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2011-12-03

3-XII-1871 - Candido Guerreiro

Hoje perfaz 140 anos sobre o nascimento do poeta algarvio Cândido Guerreiro; deixamos aqui mais um poema deste autor, um soneto que ele escreveu precisamente sobre o dia do seu nascimento:

Mais alto que o rumor da grande cheia
Que a ribeira trazia, era o lamento
E o galopar das legiões do vento
Pelas vielas lôbregas da aldeia…

Era em Dezembro à noite, às onze e meia,
Quando isso aconteceu… Nesse momento
Entrou em casa um pássaro agoirento
E apagou com as asas a candeia.

Bateu o vento com mais força às portas,
E conta a minha mãe que, sobre o leito,
Da telha vã caíram pingas mortas…

Ao mundo vim assim tão malfadado…
De tarde houvera um temporal desfeito;
Nasceu à noite mais um desgraçado…

Francisco Xavier Cândido Guerreiro (nasceu em Alte no dia 3 de Dezembro de 1871; faleceu em Lisboa, no dia 11 de Abril de 1953).

Ler do mesmo autor, neste blog:
Do Meu Pequeno Quarto de Estudante
Porque Nasci ao Pé de Quatro Montes
A Minha Terra
HOMO

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2010-04-11

3-XII-1871 - Candido Guerreiro

Hoje passa mais um aniversário - o 57º. - do falecimento do poeta algarvio Cândido Guerreiro; deixamos aqui mais um poema deste autor, um soneto que ele escreveu sobre o dia do seu nascimento:

Mais alto que o rumor da grande cheia
Que a ribeira trazia, era o lamento
E o galopar das legiões do vento
Pelas vielas lôbregas da aldeia…

Era em Dezembro à noite, às onze e meia,
Quando isso aconteceu… Nesse momento
Entrou em casa um pássaro agoirento
E apagou com as asas a candeia.

Bateu o vento com mais força às portas,
E conta a minha mãe que, sobre o leito,
Da telha vã caíram pingas mortas…

Ao mundo vim assim tão malfadado…
De tarde houvera um temporal desfeito;
Nasceu à noite mais um desgraçado…

Francisco Xavier Cândido Guerreiro (nasceu em Alte no dia 3 de Dezembro de 1871; faleceu em Lisboa, no dia 11 de Abril de 1953).

Ler do mesmo autor, neste blog:
Do Meu Pequeno Quarto de Estudante
Porque Nasci ao Pé de Quatro Montes
A Minha Terra
HOMO

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2009-04-11

HOMO - Cândido Guerreiro (na passagem do 56º aniversário da morte do poeta Algarvio)

Penso. Verbo, sou uma voz sonora…
Abalo os mundos, pelo céu alastro…
Asa e fogo. Crepito e subo. Um astro
A arder, errante, pela noite fora.

Transcendo o infinito, Zoroastro,
Jesus ou Buda a procurar a aurora
Do dia eterno, enquanto a dor clamora:
- «Deus passou por aqui: segue-lhe o rastro…»

O soluço imortal! O grito amargo,
Vare embora os abismos, não me assombra
E arremesso-me além! mais alto! e ao largo!

E Deus? Como atingi-lo? Dilacero
A sombra onde se oculta e – ó desespero,
Ó voo inútil – não se acaba a sombra.

Francisco Xavier Cândido Guerreiro nasceu em Alte (Loulé) a 3 de Dezembro de 1871 e faleceu em Lisboa a 11 de Abril de 1953. Formado em Direito pela universidade de Coimbra, em 1907, renunciou à carreira diplomática, para não se afastar do seu Algarve, e dedicou-se ao notariado, primeiro em Loulé e, depois, em Faro (1923/41). Chegou a ser presidente da Câmara Municipal de Loulé. Foi essencialmente um sonetista, filosófico, pictural e erótico, oscilante entre um misticismo vagamente panteísta e um nacionalismo retórico. O seu melhor volume de «Sonetos» foi publicado em 1916.

Poema extraído daqui. Nota biobliográfica in «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

Ler do mesmo autor,neste blog:
Do Meu Pequeno Quarto de Estudante...
Porque Nasci ao Pé de Quatro Montes
A Minha Terra

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2008-12-03

Do Meu Pequeno Quarto de Estudante - Candido Guerreiro (lembrando o 127º. aniversário do poeta)

Imagem daqui

Cândido Guerreiro (nasceu em Alte, Algarve, no dia 3 de Dezembro de 1871, faleceu no dia 11 de Abril de 1953).

Ler do mesmo autor:
Porque Nasci ao Pé de Quatro Montes
A Minha Terra

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2008-04-11

Porque nasci ao pé de quatro montes... - Cândido Guerreiro

Porque nasci ao pé de quatro montes,
por onde as águas passam a cantar
as canções dos moinhos e das fontes,
ensinaram-me as águas a falar...

Eu sei a vossa língua, água das fontes...
Podeis falar comigo, águas do mar...
E ouço, à tarde, os longínquos horizontes
chorar uma saudade singular...

E, porque entendo bem aquelas mágoas
e compreendo os íntimos segredos
da voz do mar ou do rochedo mudo,

sinto-me irmão da luz, do ar, das águas,
sinto-me irmão dos íngremes penedos
e sinto que sou Deus, pois Deus é tudo...


Francisco Xavier Cândido Guerreiro nasceu em Alte (Loulé) a 3 de Dezembro de 1871 e faleceu em Lisboa a 11 de Abril de 1953. Formado em Direito pela universidade de Coimbra, em 1907, renunciou à carreira diplomática, para não se afastar do seu Algarve, e dedicou-se ao notariado, primeiro em Loulé e, depois, em Faro (1923/41). Chegou a ser presidente da Câmara Municipal de Loulé. Foi essencialmente um sonetista, filosófico, pictural e erótico, oscilante entre um misticismo vagamente panteísta e um nacionalismo retórico. O seu melhor volume de «Sonetos» foi publicado em 1916.

Soneto e Nota biobliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

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2007-12-03

A Minha Terra - Candido Guerreiro

foto: Nascer do sol daqui

Minha Terra embalada pelas ondas,
Lindo país de mouras encantadas,
Onde o amor tece lendas e onde as fadas
Em castelos de lua dançam rondas…

Oh meu Algarve, quero que me escondas…
Que na treva da morte haja alvoradas!
Hei-de sonhar com moiras encantadas,
Se eu dormir embalado pelas ondas…

Quando o sol emergir detrás da Serra,
Sempre será… da minha terra
A fecundar-me o chão da sepultura…

Ao pé dos meus, na minha aldeia querida,
A morte será quase uma ventura,
A morte será quase como a vida…

Francisco Xavier Cândido Guerreiro (n. em Alte a 3 Dez 1871; m. 11 Abr 1953).

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