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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Perguntem ao Polícia - The Detection Club [Opinião]

Título: Perguntem ao Polícia
Autores: The Detection Club
Editor: Edições Asa
Páginas: 312
Coleção: Crime À Hora do Chá
PVP: 14,90€

Sinopse: 
Lord Comstock, o tirânico magnata da imprensa, é assassinado na sua casa de campo, o que deixa o ministro do Interior britânico perante um enorme dilema. Não era segredo nenhum que Comstock tinha uma longa lista de inimigos. Para complicar ainda mais as coisas, recebeu, poucas horas antes de morrer, a visita de um arcebispo, de um político, e de uma figura proeminente da Scotland Yard. Uma vez que a suspeita recai sobre todos, é quase impossível conduzir a investigação de forma imparcial. O ministro resolve então recorrer à ajuda de quatro detetives de renome: Mrs. Adela Bradley, Sir John Saumarez, Mr. Roger Sheringham e Lord Peter Wimsey. Todos diferentes, todos competentes, todos ilustres - e nenhum deles disposto a recorrer à polícia…

Um policial escrito a várias mãos não é tarefa fácil, mas os membros do Detection Club provaram mais uma vez serem capazes de combinar esforços com mestria e humor. Para além de uma introdução de Martin Edwards e de um maravilhoso prefácio de Agatha Christie, Perguntem ao Polícia conta com a colaboração de Anthony Berkeley, Milward Kennedy, Gladys Mitchell, John Rhode, Dorothy L. Sayers e Helen Simpson.

A minha opinião: 
Depois de Quem Matou o Almirante?, publicado em 2014, a coleção Crime à Hora do Chá aposta novamente na escrita a várias mãos do The Detection Club com este Perguntem ao Polícia. Lembro-me de já não ter ficado maravilhada com o anterior livro, mas este Perguntem ao Polícia deixou-me ainda mais decepcionada. E eu que já estou fã desta série...

Mas parece que não sou a única. Já naquela época Agatha Christie tecia duras críticas a alguns membros do clube, do qual também ela fazia parte. Este foi o quarto livro do clube, criado três anos antes e apenas seis membros (a rainha do policial já não entrou neste) o escreveram. Mesmo assim achei-o bastante confuso talvez por trocarem de detectives sempre que era um autor novo a escrever. No fim de cada capítulo estava o caso solucionado, com a justificação do crime bem fundamentada e descoberto o assassino, sempre diferente em cada caso. Confuso?



Mas vamos à história. Lord Comstock, magnata da imprensa não muito querido, é assassinado na sua própria casa. Naquela altura estavam dentro da propriedade quatro pessoas, logo quatro suspeitos. Farrant e Mills, mordomo e secretário respectivamente, estavam na casa e não se dão lá muito bem. Farrant, acusa inclusive o colega de ter sido despedido pelo colega por, alegadamente ter vendido informação aos jornais rivais.

Juntamente com os dois empregados esteve naquela casa Sir Charles Hope-Fairweather e Littleton, este último polícia na Sctoland Yard.

A primeira parte, onde é explicada a morte e os suspeitos é toda relatada por Sir Peter, personagem de John Rhode. A segunda parte surge pelas mãos de Helen Simpson com a personagem Mrs. Bradley a tentar resolver o caso, numa espécie de Miss Marple. E sucessivamente entram as personagens dos outros quatro escritores que faltam. Confesso que as que mais gostei de ler foram as de Helen Simpson e de Dorothy L. Sayers com o seu Mr. Roger Sheringham, mas mesmo assim não me encheram as medidas.

Perguntem ao Polícia parte de uma premissa engraçada. Juntar escritores que têm a paixão pelo crime, e juntamente com as personagens principais do seus próprios livros tentarem resolver um assassinato à sua maneira, mas o resultado não foi o mais brilhante.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quem Matou o Almirante? - The Detection Club [Opinião]

Título: Quem Matou o Almirante?
Crime à Hora do Chá - Volume 5
Autor: Vários
Tradução: Mário Dias Correia
Páginas: 344
Coleção: Crime À Hora do Chá
PVP: 13, 90€

Sinopse:
O inspetor Rudge não se depara com muitos crimes na pacata vila costeira de Whynmouth. Por isso, quando um cadáver é encontrado num barco à deriva, a sua perplexidade é total. Os obstáculos multiplicam-se.
Torna-se óbvio que o vigário da vila, infeliz dono do barco, não está a contar tudo o que sabe. A sobrinha da vítima desaparece… e até a identidade do próprio morto é posta em causa. Perante tantas pistas contraditórias, o perplexo inspetor começa a questionar o número de pessoas envolvidas no crime extraordinário e, pior, se conseguirá um dia desvendá-lo.

Em 1931, Agatha Christie, Dorothy L. Sayers, G.K. Chesterton e outros membros notáveis do lendário The Detection Club juntaram os seus talentos na escrita de um único mistério. As regras do desafio ditaram que cada autor escrevesse um capítulo, deixando para G.K Chesterton a escrita de um paradoxal prólogo e nas mãos de Anthony Berkeley a tarefa de atar as pontas soltas. No final, cada um dos escritores entregou a "sua" solução para o mistério num envelope fechado.


A minha opinião: 
Em 1931 um grupo de escritores de livros policiais juntou-se e formou The Detection Club. Depressa partiram para a escrita de um livro por estafetas e assim surgiu Quem Matou o Almirante?

Este género de romance por estafetas já não é para mim desconhecido. Comecei com O Código d'Avintes escrito por uma grupo de escritores portugueses (Rosa Lobato de Faria, Mário Zambujal, Luísa Beltrão, Alice Vieira, José Fanha, João Aguiar, José Jorge Letria) e fiquei rendida ao género, de tal forma que li todos (e foram poucos) os romances publicados por este conjunto de escritores.

Daí que quando vi que o 5.º livro da série de Crime à Hora do Chá seria um livro escrito neste formato e tendo como um dos escritores a minha autora preferida de policiais Agatha Christie tivesse ficado em pulgas para lê-lo.

O que mais gosto neste género de livros é descortinar a imaginação de um determinado autor, que de um momento para o outro pode mudar completamente o rumo da história, deixando-nos um pouco à deriva. Mas isso mesmo que eu admiro.

Tudo começa quando o cadáver do almirante Penistone é encontrado num barco à deriva no rio. É encontrado por um homem experiente em correntes Neddy Ware que, apesar de velho, coloca dúvidas em relação ao assassinato e à própria vítima. Depressa se começa a investigar o crime, e se chega à conclusão que o almirante tinha estado na anterior noite num jantar em casa do vigário, juntamente com a sua sobrinha, que trajava um bonito vestido branco. Ao que tudo indica a sobrinha regressou com ele a casa, mas as suas declarações são ambíguas assim como as do próprio vigário, que se tornam por demais evidentes. Ambos, se bem que de forma não planeada entre ambos e sem qualquer relação, escondem algo que não desejam que seja tornado público.

Em cada capítulo. constituído e escrito por um autor diferente, é-nos revelado pistas do que será que as personagens, e principais suspeitos podem esconder, mas como tudo muda no capítulo seguinte, faz com que tenhamos pensado anteriormente seja deitado por terra. O que pode deixar o leitor um pouco à deriva...

Dúvidas em relação às marés, em relação ao desaparecimento do vestido, ao corte das cordas do barco onde o almirante foi encontrado, para onde o vigário foi e o que foi fazer estão sempre presentes na narrativa e só no final do livro é que tudo vai sendo explicado. Os autores brindam-nos ainda com vários finais possíveis embora quase todos sejam convergentes em relação ao assassino.

Gostei.


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