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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Adão e Eva no Paraíso, seguido de O Senhor Diabo e Outros Contos - Eça de Queirós [Opinião]

Título: Adão e Eva no Paraíso, seguido de O Senhor Diabo e Outros Contos
Autor:
Eça de Queiroz
N.º de Páginas: 256
Ficção/Literatura Portuguesa
PVP: 14,90 €
Guerra e Paz Editores

Sinopse:
Adão e Eva no Paraíso, seguido de O Senhor Diabo e outros contos inclui todos os contos que Eça deixou completos e publicou em vida.

Jorge Luis Borges dizia que o conto «serve para expressar um tipo especial de emoção, de signo muito parecido com a poética, mas não sendo apropriado para ser exposto poeticamente, representando uma narrativa próxima da novela, mas diferente dela na técnica e na intenção», e Eça parece antecipar todas as características do conto moderno. Como diria António José Saraiva, para Eça «o conto é geralmente uma tese e uma fantasia; ou melhor, uma tese revestida de fantasia – melhor ainda uma fantasia armada sobre uma tese». Há a promessa de satisfazer o gosto de cada um dos leitores, pois aqui se encontram os temas predilectos de Eça: a impossibilidade de realização do amor, o adultério, o divino, a crítica à cultura burguesa, até o fantástico. Eça explora e tira o máximo partido deste género literário, dando assim asas a uma maior criatividade da sua escrita.

A minha opinião: 
A par de Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós é um dos meus autores clássicos favoritos. Já li muitos dos seus livros, mas quando chegam novas edições às livrarias, e sobretudo edições como estas, com capas belíssimas e cuidadas, a minha vontade de pegar novamente neles aumenta.  
Por não gostar particularmente do género conto, Eça de Queirós é difícil resistir. 

Adão e Eva no Paraíso é o primeiro conto, que dá inclusive, título à obra. Confesso que não me prendeu, nem este nem o segundo conto: O Senhor Diabo. Talvez devido à temática, acaba por ser um tema demasiado fantasioso, longe do relato mundano que Eça nos habituou. O mesmo digo para A Perfeição e o O Suave Milagre.

Mas o terceiro conto, até bastante conhecido do autor, e considerado o primeiro conto realista da literatura portuguesa, Singularidades de uma Rapariga Loura me prende ao livro e me faz recordar o Eça que li há muito tempo. A rapariga loura que vai ser a desgraça de um homem trabalhador, mas obstinado, que deixa o tio e o emprego confortável para casar com ela, até se aperceber que a sua amada tem uma singularidade que não abona em nada em seu favor.
O quarto conto, relata a história de um grego que é empregado de mesa de um restaurante em Londres que nas horas vagas escreve poemas a uma mulher que o despreza. 

Segue-se então um conto que nos remete para o imaginário de O Primo Basílio. Maria da Piedade, uma mulher inteligente que levou sempre uma vida miserável. Primeiro com os pais, depois com o marido que, apesar de rico, é bastante doente, passando o dia inteiro na cama. E com uns filhos igualmente doentes. A mulher dedica-se a fazer a gestão da casa e das terras e fá-lo bem. 
Ao mesmo tempo, vai apreciando as crónicas que o primo do seu marido, Adrião, escreve para o jornal. Além de cronista, Adrião é também romancista e aparece na aldeia para visitar o primo. Como é de esperar, Maria da Piedade e Adrião apaixonam-se...

E continuamos com contos que nos levam a recordar outros livro de Eça. Civilização e o protagonista Jacinto, podia ter sido inspirado no Jacinto de A Cidade e as Serras. E a pequena localidade de Tormes, aqui vira Torges onde nem as favas são esquecidas. Porém, a semelhança fica quase por aqui, já que o desfecho da história é completamente diferente. 

O conto, datado de 1892, foi publicado num jornal do Rio de Janeiro, e serviria como base para a posterior redação do romance A Cidade e as Serras.

Contos sobre lealdade e fidelidade (A Aia), a cobiça e os bens materiais, a moralidade e as boas e más acções (O Tesouro e Frei Genebro) são outros dos contos presentes no livro que termina com O Suave Milagre publicado originalmente em 1898 na Revista Moderna. 

Apesar de o Conto, como referi anteriormente, não ser o meu género preferido de leitura, gostei imenso de recordar Eça, das suas críticas à sociedade através de pequenas histórias que nos deixam a pensar e sempre actuais. 

Recomendo. 







domingo, 12 de fevereiro de 2017

As Pupilas do Senhor Reitor - Júlio Dinis [Opinião]

Título: As Pupilas do Senhor Reitor
Autor:
Júlio Dinis
N.º de Páginas: 368
PVP: 13,50 €
Ficção/Literatura Portuguesa
Nas livrarias a 4 de Janeiro
Guerra e Paz Editores

Sinopse
Um dos romances mais conhecidos da literatura portuguesa. Daniel, um jovem médico petulante, regressa à aldeia onde nasceu, depois de se ter formado. Margarida, amiga de infância, ali se manteve, ansiando pelo seu regresso. Mas Daniel já não é o mesmo. Esqueceu-se da vida passada. Urbanizou-se. Haverá um reencontro?
Este é um romance de um certo Portugal, um Portugal talvez mítico, mas sem dúvida eterno. Todos sonhamos com este país: está em nós. Cantam-se cantigas à desgarrada, fazem-se desfolhadas e encontra-se o milho-rei. Vive-se numa aldeia onde todos se conhecem e todos conhecem a vida de todos. Temos padres bondosos, médicos diligentes e vizinhas de língua viperina. Há uma história de amor, aliás duas, há gente (ligeiramente) matreira, há conflito e espingardas. Mas no fim tudo se resolve com um brinde e um sorriso.
É bucólico, é inocente, é admirável. Leia-o!

INCLUI AS MAIS DE 70 AGUARELAS DO PINTOR ROQUE GAMEIRO

A minha opinião: 
Depois de ter lido este livro na minha adolescência e ter ficado apaixonada pela escrita de Júlio Dinis ao ponto de ter lido tudo o que escreveu, não resisti à edição da Guerra e Paz e caminhei para a releitura de As Pupilas do Senhor Reitor. 
As palavras e forma como escreve Júlio Dinis fez-me aumentar a vontade de ler novamente a sua obra, que nos leva ao bucolismo, ao dia a dia das gentes do campo, em contraste com os mais abastados, dia a dia de um Portugal do século XIX, rural, cheio de línguas de mal dizer, de alcoviteiras, de beatas e de gente boa que só quer levar a sua vida por diante. 
Daniel, o protagonista desta história é um jovem com vontade de aprender. Sem ter a constituição física do irmão, Pedro, o pai decide pô-lo a estudar, por achar que não terá condições de levar o trabalho da quinta a bom porto. 
"Não podes fazer dele um lavrador? Fá-lo padre, letrado ou médico, que não ficarás pobre com a despesa" diz o padre ao lavrador.

Daniel começa por aprender com o reitor da aldeia, mas o seu interesse, próprio de uma criança, cai para as conversas ao fim de tarde com Margarida, que fica deliciada ao ouvi-lo. 
No entanto, depois do Reitor ter descoberto que Daniel faltava às suas aulas para estar com Margarida, propõe ao pai do gaiato que este vai estudar para a cidade. 

Durante a sua estada na cidade, Daniel muda completamente. Visita a aldeia esporadicamente, mas já não se lembra da sua amiga de infância. Margarida está esquecida. 
Até que, findo o curso, Daniel é obrigado a voltar à terra a fim de exercer a profissão que escolheu. 

É depois do seu regresso que a intriga assola a aldeia. Daniel é um bon-vivant, adora cortejar. Mas as raparigas da aldeia não estão habituadas ao costume da cidade e o seu nome começa a ser falado pelos caminhos. 

Contrário a si, já sabemos que existe Pedro, o seu irmão, que se enamora de Margarida, irmã de Clara por parte de pai o que aumenta a trama, enriquecendo a história entre os dois irmãos e as duas irmãs. 

"A moralidade é a primeira condição para a felicidade do homem. Como pode querer que o respeitem, o que não sabe respeitar os outros, nem respeitar-se a si próprio?






domingo, 17 de janeiro de 2010

O Monte dos Vendavais - Emily Brontë [Opinião]

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Título: O Monte dos Vendavais
Autor: Emily Brontë
P.V.P.: 16 €
Data 1ª Edição: 20/10/2009
Nº de Edição:
Nº de Páginas: 320
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
Nº na Colecção: 9

Sinopse:
O Monte dos Vendavais é uma das grandes obras-primas da literatura inglesa. Único romance escrito por Emily Brontë, é a narrativa poderosa e tragicamente bela da paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw, de um amor tempestuoso e quase demoníaco que acabará por afectar as vidas de todos aqueles que os rodeiam como uma maldição. Adoptado em criança pelo patriarca da família Earnshaw, o senhor do Monte dos Vendavais, Heathcliff é ostracizado por Hindley, o filho legítimo, e levado a acreditar que Catherine, a irmã dele, não corresponde à intensidade dos seus sentimentos. Abandona assim o Monte dos Vendavais para regressar anos mais tarde disposto a levar a cabo a mais tenebrosa vingança. Magistral na construção da trama narrativa, na singularidade e força das personagens, na grandeza poética da sua visão, nodoso e agreste como a raiz da urze que cobre as charnecas de Yorkshire, O Monte dos Vendavais reveste-se da intemporalidade inerente à grande literatura.

A minha opinião: Um livro magistral que me apaixonou desde a primeira página. Emily Brontë soube criar, como nenhuma outra, personagens fortes, carismáticas, que ultrapassam o tempo, tornando-se bastante actualizadas nos dias que correm. A vingança impera no Monte dos Vendavais. Quando Heathcliff é adoptado pela família Earnshaw tudo no Monte dos Vendavais muda. Desprezado por Hindley e amado por Catherine (sem saber), Heathcliff torna-se numa criança e jovem adolescente desprezado e colocado de parte pela família, sobretudo quando o patriarca morre. Assim que Catherine casa com o seu vizinho Edgar Linton, Heathcliff desaparece voltando anos mais tarde riquíssimo. O seu desejo de vingança é cada vez mais acentuado, começando por arruinar aquele que lhe quis tanto mal na infância: Hindley. Depois disso, e apesar de continuar a amar Catherine, o ódio pelo seu marido e casamento é de tal forma grande, que acabará por matá-la. Será que os fins justificam os meios? Será que toda a vingança que Heathcliff orquestrou o fez um homem mais feliz? Apesar de Heathcliff ser uma personagem bastante forte, rodando a história do livro à sua volta, Emily Brontë soube tirar partido da personalidade das duas Catherine, mãe e filha, mulheres muito obstinadas para aquele tempo, e de Ellen Dean, a governanta, narradora de toda a história do Monte dos Vendavais.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Aventuras de Sherlock Holmes I – Sir Arthur Conan Doyle [Opinião]

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Um Escândalo na Boémia
O Mistério do Vale Boscombe
O Carbúnculo Azul

Sinopse: As Aventuras de Sherlock Holmes incluem originalmente doze contos de aventuras do detective Sherlock Holmes, publicados em 1892. Os contos foram divulgados pela primeira vez na revista Strand Magazine, nos anos de 1891 e 1892. Neste primeiro livro de aventuras estão reunidos Um Escândalo na Boémia, O Mistério do Vale Boscombe e O Carbúnculo Azul.

A minha opinião
Neste primeiro livro oferecido pelo JN deparamo-nos com três pequenos contos com crimes solucionados pelo inteligente Sherlock Holmes. No primeiro conto Um Escândalo na Boémia Sherlock ajuda um rei a livrar-se de um caso de chantagem. No segundo conto, O Mistério do Vale Boscombe, o famoso detective resoluciona o caso de um jovem que é acusado de assassinar o pai, coisa que não acontecera. E, por último, O Carbúnculo Azul, conta o mistério de um diamante ter ido parar ao interior de um ganso, comprado propositadamente para a ceia de Natal. Um livro óptimo para ler nesta época e com a particularidade de se poder transportar na carteira por ser fino e leve.

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