Em tempos como estes, dá vontade a muitos portistas de «desligar» um pouco de tudo o que tenha a dizer com futebol - seja para não lembrar coisas tristes sobre o que se tem passado no nosso clube, seja para não ter que aturar o «bombardeamento» da festa lampiã (festa em que os Media são com frequência os primeiros a fazer de cheerleaders...). Sou o primeiro a admiti-lo (nem tem dado grande vontade de escrever artigos aqui, mas lá vou fazendo um esforço...). Como «desligar», então?
Bem, antes de mais há que assinalar que a situação dos emigrante mudou muito nos últimos 30 anos. Longe vão os tempos em que as notícias de Portugal chegavam de forma esporádica através de conversas telefónicas, ou aquando da visita anual ao país. Hoje em dia a ligação a Portugal é contínua para muitos dos emigrantes (e sou um exemplo como tantos outros): temos as «apps» dos Media portugueses nos smartphones; os sites informativos, blogs e fóruns na Internet; os canais todos da TV Cabo por satélite (para quem quiser subscrever e viver na Europa ocidental); conversas diárias (telefone, Skype, email...) com amigos e familiares em Portugal; as redes sociais (Facebook, ...); viagens muito mais frequentes ao país (muito mais ligações aéreas e muitíssimo mais baratas), e aí por diante.
Ou seja: hoje em dia um emigrante está frequentemente tão bem informado (ou até mais) sobre o que se passa no país, cidade ou clube como muitos que aí vivem. Logo quem quiser «desligar-se» pode tomar medidas que são exatamente as mesmas, seja para quem está em Portugal ou para quem é emigrante: só ver canais de TV portugueses que são «seguros» (por ex Telecine); evitar os sites dos Media portugueses na Internet e redes sociais; evitar ir a cafés frequentados por lampiões (que os há em muitas grandes cidades fora de Portugal), etc.
Mesmo assim, não deixa de continuar a haver algumas diferenças: quem vive em Portugal dificilmente consegue evitar conversas com colegas lampiões no emprego (ou em outras interações do dia-a-dia), ou ser exposto às capas dos jornais nos quiosques e papelarias. Nesse aspecto os emigrantes portistas têm sorte. No que me diz respeito tenho «controlado» com bastante sucesso a exposição a coisas que me deixem mal disposto, muito embora até tenha um ou outro amigo - e até mesmo colegas - lampiões (ou lagartos) aqui na zona.
E para outros emigrantes, como tem sido? Fica o mote dado para a caixa de comentários.
E para outros emigrantes, como tem sido? Fica o mote dado para a caixa de comentários.