Blog Widget by LinkWithin
Mostrar mensagens com a etiqueta Delfim Guimarães. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Delfim Guimarães. Mostrar todas as mensagens

2016-08-04

O Infante de Sagres - Delfim Guimarães

Tarefa gigantesca e vasta empresa
A que toda a existência consagraste,
Tão conforme à divisa que adoptaste,
Filho excelso da terra portuguesa!

O tenebroso mar tu dominaste,
Numa campanha audaz, com a firmeza
Da tua ardente fé, a alma acesa
No sonho generoso que sonhaste.

Os mistérios do ignoto desvendando,
A nossa terra foste acrescentando
Com novas ilhas, férteis regiões...

Graças ao teu esforço inteligente,
Um obscuro rincão de pobre gente
Tornou-se o berço ilustre de Camões!

Delfim de Brito Monteiro Guimarães (n. no Porto a 4 de agosto de 1872, m. na Amadora a 6 de julho de 1933)

Read More...

2015-08-04

Feiticeira - Delfim Guimarães

Nunca lhe confessara o amor ardente
Que ela em mim despertou, mal eu a vira;
Escondia-o no peito, avaramente,
Receando que alguém mo descobrira

Guardava-o p'ra comigo unicamente...
Arrancar-mo? Ninguém o conseguira!
Dizer-lho a ela? Nem sequer à mente
Essa ideia, confesso, me acudira.

Mas certo dia, em seu olhar tão doce
Vi fulgir um clarão, o quer que fosse
Que me intrigou...Interroguei-a a medo,

E soube então, surpreso e alvoroçado,
Que os seus olhos haviam desvendado
O que eu na alma guardava: o meu segredo!


in «Os Dias do Amor, um poema para cada dia do ano», recolha, selecção e organização de Inês Ramos, Ministério dos Livros

Delfim de Brito Guimarães (n. no Porto, em 4 de agosto de 1872; m. na Amadora em 6 de julho de 1933).

Ler do mesmo autor, neste blog:
A Primeira Palavra
A Hora da Partida
A Cor do Cabelo

Read More...

2014-08-04

A cor do cabelo - Delfim Guimarães

foto: Bébé daqui

Para ficar arquivado
No álbum da sua infância
Rescendente de fragrância
Um caracol foi cortado
Ao seu cabelo anelado.
Quando mais tarde, a distância
Bébé recordar a estância
Mais bela do seu passado
É natural que folheie
Este livro, e então se enleie
Num profundo meditar...
Como a côr do seu cabelo
Mudou tanto... foi o gelo
Do inverno que a fez mudar!

Delfim de Brito Guimarães (n. no Porto, em 4 de Agosto de 1872; m. na Amadora em 6 de Julho de 1933).


Ler do mesmo autor, neste blog:
Feiticeira
A Primeira Palavra
A Hora da Partida

Read More...

2010-08-04

A Hora da Partida - Delfim Guimarães

photo from here

Ai, a hora cruel da despedida
e as lágrimas choradas nesse instante!
Fazem mais do que lâmina cortante
os soluços que ouvimos à partida...

Hora triste, hora amarga e dolorida,
que se eterniza... e corre galopante;
momento inolvidável, cruciante,
que, num sopro, nos rouba anos de vida!

Muito custa sair a barra fora,
deixando o coração, pois, muito embora
a gente conte em breve regressar,

quem poderá prever, quando partimos,
por quanto tempo nós nos despedimos,
se porventura havemos de voltar?!


Poema extraído de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.

Delfim de Brito Monteiro Guimarães (n. no Porto a 4 Ago 1872, m. na Amadora a 6 de Jul 1933)

Ler do mesmo autor, neste blog:
Feiticeira
A Primeira Palavra
A Cor do Cabelo

Read More...

2010-07-06

Feiticeira - Delfim Guimarães

Nunca lhe confessara o amor ardente
Que ela em mim despertou, mal eu a vira;
Escondia-o no peito, avaramente,
Receando que alguém mo descobrira

Guardava-o o'ra comigo unicamenre...
Arrancar-mo? Ninguém o conseguira!
Dizer-lho a ela? Nem sequer à mente
Essa ideia, confesso, me acudira.

Mas certo dia, em seu olhar tão doce
Vi fulgir um clarão, o quer que fosse
Que me intrigou...Interroguei-a a medo,

E soube então, surpreso e alvoroçado,
Que os seus olhos haviam desvendado
O que eu na alma guardava: o meu segredo!


in «Os Dias do Amor, um poema para cada dia do ano», recolha, selecção e organização de Inês Ramos, Ministério dos Livros

Delfim de Brito Guimarães (n. no Porto, em 4 de Agosto de 1872; m. na Amadora em 6 de Julho de 1933).

Read More...

2009-08-04

A Primeira Palavra - Delfim Guimarães

Extraído daqui

Esta página regista
Uma palavra somente
Um vocábulo fulgente
As primícias de um artista…

Formosa como uma ametista,
Como um cristal transparente
É vibrante e elanguescente,
Fere o ouvido e prende a vista

Com muito esfôrço e canceira,
Esta palavra fagueira
Nasceu nuns risonhos lábios…

E - na opinião dos paes
De Bebé – vale bem mais
Do que as produções dos sábios!

Delfim de Brito Guimarães (n. no Porto, em 4 de Agosto de 1872; m. na Amadora em 6 de Julho de 1933).

Ler do mesmo autor: A Hora da Partida; A Cor do Cabelo

Read More...

2008-08-04

A cor do cabelo - Delfim Guimarães

foto: Bébé daqui

Para ficar arquivado
No álbum da sua infância
Rescendente de fragrância
Um caracol foi cortado

Ao seu cabelo anelado.
Quando mais tarde, a distância
Bébé recordar a estância
Mais bela do seu passado
É natural que folheie
Este livro, e então se enleie
Num profundo meditar...
Como a côr do seu cabelo
Mudou tanto... foi o gelo
Do inverno que a fez mudar!

Delfim de Brito Guimarães (n. no Porto, em 4 de Agosto de 1872; m. na Amadora em 6 de Julho de 1933).

Ler do mesmo autor A Hora da Partida

Read More...

2007-07-06

A Hora da Partida - Delfim Guimarães

photo from here


Ai, a hora cruel da despedida
e as lágrimas choradas nesse instante!
Fazem mais do que lâmina cortante
os soluços que ouvimos à partida...

Hora triste, hora amarga e dolorida,
que se eterniza... e corre galopante;
momento inolvidável, cruciante,
que, num sopro, nos rouba anos de vida!

Muito custa sair a barra fora,
deixando o coração, pois, muito embora
a gente conte em breve regressar,

quem poderá prever, quando partimos,
por quanto tempo nós nos despedimos,
se porventura havemos de voltar?!


Delfim de Brito Monteiro Guimarães (n. no Porto a 4 Ago 1872, m. na Amadora a 6 de Jul 1933)

Read More...