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quinta-feira, outubro 07, 2010

EL CHUNCHO - QUIEN SABE? (1966)

O MERCENÁRIO



Um filme de DAMIANO DAMIANI


Com Gian Maria Volonté, Lou Castel, Klaus Kinski, Martine Beswick


ITÁLIA / 135 min / COR / 16X9 (2.35:1)


Estreia em Itália a 7/12/1966
Estreia em Portugal a 31/5/1968 
(Lisboa, cinema Condes)


El Chuncho: [to a beggar he gave money to earlier]
“Don't buy bread with that money, hombre! Buy dynamite! Dynamite! “


“El Chuncho – Quien Sabe?”, também conhecido em língua inglesa por “A Bullet For The General”, é uma agradável surpresa dentro do género que se convencionou chamar de western-spaghetti. Três proeminentes figuras do cinema político italiano dos anos 60 e 70 dão aqui o seu precioso contributo: o realizador Damiano Damiani, o escritor Franco Solinas e o actor Gian Maria Volonté, todos eles conotados com a ala esquerda. Não admira portanto que, para além do seu grande valor de entretenimento, “Quien Sabe?” seja na realidade um filme de âmago político ao denunciar a ingerência ianque na política dos países sul-americanos. Neste caso particular a acção passa-se no México e, por causa dessa variante territorial, nascia aqui uma sub-designação para o género – o “Zapata Western”.
No pico da revolução mexicana um grupo de bandidos liderado por El Chuncho (Gian Maria Volonté) dedica-se à pilhagem e à angariação de armas que posteriormente vendem ao General Elias, líder da oposição ao governo instituído, o qual é apoiado pelos Estados Unidos. Bill Tate (Lou Castel), um mercenário gringo, tem a missão de se infiltrar no bando para assim poder chegar perto do General e o assassinar. O “Niño”, como passa a ser conhecido, consegue os seus intentos e tenta aliciar El Chuncho para as mordomias que só o dinheiro consegue comprar.
Para além da sua vertente política, “Quien Sabe? é um típico western-spaghetti – divertido, irreal, cheio de personagens excessivas que continuamente se encontram envolvidas em situações picarescas, num universo bem diferente dos clássicos westerns americanos, onde por certo não caberia a figura de um John Wayne, por exemplo (o "Duke" seria rapidamente morto à traição por um qualquer daqueles loucos assassinos, que nem lhe daria o ensejo para o glamour de um duelo final). Um grande e divertido filme, com música de Luis Bacalov (supervisionada por Ennio Morricone) e que em boa hora a Prisvideo resolveu editar em DVD, numa cópia de excelentes matizes cromáticas.