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domingo, 28 de maio de 2017

Ao sabor das negas



Por José Maria Montenegro

Isto de um treinador não querer treinar o Porto e preferir o Watford, por muitos desmentidos que se publiquem, é embaraçoso e merece reflexão.

O Porto pode já não ser suficientemente sedutor desportiva e financeiramente. Pode-se dizer que fica exposta, com uma eloquência penosa, a fragilidade da estrutura, tal como a vêem de fora. E sobretudo poder-se-á alegar que é indisfarçável a desorientação de uma administração que, em gritante contraste com um passado recente, já não convence quem convida.

Mas - tenham lá paciência - também não fica bem aos treinadores desta vida que se prestam à nega a um clube como o Porto. Com todo o respeito pelos Watfords, pelas Premier Leagues, e pelo dinheiro, nunca é um marco (não forcei a palavra) na carreira de um treinador de 40 anos ter dito não ao Porto. Um "não" para poder estar à frente de uma equipa que luta por não descer de divisão e que augura celebrar um "campeonato tranquilo". Seja essa equipa de que país for. É que para mais - convém lembrá-lo - nesses campeonatos tão sedutores e com tão generosas remunerações há muito poucos clubes com presenças assíduas na Champions League, com apuramentos mais ou menos regulares para os oitavos de final da Champions, que conquistam ou que lutam todos os anos pelo título de campeão. E já não falo do currículo europeu (nesses campeonatos dourados não são mais que 2, e às vezes nem isso, os clubes que tem semelhante folha de glória). Cada uma dessas negas ao Porto é no fundo expressão de impotência, de medo ou de parca ambição.

A mim interessa-me o Porto. É com o Porto que me preocupo. Tenho a certeza que regressaremos. Não saberei quando. Mas talvez seja mais cedo do que a razão sugere. Afinal foi contra todas as probabilidades, contra essa mesma razão, que conquistámos e nos fizemos maiores que esses ricos e sedutores. E é com cada uma dessas negas que o nosso regresso será mais saboroso.

Nota: o Reflexão Portista agradece ao José Maria Montenegro a elaboração deste artigo.
     

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Vai um tango?

Para quem ainda não tinha reparado, os tempos mudaram. Marco Silva foi escolhido... mas ainda não há "fumo branco" - porque já nenhum treinador que se preze assina de cruz. O que só atesta da inteligência do homem. Com o fairplay financeiro - já não se pode estourar balúrdios em pernetas em paz! - a obrigar a aperto de cinto, será preciso um bom jogo de cintura para apresentar argumentos suficientes e válidos para convencer o homem a assinar. O Marco Silva certamente quererá garantias de que terá ao seu dispor jogadores com qualidade e quantidade suficiente para atingir os objectivos que lhe serão propostos - sim, já temos o Depoitre, mas julgo que o Marco não está satisfeito.


Para apimentar a dança, temos a proveniência do Marco Silva. Depois de ter provado o gosto de ser manager em Inglaterra - provavelmente não terá tido oportunidade para usar de todos os seus poderes mas certamente ficou ciente de quais eram - é como passar de cavalo para burro, ao juntar-se a um clube onde (com raras excepções) o treinador não passa de "responsável de caserna", que vê sem piar jogadores chegar e sair sem o seu aval.

Aguardemos. Se esta primeira escolha não resultar, certamente haverão outras... primeiras escolhas.

sábado, 16 de maio de 2015

Exclusivo para crentes

Marco Silva "contratado" pelo FC Porto (fonte: CM, 16-05-2015)

«O “Correio da Manhã” revela este sábado que o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, se reuniu com Marco Silva num hotel de Lisboa para manifestar ao atual treinador do Sporting o desejo de o colocar no comando técnico do plantel dos dragões na próxima temporada.
A notícia dá conta que os dois homens não se importaram de serem vistos juntos e que na reunião foram já debatidos aspetos do planeamento para 2015/16. Ao contrário de Julen Lopetegui, Marco Silva, escreve o “CM”, gera unanimidade entre a SAD portista.»
in record.pt, 16 maio de 2015 | 10:10


Presumo que Pinto da Costa irá ignorar esta “notícia bombástica” e, mais uma vez, deixar sem resposta o Lixo da Manhã, mas o actual treinador do Sporting ficou incomodado e já reagiu:

É totalmente falso [que queira sair], pois a minha vontade ficou bem vincada no ano passado, quando assinei contrato. Neste caso, em que colocaram o meu nome e a minha vontade, é completamente falso

E, quando foi confrontado com o alegado encontro com Pinto da Costa, Marco Silva inquiriu o jornalista:

Sabe dizer-me qual foi o hotel? O dia da semana? Assim ficava a saber onde estive a essa hora. Vocês [jornalistas] terão as vossas fontes, mas essa, obviamente…

Já agora, e para quem não acompanha este “jornalismo de ficção”, quero lembrar que esta não é a primeira vez que o FC Porto “contrata” o Marco Silva. Há 14 meses atrás…

Marco Silva "contratado" pelo FC Porto (fonte: CM, 06-03-2014)

E pronto, quem quiser acreditar e continuar a consumir este jornalixo… perdão, este “jornalismo de investigação” de alto quilate, está à vontade…

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O perfil do próximo treinador

Com o campeonato há muito perdido e após duas eliminações dolorosas, quer na Liga Europa, quer na Taça de Portugal, parece ser claro que, independentemente do que acontecer nos três ou quatro jogos que o FC Porto ainda terá de disputar até ao final desta época, o treinador interino Luís Castro não irá continuar depois do dia 11 de Maio. Consequentemente, é natural que já se especule com o nome ou, pelo menos, com o perfil que deverá ter o novo treinador dos dragões.

O JOGO, 21-10-2013
Uma das hipóteses mais faladas é a do regresso de Fernando Santos, o “engenheiro do Penta”, mas nomes como Marco Silva, Nuno Espírito Santo ou Sérgio Conceição, encaixam como uma luva no perfil que foi definido por Antero Henrique, numa grande entrevista publicada por O JOGO, em 21-10-2013.

O FC Porto gosta de ter treinadores com muito espaço pela frente. (…) O Paulo Fonseca é mais um exemplo, a juntar a Mourinho, Villas-Boas, Vítor Pereira, a todos os treinadores que praticamente começaram a sua carreira no FC Porto e que, a partir daí, foram por aí fora.

Entre estes três “treinadores com muito espaço pela frente”, Marco Silva parece ser o que está melhor colocado para tentar seguir as pisadas de José Mourinho MAS…, ao contrário de Nuno Espírito Santo ou Sérgio Conceição, não conhece o FC Porto por dentro e nunca andou pelo balneário de um clube grande.

Em qualquer dos casos, será sempre uma aposta de alto risco e, em 2014/2015, a dupla Pinto da Costa / Antero Henrique não se pode dar ao luxo de voltar a falhar estrondosamente na escolha do treinador.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O CM é que sabe...

Lançar o rumor que o Marco Silva, vai mudar de ares, em vésperas do Estoril ir jogar a Carnide?

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O Pesadelo Fonseca continua

Últimos 20 jogos FC Porto x Estoril para o campeonato (fonte: zerozero.pt)

No histórico de confrontos para o campeonato entre o FC Porto e o Estoril, que foram disputados no Porto, o saldo, altamente favorável aos dragões, é de 16 vitórias, 5 empates e 1 derrota.
A derrota foi hoje.

Em termos de golos, a diferença entre as duas equipas, neste conjunto de 22 jogos, é abismal - 63 golos marcados e apenas 19 sofridos -, com o FC Porto a marcar golos em 20 dos 22 jogos.
Hoje voltou a ficar em branco.

A última derrota do FC Porto em casa para o campeonato tinha sido há 5 anos e quatro meses, no dia 25 de Outubro de 2008.

FC Porto x Leixões, época 2008/2009 (fonte: zerozero.pt)

Desde esse jogo, o FC Porto disputou 82 jogos em casa para o campeonato.
Hoje voltou a ser derrotado.

Esta época, em 20 jogos para o campeonato e 7 para as competições europeias, o saldo é de 14 vitórias, 6 empates e 7 derrotas! Ou seja, a percentagem de vitórias nas competições prioritárias é de apenas 52%.

À 20ª jornada, após 2/3 do campeonato, o FC Porto já perdeu 18 pontos (!), está a 2 pontos do 2º classificado e, potencialmente, a 7 pontos da liderança.

São estes os factos. São estes alguns dos números da desilusão portista.

É perfeitamente normal haver, entre os adeptos, opiniões diferentes sobre jogadores, treinadores, equipas, planteis, etc.

Também é normal que, pontualmente, se use como justificação para um mau resultado explicações do tipo “foi azar”, “a equipa jogou bem, mas foi infeliz”, “o resultado é uma injustiça tremenda”, “fomos penalizados por erros individuais”, ou outras desculpas do género.

Agora, justificar uma avalanche de maus resultados (já nem falo das exibições) e de recordes negativos recorrendo, sucessivamente, a este tipo de argumentos, só de quem não sabe, ou já se esqueceu, do que é ser portista.
Felizmente, a esmagadora maioria dos adeptos portistas tem outra cultura e o seu nível de exigência não se compadece com este tipo de desculpas.

E Paulo Fonseca, ao fim de quase 8 meses, já sabe o que é ser Porto?
Paulo Fonseca tem brio profissional? Eu acredito que sim e que ele, mais do que ninguém, gostaria de triunfar no FC Porto.
Mas, após os maus resultados, vai continuar com o mesmo discurso? Não tem vergonha na cara?

Senhor Presidente, todos sabemos que não se pode ganhar sempre, mas não lhe parece que, com este plantel, a equipa podia (devia!) jogar muito mais?

Até quando vai durar este pesadelo?


P.S. Da época passada para esta, o treinador do Estoril viu sair Steven Vitória, Jefferson, Carlos Eduardo e Licá. Já esta época, no período de transferências de Janeiro, ficou sem Luís Leal (que era o melhor marcador da equipa) e, para o jogo no Dragão, também não pôde contar com Gonçalo Santos e Sebá (devido a lesões). Só de pensar que houve, entre os adeptos portistas, quem usasse a saída de UM jogador - João Moutinho - como justificação para os maus desempenhos desta época…

P.S.2 Hoje, no Continente do Dolce Vita Porto, quem comprasse uma caixa de cervejas Super Bock de 33 cl, tinha direito a um bilhete para o FC Porto x Estoril. Não sei se foram vendidas muitas caixas mas, de acordo com o número oficial da assistência (25.807), estiveram cerca de 25 mil cadeiras vazias…

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Uma aposta de alto risco?


"O futuro de Vítor Pereira vai ser de certeza absoluta continuar uma carreira vitoriosa, porque é um homem competente e um conhecedor do futebol. Só não lhe posso dizer se vai ser no FC Porto. Durante a época combinámos falar só quando a época acabasse. Ontem [quarta-feira] almocei com ele e estivemos a analisar a vantagem ou a desvantagem, para ele e para o clube, de ele continuar o trabalho. Ele ficou de pensar e para a semana vamos reunir-nos outra vez para definir. Não há um desacordo de verbas, não é isso. Há uma vontade mútua, mas eu e o Vítor Pereira, para continuarmos o projeto, temos de sentir que há condições para isso."
Pinto da Costa, 23-05-2013, em entrevista à RTP


Já expressei, em vários artigos e comentários, a minha opinião (que é bastante positiva) acerca do desempenho da equipa do FC Porto sob o comando técnico de Vítor Pereira.
Também já disse que, no contexto atual do futebol português e atendendo às restrições financeiras que, previsivelmente, irão afetar o orçamento da FC Porto SAD (e não só) nas próximas épocas, penso que a melhor solução para o futuro imediato da equipa do FC Porto seria a renovação com Vítor Pereira.
Contudo, após a entrevista de hoje de Pinto da Costa, fiquei convencido que Vítor Pereira não irá continuar como treinador principal do FC Porto.

A confirmar-se este cenário (da não continuidade de Vítor Pereira) e partindo do princípio que o próximo treinador será português, naquela que tem sido a opção mais frequente de Pinto da Costa (na linha de António Oliveira, Fernando Santos, Octávio Machado, José Mourinho, José Couceiro, Jesualdo Ferreira, André Villas-Boas e Vítor Pereira, só para falar em treinadores das últimas duas décadas), há várias possibilidades mais ou menos credíveis, nomeadamente:
- treinadores que foram ex-jogadores do FC Porto (Domingos Paciência, Jorge Costa, Pedro Emanuel ou Nuno Espirito Santo);
- treinadores "consagrados" ou que já passaram por clubes grandes (Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, José Peseiro);
- treinadores "emergentes" (Rui Vitória, Paulo Fonseca, Marco Silva).

Dentro deste lote de treinadores, se tivesse de ser eu a decidir, a minha escolha recairia em Paulo Fonseca (Paços Ferreira) ou em Marco Silva (Estoril).


Seria (será?) uma aposta de alto risco, na minha opinião uma decisão ainda mais arriscada que a escolha de André Villas-Boas para suceder a Jesualdo Ferreira (ao contrário de Mourinho e de AVB, quer Paulo Fonseca, quer Marco Silva, nunca passaram pela experiência de serem adjuntos de grandes treinadores em grandes clubes, nem nunca tiveram de lidar com balneários cheios de egos) mas, tal como os investimentos especulativos, quando correm bem os ganhos são muito altos. O pior é quando correm mal...

A táctica do costume…

«Vítor Pereira apostou na táctica do costume, com muita posse de bola, mas criando pouco perigo.»
Rui Moreira, in A BOLA, 17-05-2013


Nas vésperas do último jogo do campeonato, Rui Moreira, um dos mais mediáticos adeptos do FC Porto, comentando em A BOLA a vitória dos dragões sobre o grande rival no jogo do título, voltou a falar, com um indisfarçável enfado, na “táctica do costume”.

Convém dizer que Rui Moreira não está sozinho nas críticas à “táctica do costume”. Como ele, há muitos mais adeptos portistas que partilham o mesmo desagrado deste Dragão de Ouro (Sócio do ano em 2010) em relação ao modelo de jogo adoptado pelo FC Porto de Vítor Pereira, dizendo que este modelo é inconsequente, ineficaz e, em alguns casos, até o acusam de ser defensivo.

Independentemente de discutirmos se, com o plantel existente, o modelo de jogo do FC Porto poderia/deveria ser muito diferente (isso é assunto para outros artigos), será que este tipo de críticas são justas?
Olhemos para os números oficiais do campeonato.

Usando a “táctica do costume”, o FC Porto, após 30 jogos, concluiu o campeonato como vencedor (não é coisa pouca…) e:
- única equipa invicta;
- equipa com mais vitórias (juntamente com o slb);
- com 70 golos marcados (média de 2,33 por jogo);
- com 14 golos sofridos (média de 0,46 por jogo).

Penso que estes factos, por si só, já são elucidativos. Mas, se não quisermos limitar a análise às vitórias, derrotas, golos marcados e sofridos, podemos olhar para outros rankings de aspetos do jogo, que traduzem, ou são consequência, de acções ofensivas e defensivas da equipa.

Equipa com mais remates:
1º) FC Porto, 495
2º) benfica, 475
3º) sporting, 406

Equipa com menos remates consentidos: FC Porto (189)

Equipa com mais cantos a favor:
1º) FC Porto, 231
2º) benfica, 227
3º) sporting, 213

Equipa com menos cantos consentidos: FC Porto (110)

Será por acaso, ou por obra e graça divina, que a equipa do FC Porto chegou ao fim do campeonato na liderança destes rankings?

O gostar ou não gostar de um determinado modelo de jogo, tem sempre algo de subjectivo e eu até compreendo que haja portistas que prefiram a vertigem do modelo do "catedrático". Contudo, analisando todos estes números de uma forma racional, não-emotiva e sem preconceitos, não me parece que os adjectivos mais adequados para classificar o modelo de jogo adoptado pelo FC Porto sejam “defensivo”, “inconsequente” e muito menos “ineficaz”.

P.S. Acerca da “táctica do costume”, vale a pena ler o que disse o treinador do Estoril, Marco Silva, numa entrevista publicada no Record de 22-05-2013:

«Trata-se de uma equipa [FC Porto] muito coesa. Se formos a ver que, em três anos, apenas perdeu um jogo… isso define muito do que é aquela equipa. Acima de tudo, com Vítor Pereira, é uma equipa organizada e forte. (…)
Exerce [a equipa do FC Porto] uma pressão muito forte sobre o adversário, circula muito bem a bola e tem uma reação à perda de bola a todos os níveis fantástica. Só assim se explica como conseguiu ter níveis de posse de bola excecionais esta temporada.»