Título: O Andamento dos Dias
Autor: Jorge Madureira
Editora: Chiado Editora
Sinopse:
Há dias em que nos apetece esvaziar de nós mesmos. Das coisas marcadas
na pele e na alma pelo tempo, por vezes com tantas lágrimas e tanta dor,
também pela alegria, pelos sorrisos. Dos pedaços de nós que fomos
guardando e que por vezes não temos mais espaço para eles, porque nos
ferem.
Tenho vivido uma experiência fantástica. Decidi passar para a
escrita esses momentos. São estados espírito, momentos de reflexão,
momentos que perceciono, estados d’alma… assim tenho a oportunidade de
partilhar (parte) desses momentos com queira ler e até se identifique.
Sinto-me um descobridor. Quando tive a certeza que ao fazer isto me
sinto melhor.
A minha opinião:
Sem querer ser redundante, mas tendo mesmo que sê-lo, o Andamento de dos Dias do meu conterrâneo Jorge Madureira é o relato do dia a dia de uma pessoa normal, com uma vida com angústias próprias de qualquer pai de família, preocupado com as saídas à noite cada vez mais precoces, com o álcool, com as drogas. Mas esse dia também é ocupado com meras referências como o gosto pelos dias de chuva, ou para parabenizar a esposa ou uma das suas filhas, ou a lembrança do irmão já falecido, mas que muita falta lhe faz.
Dissertações que cada um temos, uma vez ou outra, em qualquer conversa de café ou em confidência de amigo e que são colocadas para papel e que poderão ser lidas pelo leitor como se pudéssemos ler os seus próprios segredos, os seus próprios pensamentos.
Por isso mesmo, gostei de ler nestas poucas páginas relatos do seu dias a dia que podiam ser do meu, porque partilhamos, apesar de gerações diferentes, partilhamos algumas ideias, sobretudo no que concerne as saídas à noite precoces dos jovens de hoje em dia e das bebedeiras com que nos cruzamos muitas vezes nas ruas das cidades.
Gostei.
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sexta-feira, 1 de maio de 2015
sábado, 22 de fevereiro de 2014
A Menina dos Ossos de Cristal - Ana Simão [Opinião]
Título: A Menina dos Ossos de Cristal
Autor: Ana Simão
N.º de Páginas: 192 páginas (+ 8 extratexto)
PVP: 12,99 €
Guerra e Paz|Clube do Livro SIC
Inês é uma menina única, como todas as meninas do mundo.
Mas, ao contrário delas, Inês nasceu num corpo muito frágil e os seus ossos partem-se em mil pedaços, como se fossem de cristal.
Sinopse:
Inês tem uma doença muito rara, Osteogénese Imperfeita (OI) – mais vulgarmente conhecida como doença dos ossos de vidro – e aos 14 anos o seu pequeno corpo já tinha sofrido mais de 100 fracturas.
A menina cuja história de luta e coragem vamos acompanhar não se deixou vencer pelo medo: nem quando quis dar os primeiros passos e não conseguiu, nem quando todas as crianças corriam e brincavam e ela estava numa cama de hospital, embalando nos seus sonhos Mefibosete, o menino imaginado pelo seu pai.
Da perda da inocência nas mãos de um curandeiro, passando pela enorme luta da família para não a perder, até à licenciatura conquistada a pulso, a vida da Menina dos Ossos de Cristal transforma-se, diante dos nossos olhos, no triunfo da mulher que, contra todas as expectativas, consegue vencer. Como todos aqui aprenderemos, há apenas uma frase rara que nós, como Inês, nunca devemos esquecer: amor é poder.
A minha opinião:
Inês nasceu com Ostogénese Imperfeita (OI), também conhecida como doença dos ossos de vidro. Não foi detectada à nascença e até aos três anos e meio era uma criança perfeitamente normal. Mas por essa altura Inês cai e faz uma fractura que faz com que os médicos desconfiem de maus tratos por parte dos pais. É com o decorrer do tempo que chegam à conclusão que Inês tem um doença congénita rara e que vai ter de viver com ela para o resto da vida.
No início do livro a história é vista sobre a perspectiva da mãe e da filha, o que o torna ainda mais intimista. A angústia de uma mãe por ter uma filha tão frágil e o medo e ao mesmo tempo tristeza de uma criança que não pode ser como as outras, que passa a maior parte do seu tempo no hospital, é retratada na perfeição.
A luta desenfreada por arranjar uma cura para esta doença, fazendo com que percorram incansavelmente médicos e curandeiros e a aceitação da doença finalmente por parte de ambas.
Isto porque Inês é Ana Simão, a autora do livro, que conta em primeira mão a história da sua vida em quanto portadora de uma doença rara. Apesar de tão frágil foi sempre uma mulher lutadora, estudou, trabalhou, dando um exemplo de grande força de vontade.
Gostei da forma como Ana Simão contou a sua doença, de uma forma franca e muito esclarecedora, de tal forma que recomendo a todos os interessados em conhecer melhor a OI, mas também a vida de uma pessoa fantástica.
Excerto:
"Era mais o tempo em que estava metida em casulos de gesso do que o tempo em que ficava fora deles... O gesso já fazia parte de mim e eu dele."
Autor: Ana Simão
N.º de Páginas: 192 páginas (+ 8 extratexto)
PVP: 12,99 €
Guerra e Paz|Clube do Livro SIC
Inês é uma menina única, como todas as meninas do mundo.
Mas, ao contrário delas, Inês nasceu num corpo muito frágil e os seus ossos partem-se em mil pedaços, como se fossem de cristal.
Sinopse:
Inês tem uma doença muito rara, Osteogénese Imperfeita (OI) – mais vulgarmente conhecida como doença dos ossos de vidro – e aos 14 anos o seu pequeno corpo já tinha sofrido mais de 100 fracturas.
A menina cuja história de luta e coragem vamos acompanhar não se deixou vencer pelo medo: nem quando quis dar os primeiros passos e não conseguiu, nem quando todas as crianças corriam e brincavam e ela estava numa cama de hospital, embalando nos seus sonhos Mefibosete, o menino imaginado pelo seu pai.
Da perda da inocência nas mãos de um curandeiro, passando pela enorme luta da família para não a perder, até à licenciatura conquistada a pulso, a vida da Menina dos Ossos de Cristal transforma-se, diante dos nossos olhos, no triunfo da mulher que, contra todas as expectativas, consegue vencer. Como todos aqui aprenderemos, há apenas uma frase rara que nós, como Inês, nunca devemos esquecer: amor é poder.
A minha opinião:
Inês nasceu com Ostogénese Imperfeita (OI), também conhecida como doença dos ossos de vidro. Não foi detectada à nascença e até aos três anos e meio era uma criança perfeitamente normal. Mas por essa altura Inês cai e faz uma fractura que faz com que os médicos desconfiem de maus tratos por parte dos pais. É com o decorrer do tempo que chegam à conclusão que Inês tem um doença congénita rara e que vai ter de viver com ela para o resto da vida.
No início do livro a história é vista sobre a perspectiva da mãe e da filha, o que o torna ainda mais intimista. A angústia de uma mãe por ter uma filha tão frágil e o medo e ao mesmo tempo tristeza de uma criança que não pode ser como as outras, que passa a maior parte do seu tempo no hospital, é retratada na perfeição.
A luta desenfreada por arranjar uma cura para esta doença, fazendo com que percorram incansavelmente médicos e curandeiros e a aceitação da doença finalmente por parte de ambas.
Isto porque Inês é Ana Simão, a autora do livro, que conta em primeira mão a história da sua vida em quanto portadora de uma doença rara. Apesar de tão frágil foi sempre uma mulher lutadora, estudou, trabalhou, dando um exemplo de grande força de vontade.
Gostei da forma como Ana Simão contou a sua doença, de uma forma franca e muito esclarecedora, de tal forma que recomendo a todos os interessados em conhecer melhor a OI, mas também a vida de uma pessoa fantástica.
Excerto:
"Era mais o tempo em que estava metida em casulos de gesso do que o tempo em que ficava fora deles... O gesso já fazia parte de mim e eu dele."
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Horizontes em Branco - José Maria Abecasis Soares [Opinião]

Título: Horizontes em Branco - Uma viagem pelo mundo na senda dos efeitos do aquecimento global
Autor: José Maria Abecasis Soares
N.º de Páginas: 208
Colecção: Volta ao Mundo N.º 4
PVP: 14,90€
José Maria Abecasis Soares fundou a Associação Ice Care em 2009, um projecto pessoal que, definiu em torno de dois objectivos principais: dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas; uma outra vertente do projecto prende-se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos.
O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.
Autor: José Maria Abecasis Soares
N.º de Páginas: 208
Colecção: Volta ao Mundo N.º 4
PVP: 14,90€
José Maria Abecasis Soares fundou a Associação Ice Care em 2009, um projecto pessoal que, definiu em torno de dois objectivos principais: dar visibilidade mediática às consequências do aquecimento global sobre o degelo dos glaciares, através de expedições aos cinco glaciares classificados como património mundial e que a Unesco identificou como os mais severamente afectados pelas alterações climáticas; uma outra vertente do projecto prende-se com as populações locais, que carecem de apoio e de preparação para minimizar o impacto do recuo dos gelos.
O autor deixa-nos ainda as suas impressões sobre as duas primeiras expedições realizadas em 2009, ao Aletsch, nos Alpes suíços e, nesse mesmo ano, ao Quilimanjaro.
A minha opinião:
José Maria fazia uma vida como a maioria das pessoas: não tinha muito cuidado com o ambiente, numa altura em que a verdade “inconviniente” de Al Gore ainda não tinha despertado em si qualquer efeito.
Mas quando tomou consciência de que os glaciares do Quilimanjaro, apelidado de eterno por Hemingway, estarão completamente extintos entre 2015 e 2020 decidiu partir à aventura com o seu amigo Zé Diogo, aventura essa que passava por expedições aos cinco glaciares classificados como Património Mundial pela Unesco: Jungfrau – Aletsch na Suíça, Quilimanjaro na Tanzânia; Huascarán no Peru, Ilulissat na Gronelândia e o Sagarmatha no Nepal.
Horizontes em Branco foca apenas a viagem aos dois primeiros glaciares já referidos e, apesar de não ser grande “adepta” de literatura de viagens fiquei rendida ao relato das aventuras de José Maria Abecasis Soares. Talvez porque temos de ter mais em conta que a natureza está a mudar e tudo por culpa de todos nós, que ainda não nos apercebemos (na sua maioria) que a muito curto prazo as coisas vão mudar para pior. O nosso desrespeito pela natureza vai fazer, realmente, com que tenhamos de pagar uma factura muito cara muito brevemente.
Apesar de já ter lido e visto na televisão muitos programas relatando para o degelo dos glaciares, neste livro fiquei ainda com uma maior noção da realidade e do que nos avizinha. Exemplo disso é uma pequena poça que fez parte de um enorme lago – o Lago Maerjelen – “tão grande que tinha icebergs a flutuar no meio”. Com o degelo, “o glaciar foi ficando cada vez mais pequeno e perdeu a capacidade de suster as águas do lago”. Nos anos 50 o gelo cedeu à pressão da água e todo o vale ficou inundado.
À parte o interesse em divulgar o tema ecológico, este livro é uma espécie de biografia do autor e do que ele foi passando ao longo deste tempo em que fez as duas expedições. Gostei particularmente do encontro com a tribo Masai, já na Tanzânia e do desconhecimento por completo dos problemas ambientais e no que isso acarreterá sobretudo para essa tribo e para os animais que vivem naquele país.
Excerto:
“Nós, os povos civilizados, estamos protegidos deste tipo de catástrofes no conforto dos nossos lares e esquecemo-nos com facilidade que vivemos no vértice da vida, que a qualquer momento tudo o que tomámos por adquirido pode mudar”.
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