Blog Widget by LinkWithin
Mostrar mensagens com a etiqueta Ana Hatherly. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ana Hatherly. Mostrar todas as mensagens

2015-05-08

HISTÓRIA DA MENINA LOUCA - Ana Hatherly

Procuraram toda a casa, toda a terra,
Ninguém a achava.
Ela estava no telhado atrás da chaminé,
Olhava as estrelas e cantava.
Estava tão feliz e sossegada!
Olhava as estrelas e cantava.

Meu Deus, está louca!
Vamos levá-la.

Estava tão feliz!
Olhava as estrelas e cantava...


Extraído de Cem Poemas Portugueses sobre a Infância - selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria, Terramar

Ana Hatherly naceu no Porto a 8 de maio de 1929

Read More...

2012-12-25

Natal - Ana Hatherly

O
que
a palavra
Natal
quis dizer é
o que continua
a querer dizer: a
celebração dum nascimento.
A celebração
porque um nascimento é
uma afirmação de vida, uma
afirmação de continuidade
de vida. O nascimento duma criança
deveria ser sempre ocasião para
alegria, júbilo, confiança. Mas a palavra
Natal-nascimento, que durante gerações
simbolizou o renascer da esperança
da salvação, hoje tem cada vez mais uma contrapartida
excessivamente dramática, pois hoje,
quantas são as crianças cujo nascimento é símbolo
de esperança e quantas são aquelas cujo nascimento
é símbolo de miséria, decadência, abandono? Para que
nascem as crianças hoje? Quem as faz nascer? Porque as
fazem nascer? Para quê as fazem nascer? Para que mundo?
Para que destino? Para que esperança? Para que lutas? Para que
sofrimentos? A misericórdia divina precisa do apoio dos homens.
Sejamos instrutivos para os que fazem nascer as crianças sem saberem
porquê e impiedosos para os que as fazem nascer para o desespero
e para o terror. Se o culto do Natal é o culto da criança salvadora da espécie,
da sociedade e do destino dos homens, então que se cuide da criança cuidando
do mundo para onde ela é trazida,
para o mundo onde ela terá de
viver, para que ela possa ser a continuada
afirmação da vida e da esperança.
Não se pode celebrar o símbolo
e descurar o seu fundamento

Ana Hatherly

Read More...

2011-01-06

Sem Amor - Ana Hatherly

Viver sem amor
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo.

É contemplar o não-acontecer
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se transforma
No recinto
De onde tudo se mudou.

Sem amor andamos errantes
De nós mesmos desconhecidos

Descobrimos que nunca se tem ninguém
Além de nós próprios
E nem isso se tem.

in Os dias do Amor, Um poema para cada dia do ano; recolha, selecção e organização de Inês Ramos; Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho. Ministério dos Livros.

Ana Hatherly nasceu no Porto em 1929.

Read More...