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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Jogo Mortal - Bruno M. Franco [Opinião]

 

Título: Jogo Mortal
Autor: Bruno M. Franco
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 528

Sinopse: 
Quando aceitou a ficha de casino com uma inscrição que o rapaz da bicicleta lhe deu, Helena não sabia que a sua vida ia mudar para sempre. Quando clicou no site que prometia dinheiro fácil, ela não sabia que se veria enredada num dos jogos mais doentios e mortais de sempre. Quando começam a aparecer pessoas assassinadas, os inspetores da PJ Leonardo Rosa e Marta Mateus são chamados a investigar. E o que descobrem é muito maior do que teriam imaginado.

Neste segundo livro da saga «Mortal», os inspetores preferidos dos leitores portugueses voltam a trabalhar juntos ao mesmo que tempo que têm de lidar com o que sentem em relação um ao outro. Leonardo, viúvo, começou a ver a colega, a inveterada solteira Marta, de uma forma diferente. Conseguirão eles ultrapassar todas as mágoas passadas e trabalhar rapidamente para impedir mais mortes?
Atreve-se a ler?

Depois de Segredo Mortal muita coisa aconteceu na vida de Bruno Franco. Uma delas foi a mudança de editora, o que granjeou ainda mais projeção, visto a Penguin ser um grupo maior. No entanto, tal acontecimento não o fez interromper a saga "Mortal". Em o Jogo Mortal Bruno traz de volta a dupla de detetives Leonardo e Marta e uma investigação inusitada e completamente viciante.

Inusitada porque num país de brandos costumes como o nosso, os crimes não costumam ser tão rebuscados.

Numa mistura de Squide Games e Hunger Games o Jogo Mortal faz levantar diversas questões morais da qual se destaca o valor da vida humana. Até que ponto estaríamos dispostos a matar para termos tudo o que queremos na vida.

Nesta espécie de jogo vão ter protagonismo duas personagens fundamentais. A jovem Helena, estudante do secundário, que vê os seus sonhos desmoronarem com o despedimento do pai. Depois de ter perdido o emprego este homem torna-se num ser desprezível (será que já não o era antes?) e bebe o dia todo esperando por uma mulher exausta de tanto trabalhar para exercer sobre ela todo o tipo de violência, física, verbal e sexual.

Por outro lado, temos Rui, que muda radicalmente a sua vida, devido ao seu vício de jogo.
A vida destas duas personagens muda completamente quando aceitam uma ficha de poker. Sem sequer imaginarem estão a entrar num jogo muito perigoso.

Os inspetores entram em cena quando começam a surgir as primeiras mortes. O elo de ligação entre elas aparentemente não existe, mas a perspicácia e inteligência da dupla faz com que chegue a uma conclusão inesperada.

Bruno Franco consegue criar um enredo de tal forma interessante e com vários twistes que, tal como os jogadores protagonistas acabamos por ficar viciados no próprio livro, qual jogo se tratasse. A somar a isso, as pistas ao longo da narrativa enganam o leitor constantemente, deixando-nos boquiabertos a cada virar fim de capítulo.

É isso que torna interessante este género de livros. Jogo Mortal não é apenas um romance policial. Ele leva-nos a temáticas fraturantes da sociedade atual como a violência doméstica, o vício do jogo, as doenças mentais e o preço da vida humana.




domingo, 28 de março de 2021

Segredo Mortal - Bruno M. Franco [Opinião]

Título: Segredo Mortal
Autor: Bruno M. Franco
Editor: Cultura Editora
N.º de Páginas: 488

Sinopse: 
Na véspera de Natal, cheias massivas submergem o centro de Lisboa, causando danos incalculáveis e centenas de mortes. Designada por Desastre de Lisboa, a catástrofe é atribuída ao aquecimento global. Mas terá resultado realmente das alterações climáticas?
Um cenário aterrador é descoberto numa praia. Chamados a intervir, Leonardo Rosa e Marta Mateus, inspetores da Polícia Judiciária, deparam-se com a mais tortuosa perversidade: Um puzzle humano.
Iniciando uma caça ao homem, descobrem o perfil de um assassino, perigoso e inteligente, que desafia as capacidades dos inspetores. Assombrado pelos seus próprios fantasmas, Leonardo Rosa terá de ultrapassar barreiras para conseguir chegar à verdade: A descoberta de um segredo incrível.

Entretanto, um jovem recém-licenciado é acusado de dois crimes que ele jura não ter cometido. Encurralado, decide fugir e provar a sua inocência, mas logo se envolve numa teia de acontecimentos que o leva a uma conclusão terrível: Matar é a única forma de sobreviver. Em busca de justiça e da verdade, vários acontecimentos sangrentos levam os inspetores e o jovem a embrenharem-se na maior conspiração de todas. Conseguirão sair dela vivos?

A minha opinião: 
Na véspera de Natal cheias massivas assolam a cidade de Lisboa causando mais de 800 mortes e levando a um rasto de destruição. 

A par disso, uma outra tragédia está prestes a ser descoberta. Numa praia não muito distante é descoberto um corpo desmembrado que rapidamente se percebe ser constituído por partes do corpo de diferentes pessoas.

É aqui que entra a dupla Leonardo Rosa e Marta Mateus (que espero ver em livros futuros) mostrando ser bastante eficientes a descobrir as diversas pistas deixadas pelo assassino. 

Este não é um assassino qualquer. Sádico e sem quaisquer remorsos, vai deixar as mentes mais sensíveis bastante impressionadas. Portanto, este não é um livro para todos já que tem descrições bastante impressionáveis, bem ao jeito de assassinos em série norte-americanos ou da Europa de Leste. 

Portanto, estamos perante dois mistérios. Quem são as vítimas e quem está por detrás das suas mortes e a tempestade que assolou apenas Lisboa causando um rasto de destruição. O último é um mistério que faz o leitor pensar no futuro e no poder da ciência. Este é um tema que não me é desconhecido, mas que julgo estar cada vez mais próximo de acontecer, caso caia nas mãos erradas. 

Bruno Franco escreve bem, cria bons enredos, mas senti, por vezes, que se estendeu em demasia, criando diversas situações desnecessárias para o desenrolar da história. 

No entanto, os diversos twist's agradam o leitor, que acaba por se ver enganado e surpreendido pelo desenvolvimento da investigação. E isso é que faz com que este livro seja fantástico. Os capítulos curtos também imprimem ritmo à acção e a dupla de detectives também funciona bastante bem. As quesílias e atritos com polícias de outra jurisdição também são engraçadas, causando um cenário mais real. 

Bruno Franco não me é de todo desconhecido. Em 2015 li Contagem Decrescente que me deixou muito surpreendida pela maturidade da escrita para um escritor tão jovem. Infelizmente este livro não teve continuação deixando-me um amargo de boca. Gostei tanto da história que desejava que este fosse virar série. Portanto, foi com agrado que soube que o autor ia publicar novamente, criando imensas expetativas que não foram defraudadas. 

É importante escrever em Portugal, mas também é importante dar voz e oportunidade a novos autores e aí o mérito cabe à Cultura Editora que tem feito um excelente trabalho nesse sentido. É só ver os autores do seu catálogo que o comprovam.











segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Contagem Decrescente - Bruno Franco [Opinião]

Título: Contagem Decrescente
Autor: Bruno Franco
Edição/reimpressão: 2014
N.º de Páginas: 532
Editor: Chiado Editora
PVP: 18€

Sinopse:
31 de Dezembro. Passagem de ano.
Rodrigo Tavares, um proeminente detective da Polícia Judiciária, encontra-se em Almada para assistir ao espectáculo pirotécnico quando recebe um telefonema que muda a sua vida por completo, levando-o a perceber que tinha chegado o momento que tanto temera: a concretização de uma ameaça homicida proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado.
Rodrigo tem até dia 15 de Janeiro para deter o assassino, ou as consequências serão devastadoras. E não apenas para si.
Quando o detective observa a forma excruciante e desumana como a primeira vítima fora assassinada, percebe a importância e a seriedade do que está a acontecer, e é então que começa a corrida contra o tempo.
O que começa por ser uma caça ao homem transforma-se rapidamente em algo muito maior e aterrorizador. Ao mergulhar num mundo de trevas e muitas dúvidas, medo e desespero, Rodrigo receia o futuro como nunca antes o fizera.

A minha opinião: 


Aparentemente o dia 31 de dezembro parecia ser um dia normal. Mais uma passagem de ano bala para Rodrigo Tavares, detective da Polícia Judiciária, que se preparava para comemorar a passagem de mais um ano com os amigos mais chegados. Mas um telefonema inesperado põe-no alerta.

Do outro lado da linha, um homem que diz ser Valter, comunica-lhe que ocorreu um homicídio e que este será apenas o primeiro de muitos. Diz ainda que Rodrigo terá apenas até ao dia 15 de janeiro para descobrir o verdadeiro culpado começando a contagem a partir daquele instante.

A escolha de Rodrigo Tavares não é aleatória. Tavares é já reconhecido do grande público devido ao desvendar do caso "O Queimador", uma investigação mediática que deixa marcas físicas, mas sobretudo psicológicas, no próprio detective. Mais tarde, Rodrigo vai perceber que este caso foi apenas um teste para esta segunda investigação, bastante mais importante para este perigoso assassino.

Os locais do crime são sempre escolhidos com mestria e de forma inteligente pelo assassino, tornando-se completamente impossível para Rodrigo e para a sua equipa descobrirem pistas sobre quem será tão vil figura. No entanto, Valter vai deixando algumas pistas, em formas literárias, para que o detective pelo menos vá descobrindo onde será o próximo local da matança.


Camões, Pessoa, D. Sebastião, Marquês do Pombal, os Jerónimos, todos estão interligados de alguma maneira e gostei, sobretudo, da forma como essa interligação foi feita. Além do macabro das mortes, foi esse raciocínio lógico que mais apreciei na história.

A excelente camaradagem entre Rodrigo e os colegas e algumas revelações no final, algumas previsíveis outras nem tanto, fizeram com que adorasse este primeiro livro de Bruno Franco.

Bruno Franco é autor ainda de um primeiro livro intitulado O Novo Membro, também ele com a personagem de Rodrigo Tavares. Não conhecia a escrita do autor, mas confesso que foi uma excelente surpresa. A forma como Contagem Decrescente está escrita, bem fundamentado, com um enredo bem formado levou-me a desejar ler o próximo livro o mais depressa possível, uma vez que ficou tanto em aberto desta primeira história.

Só me resta uma pergunta: Para quando o próximo?

Recomendo.


  


 

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