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2010-02-10

Demónios - Aleksandr Pushkin

Galopam nuvens, rodam nuvens;
A lua a espaços alumia
A nevasca a rodopiar;
Preto é o céu, a noite breu.
Lá vou, lá vou, por campo aberto,
Guizos din-din a tilintar...
Nem que não queira mete medo,
Medo o descampado alvar!

«Arre, cocheiro, anda!...» - «E forças?
Isto está ruim para os cavalos;
A nevasca cola-me os olhos,
A neve atulha os atalhos;
Mato-me e não vejo o carreiro;
Perdemo-nos, sim! Tanto monta!
Estou que nos leva o diabo,
Faz-nos dar volta atrás de volta.»

«Olha o safado, como brinca:
Bufa e cuspinha-me na cara;
Agora atira prà ravina
O cavalinho tresloucado;
Ali transforma-se num poste
Que se espeta à minha frente;
Sumiu-se ali, era faísca
No vão da noite reluzente.»

Galopam nuvens, rodam nuvens,
A lua a espaços alumia
A nevasca a rodopiar;
preto é o céu, a noite breu.
Tanta volta que esmorecemos;
Calam-se os guizos de repente;
Pára o coche... «Ali, o que temos?» -
«Tronco ou lobo. Sabe lá a gente?»

Enrija a neve, a neve chora;
Sentidos, bramem os cavalos;
Saltam dois olhos para longe,
Luzem no escuro relâmpados.
Correm os bichos outra vez;
Din-din-din volta o guizalhar...
Bem vejo: ajuntam-se os demos
No meio do plaino alvar.

No jogo túrbido da lua,
Ajunta-se o bando horrendo,
Díspar, vasto, redemoinha
Como as folhas em Novembro...
Tantos! Por que vão espantados
E choram lastimosamente?
Será que se casa uma bruxa
Ou enterram algum duende?

Galopam nuvens, rodam nuvens;
A lua a espaços alumia
A nevasca a rodopiar;
Preto é o céu, a noite breu.
Enxame atrás de enxame, os demos
Pelo alto infinito vão,
Zunem, uivam, choram aflitos
Rasgando-me o coração.


Tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim

Aleksandr Sergeyevich Pushkin (Алекса́ндр Серге́евич Пу́шкин)(n. 6 Jun 1799 [O.S. May 26] – m .10 Fev 1837 [O.S. 29 Jan])

Ler do mesmo autor, neste blog: I loved you; Eu Amei-te; The Dream

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2009-06-06

I loved you /Ja vas ljubil - Aleksandr Pushkin

I loved you: and perhaps this love
in my soul has not yet died out;
But I do not wish it to trouble you any more:
I do not want to grieve you with anything.

I loved you silently, hopelessly,
now timid, now jealous;
May God grant that another someday will love you
as sincerely, as tenderly as I did.

Translation by Emily Ezust

Ja vas ljubil: ljubov' jeshchjo, byt' mozhet,
V dushe mojej ugasla ne sovsem;
No pust' ona vas bol'she ne trevozhit:
Ja ne khochu pechalit' vas nichem.

Ja vas ljubil bezmolvno, beznadezhno,
[To robost'ju, to revnost'ju tomim:]
Ja vas ljubil tak iskrenno, tak nezhno,
Kak daj vam Bog ljubimoj byt' drugim.

Alexander Sergeyevich Pushkin (Александр Сергеевич Пушкин), (n. em Moscovo 6 Jun 1799 [O.S. May 26] 1799–m. 10 Feb [O.S. January 29] 1837)

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Eu Amei-te - Aleksandr Pushkin


Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.

In "Qual é a minha ou a tua língua - Cem poemas de amor de outras línguas"
Organização de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim

Alexander Sergeyevich Pushkin (Александр Сергеевич Пушкин), (n. em Moscovo 6 Jun 1799 [O.S. May 26] 1799–m. 10 Feb [O.S. January 29] 1837)

Do mesmo autor: The Dream

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2008-10-01

Eu Amei-te - Alekandr Púshkin


Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.

In "Qual é a minha ou a tua língua - Cem poemas de amor de outras línguas"
Organização de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim

Aleksandr Púshkin (1799-1837)

Do mesmo autor: The Dream

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2008-06-07

The Dream - Aleksandr Pushkin

Not long ago, in a charming dream,
I saw myself -- a king with crown's treasure;
I was in love with you, it seemed,
And heart was beating with a pleasure.
I sang my passion's song by your enchanting knees.
Why, dreams, you didn't prolong my happiness forever?
But gods deprived me not of whole their favor:
I only lost the kingdom of my dreams.

Translated by Yevgeny Bonver, January, 2000

Aleksandr Pushkin [Алекса́ндр Серге́евич Пу́шкин](b. June 6 [O.S. May 26] 1799 in Moscow, Russian Empire; d. February 10 [O.S. January 29] 1837, in S. Petersburg)

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