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quarta-feira, 9 de março de 2016

A Vida É Fácil, Não Te Preocupes - Agnès Martin-Lugand [Opinião]

Título: A Vida É Fácil, Não Te Preocupes
Autor:
Agnès Martin-Lugand
A autora de Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
Chancela: Suma de Letras
N.º de Páginas: 232
PVP: 15,90€

Sobre o livro:
Desde o seu regresso da Irlanda, Diane virou a página da sua tumultuosa história com Edward, determinada a reconstruir sua vida em Paris. Com a ajuda do seu amigo Felix, lança-se de cabeça na compra e abertura do seu café literário. E é aí, em As pessoas felizes lêem e bebem café, o seu refúgio, que conhece Olivier. É simpático, atencioso e principalmente compreende e aceite a sua recusa em ser mãe novamente. Diane sabe que nunca vai se recuperar da perda da sua filha.
No entanto, um evento inesperado muda tudo: as certezas de Diane, as suas escolhas, pelas quais tanto lutou, vão entrar em colapso, uma após a outra.
Será que Diane tem a coragem necessária para aceitar um outro caminho?

A minha opinião:
Sequela de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café", livro que me apaixonou em junho de 2014, "A Vida é Fácil, Não Te Preocupes acompanha a história de Diane de regresso a Paris depois de ter deixado Edward na Irlanda.

Para quem não leu o primeiro livro a aterra de paraquedas neste perdeu o espiral de luto que a personagem principal Diane viveu quando o seu marido e a filha de ambos morre num acidente de automóvel. Diane vivia em Paris e tinha uma vida boa, com uma livraria/café que a realizava, tendo como empregado e melhor amigo Félix, uma pessoa com quem ela pôde contar em todos os momentos. No entanto, Diane sentiu necessidade de fazer uma viagem introspectiva de acaba por viajar para Mulranny, uma localidade na Irlanda onde conhece um casal de idosos simpático, dono da casa onde fica hospedada, e tios de Edward um homem cujo feitio difícil a vai encantar.

Mas as coisas nem sempre correm como o pretendido e Diane decide regressar a casa e o livro fica em aberto.

Assim começa este novo livro que de deixou encantada quando descobri que iria ser publicado. Confesso que o final do anterior me deixou descontente, pelo que a curiosidade em iniciar este era muito grande.

Aqui Diane já está mais reconciliada com o passado, com a dor da perda e está pronta para conhecer uma nova pessoa e quiçá começar uma nova relação amorosa. A nível profissional também já se sente preparada para abrir novamente o Pessoas Felizes... o que deixa Félix contente.

E é no café literário que Diane conhece Olivier, um homem que compreende o seu passado e que sabe esperar. No entanto, vai haver um acontecimento que põe tudo por terra e que deixa Diane na corda bamba... 

"Ao adormecer, um pouco depois, nos seus braços, acreditava que já não era a mulher de Colin; era simplesmente Diane." pag, 52

Mais uma vez, Agnès Martin-Lugand conseguiu cativar-me quer pela sua escrita, quer pela temática, o que fez com que fosse difícil largar o livro. As decisões de Diane, as provações que ela vai tendo ao longo do livro fizeram com que não quisesse terminar a sua leitura e desejasse que o livro tivesse umas páginas a mais. Recomendo.  

segunda-feira, 2 de junho de 2014

As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café - Agnès Martin-Lugand [Opinião]

Título: As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
Autor: Agnès Martin-Lugand
N.º de Páginas: 208 páginas
PVP: 15,50 €
Guerra e Paz|Clube do Livro SIC

Sinopse:
Tantas vezes perguntamos: o que nos faz felizes? E, no entanto, parece ser preciso vir a vida roubar-nos tudo quanto temos, pouco ou muito, para que partamos à procura da nossa verdadeira resposta.

Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.
Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes – todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?


A minha opinião: 
A capa, o título e a sinopse fizeram com desejasse ler este livro logo que o tivesse em mãos.
E, tirando o final, que fez com não lhe desse 5* estrelas no Goodreads, este livro é bom, muito bom.

Diane, uma jovem mulher, não consegue parar o luto que faz há um ano. O seu marido e filha morreram num acidente de viação e com eles morreu também o seu gosto pela vida. Fechada em casa, entregue à bebida e à dor, Diane vive unicamente o dia a dia.

No entanto, depois de estar um ano inteiro encarcerada em casa, desistindo do emprego e de sociabilizar, Diane decide fugir do insistente Félix, seu sócio e amigo, e ganhar coragem e partir para uma pequena aldeia irlandesa chamada Mulranny.

Deixa para trás o café literário que abriu com Félix, cujo nome dá título ao livro, e "foge" para a Irlanda, o destino de sonho de Colin, o seu falecido marido. O café literário é, praticamente, a única referência a livros e café, pelo que se se adquiriu o livro apenas pelo título, pode ficar desiludido. Mas não desista de ler por causa disso, porque perderá uma excelente leitura.

Mas a história vai muito para além do título. Agès soube criar um clima de introspecção, de luto, de tal forma bem enredado, que me dei por mim muitas vezes na pele da personagem (bater na madeira) e colocar-me na posição de Diane. Como será que reagiria se tal me acontecesse? Será que também não me isolaria? Perder o marido e uma filha não deve ser nada fácil. Houve partes, sobretudo no início, que fiquei com um nó no estômago. 

É na pequena localidade irlandesa que Diane vai recomeçar com a sua vida. Aos poucos vai saindo do casulo e conhecendo as pessoas da região, começando com os seus senhorios, um casal simpático, afável e prestável que, mesmo sem saber o que move Diane até aquele local, se mostram amorosos com ela. O único senão é o vizinho indesejável e desagradável, Edward.

Previsivelmente, o ódio entre ambos depressa passa a amor, ou carinho especial, mas se se pensa que esta será a típica história de amor "e foram felizes para sempre", desenganem-se.


A leitura também é uma das principais coisas que me faz feliz. Substituíria o café ao chá para uma boa companhia de leitura e a meiguice terna da minha gata. Mas o que me faz feliz é muito mais que isso e Agnès prova isso mesmo no livro. Qual o poder que tem para nós a nossa família?

Adorei esta pequena e rápida leitura, que recomendo sem reservas.

Excerto: 
"A única família que conheci, a minha verdadeira família, acabo de a perder." - pag. 40




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