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domingo, 24 de setembro de 2017

Quo Vadis, Dr. Fernando Gomes?

Autor: Mário Faria

Conheço Fernando Gomes desde muito jovem, quando jogava basquetebol pelo FCP.

Campeões nacionais de basquetebol 1971/72 (fonte: blogue 'Lôngara')

Andou pelo clube durante muitos anos e, como dirigente, com ele troquei opiniões, aplausos e divergências. Deste convívio meramente institucional, dele tirei ideias contraditórias: divide-me frequentemente entre a competência que lhe reconhecia e os sinais exteriores de vaidade que assumia como administrador e nada tinham a ver com a alegria e a simplicidade enquanto atleta e capitão da equipa de basquetebol.

Fernando Gomes na apresentação do empréstimo obrigacionista 2009-2012

Saído do FCP, atravessou diversos cargos e desaguou em Lisboa na condição de presidente da federação. Não há almoços de borla e a conquista desse lugar teria que ter contrapartidas. Nunca pensei que chegasse a um ponto de rendição total. Esperava, há muito tempo, que desse um murro na mesa, mas nunca imaginei que fosse tão favorável aos que capturaram o futebol, são os donos disto tudo e que produzem os piores efeitos na indústria do futebol, como gostam de dizer os bons rapazes.

Joaquim Evangelista (Sind. Jogadores), Fernando Gomes e Luís Filipe Vieira

O presidente da Federação deve arbitrar as divergências e combater o que é flagrantemente desigual, mas optou por tomar o partido dos mais fortes, porque dos fracos não reza a histórias. Basta ver o coro que se lhe juntou para perceber ao que veio.

Capa de A BOLA de 22-09-2017

O futebol tem muito de irracional e a violência deve ser combatida sem tréguas. Mas fazer justiça não é tratar de forma igual quando há uma disparidade brutal na forma como os diversos poderes se posicionam para privilegiar e hegemonizar uma actividade que requer e está dependente do exercício da livre (mas regulada) concorrência.

É isso que acontece no nosso país? Todos se ajoelham ao poder do SLB. As desigualdades de tratamento são preocupantes. E como sentimos isso na cidade do Porto e no FCP.

Esqueceu-se? Oh Dr. Fernando Gomes, que grande decepção!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Depoitre e o “novo rumo”

Crónica do Vitória Setúbal x FC Porto, em O JOGO de 30-10-2016

Para que jogos serve, afinal, um pinheiro no banco?

Não foi apenas o jornalista de O JOGO a questionar, publicamente, o facto de Depoitre não ter saído do banco de suplentes.

Muitos portistas ficaram surpreendidos com esta decisão de Nuno Espírito Santo e nas redes sociais não faltou quem fizesse idênticas observações. Por exemplo, aqui.

É natural que o façam, porque quem acompanha o futebol com interesse e já viu centenas ou milhares de jogos, tem um pouco de “treinador de bancada”. Contudo, não é minha intenção proceder a uma análise técnico-tática das opções e substituições feitas pelo treinador da equipa do FC Porto no jogo de Setúbal. A questão mais importante, para mim, é outra e é de fundo.

FC Porto SAD pagou 6 milhões de euros pelo passe de Depoitre

Por que razão a administração da FC Porto SAD gastou 6 milhões de euros na contratação de um jogador que, em 12 jogos foi titular duas vezes e que, nos últimos sete jogos, apenas foi utilizado 25 minutos, num jogo para a Taça de Portugal, contra uma equipa da 3ª divisão (o Grupo Desportivo da Gafanha)?

Num cenário de forte aperto financeiro, o que está em causa, como é óbvio, é a sustentabilidade da política desportiva e a estratégia da administração da SAD em termos de contratações.

Mais. Aquando da apresentação dos resultados do exercício 2015/2016, em que a FC Porto SAD registou um prejuízo recorde de 58,4 milhões de euros, o administrador com o pelouro financeiro, Fernando Gomes, afirmou que “em pouco tempo houve uma inflação dos custos do plantel, que, entende a administração, devem ser ponderados no sentido da sua inversão”, tendo acrescentado que “os custos com o pessoal têm crescido nos últimos anos e isso tem que levar um novo rumo”.

Inversão? Novo rumo?

No dia 8 de agosto, em declarações ao Porto Canal, Pinto da Costa afirmou que não conhecia Depoitre, mas que a SAD o tinha contratado porque “era o jogador que Nuno pretendia” e que “no meio de muitas opções possíveis [Depoitre] foi a que o treinador preferiu”.

Pinto da Costa e Depoitre

Bem, perante o que se tem visto, custa a acreditar que Depoitre tenha sido um pedido de Nuno Espírito Santo, pela simples razão que o ponta-de-lança belga nunca foi uma 1ª escolha (titular indiscutível), nem sequer é uma 2ª escolha (suplente utilizado) regular do treinador do FC Porto.

Juntando as peças do puzzle, parece-me evidente que alguma coisa não bate certo e, por isso, alguém deveria explicar este caso porque, seguramente, “novo rumo” não é gastar (desbaratar!) 6 milhões de euros num jogador de 27 anos, para ele ficar sentado no banco de suplentes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

95 milhões de euros…

Fernando Gomes durante a apresentação das contas 2015/16

No final da época [2015/16], tivemos solicitações de venda do Danilo, André Silva e Herrera, com valores em causa de 95 milhões de euros. A equipa técnica e administração entenderam que, num momento em que ainda não estava garantido o acesso direto à Liga dos Campeões, a venda seria um duro golpe no percurso desportivo desta época [2016/17]

Estas declarações foram feitas ontem de manhã, pelo administrador financeiro da FC Porto SAD, durante a apresentação das contas referentes ao exercício 2015/16.

95 milhões de euros? Ena, é (seria…) muita massa!
E, entre os adeptos portistas, houve logo quem tentasse que estas declarações de Fernando Gomes fossem interpretadas da seguinte forma:
O prejuízo (brutal) do exercício 2015/16 é consequência da FC Porto SAD não ter feito vendas porque, se a administração quisesse, bastava ter vendido três jogadores (Danilo, André Silva e Herrera, por 95 milhões) que até teria tido lucro.

Bastava ter vendido três jogadores? Pois…
Cada sócio ou adepto do FC Porto é livre de fazer as interpretações e leituras que quiser, mas vamos lá ver se a gente se entende: no período correspondente ao exercício 2015/16, a SAD alienou os direitos desportivos e económicos de vários jogadores.

De acordo com o Relatório e Contas Consolidado 2015/2016 (páginas 68, 97 e 98), os Proveitos com transações de passes de jogadores atingiram um total de 75.357.145 Euros e as Mais-valias com alienações de passes de jogadores superaram os 40 milhões de euros (40.222.955 Euros).

«Em 30 de junho de 2016 a rubrica “Mais-valias de alienações de passes de jogadores” respeita essencialmente à alienação dos direitos desportivos e económicos do Alex Sandro (21.362.880 Euros). Maicon (9.093.100 Euros) e Imbula (3.867.346 Euros), entre outros.», (Nota 27 do Relatório e Contas Consolidado 2015/2016, página 97).

75 milhões em vendas de passes de jogadores.
40 milhões em mais-valias.
E, mesmo assim, 58 milhões de prejuízo!

Ou seja, apesar da FC Porto SAD ter feito várias vendas e de valor bastante elevado, não chegou.
E por que razão não chegou?
Porque, nos últimos anos, particularmente nos dois exercícios mais recentes - 2014/15 e 2015/16 -, esta administração (já com este administrador financeiro) tomou decisões que fizeram os custos da FC Porto SAD dispararem para valores desmesurados e incomportáveis para a realidade do futebol português.

Salários versus Proveitos (O JOGO, 13-10-2016)

E agora?
Agora, a mesma administração da FC Porto SAD, as mesmas pessoas que colocaram os custos com o plantel principal na fasquia dos 100 milhões de euros, dos quais 75 milhões são salários, falam em “momento zero” e dizem que, nos próximos três anos, pretendem que a massa salarial desça para os 55 milhões de euros.

Mesmo que haja essa intenção (desculpem mas, perante o passado recente, permitam-me duvidar), o problema é se a equipa principal de futebol continuar neste ciclo de derrotas (já são três anos sem ganhar nada), o que obrigará (?) a mais fugas para a frente.

Quem vier depois…

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Os Insondáveis Mistérios e Confusões do Futebol Português



1. Fernando Gomes, agora também referido pelo presidente do seu clube de sempre como Fernando Gomes da Silva (talvez para distinguir do Fernando Gomes da Selva), antigo atleta do F.C. Porto e antigo administrador da SAD do F.C. Porto, tornou-se um alvo de estimação de muitos portistas, com o Presidente à cabeça. Não faço ideia se lhes assiste alguma razão, ou sequer o que os motiva neste jogo de sombras. E isto porque os meandros do poder e da intriga futebolísticas nacionais, além de severamente opacos, pouco me interessam. Mas a verdade é que, até hoje, não vi qualquer explicação concreta para esta "caça ao Nando". Ah, coisa e tal, que se serviu da Liga para chegar à FPF, e desta para chegar à UEFA. A ordem foi essa, de facto, mas já agora digam-me de que modo se serviu. Admito até que o tenha feito, mas, caraças, concretizem!

2. Pedro Proença, ex-árbitro internacional português de magnífico currículo, assumido adepto e sócio do Benfica, acaba de ser eleito presidente da Liga com o apoio dos outros dois grandes e com a oposição do seu clube. Já sabemos que um dia até ficou dentalmente deficiente por via de um ataque de correligionários num centro comercial de Lisboa, mas, que diabo, expliquem-me lá direitinho que mal fez ele ao Benfica para não ter o seu apoio?

3. Luís Duque foi um dos mais eficientes dirigentes do futebol do Sporting desde os anos '60, aventaria eu. Confesso que fiquei satisfeito quando ele de lá se pôs a andar. Entretanto, por motivos que também me ultrapassam, tornou-se persona non grata no seu clube, a pontos de não ter por ele sido apoiado em nenhuma das suas candidaturas à presidência da Liga. Eu dou voltas ao miolo, mas nada disto me faz sentido.

4. No fundo, o mais avisado, se calhar,  é o tipo "eclético", do género daquele fulano que preside à SAD do morto-vivo chamado Boavista F.C. - clube que subiu duas divisões numa só época, sem ter ganho em campo o direito a subir sequer uma. Originalmente conhecido como portista e amigo dos animais, foi funcionário, se a memória me não trai, do F.C. Porto, do Sporting, do Benfica, do Farense e do (falecido?) Imortal de Albufeira, até aterrar naquele antro de vermelhuscos disfarçados junto à Avenida da Boavista. O verdadeiro artista! Só me espanta como ainda não chegou a Presidente da Liga.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A credibilidade do futebol português


"A eleição do Dr. Fernando Gomes para o Comité Executivo da UEFA representa não apenas um sinal de reconhecimento em relação à capacidade e empenho do trabalho desenvolvido pelo Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, mas acima de tudo um sinal da credibilidade e do crescimento do Futebol português no contexto europeu.
Os números da votação são inequívocos e expressam bem a avaliação que as federações europeias fazem do trabalho da FPF e do seu presidente.
O SL Benfica deseja os maiores sucessos ao Dr. Fernando Gomes e espera que a sua ação no comité executivo contribua para o crescimento e afirmação do Futebol português. Estou seguro de que assim será!
Luís Filipe Vieira
Presidente do Sport Lisboa e Benfica


Ó senhor presidente, então e o apito dourado?

Nada como uma época inteira de colinho, para o presidente da instituição “enterrar” a cassete do apito dourado e, oficialmente, decretar a credibilidade do futebol português no contexto europeu.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O “azar” de 5 lesões em 135 minutos!

Hugo Almeida, Fábio Coentrão e Rui Patrício sofreram lesões musculares durante o Alemanha x Portugal, com os dois primeiros a terem de ser substituídos durante o desafio.

Seis dias depois, quando se chegou ao intervalo do jogo EUA x Portugal, já duas substituições tinham sido queimadas devido a mais duas lesões musculares: de Hélder Postiga (após uma época cheia de lesões, foi convocado por Paulo Bento e aguentou cerca de 10 minutos neste Mundial!) e de André Almeida (que andou a arrastar-se e a mancar durante uma parte significativa dos primeiros 45 minutos).

Cinco lesões musculares em apenas 135 minutos de competição é algo de inédito, que deveria levar os responsáveis da FPF a uma profunda reflexão e pedirem satisfações, quer ao selecionador, quer à equipa médica ao serviço da Federação (os quais, presumo, não trabalham de borla), acerca da programação, preparação e métodos de treino adoptados para esta fase final de um Mundial.

Mas nada disso vai acontecer. Ao invés, a propaganda já está a fazer o seu caminho e aquilo que se lê e ouve é que “o azar está a perseguir Portugal”…

Não há dúvida, Paulo Bento tem mesmo boa imprensa. E a gente até sabe porquê…



P.S.1 Perante os degradantes níveis físicos exibidos pela generalidade dos jogadores escolhidos por Paulo Bento (há idosos que demoram menos tempo a levantar-se do que Bruno Alves foi capaz de fazer no lance do 2º golo dos EUA…), será que o preparador físico desta seleção, João Aroso, vai continuar a fazer companhia ao chefe (Paulo Bento) e ver, também ele, o seu contrato com a FPF renovado?

P.S.2 Por que razão existe um fisioterapeuta do Real Madrid integrado na equipa técnica da seleção portuguesa de futebol? Foi convidado? Foi imposto por alguém? E, já agora, qual o seu papel na preparação de Cristiano Ronaldo e dos restantes “mancos”, perdão, jogadores da seleção de Paulo Bento?

Varela mantém Selecção ligada à maquina...


No jogo do tudo ou nada a Selecção voltou a falhar em toda a linha. Valeu o golo salvador de Silvestre Varela para levar a decisão para o último jogo. Mesmo assim o apuramento só será possível com uma vitória por 5 golos sem resposta ao Gana.
Mais um jogo com substituições forçadas por lesões na equipa lusa, o que demonstra bem o estado físico da maioria dos atletas. A época nos clubes foi desgastante mas só o caso de Cristiano Ronaldo serve de atenuante para Paulo Bento. Todos os outros foram escolhas que muito espantaram quem esteve atento à convocatória e ao trajecto de vários jogadores nos últimos meses.

Em 19 de Maio, o José Correia chamou a atenção, aqui, para essa situação:
“Nani. De 07-12-2013 até agora participou em três jogos (!!) do Manchester United, num total de 134 minutos! (…)
Vieirinha. Sofreu uma lesão gravíssima em 24-09-2013 e só regressou aos relvados quase sete meses depois, no dia 12-04-2014. (…)
Éder. Teve várias lesões ao longo da época e, de 07-12-2013 até agora, participou em cinco jogos do SC Braga, num total de 246 minutos. (…)
Hélder Postiga. Transferido para a Lazio em Janeiro, participou em cinco jogos da equipa de Roma, num total de 139 minutos e zero golos marcados! (…)
Se a escolha já estava feita (de acordo com um “critério técnico-tático”…), independentemente dos jogadores estarem em boa forma ou não, aliás, independentemente dos jogadores terem sequer jogado regularmente pelos seus clubes nos últimos seis meses, porquê tanto show-off?”

Na altura, a convocatória não estranhou à imprensa lusa, mais preocupada em relatar a "histeria brasileira com a chegada do melhor do mundo". Agora as coisas vão começar a fazer sentido.
Do grupo acima referido, o Nani esteve muito bem a espaços, pelo golo que marcou, pela bola no poste e por ter sido dos poucos que não mostrou medo em tentar o remate à baliza americana. No entanto também fez passes errados e deixou Jones rematar para um grande golo. Vieirinha nem calça pelo que não vamos chegar a saber em que condição física está. Éder é pouco experiente e nada útil no estilo de jogo desta equipa, dado que precisa de vir atrás buscar bolas e de saber jogar de costas para a baliza. Hélder Postiga nem 15 minutos aguentou! A Selecção está presa por arames.

É quase caricato que William Carvalho não seja o titular na sua posição. Apesar de um ou outro erro fez uma óptima e esclarecida exibição no meio da hecatombe. E Ricardo Costa, titular forçado pelo castigo a Pepe, fez também ele uma excelente exibição. Mas lá está: os titulares há muito que estavam definidos, ainda que por um “critério técnico-táctico” de difícil explicação.

O presidente da FPF cometeu um erro enorme ao renovar com Paulo Bento antes do Mundial. Tudo correu mal, desde o planeamento das estadias à escolha dos jogadores. No final o seleccionador terá de ser responsabilizado.

Quanto ao slogan jornalístico luso deste mundial, esse será "E Tudo o Bento levou"...

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bananas, macacos e hipócritas


No domingo passado, durante o Villarreal x FC Barcelona, jogo da 35.ª jornada da Liga espanhola, quando Daniel Alves se preparava para executar um pontapé de canto, houve um energúmeno que, das bancadas do estádio El Madrigal, atirou uma banana para perto dele.

O que se passou depois correu mundo. O internacional brasileiro respondeu a esta nojenta atitude racista de uma das formas mais inteligentes e eficazes de que me lembro: apanhou a banana do chão, descascou-a e… comeu-a.

Nas horas e dias seguintes, as redes sociais encheram-se de futebolistas, artistas, políticos e pessoas anónimas em apoio a Daniel Alves, publicando centenas de fotografias, com bananas, em diversos contextos.

Fred, companheiro de seleção de Daniel Alves, manifestou o seu apoio, considerando que o racismo “é um mal que mancha o desporto e a sociedade, não só em Espanha, mas em todo o Mundo”.

Bebeto, antigo internacional brasileiro e, atualmente, deputado no Rio de Janeiro, afirmou que um acto destes é inadmissível em pleno 2014 e que é preciso “tomar medidas e aplicar castigos de forma enérgica”.

Também a comunicação social internacional acompanhou a onda de repúdio a este tipo de atitudes racistas.

Jornal espanhol MARCA

Jornal italiano La Gazzeta dello Sport

E por cá?
Como seria de esperar, quem se manifestou e pronunciou fê-lo na mesma linha do resto do Mundo e contudo…

Madrugada do dia 21 de Abril de 2011…
Umas horas após o final do SL Benfica x FC Porto (1-3), jogo da 2ª Mão das Meias-Finais da Taça de Portugal 2010/2011, um tal de Nuno Cárcomo Lobo escrevia o seguinte no seu facebook:

Para mim foi o melhor em campo... Grande passe aquele para o segundo golo... o golo do macaco hulk... HU HU HU HU

[Ainda sobre o Hulk…] “… não podíamos ter bananas no campo. Se nao o incrivel macaco comia-as


Nuno Cárcomo Lobo é sócio da sociedade de advogados CSCA – “Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados” –, a qual, entre outros, junta indivíduos como João Correia e Fernando Seara (podem ver aqui).

Em 2005, Nuno Cárcomo Lobo foi nomeado, por Fernando Seara, adjunto do Gabinete de Apoio Pessoal ao Presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Em 31 de Janeiro de 2012, Nuno Cárcomo Lobo tomou posse como presidente da Associação de Futebol de Lisboa.

Em 24 de Setembro de 2013, numa altura em que as declarações racistas de Nuno Cárcomo Lobo acerca de Hulk foram amplamente divulgadas, Bernardo Ribeiro (subdiretor do jornal Record) escreveu o seguinte:

«O que dizer de quem escreve isto? Vergonha não tem, senão ter-se-ia demitido [de presidente da Associação de Futebol de Lisboa]. Mas o racismo, feio, sujo, devia ter consequências. Ainda há quem exerça autoridade neste País. Avance por favor. E leve-o.»

E o que é que aconteceu? Nada!
Sete meses depois, Nuno Cárcomo Lobo continua a ser presidente da Associação de Futebol de Lisboa, com o apoio do seu clube (o SLB), mas também do SCP.

Mais. Conforme escrevi em Setembro passado, no artigo ‘De capuchinho vermelho a lobo mau’, “tendo Nuno Lobo proferido (escrito) afirmações reveladoras de um racismo nojento, como é que os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de Clubes aceitaram os convites e estiveram presentes no jantar do 103.º aniversário da Associação de Futebol de Lisboa, que se realizou na passada segunda-feira [23-09-2013]?”

Perante o seu comportamento no caso Nuno Lobo – Hulk, gente como Fernando Gomes (presidente da FPF), Luís Filipe Vieira (presidente do SLB) e Bruno de Carvalho (presidente do SCP), entre outros, não têm a mínima moral para criticar e combater declarações, ou manifestações racistas, que ocorram nos campos de futebol ou envolvam agentes ligados ao futebol.

Apesar dos interesses clubísticos mesquinhos e das obrigações institucionais, a hipocrisia tem limites.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estratégia de comunicação

A propósito do “caso Quaresma” (mais um caso lamentável envolvendo a Liga, a FPF e o FC Porto), foi muito interessante ver como reagiu o FC Porto ao longo do dia.

Primeiro Paulo Fonseca, à hora de almoço, quando questionado pelos jornalistas, disse o seguinte:
Não queria alongar-me nessa questão até porque vai haver uma comunicação do presidente [Pinto da Costa]. Não merece comentários até porque sabemos quais são os verdadeiros objetivos destas notícias e o grupo percebe isso.

Mais tarde, em declarações ao Porto Canal, Pinto da Costa aproveitou a oportunidade para passar mais algumas mensagens cirúrgicas, tendo como alvo a Liga, a FPF e os respectivos presidentes (Mário Figueiredo e Fernando Gomes).

Conhecendo as pessoas envolvidas é fácil de compreender o que se está a passar. Mas não quero ir por aí...

ontem, sexta-feira, e geralmente é sempre à sexta-feira, às 18:49, recebemos um fax dirigido ao presidente do FC Porto, assinado pelo secretário-geral da FPF, um sr. Paulo Lourenço, que não conheço (…) estranhei ter sido ele a assinar e que o fax viesse dirigido ao presidente do FC Porto porque, geralmente, só há correspondência direta para um presidente de outro presidente

Como conhecemos as pessoas, vamo-nos precaver e pagar duas vezes. O que já pagámos à Liga vamos depositar na segunda-feira na conta da FPF. Vamos fazer um empréstimo à FPF para que não possa dizer à Liga que não recebeu. E para que possam acrescentar mais uns milhares de euros aos milhões que têm a prazo.”

Isto está sem rei nem roque. As pessoas têm os seus projectos pessoais, defendem os seus lugares e estão pura e simplesmente a marimbar-se para a justiça e para a verdade

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

domingo, 19 de janeiro de 2014

As mensagens de Pinto da Costa


O FC Porto foi eliminado da Liga dos Campeões. No campeonato, no final da 1ª volta, a equipa está no 3º lugar. Num cenário destes, qual o objetivo de uma entrevista de Pinto da Costa ao Porto Canal, imediatamente após uma derrota em casa do principal rival?

Se Pinto da Costa, um reconhecido expert em futebol, fosse um mero comentador, ou adepto portista (ele teve o cuidado de distinguir adeptos de sócios), talvez fosse de esperar uma análise fria, rigorosa e coerente ao momento atual da equipa portista, quiçá com a identificação de alguns erros cometidos. Mas Pinto da Costa é o máximo responsável do clube e da SAD e, por isso, optou por jogar ao ataque e usar o tempo de antena que teve à sua disposição para disparar em várias direções.

O que eu interpretei de algumas das mensagens que Pinto da Costa quis transmitir:

Paulo Fonseca – 100% de apoio ao treinador atual. Sinceramente, alguém esperava que, a meio do campeonato, Pinto da Costa dissesse outra coisa?

Nomeações / Rui Silva (árbitro do Estoril x FC Porto) – “fez lembrar os tempos do Inocêncio Calabote...”. Seria uma surpresa se, esta época, o árbitro de Vila Real voltasse a ser nomeado para jogos do FC Porto.

Nomeações / Artur Soares Dias (árbitro do slb x FC Porto) – Para além das fortes críticas, que deverão garantir um período de nojo na nomeação deste árbitro internacional para jogos do FC Porto, pareceu-me relevante Pinto da Costa dizer que a arbitragem do jogo da Luz foi para agradar a quem o pode projetar para a elite da arbitragem internacional (“pode ser por ter ficado deslumbrado com promessas da FIFA...”). Seria interessante que a comunicação social explorasse esta deixa.

Arbitragem em geral – Pela primeira vez, ouvi Pinto da Costa dizer que defende um lote de árbitros profissionais, mas a nível europeu e arbitrando em diferentes países, para não serem sujeitos a pressões. Desse lote de árbitros de elite (Pinto da Costa falou em cerca de 50 árbitros), sairiam os árbitros nomeados para diferentes campeonatos de países geograficamente perto (por exemplo, Portugal, Espanha, França, Itália, …).

Liga – A Liga de Clubes perdeu poder, perdeu credibilidade, perdeu patrocinadores e deixou de ter os clubes na Direção (“no executivo da associação que os clubes criaram não há presidentes de futebol, só há advogados…”). A Liga, com sede no Porto e “motor” do futebol português, morreu. Ou seja, o poder do futebol português regressou a Lisboa e está novamente centralizado na FPF. Outra deixa interessante para a comunicação social explorar.

Fernando Gomes – Tem muito boa imprensa, mas não é alguém que esteja na FPF com o apoio de Pinto da Costa (isso já sabíamos), bem pelo contrário. Fernando Gomes tem uma estratégia pessoal de poder e, para alcançar os seus objetivos, faz as alianças que forem necessárias (incluindo com Luís Filipe Vieira e Bruno Carvalho). Ex-atleta, ex-vice-presidente do clube e ex-administrador da SAD, cortou o cordão umbilical e não terá o apoio de Pinto da Costa para a sua sucessão.

António Oliveira – O maior acionista individual da FC Porto SAD, ex-jogador e ex-treinador do FC Porto, não está nas boas graças de Pinto da Costa. E, em termos de sucessão na presidência do clube, se António Oliveira avançar, Pinto da Costa deverá fazer-lhe o mesmo que Rui Rio fez a Luís Filipe Menezes, isto é, lançar e apoiar (implicitamente) outro candidato (tudo indica que será Antero) e dar as entrevistas necessárias, para que os sócios do FC Porto fiquem convencidos que o irmão de Joaquim Oliveira não serve para ocupar a cadeira do poder.

P.S. Claro que não é só por causa das arbitragens que o FC Porto passou de uma vantagem de 5 pontos para uma desvantagem de três. Contudo, quer no Estoril x FC Porto, quer no slb x FC Porto, as arbitragens prejudicaram objectivamente o FC Porto e Pinto da Costa teve razão nos cinco lances/erros desses jogos que referiu.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

De capuchinho vermelho a lobo mau

Caro leitor, há uma semana atrás você conhecia o senhor Nuno Cárcomo Lobo?

Como é que, de repente, este quase desconhecido (talvez 0,01% das pessoas que acompanham o fenómeno desportivo soubessem quem ele era) passou a estrela mediática tendo, em poucos dias, obtido um enorme espaço em jornais, bem como, um tempo de antena nas rádios e nas televisões de fazer inveja a políticos em campanha eleitoral?

Foi fácil, bastou a este “capuchinho vermelho” transformar-se num “lobo mau” e, depois de comportamentos provocatórios no camarote presidencial do estádio da Amoreira (que, inclusivamente, mereceram a crítica do seu antecessor no cargo), fazer-se de vítima e atacar violentamente (violência verbal, entenda-se) o presidente e outro dirigente do FC Porto.

Evidentemente, vivendo nós num país de gente amargurada, onde os sucessos dos dragões provocam uma enorme azia, quem escolhe o FC Porto como alvo é sempre bem visto. É uma estratégia por demais conhecida, que outros mais espertos que o Nuninho já seguiram no passado (Santana Lopes, Vale e Azevedo, Rui Rio, etc.) mas, apesar de gasta, continua a dar resultado.

Até aqui nada de novo na lisboalândia. Mas, sem que tenha ficado surpreendido, há duas coisas que não deixaram de me causar alguma impressão.

Conforme se pôde ler no Facebook de Nuno Cárcomo Lobo, em 21 de Fevereiro de 2011, após o final de um jogo entre leões e águias, o Sporting (equipa e clube) foi visado, e de que maneira, por este “capuchinho vermelho”:

Terminou o jogo-treino para o Estugarda… OH Jesus, podias ter levado os juniores a Alvalade ou então jogares com 8 jogadores. Bastava… Tenho mais respeito pelo Portimonense ou pela Naval do que pelo clube do Bairro de Alvalade!!! CARREGA BENFICA!!!

Agora... Calma e concentração, rapazes!!! Agora teremos pela frente equipas de futebol: Estugarda e Marítimo!!! De ballet como a de hoje já não apanharemos muitas mais!!! FORÇA CAMPEÃO!

Eu não sou sportinguista (cruzes, credo!) mas, tendo estas declarações sido profusamente divulgadas nos últimos dias (entretanto estes posts já foram apagados), gostava de saber o que é que os sócios do Sporting pensam disto.
Quanto a Bruno de Carvalho, que afirmou não admitir faltas de respeito institucionais de ninguém, já se percebeu que a coerência não é o seu forte e continua a agir como se o atual presidente da Associação de Futebol de Lisboa nada tivesse dito de ofensivo para o clube a que preside.
Aliás, prevejo que ainda iremos assistir a um “casamento” entre Bruno de Carvalho e Luís Filipe Vieira, apadrinhado pelo homem que classifica o Sporting como o “clube do Bairro de Alvalade” …


Mas pior que este come e cala leonino é o comportamento de dois dos principais dirigentes do futebol português.
Tendo Nuno Lobo proferido (escrito) afirmações reveladoras de um racismo nojento, como é que os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de Clubes aceitaram os convites e estiveram presentes no jantar do 103.º aniversário da Associação de Futebol de Lisboa, que se realizou na passada segunda-feira?


A partir de agora, quero ver com que cara é que Fernando Gomes (presidente da FPF) e Mário Figueiredo (presidente da Liga) irão criticar e combater declarações, ou manifestações racistas, que ocorram nos campos de futebol. É que, apesar das obrigações institucionais, a hipocrisia tem limites.

E depois, ainda há quem se admire que Adelino Caldeira e Pinto da Costa os deixe ficar de mão estendida…


«UEFA has reinforced its stand against racism and, together with the players' body FIFPro, is now actively supporting campaigns attempting to banish this evil from football and society.
European football's governing body has forged a close partnership with the Football Against Racism in Europe (FARE) network, which comprises groups and bodies working against intolerance and discrimination across the continent.»
Fonte: uefa.com

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Bento cala a desgraça ......


“Não me meto no trabalho dos dirigentes e, por isso, não admito ingerências no meu trabalho nem dos meus próprios dirigentes, quanto mais de um presidente que não trabalha comigo”

“Houve jogadores com a mesma importância [de João Moutinho] que jogaram, um 90 minutos [James Rodríguez], outro 80 [Jackson Martínez], um pouco mais longe, com uma diferença horária maior”

“Ou alguém tem algo contra a FPF e terá de resolver esse problema ou gostará mais da federação colombiana”.

(declarações de Paulo Bento)

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Durante o Europeu, Paulo Bento apareceu frequentemente tenso e pouco receptivo às críticas. É frontal e admiro essa qualidade. Falta-me saber se é uma espécie de Octávio ou se é inteligente e não cede a seguir caminhos fáceis, sabendo que os alvos ou são frágeis (Bosingwa, como muito bem explicou Jaime Pacheco) ou representam figuras com poder, mas cuja “oposição ou ataque” merece créditos garantidos a quem os pratica, como Scolari tão sabiamente explorou.

PdC fez o que lhe competia. Talvez, repito talvez, não devesse ser tão minucioso nos detalhes e ser mais certeiro no tiro, paras que não nos ficássemos pela possibilidade do contraditório e permitir que se passasse a discutir o acessório e não o mais importante: o objectivo desportivo e a calendarização deste jogo, a escolha do adversário, a convocatória e as opções de Paulo Bento, a degradante exibição de Portugal e o caminho desta selecção, sem norte e sem bússola, nos últimos jogos que efectuou.

Várias vezes Paulo Bento utilizou a frase “… vocês sabem do que estou a falar …” defendendo-se para iludir falar no problema principal e Humberto Coelho seguiu o mesmo caminho: como costume falou sem dizer nada.

Espero que o FCP saiba responder, porque a questão principal não é saber se PdC gosta ou não da FPF, mas se a FPF gosta desta selecção e se a está a "usar" e promover da melhor forma.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O "castigo" de Jesus



«A secção profissional do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol reuniu-se hoje em plenário e decidiu castigar o treinador do Benfica com a pena de suspensão de 15 dias - por coincidência, quando o campeonato está parado - no seguimento de uma denúncia do árbitro assistente Ricardo Santos, que se sentiu injuriado pelas declarações de Jorge Jesus após mais uma vitória do FC Porto no Estádio da Luz.
187 dias depois desse jogo, os srs. conselheiros aplicaram um castigo que vai ser cumprido num período sem jogos, o que contribuiu para o descrédito da competição.
Curiosamente, isto acontece depois de há três semanas a secção não profissional do mesmo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ter anunciado um processo urgente para o caso Luisão. E o que é que o carácter de urgente confere ao processo? Ser decidido em 15 dias...
O FC Porto espera que isto não faça jurisprudência para ser aplicável ao caso Luisão.»
Comunicado publicado no site oficial do FC Porto, em 05/09/2012


O comunicado do FC Porto (bom texto e timing adequado) diz quase tudo e pouco mais há a dizer sobre esta escandaleira, porque os factos falam por si. Já se sabia que dirigentes ou profissionais ao serviço do clube do regime gozavam de uma enorme impunidade (*), mas este caso bate todos os exemplos anteriores e é quase anedótico.


P.S.1 “O Benfica apoia inequivocamente a candidatura de Fernando Gomes. Trata-se de um projeto assente na credibilização e transparência.

P.S.2 «(...) não é por acaso que falha o apoio público do FC Porto, o que era previsível, depois de ter escolhido Hermínio Loureiro e Vítor Pereira e de ter voltado a receber o apoio inequívoco de Luís Filipe Vieira, a exemplo do que tinha acontecido nas eleições da Liga. Na altura, muita gente entendeu tratar-se de uma jogada magistral de Pinto da Costa. Um enorme equívoco. Porque Fernando Gomes há muito que corre por sua conta e risco, como ficou claro quando Pinto da Costa nem se lhe referiu na última festa dos Dragões, apesar de Gomes estar presente na sala.»


(*)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Roubos em Barcelos e na Feira, Silêncio no Dragão

Já se esperava uma actuação tendenciosa e prejudicial ao FC Porto pelo árbitro designado para esta partida em Barcelos. A derrota não se explica só por aí mas a análise à prestação da equipa e do treinador já foi publicada aqui no Reflexão Portista.

Parece-me importante, neste momento, realçar o seguinte:

Este árbitro tem prejudicado o FC Porto de forma contínua (ou sistemática, se preferirem) e objectiva nos últimos 12 anos, desde o célebre jogo de Campo Maior. Os episódios mais flagrantes dos últimos quatro anos podem ser encontrados facilmente na etiqueta “Bruno Paixão” deste blog.

Desde praticamente 2004, ano em que inventaram o apito encarnado num hotel lisboeta, que o clube – a SAD – se tem remetido ao silêncio sempre que ocorrem arbitragens lesivas aos seus interesses e aos dos seus associados.

Neste jogo em concreto há a registar (i) que o livre para o primeiro golo do Gil nasce de uma falta inexistente, (ii) que Defour é atingido com violência no nariz dentro da grande área gilista e que não foi marcado penalty contra os da casa, (iii) que o centro para a área portista onde Otamendi dá mão na bola (e aqui foi marcado penalty!) é feito por um jogador em claro fora-de-jogo, e (iv) que o avançado Kléber é travado pelo guarda-redes do Gil dentro da área, o que seria mais um penalty e que não foi marcado. São nada mais nada menos que quatro lances críticos com influência directa no resultado.

Fernando Gomes e Vítor Pereira conseguiram o apoio do SLB para a sua eleição para a FPF em detrimento do apoio desse clube ao benfiquista Fernando Seara.

Nesta jornada (17ª), mais uma vez, o SLB foi beneficiado por erros de arbitragem com influência directa no resultado do jogo (golo inexplicavelmente anulado ao Feirense).


O facto de a equipa do FC Porto ter feito um jogo pobre jamais poderá ser uma desculpa para aceitar uma arbitragem escandalosamente prejudicial.

Ao Presidente do FC Porto impunha-se que dissesse “Basta!” e assegurasse aos sócios que Bruno Paixão jamais apitaria um jogo do FC Porto. Se voltasse a ser nomeado a equipa não se apresentaria em campo. Ponto final. Porque urge tomar uma posição de força depois de 12 anos de erros sempre para o(s) mesmo(s) lado(s). Não me dou por satisfeito – longe disso – com os pífios comunicados do Labaredas no site oficial do clube. Espero sentado.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os candidatos às eleições na FPF


No PÚBLICO de hoje, Bruno Prata assina um artigo onde faz uma análise muito interessante aos dois candidatos à presidência da FPF, às forças em presença por detrás das mesmas e aos aparentes contra-sensos nos apoios de cada um delas.

Na minha perspectiva, dois dos aspectos que Bruno Prata refere no seu artigo merecem um olhar e acompanhamento atento:
i) o distanciamento entre Pinto da Costa e o seu ex-vice no clube e ex-administrador da SAD;
ii) a eventual negociação centralizada dos direitos televisivos, algo que dificilmente avançará por ser contra os interesses dos três "grandes" e de... Joaquim Oliveira.

Alguns extractos do artigo de Bruno Prata:

«Os 84 delegados que no próximo dia 10 vão eleger o próximo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) terão de escolher entre um benfiquista (Carlos Marta) que tem o apoio da Associação de Futebol do Porto (cujo presidente, Lourenço Pinto, nunca iria contra a vontade do FC Porto, mesmo que Pinto da Costa procure passar uma imagem pública de neutralidade) e um portista (Fernando Gomes) que tem como principais amparos clubísticos o Benfica e o Sporting.

Um aparente contra-senso que se percebe e explica à luz dos complicados equilíbrios de forças que existem no futebol português. Dois exemplos: o avanço da lista de Fernando Gomes levou a que Fernando Seara acabasse por desistir da ideia que tinha de se candidatar, para o que contava com o apoio garantido do Benfica - hoje Fernando Seara é o candidato a presidente da assembleia geral nos corpos gerentes propostos por Carlos Marta; Soares Franco desistiu da corrida por não ter contado com o apoio do clube a que presidiu até há dois anos, e o Sporting acabou por apoiar Fernando Gomes, depois de ter escolhido Hermínio Loureiro (que será uma espécie de braço direito de Gomes, se este for eleito) como o homem certo para o lugar certo. Como se não bastasse este intricado processo, Luís Duque, administrador da SAD leonina, não tem tido dúvidas em dar o seu apoio público a Carlos Marta, como se infere das suas presenças em acções públicas de campanha da Lista A. (...)

Carlos Marta (Lista A) tem 54 anos e é mais novo quatro anos do que Fernando Gomes. Ambos têm meritórios currículos enquanto praticantes, mas em modalidades diferentes. O líder da lista A foi futebolista profissional, tendo-se licenciado em Educação Física na opção de Futebol. Fernando Gomes foi campeão nacional de basquetebol com a camisola do FC Porto, cuja secção chegou a liderar, antes de presidir à Liga de basquetebol. Licenciado em Economia, tem um percurso profissional multifacetado, que inclui o ensino universitário, a gestão de empresas, designadamente do grupo Amorim, a provedoria da Santa Casa de Misericórdia e a administração da SAD do FC Porto. Nos últimos 18 meses, presidiu à Liga de Clubes. (...)

Tanto Gomes como Marta garantem não ter feito compromissos com ninguém. Um e outro declararam a necessidade de existir maior solidariedade na distribuição do dinheiro que resulta das transmissões televisivas e ambos defenderam que a melhor solução passa por uma negociação centralizada. Nesta matéria, Gomes corre mais riscos. Porque os principais clubes estão entre os seus apoiantes e porque é pública a sua boa relação com Joaquim Oliveira, a quem não interessa que a Olivedesportos passe a ter de negociar um "bolo" total com um representante dos 32 clubes profissionais. (...)

No debate, ficou evidente que Marta assume uma postura mais agregadora, enquanto Gomes não tem dúvidas de que o seu posicionamento, sem deixar de ser agregador, passa também pela rotura. Isso tanto lhe vale apoios, como lhe cria anticorpos - não é por acaso que falha o apoio público do FC Porto, o que era previsível, depois de ter escolhido Hermínio Loureiro e Vítor Pereira e de ter voltado a receber o apoio inequívoco de Luís Filipe Vieira, a exemplo do que tinha acontecido nas eleições da Liga. Na altura, muita gente entendeu tratar-se de uma jogada magistral de Pinto da Costa. Um enorme equívoco. Porque Fernando Gomes há muito que corre por sua conta e risco, como ficou claro quando Pinto da Costa nem se lhe referiu na última festa dos Dragões, apesar de Gomes estar presente na sala. (...)»
Bruno Prata
PUBLICO, 02/12/2011


O artigo completo pode ser lido aqui.

Foto: Debate na RTP Informação (fonte: record.pt)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma final europeia na Luz

(visão do relvado da Luz a partir da “gaiola”)


Nas linhas gerais da sua candidatura à presidência da FPF, Fernando Gomes definiu como objectivo, que Portugal acolha a final de uma competição europeia de futebol “nos próximos quatro anos”.

Entretanto, numa entrevista à Rádio Renascença, o ex-administrador da SAD portista reafirmou que “o nosso objectivo é, claramente, trazer uma final de uma competição europeia para o nosso país”.

O ainda presidente da Liga de Clubes não identificou o estádio, ou estádios, que poderão fazer parte desta eventual candidatura portuguesa a uma final europeia, mas a mim parece-me que o estádio que reúne melhores condições é o que fica em frente ao centro comercial Colombo. Vejamos:

- os acessos ao estádio são “excelentes” e diversificados (até há um túnel por debaixo da 2ª circular...);

- por falar em túneis, no túnel da luz, que dá acesso aos balneários, é muito raro ocorrerem incidentes;

- a iluminação do estádio nunca falha (a não ser se o finalista fosse o FC Porto...);

- o estádio tem uma “gaiola” de 4ª geração, também conhecida por zona de conforto, de onde a visão dos adeptos para o relvado é magnifica...;

- na falta de um estádio nacional em condições (pelo menos as que são exigidas pela UEFA), é lá que a Selecção portuguesa faz os jogos decisivos.

Penso que estes argumentos chegam para sustentar uma candidatura ganhadora...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um Estadista do Futebol Português


Foi com muito gosto que ouvi a entrevista de Fernando Gomes à SIC Notícias ontem à noite.

É raro ver-se em Portugal alguém pensar o futebol para além do clubismo e do paroquialismo. O Dr. Fernando Gomes, sendo um conhecido portista - antigo atleta e dirigente - demonstra as qualidades, digamos, "supra-partidárias", que há muito se não viam no futebol português.

Não conheço o seu opositor, o Dr. Carlos Marta, e como tal, nada contra ele me move. Mas como já se viu, como, por exemplo, nos elogios que muitos clubes pequenos lhe dirigiram enquanto Presidente da Liga, eu acho que a chegada do Dr. Fernando Gomes à presidência da F.P.F. seria muito bem-vinda.


PS: Só fiquei com a pulga na orelha em relação à possível reformulação da Taça de Portugal à imagem da Taça da Liga. O que a Taça de Portugal precisa não é de uma elitização, antes pelo contrário, o que ela precisa é de ser transformada numa prova totalmente nacional, como sucede em Inglaterra, onde todo e qualquer clube de futebol tem acesso às suas eliminatórias preliminares.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O apoio inequívoco do slb

«Benfica e Sporting estão a ponderar apoiar em conjunto a candidatura de Fernando Seara à presidência da Federação Portuguesa de Futebol. O SOL sabe que Luís Filipe Vieira e Luís Duque estiveram ontem reunidos com o presidente da Câmara Municipal de Sintra para acertar agulhas tendo em vista o acto eleitoral de 10 de Dezembro. Próximo do presidente dos ‘encarnados’ e do administrador da SAD leonina - seu vereador em Sintra e homem forte para o futebol em Alvalade -, Seara juntou à mesa os dois ‘grandes’ de Lisboa, cada vez mais concertados no apoio ao autarca. Segundo apurou o SOL, a ‘troika’ tem mantido contactos regulares nos últimos meses para alinhavar ideias e a estratégia a seguir. Se o incentivo do Benfica à candidatura já era conhecido, o do Sporting torna-se agora cada vez mais evidente, depois de Luís Duque já ter admitido em entrevista à RTP N, antes do arranque do campeonato, que via em Seara uma boa solução.»
01/09/2011


O Benfica apoia inequivocamente a candidatura de Fernando Gomes. Trata-se de um projeto assente na credibilização e transparência. Vai realizar uma reestruturação muito importante no futebol português. A Federação precisa de liderança bastante forte, com ideias próprias. Fernando Gomes é um homem muito conceituado. (...)
Sou amigo do Fernando Seara e ele é que poderá dizer um dia porque não quis candidatar-se
.”
Luís Filipe Vieira, 04/10/2011, na sede da Associação de Futebol de Lisboa


Depois de N contactos e aproximações estratégicas à mesa de diversos restaurantes da capital (estas coisas convém serem discutidas de barriga cheia), o slb e, tudo indica, também o SCP irão, de facto, apoiar um Fernando para a presidência da FPF. Aliás, o ex-administrador da SAD portista está habituado aos elogios e a ser eleito com o apoio dos dois principais clubes da Lisboa, porque já foi assim quando se candidatou à presidência da Liga.

Evidentemente, se as coisas correrem mal dentro das quatro linhas, significa que não há verdade desportiva e que a culpa é do "Sistema", o qual, como toda a gente sabe, é controlado pelo Pinto da Costa...

P.S.1 Para não dizerem que ele ficou a ver navios, ouvi dizer que Godinho Lopes ficará plenamente satisfeito se Hermínio Loureiro integrar a lista de Fernando Gomes no lugar de vice-presidente. Será?

P.S.2 Como é que o Manha irá justificar o apoio inequívoco do seu benfica à candidatura de Fernando Gomes?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um Dilema Teológico


O propagandista de um banco português - cujas acções ombreiam, nas suas vertiginosas perdas de valor, com as das SADs dos clubes de futebol - e treinador de um clube castelhano, saiu a terreiro, sem dúvida que no âmbito da sua incomensurável modéstia e infinita sabedoria, a apoiar a candidatura do Dr. Fernando Gomes a Presidente do venerável orgão que é a Federação Portuguesa de Futebol.

É público o nojo que tal candidatura provoca em certos escribas mouriscos, os quais, contudo, de um modo geral, veneram o dito actor publicitário mais do que o profeta, ou até o bom senso, lhes recomendaria.

Eu imagino o dilema teológico em que essa malta se encontra, e só posso recomendar-lhes:

"Obedecei, portanto, filhos da justiça, à advertência de João que vos diz: Endireitai as veredas do Senhor", S. Cirilo de Jerusalém.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Manhosices


«As eleições da Federação Portuguesa de Futebol terão ficado resolvidas ontem com a confirmação da candidatura do sistema, embrulhada no apoio dos pequeninos e servida no tabuleiro das soluções providenciais. Em menos de três anos, um ex-administrador de uma SAD condenada por corrupção desportiva ascende ao cargo mais alto, passando por uma reciclagem pela estrutura intermédia da Liga, enquanto radicava nesta o exercício dos poderes reais, agora remetidos de novo para a casa-mãe. É obra!»
João Querido Manha, Record, 20/09/2011


Quando me chamaram à atenção para este texto manhoso, a minha primeira reacção foi mandá-lo para o sítio do costume: o caixote do lixo. Contudo, há aspectos que de tão “queridos”, merecem um pequeno comentário.

Comecemos pela “candidatura do sistema”. Convém lembrar que Fernando Gomes se candidatou à presidência da Liga de Clubes com o apoio expresso de diversas personalidades, entre as quais Hermínio Loureiro (ex-presidente da Liga) e Filipe Soares Franco (ex-presidente do SCP). Mais. Para além do apoio público que teve da parte dos presidentes do slb e SCP, Fernando Gomes foi eleito, em 7 de Junho de 2010, com 38 votos a favor e três abstenções, num acto eleitoral no qual não participaram SC Braga, Nacional da Madeira, Carregado e… FC Porto!

Quanto ao “SAD condenada por corrupção desportiva” alguém devia explicar ao autor deste dislate a diferença entre corrupção desportiva e TENTATIVA de corrupção desportiva. E, claro, faltou o pequeno pormenor de dizer que a condenação foi determinada pelo ponta-de-lança que o slb tinha na Liga de Clubes – Dr. Ricardo Costa – e que, posteriormente, a mesma foi contrariada, quer pelo TAS, quer em TODOS os tribunais a sério onde os factos foram analisados.

Finalmente, para a manhosice ser completa, faltou também referir que na guerra de poder a propósito dos novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes esteve ao lado de slb e SCP, em oposição a Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto.

Candidatura do Sistema? Só se for do Sistema da 2ª circular...