Apesar de saber que a festa de hoje acaba por ser direccionada para os distraídos e para quem ainda entende o livro como um objecto decorativo (as livrarias agradecem a lembrança), esquecendo-se das palavras que se abraçam e dão quase sempre boas histórias, também sei que todos os dias são bons para falar de livros.
Levei dois livros para ler, mesmo sabendo que em quatro dias dificilmente leria um, quando mais dois... mas os livros também gostam de boas companhias.
Quase de uma forma intuitiva "Apenas Miúdos" de Patti Smith, ultrapassou "Portugal a Flor e a Foice" de J. Rentes de Carvalho. E também como evasão, diga-se de passagem.
E foram uma óptima escolha estas memórias sobre a entrada no mundo artístico de Patti Smith, que foi tantas coisas, antes de ser estrela do rock... ao ponto de conseguir que eu lesse mais de 130 páginas num só dia (coisa que já não me acontecia há muito, porque quando se têm dois filhos, eles não querem ser menos que um livro e com toda a razão...).
É uma história nua e crua do começo de vida de um casal (Patti Smitt e Robert Mapplethorpe), que se encontram em Nova Iorque, "prisioneiros" do sonho de um dia serem alguém no mundo das artes. O mais curioso é Patti estar distante da música no final dos anos sessenta e começo dos anos setenta do século passado. A poesia, o desenho e as artes plásticas são as suas áreas de interesse, embora também experimente o teatro e seja a modelo preferida de Robert, companheiro, amigo, artista plástico, fotógrafo e figura central destas memórias.
Ao longo das mais de trezentas páginas deste livro, recebemos a visita de gente famosa, assim como de alguns lugares lendários, como o famoso "Hotel Chelsea", não só com o brilho estrelar, mas também com os dramas de quem vive quase sempre depressa demais.
Sei que o que mais me entusiasmou foi a escrita de Patti, simples, directa, mas intensa e bastante descritiva de um tempo especial, que levou tanta gente cedo demais...
E ainda me faltam setenta páginas para chegar ao fim.
Nem sequer sabia que Patti Smitt se tinha lançado na escrita...
ResponderEliminarQuanto ao livro de J. Rentes de Carvalho quero ver se o leio!
Abraço
pelo teu entusiasmo deve ser mesmo bom...
ResponderEliminarboas leituras neste dia do livro e dos direitos do autor.
:)
Gostei muito de "Apenas Miúdos"; como deve saber o Luís interesso-me há muitos anos pela música pop/rock. Depois a Patti é uma das minhas cantoras preferidas, sendo o fotógrafo Mapplethorpe um fotógrafo fabuloso. Ambos apaixonados pelas artes e no caso da Patti não só a música que entrou na sua vida por mero acaso.
ResponderEliminarO livro é isso que descreve que me permitiu visionar os anos loucos de Nova Iorque dos anos sessenta.
Quando um livro nos agarra, dificilmente o deixamos, não é? Que bom!!!
ResponderEliminarBoas leituras!
a Patti é muito multifacetada (e ainda bem), Rosa. :)
ResponderEliminaré um bom livro, retrata muito bem uma época louca, Piedade.
ResponderEliminartambém gostei bastante dp livro, Carlos.
ResponderEliminarpor tudo isso. é um bom documento humano.
é, Graça.
ResponderEliminarmas cada vez são menos...