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2008-06-25

Cavaleiro Andante - Onestaldo de Pennafort

Moinho - foto daqui


Se vais em busca da Fortuna, pára:
nem dês um passo de onde estás. . . Mais certo
é que ela venha ter ao teu deserto,
que vás achá-la em sua verde seara.

Se em busca vais do Amor, volta e repara
como é enganoso aquele céu aberto:
mais longe está, quando parece perto,
e faz a noite da manhã mais clara.

Deixa a Fortuna, que te está distante,
e deixa o Amor, que teu olhar persegue
como perdido pássaro sem ninho.

... Porém, ó negro cavaleiro andante,
se vais em busca da Tristeza, segue,
que hás de encontrá-la pelo teu caminho!


ONESTALDO DE PENNAFORT Caldas nasceu no Rio de Janeiro a 25 de Junho de 1902. Iniciou o curso de Direito na faculdade do seu estado natal, mas não o concluiu. Ingressando no funcionalismo público, serviu nos Ministérios da Agricultura e da Justiça e, mais tarde, no Banco do Brasil, onde permaneceu até à aposentação. Traduziu o «Romeu e Julieta» e o «Othello» de Shakespeare, peças que foram representadas no Brasil, e muitos poemas franceses, nomeadamente as «Fêtes Galantes» e as «Poesias Escolhidas» de Verlaine. Jornalista e ensaísta, foi ele próprio poeta simbolista. Publicou: «Escombros Floridos» (1921), «Perfume e outros poemas» (1924), «Interior e outros poemas» (1927), «Espelho d' Água – Jogos da Noite» (1931), «Poesias» (1954), «Romanceiro» (1981).


Poema extraído daqui. Nota biobliográfica extraída de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

Mais poemas de Onestaldo de Pennafort: Quem Tinha Vindo Para Ser Escrava...; Canção

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2007-06-25

Canção - Onestaldo de Penafort

photo: roses (click on photo to enlarge)

Quando murmuro teu nome,
A minha voz se consome
Em ternura e adoração.

Quando teus olhos me olham,
Parece que se desfolham
As rosas de algum jardim.

Ó meu amor, se é preciso
Eu direi que o teu sorriso
É doce como um olhar.

Mas é preciso que eu diga,
Ó minha suave amiga,
Isso que sinto e tu vês,

Mas é preciso que eu diga?


Onestaldo de Pennafort Caldas (n. no Rio de Janeiro a 25 Jun 1902; m. em 1987).

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Quem tinha vindo para ser escrava... - Onestaldo de Pennafort

Odalisque with a Slave 1840 - Ingres, Jean-Auguste-Dominique
Oil on canvas mounted on panel, 29 3/8 x 39 3/8 in;
Fogg Art Museum, Harvard University, Cambridge, Massachusetts

Ela chegou, chegou-se a mim e disse
que tinha vindo para ser escrava.
E eu respondi-lhe que era uma tolice
aquela frase que ela murmurava.

Lembrei-lhe a triste história de Belkiss...
E ela, sem dar ouvido ao que escutava,
fechou os olhos e, num beijo, disse
que tinha vindo para ser escrava...

E eu, num gesto de pura maluquice,
ao vê-la assim, tão cheia de meiguice,
abri os braços para a que chegava...

sem pressentir que, por desgraça minha,
do meu destino ia ficar rainha
quem tinha vindo para ser escrava.

Onestaldo de Pennafort Caldas (n. no Rio de Janeiro a 25 Jun 1902; m. em 1987)

(extraído de A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe 2004).

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