Pedro Caixinha reforçou o meio campo com a entrada Mihelic em detrimento do deslocado Pecnik, e o Nacional tornou-se dono e senhor do miolo, garantindo mais velocidade e agressividade sobre a bola.
A última meia hora da partida foi um mergulho ao sofrimento e à sofrível existência portista. Um período que só teve um sentido, onde Helton negou uma mão cheia de bolas de golo, quer a Mateus, quer a Rondón. A quebra física do FC Porto era gritante, onde as perdas das 2ª bolas era uma constante e o recurso às faltas uma inevitabilidade. A defesa viu-se quase toda amarelada e Vítor Pereira desanuviou-lhe o ar com o ingresso de Mangala e Alex Sandro.
O suplício não foi muito diferente, mas pelo menos a equipa punha-se a salvo de uma expulsão de última hora. Trinta minutos de um semi-massacre que foi retirando crença à equipa da casa, culminando na extrema ironia de terminar o encontro a ver duas bolas baterem no seu ferro e, ao cair do pano, sofrendo o golpe fatal de Alex Sandro, no 0-2 que arrumava as contas.
Um resultado que ronda a injustiça, pela excelente 2º parte do Nacional. E mais uns quantos de apontamentos para o bloco de notas do adjunto de Vítor Pereira, em mais uma sofrível partida da sua equipa. Nesta toada, mais jornada, menos jornada, o tropeção vai-se desenrolar, novamente.
domingo, 23 de outubro de 2011
Uns tristonhos 5 secos
A bênção da chuva trouxe muitos golos ao estádio do Dragão, um renovado figurino no onze inicial do FC Porto, mas o futebol insípido continuou a prevalecer. Cinco caras novas a alinharem a partir do 1º apito de Cosme Machado, com o miolo e a frente de ataque a serem os sectores mais visados. Eficácia bem lá no alto, mas a confirmação do momento de viragem ainda vem longe.
Sem apego e numa resposta às críticas, Vítor Pereira baralhou as cartas e voltou a distribuir um novo naipe. Defour e Belluschi logicamente calçaram a bota para dinamizar o amorfo futebol azul e branco. Objectivo cumprido… apenas nos 20 minutos iniciais. Nesse hiato de tempo a equipa foi rápida a mexer e a circular a bola. Tão simples, mas tão raro de se ver.
O dínamo do arranque parecia perder fulgor e o marasmo pairava no ar. Na falta de criatividade e imaginação sai bomba do meio da rua para testar como vai a sorte por estes dias. Bem lá no alto para Defour, por sinal. A bola resvala no defesa do Nacional e trai Marcelo, num capricho que o belga fez por merecer.
Ainda antes do intervalo, Walter encostou o 2º da noite, aproveitando um desvio de cabeça de Rolando. E, do encontro desta noite, é máximo que o leitor conseguirá ler sobre nosso ponta de lança titular. Tudo o resto não se viu ou passou ao lado. Na verdade, o Bigorna não só é lento a agir, como a pensar, tornando inconsequentes jogadas prometedoras.
Os segundos 45 minutos não nos ofereceram melhor do que aquilo que havíamos presenciado no 1º tempo. Futebol sem chama e pouco atraente, apesar do bom aproveitamento e consequente vantagem. Nessa toada morna, bastou aproveitar os deslizes da paupérrima defesa insular para dilatar o resultado. Destaques para a jogada do golo de Kléber e o chapéu de Hulk, de belo efeito, a fechar a contagem.
Pode-se cometer sacrilégio de afirmar que espetar 5 num adversário é sinónimo de seca? Sim, pode-se. Esta noite, o FC Porto goleou o Nacional num encontro onde a vitória nunca foi posta em causa. Mas o futebol triste continua lá. Tão triste como a pobreza da maioria das equipas que compõem a nossa Liga.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Ao ritmo de Hulk
O FC Porto defrontou hoje a única equipa que até agora o conseguiu vencer esta época, o Nacional da Madeira. Temíamos o implacável atacante Anselmo. E se ele viesse mais uma vez ao Dragão marcar golos? Ele que esteve para sair por empréstimo para o Leixões mas depois de marcar duas vezes ao FC Porto foi resgatado(!) e hoje foi titular. Frente ao slb, na Luz, falhou todas as oportunidades flagrantes de que dispôs. Adiante.
Logo aos 4 minutos Hulk inaugurou o marcador (de cabeça!) e lançou o FC Porto para um jogo mais tranquilo. No entanto a primeira parte foi fértil em passes errados e insegurança na nossa defesa que já não se entende. Os nossos adversários já perceberam que se pressionarem à saída da nossa grande área nos criam muitas dificuldades e evitam que a equipa saia a jogar como está rotinada. Depois, na fase seguinte de construção, o nosso meio campo não parece estar a funcionar como convém, com Belluschi a atravessar uma fase menos conseguida e mesmo Fernando e Moutinho abaixo daquilo que normalmente fazem.
Aos 34 minutos, contudo, o Incrível arranca em contra-ataque pela esquerda e fuzila Bracalli para o 2-0. Quando a equipa parece adormecida e insegura o Incrível aparece, repentino, e resolve os jogos. É, neste momento, o jogador mais valioso do plantel e um dos melhores avançados do Mundo. Nunca se cansa, joga sempre 90 minutos, raramente se lesiona. Não admira que o slb tenha apostado tudo na época passada para o afastar do campo. Ainda antes do intervalo o nosso super-herói assistiu James de calcanhar para o melhor golo da noite. O miúdo teve toda a calma e picou a bola por cima do guarda-redes do Nacional.
Com os 2 golos de hoje Hulk soma 19 na Liga igualando o argentino Messi do Barcelona!
Na segunda parte o FC Porto jogou melhor mas não marcou. Os passes começaram a sair bem e pudemos assistir a boas trocas de bola no ataque. Hulk atirou à trave, de cabeça, Maicon falhou na cara do guarda-redes e Rodriguez marcou um golo que foi anulado por suposta falta atacante. E já chega. Por agora assista às ajudas descaradas ao slb, num campo de futebol perto de si!
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Uma segunda-feira com a TVI...
Autogolo desbloqueou a partida por completo. Mais tarde, Hulk, uma vez mais, tiraria toda e qualquer dúvida. Pelo meio, ainda a história de dois penalties. Um, a favor do Nacional, que muito irritou a TVI e outro que Falcao, relembrando fantasmas antigos, não conseguiu concretizar.
E vão 9 vitórias em 12 deslocações à Choupana.
Como sempre, as visitas a este Estádio da Madeira parecem sempre mais difíceis do que aquilo que realmente são. Trata-se, basicamente, de conseguir manter a concentração e alhear-se o mais o possível daqueles irritantes e sonolentos tambores e buzinas madeirenses.
Estádio muito longe de uma enchente (eis os jogos à segunda-feira, em todo o seu esplendor...) e muita humidade no ar e na relva. Falcao e Hulk fartaram-se de escorregar e até houve lugar a troca de calçado. O aquecimento, pelos vistos, não teria colocado a nu estas condicionantes da mãe-natureza.
Já Bruno de Campomaior, desta vez, não teve oportunidade de "brilhar" da maneira como mais gosta. Ainda assim, desencadeou reacções de urticária na equipa "neutra" da TVI. "Penalty por marcar", não se cansariam de repetir até ao final da partida.
Como variação, e com os minutos a esgotarem-se, direccionaram a sua frustração no pobre do treinador do Nacional que, supostamente, estaria a falar de mais (!) para o seu próprio banco.
Nós é que estamos cansados de vos ouvir, senhores "jornalistas"...
Notas bem positivas para Álvaro Pereira, Fernando, Moutinho e até Maicon conseguiu estar melhor que habitualmente. E, atenção, Bracali é mesmo bom guarda-redes.
Mas é claro que, decisivo-decisivo, continua a ser o mesmo de sempre. Ainda não foi desta que foi descoberto o antídoto para Hulk.
Com ele, continua esta série incrível de vitórias.
E eis o pleno em 5 jornadas.
Como muitos vaticinaram, antes do início da actual temporada, Villas-Boas era mesmo um risco que valia a pena correr.
Em cheio, para já.
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sábado, 30 de janeiro de 2010
Porque não golear para desanuviar?
Longe com o sofrimento, com o nervosismo e toda tensão que nos vem acumulando no corpo nos últimos tempos. Hoje foi dia de respirar fundo e recarregar os índices de confiança. Finalmente, o FC Porto consegue uma vitória robusta e tranquila no campeonato, ao bater o Nacional com quatro golos sem resposta. Um triunfo importante num terreno difícil, e imprescindível para que o primeiro lugar não se torne uma miragem.
Inevitavelmente, pese o resultado expressivo, o minuto 28 deste encontro será escalpelizado ao pormenor pelos abutres esvoaçantes da Mouraria. Num lance dividido com o central Alvinegro Alex Bruno, Álvaro Pereira força a queda na área da equipa madeirense, sacando de uma assentada penalty e expulsão do adversário. Reconheça-se, é muito forçado este castigo máximo assinalado por Carlos Xistra. Mas, perante aquilo que já nos “rapinaram” esta época, ainda temos algumas fichas para gastar. Por isso mesmo, aos moralistas da Capital do Império, lhes remeto os cumprimentos que Maradona brindou os jornalistas argentinos após o apuramento da sua Selecção para o Mundial da África do Sul, “sigue mamando…”.
Ainda antes do tal momento marcante desta partida, já o FC Porto vinha tomando ascendente nas operações, remetendo gradualmente o seu adversário para zonas mais recuadas. Jesualdo viu-se forçado a retirar Rodriguez por lesão, mas, para compensar sua saída abrupta, veio ao de cima a valia do seu compatriota Álvaro Pereira, que se exibiu em bom plano. A acompanhar a prestação colorida do lateral esquerdo estiveram Falcão, Varela e… Rúben Micael.
Ainda antes do tal momento marcante desta partida, já o FC Porto vinha tomando ascendente nas operações, remetendo gradualmente o seu adversário para zonas mais recuadas. Jesualdo viu-se forçado a retirar Rodriguez por lesão, mas, para compensar sua saída abrupta, veio ao de cima a valia do seu compatriota Álvaro Pereira, que se exibiu em bom plano. A acompanhar a prestação colorida do lateral esquerdo estiveram Falcão, Varela e… Rúben Micael.
Pois é, ao 2º jogo com a camisola do FC Porto, o jovem médio madeirense que o Dragão foi contratar ao seu adversário desta tarde, já deixou a sua marca na equipa azul e branca e fez estragos na defesa contrária. E, assim mesmo, sem dó nem piedade, Rúben Micael deita por terra aqueles fastidiosos discursos que apelam à paciência dos adeptos sempre que um jogador tarda a engrenar numa equipa. Quando se tem qualidade nos pés, tudo escorre com grande naturalidade.
Fácil corria a vida para Micael, mas também para o FC Porto. Acima de tudo porque fizeram por merecer aquilo que obtiveram, não se contentando, como habitualmente, com a vantagem tangencial. A equipa portista dispunha da dinâmica Rúben, da profundidade de Pereira, carregando sobre a baliza de Bracali onde as oportunidades de golo sucediam-se. Falcão trocava as voltas aos defesas insulares, e aproveitou para dilatar o seu “score” pessoal, conferindo tranquilidade ao marcador que o Dragão fez por merecer.
Varela, já bem perto do fim, fechou a contagem no marcador. Contornou Bracali e encostou para a baliza deserta. A abertura – primorosa – saiu de quem? Ora adivinhem lá? Parece incrível como um só jogador faz toda a diferença.
Fotos: uefa.com, Lusa, Reuters
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
FC Porto 3-0 Nacional
Ao segundo jogo, chega a primeira vitória do FC Porto no campeonato. Triunfo inteiramente justo, que bem poderia ter começado a ser construído desde cedo, mas que só ganhou contorno a partir de um penalty que vai fazer os pasquins de Lisboa descarregar toda a sua bílis. Nada a que um portista já não esteja habituado numa qualquer manha de Segunda-Feira.
Manuel Machado, na sala de imprensa, falou de dois jogos distintos. O antes e o depois da penalidade máxima. Mas, nesses dois momentos do encontro, apenas houve uma equipa na procura da vitória, o FC Porto. Nem sempre a buscou da melhor forma, com particular aselhice na finalização, mas com alguns momentos de um futebol bem mais desenvolto do que se havia visto em Paços de Ferreira. Os jogadores do Nacional, no famigerado minuto 66, é que facilitaram a vida aos Dragões, não pelo penalty em si, mas por terem a língua demasiado afiada. E todos bem sabemos como árbitros Portugueses são muito sensíveis de ouvido.
Manuel Machado, na sala de imprensa, falou de dois jogos distintos. O antes e o depois da penalidade máxima. Mas, nesses dois momentos do encontro, apenas houve uma equipa na procura da vitória, o FC Porto. Nem sempre a buscou da melhor forma, com particular aselhice na finalização, mas com alguns momentos de um futebol bem mais desenvolto do que se havia visto em Paços de Ferreira. Os jogadores do Nacional, no famigerado minuto 66, é que facilitaram a vida aos Dragões, não pelo penalty em si, mas por terem a língua demasiado afiada. E todos bem sabemos como árbitros Portugueses são muito sensíveis de ouvido.
Sem surpresa, Jesualdo “ofereceu” a titularidade a Falcao, depois da boa prestação na Mata Real. Justificou-a em pleno, não só pelo golo, mas também pelo outro que esteve quase a ser, e na forma como influenciou o jogo da equipa. Já Varela garantiu a vaga de Hulk no onze inicial, conseguindo ser uma digna alternativa ao Incrível. Dos melhores no relvado do Dragão a noite passada. A sua força e técnica estão lá, e quando bem aplicadas, fazem a diferença. Incompreensível só mesmo a sua substituição. Destaque também para o regresso de Rodriguez, com um golo, mas ainda a precisar de queimar alguns patamares para atingir o seu nível de excelência.
Para objecto de ponderação fica a incapacidade da equipa portista em aproveitar ao élan positivo e dinâmico dos primeiros 25 minutos de jogo, com várias ocasiões para a equipa se adiantar no marcador. Um filme exibido em alguns jogos no Dragão a temporada passada, com epílogos que nada se faziam prever dado os inícios prometedores. Sem eficácia, todo o trabalho de equipa pode cair por terra como baralho de cartas.
Positivo: Falcao e Varela foram os dinamizadores da construção ofensiva azul e branca. Criaram e procuraram espaços, sem se limitar ao espaço físico da grande área. Ambos já perceberam que o caminho para a vitória se abre bem mais atrás.
Negativo: Mariano Gonzalez. Ó Jesualdo, é mesmo fetiche, né?
Fotos: Agência Lusa
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