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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Objectos Cortantes - Gillian Flynn [Opinião]

Título: Objetos Cortantes
Autor: Gillian Flynn
Editor: Gótica
Páginas: 320

Sinopse:
Recém-chegada de um internamento breve num hospital psiquiátrico, Camille Preaker tem um trabalho difícil entre mãos. O jornal onde trabalha envia-a para a cidade onde foi criada com o intuito de fazer a cobertura de um caso de homicídio de duas raparigas.
Há anos que Camille mal fala com a mãe, um mulher neurótica e hipocondríaca, e quase nem conhece a meia-irmã, uma bela rapariga de treze anos que exerce um estranho fascínio sobre a cidade.
Agora, instalada no seu antigo quarto na mansão vitoriana da família, Camille dá por si a identificar-se com as vítimas. As suas pistas não a conduzem a lado algum e Camille vê-se obrigada a desvendar o quebra-cabeças psicológico do seu passado para chegar ao cerne da história. Acossada pelos seus próprios fantasmas, terá de confrontar o que lhe aconteceu anos antes se quiser sobreviver a este regresso a casa.

A minha opinião: 
Comprei Objectos Cortantes há alguns anos, e não há qualquer razão válida para nunca ter pegado nele, até porque adorei os outros livros de Gillian Flyn.
Com a chegada da série a curiosidade despertou e, como gosto sempre de ler os livros antes, parti para a sua leitura com muita curiosidade.

Foi o primeiro livro de Gillian Flynn e tem como protagonista Camille Preaker, uma jornalista medíocre, de um jornal de província, que se refugia na bebida para esquecer a sua própria vida.
Perante o assassinato de uma menina na cidade natal de Camille e do desaparecimento de uma outra, o director do jornal vê ali uma oportunidade de mandar a sua jornalista para aquela cidade pequena a fim de fazer um furo jornalístico.

Meio renitente em aceitar a proposta do seu superior, Camille vê-se quase obrigada a aceitar o convite e parte para a cidade que há uns anos lhe deixou marcas profundas. Marcas no sentido literal.

Foi lá que a sua irmã morreu, e é lá que ainda continua a viver a sua mãe, com quem sempre manteve uma relação complicada, e a sua nova família. Camille tem agora uma outra irmã, fruto de uma segunda relação da mãe, que mal conhece.

Os dados estão lançados para que a história corra bem. Flynn escreve bem, e a somar a isso sabe criar um enredo forte, de forma a criar no leitor vários tipos de sentimentos. O primeiro passa pelas personagens, todas elas cheias de defeitos e que serão difíceis de agradar. Mas é precisamente isso que me fez gostar deste livro.
Estranho? Talvez. Mas gosto de livros assim, com personagens atípicas, mas que tragam histórias. Mesmo que essas histórias sejam perturbadoras e macabras.

A história principal que leva Camille a Wind Gape vai sendo relegada para segundo plano quando começamos a descortinar a vida da família da jovem protagonista. E isso é que é que faz este livro tão diferente e único.
Adorei.

A série: 
Relativamente à série, e apesar de todo o buzz em volta dela, não fui capaz de ir além do segundo capítulo. E mesmo assim adormeci em ambos. Detestei Amy Adams, bastante mais velha que a personagem criada por Flynn, e achei toda a história muito parada e nada atrativa.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Pequenos Vigaristas - Gillian Flynn [Opinião]

Título: Pequenos Vigaristas
Autor:
Gillian Flynn
Género: narrativa curta
N.º de páginas: 80
PVP: 9,90

Sinopse
Uma jovem astuta tenta sobreviver num universo marginal, mas sobretudo inofensivo. Numa manhã chuvosa de abril, está a ler Palmas Espirituais quando chega a Susan Burke. Excelente observadora do comportamento humano, a nossa narradora faz imediatamente o diagnóstico: uma mulher rica e infeliz, ansiosa por um pouco de drama e de emoção. Mas quando vai visitar a estranha casa vitoriana onde Susan vive, e que é a causa do seu terror e angústia, percebe que talvez já não seja preciso fingir que acredita em fantasmas… Miles, o enteado de Susan, também não ajuda. Não tarda a que os três se debatam para descobrir onde reside efetivamente o mal, e se existe alguma possibilidade de fuga.

A minha opinião: 
O conto não é, de todo, o meu género literário preferido. Mas como o livro era de Gillian Flynn fiquei muito curiosa e desejosa de começar a lê-lo.

Com um começo peculiar e até com algum humor à mistura, depressa me apaixonei pela personagem principal, uma jovem que, desde muito nova teve de aprender a fazer pela vida, já que a mãe dela era uma delinquente, pedinte, cuja única ordem que dava à filha desde pequena era que ela pedisse, e pedisse bem.

"Quer dizer, eu preferia ser bibliotecária, mas preocupa-me não ser um trabalho estável. Os livros podem ser temporários; as pilas são para sempre." pag. 19

Astuta e ambiciosa, a protagonista passa de pedinte a masturbadora de homens. Função que, mais tarde, acumula com a de vidente. Dotada de uma excelente capacidade para ludibriar os outros, a personagem consegue sair-se bem. Até que conhece Susan Burke e o seu enteado.

Quando descobre que o mal estar de Susan Burke pode estar na casa vitoriana, ou no seu enteado sociopata, a vigarista não consegue disfarçar. Dividida entre quem acreditar, entra numa espiral de medo.

Apesar de curto, e de deixar o final em aberto, (o que pode deixar alguns leitores desagradados) eu adorei este "Pequenos Vigaristas", um conto escrito a pedido de George R. R. Martin para ser parte integrante da antologia “Rogues”.

Com três personagens complexas, ambíguas, e com uma história um tanto ou quanto dúbia, o que imprime um interesse ainda maior à narrativa, eu simplesmente adorei este livro e só posso recomendar. E o final em aberto que nos deixa a pensar sobre o final da trama ainda lhe dá maior realce.
Muito bom.




terça-feira, 19 de novembro de 2013

Em Parte Incerta - Gillian Flynn [Opinião]

Título: Em Parte Incerta
Autor: Gillian Flynn
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 520
PVP: 17,70€

Sinopse:
Uma manhã de verão no Missouri. Nick e Amy celebram o 5º aniversário de casamento. Enquanto se fazem reservas e embrulham presentes, a bela Amy desaparece. E quando Nick começa a ler o diário da mulher, descobre coisas verdadeiramente inesperadas…
Com a pressão da polícia e dos media, Nick começa a desenrolar um rol de mentiras, falsidades e comportamentos pouco adequados. Ele está evasivo, é verdade, e amargo - mas será mesmo um assassino?
Entretanto, todos os casais da cidade já se perguntam, se conhecem de facto a pessoa que amam. Nick, apoiado pela gémea Margo, assegura que é inocente. A questão é que, se não foi ele, onde está a sua mulher? E o que estaria dentro daquela caixa de prata escondida atrás do armário de Amy?

Com uma escrita incisiva e a sua habitual perspicácia psicológica, Gillian Flynn dá vida a um thriller rápido e muito negro que confirma o seu estatuto de uma das melhores escritoras do género. 
A minha opinião:
Gillian Flynn tem a mestria de nos fazer odiar completamente uma personagem no início da sua descrição e pouco tempo depois passar a compreendê-la e a entender a sua forma de agir. Se em Lugares Escuros constatei tal facto, aqui é por demais evidente.

Como adorei Lugares Escuros e depois de ter lido excelentes críticas por parte da blogosfera peguei no Em Parte Incerta com expectativas muito altas. Quem leu os dois livros achou, na sua maioria, este muito melhor. Pois bem, eu não.

Durante as 520 páginas, achei o livro por vezes maçudo, a girar em volta do mesmo, mostrando duas personagens completamente desprezíveis à sua maneira, não criando empatia com nenhuma delas. No entanto, fiquei surpreendida com o volte-face na história, quando chega a vez de Amy relatar a sua vida, tal qual como os seus olhos a veem.

Nem sei como escrever a minha opinião sem me contradizer.

Nick é um homem originário de uma localidadezinha situada na margem do Mississipi que parte para Nova Iorque com o único intuito: ser escritor. É aí que conhece Amy, a Incrível Amy dos livros infantis (qual Anita dos nossos tempos). Apaixonam-se e vivem uma vida aparentemente normal até que Nick perde o emprego na revista onde trabalha e tudo se desmorona. Com a mãe doente, Nick decide, pelos dois, que tem de voltar para a terra natal, um local onde nada se faz, e que está às moscas, mostrando a crise que também paira pelas terras do tio Sam.

Essa envolvência vai mudar os sentimentos de cada um, sobretudo de Nick e vai fazer vir ao de cima o que de pior há numa pessoa. O não aceitar como as coisas são.

Completamente mimada pelos pais, Amy é uma filha muito desejada. Pegaram em Amy como pessoa e contruiram uma personagem de livro infantil, tornando Amy num sonho de criança. Tudo isso vai fazer com que Amy seja o que realmente é. E depressa se percebe muita coisa que vai acontecendo ao longo do livro.

Dividido em três partes que se vão desenrolando lentamente, primeiro Nick, depois Amy e depois a conclusão, o final, Em Parte Incerta vai-nos mostrando que nem tudo o que parece é, fazendo-nos meditar do que é a justiça, do valor que as provas têm numa investigação e do poder de persuasão de algumas pessoas.
Em suma, gostei da ideia, gostei da forma como as coisas se foram desenrolando. Não gostei da quantidade de "palha" que podia muito bem ter sido abreviada, e não gostei nem um bocadinho das personagens (mas isso é que fez com que gostasse ainda mais do livro).


Excerto:
"A verdade é maleável; só precisamos de escolher o perito certo."



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Lugares Escuros - Gillian Flynn [Opinião]

Título: Lugares Escuros
Autor: Gillian Flynn
Editora: Bertrand
N.º de Páginas: 416
PVP: 17,70€

Sinopse:
«Tenho uma ruindade dentro de mim, palpável como um órgão.»
Libby tinha sete anos quando a mãe e as duas irmãs foram assassinadas no «Sacrifício a Satanás de Kinnakee, no Kansas». Enquanto a família jazia agonizante, Libby fugiu da pequena casa da quinta onde viviam e mergulhou na neve gelada de janeiro. Perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, mas sobreviveu e ficou célebre por testemunhar contra Ben, o irmão de quinze anos, que acusou de ser o assassino.
Passados vinte cinco anos, Ben encontra-se na prisão e Libby vive com o pouco dinheiro de um fundo criado por pessoas caridosas que há muito se esqueceram dela.
O Kill Club é uma macabra sociedade secreta obcecada por crimes extraordinários. Quando localizam Libby e lhe tentam sacar os pormenores do crime (provas que esperam vir a libertar Ben), Libby engendra um plano para lucrar com a sua história trágica. Por uma determinada maquia, estabelecerá contacto com os intervenientes daquela noite e contará as suas descobertas ao clube… e talvez venha a admitir que afinal o seu testemunho não era assim tão sólido.
À medida que a busca de Libby a leva de clubes de striptease manhosos no Missouri a vilas turísticas de Oklahoma agora abandonadas, a narrativa vai voltando atrás, à noite de 2 de janeiro de 1985. Os acontecimentos desse dia são recontados através da família de Libby, incluindo Ben, um miúdo solitário cuja raiva contra o pai indolente e pela quinta a cair aos pedaços o leva a uma amizade inquietante com a rapariga acabada de chegar à vila.
Peça a peça, a verdade inimaginável começa a vir ao de cima, e Libby dá por si no ponto onde começara: a fugir de um assassino. 

A minha opinião: 
Lugares Escuros é a minha estreia com Gillian Flynn. Apesar da maior parte das críticas (na sua maioria positivas) que li de Em Parte Incerta, publicado este ano, e de ter o livro na minha estante, não havia ainda tido oportunidade de pegar nele. Até que surgiu mais esta novidade, novamente publicada pela Bertrand, para conseguir ler Gillian Flynn.

A 2 de Janeiro de 1985 a mãe e as duas irmãs de Libby Day são assassinadas ao que tudo indica sob as espécie de um ritual satânico. A filha mais nova, Libby escapa por pouco. Pressentindo o que está a acontecer em sua casa, na madrugada desse fatídico dia, Libby consegue fugir do massacre, palmilhando alguns metros de neve, o que faz com que fique sem alguns dedos das mãos e pés. Ben também escapa e logo logo é apontado como o causador de todo esse massacre.

Os Day são uma família completamente marginalizada. Patty Day, a mãe, é dona de uma quinta decrépita, cuja penhora é eminente. Runner, o pai dos seus filhos é um homem desprezível: louco, bêbado e violento. e os quatro filhos vão mostrar, cada um, defeitos que poderão ser normais da convivência (rara) que têm com o progenitor, mas também a carência de afectos, de alimentos e de um pouco de tudo.

Não consegui simpatizar com nenhum dos Day, mas isso não me fez odiar o livro. Pelo contrário. O facto de todos eles terem algo sombrio, algo a esconder e ao mesmo tempo a descobrir, despertou-me a curiosidade e a vontade de querer saber mais.

Lugares Obscuros é contado na primeira pessoa por Libby Day, na actualidade, mas contém também relatos sobre aquele dia fatídico sob a "voz" de Ben e de Patty Day. Só assim conseguimos perceber o desenrolar da história e também as angústias por que passaram naquele dia. Todos os acontecimentos que se desenrolaram vão ser pertinentes para o final da história.

Aquela noite fatídica não foi apenas má para os que morreram naquela noite. Também Liiby e Ben morreram um pouco naquela noite. Libby, de apenas 7 anos, vai ter um depoimentos preponderante para a condenação do seu irmão Ben, mesmo que na investigação surjam lacunas que poderiam levantar dúvidas quanto ao que uma menina de apenas sete anos, que mostrou não ter estado completamente presente em casa, disse. No entanto, é bom lembrar que em 1985 a investigação dos casos não era tão desenvolvida como hoje em dia...

Actualmente Libby mostra ser uma mulher sem rumo, vivendo apenas da caridade de um grupo de pessoas que lhe foi depositando dinheiro numa conta para que pudesse sobreviver, a par das vendas de um livro que escreveu a contar o massacre. Até que surge uma carta, com um pedido no mínimo estranho. A troco de uma quantia irrisória Libby aceitaria estar presente num clube estranho, o Kill Club que tinha como membros pessoas que gostam de solucionar crimes antigos, cujas investigação não terá sido satisfatória. É aqui que conhece Lyle, que a faz questionar sobre muitas das coisas que aconteceram naquela noite, levando-a a prometer encontrar-se com as pessoas que, de uma maneira ou de outra, estiveram envolvidas no desenrolar daquele dia. E é aqui que o livro se torna ainda mais interessante. 
 
De uma forma sombria, mas bastante descritiva, Gillian Flynn fez com que não conseguisse parar de ler o livro. O seu final foi surpreendente tendo-me deixado com cara de espanto com o desvendar do crime. 
O lado satânico de alguns personagens, o amor adolescente e pré-adolescente e os depoimentos das pessoas mais jovens pode levar a uma conclusão, que por vezes, nem sempre é a real. 
Mostra o que muitas vezes o planeado nem sempre sai como esperávamos...



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