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2017-05-10

Luar do Sertão - Catulo da Paixão Cearense (na voz de Luiz Gonzaga)


Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...

Oh, que saudade do luar da minha tema
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia a nos nascer do coração

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...

Se Deus me ouvisse com amor e caridade
Me faria essa vontade, o ideal do coração:
Era que a morte a descontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite de luar do meu sertão

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão.

Catulo da Paixão Cearense ( São Luís, 8 de outubro de 1863 — Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946)

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2011-05-10

A flor do maracujá - Catulo da Paixão Cearense

Flor do Maracujá, André Dinis, daqui

Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?

Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá

Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui claridadi
Mais branco do que o luá

Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão

Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro

Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê

Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza

Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera

E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô

I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor

Eis aqui seu moço ou moça
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá.


Catulo da Paixão Cearense (São Luís, MA. 08 de Outubro de 1863; m. Rio de Janeiro, RJ. 10 de Maio de 1946)

Ler (e ouvir) do mesmo autor: Luar do Sertão (toada)

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2009-10-08

Luar do Sertão (toada) - Catulo da Paixão Cearense

imagem daqui


Não há ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Oh que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branqueando
Folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Se a lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega
Na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração

Se Deus me ouvisse
Com amor e caridade
Me faria essa vontade
O ideal do coração:
era que a morte
A descantar me surpreendesse
E eu morresse numa noite
De luar no meu sertão

Catulo da Paixão Cearense (n. São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863 — m. Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946)

Ouçamos uma versão na voz de Chitãozinho e Xororo


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