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2012-11-04

Mais - Manuel Rui

Mais linda que a flor
de pôr no céu

Mais cedo que esta noite
antes do sol

Mais tarde do que sempre

Mais simples
do que amor.

Manuel Rui Monteiro nasceu em Nova Lisboa, actual Huambo, a 4 de Novembro de 1941

Ler do mesmo autor, neste blog:
Os Meninos de Huambo
Uma Onda

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2011-11-04

Os Meninos de Huambo - Manuel Rui, na voz de Ruy Mingas



(versão cantada por Ruy Mingas)

Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Do céu puxando as candentes mais bonitas

Com lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrela-letras para fazer novas palavras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrela-letras para fazer novas palavras

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Com os nomes mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Juntam FAPLA com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar

Divide a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo poder popular
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Assim contentes à voltinha da fogueira
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Novas palavras para fazer redacções
Capando a sislandeira ao machado
Para os meninos também são constelações
Constelações que brilham sempre sem parar
Palavras deste tempo sempre novo
Multiplicam o vento pelo poder popular
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade.

***

Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia

Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar

Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo

Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo



Manuel Rui Monteiro nasceu em Nova Lisboa, actual Huambo, a 4 de Novembro de 1941

Ler do mesmo autor, neste blog:
Uma Onda

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2008-11-04

UMA ONDA - Manuel Rui

Onda foto de Marco Aurelio Ferreira daqui

1

Uma onda
é amar-te e medo
ciúme deste mar
tan-tan do meu naufrágio
numa canoa de pétala
de acácia

2
Uma jangada
que me tragas feita
de troncos de palmeira
ou de um barco de negreiros
afundado
e dentro de uma concha
uma notícia

3
Amar-te é esta distância
e junto ao mar
senti-lo viajado
azul e com estrondo

4
Amar-te é uma fogueira
sobre a onda
sítio de uma lavra
de milho ou mandioca
na areia que me foge
sob a espuma

5
Amar-te é isto
com o teu perdão
não agarrar a onda
e mastigar-lhe o sal
que apenas sei
ter já beijado
a tua praia

6
Uma onda
que penso.
Outra em que reparo.
A mesma em que pensei
e que retorna ao mar.

7
Porque ficar a onda
— o impossível
(dizem que não havia
mar
remos de sol
nem barcos afundados).


Manuel Rui Alves Monteiro (n. no Huambo a 4 Nov. 1941)

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