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domingo, setembro 15, 2024

A ausência dos livros nas conversas de café e nas viagens de transporte diárias...


Reparo que falo cada vez menos sobre livros, nos cafés. Há várias razões para que isso aconteça. A maior de todas, é o facto de se lerem menos livros neste mundo, tão cheio e vazio, que nos rodeia.

Embora não duvide dos resultados das feiras do livro (falam em recordes de vendas...), sei que nunca devem ter existido tantos livros à espera de serem lidos, nas nossas casas. Falo por mim. Embora seja leitor, tenho sempre mais de meia dúzia de livros, em cima uns dos outros, à espera de um oportunidade. Pelo caminho, oferecem-me mais um livro ou outro, capazes de fazerem ultrapassagens pela direita e pela esquerda (foi o que agora aconteceu com "Um Milionário em Lisboa" do sempre discutível, Rodrigues dos Santos).

Ainda por cima hoje existe o hábito de escrever livros com mais de quinhentas páginas (o que refiro, ultrapassa as seiscentas...), que se tornam um verdadeiro incomodo para levar na mala e ler nos transportes públicos (é onde noto mais a ausência de leitores, de livros e de jornais...).

Sei que me estou a repetir (escrever todos os dias num blogue também é isso...), mas os problemas são os mesmos de sempre em relação aos livros. E a tendência é sempre para piorar...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, junho 20, 2024

Os cheiros e outras coisas parvas que fazem parte das conversas


Há dias que falamos sobre coisas parvas. Sei que isso acontece porque este mundo que nos rodeia, também está cada vez mais parvo...

Não vou ao exagero de dizer que está tudo mal nessa coisa que dizem ser a mais inteligente que habita neste planeta quase redondo. Mas o normal é encontrarmos mais caras sisudas que caras sorridentes nas ruas e nos transportes públicos.

Não sei quem foi que começou a falar de "cheiros", mas acho que foi a senhora que disse que teve de fingir que estava com alergia logo de manhã e tapar o nariz, e logo às oito e alguns minutos da manhã, porque um dos companheiros de viagem não devia gastar dinheiro em desodorizantes e também devia evitar tomar banho para poupar água...

Claro que depois a Capital quase que veio abaixo, porque Lisboa há muito que não cheira bem. E diziam eles, que era por causa de quem vinha de fora, não de férias mas em trabalho...

Estavam certos. Se em muitas casas vivem mais de uma dezena de pessoas, deve ser complicado ter condições para dormir, quanto mais para um banhito... E nem vale a pena falar de quem vive em tendas.

Vá lá que só se falou do cheiro do sovaco, não se falou do cheiro dos lugares mais recatados, que fazem as vezes de urinol público...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, março 06, 2024

A leitora misteriosa do metro


Ontem aconteceram duas coisas curiosas, enquanto esperava o metro no Cais de Sodré.

Primeiro: olhei para o lado e vejo três pessoas a lerem três livros, enquanto as carruagens não apareciam. Nunca altura que se lê menos, foi bastante agradável esta visão.

Foi por isso que tirei uma fotografia, tentando ser o menos intrusivo possível (é a explicação para que os livros não estejam mais visíveis...).

Segundo: por um mero acaso fiquei sentado em frente da leitora (do casaco comprido). À medida que ela ia lendo ia anotando e marcando o livro. Fiquei com a sensação de que ela escrevia. E tanto podia ser prosa como poesia.

Mais uma vez não quis ser intrusivo e não meti conversa. Não fiz a pergunta certa.

Acho que foi melhor assim. Posso inventar a história que quiser sobre esta leitora misteriosa.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, dezembro 06, 2023

Um exemplo de transparência e outro da falta dela...


Ontem a Comissão Técnica Independente apresentou aquela, que achou ser, a melhor localização para o futuro aeroporto. À partida pareceu ser uma escolha honesta e consensual, para a maior parte dos políticos, opinadores e técnicos (praticamente não existiram críticas...). Claro que não se estava à espera que as gentes de Santarém ficassem satisfeitas por a escolha ser Alcochete...

Desta vez parece que a Comissão Técnica foi mesmo independente e esclareceu todas as dúvidas (se é que elas existiam...) a quem assistiu ao vivo a esta apresentação. Posso mesmo acrescentar, que se tratou de um exemplo raro de transparência, no nosso País.

Num campo completamente oposto está o caso das "meninas gémeas". Não vou falar da questão médica nem do "milagre da nacionalidade" em 14 dias. Vou falar sim de toda a trapalhada que foi criada à sua volta. Da gente com grandes responsabilidades políticas, que em vez de falar verdade, resolveu dar a desculpa do costume: "já foi há quatro anos, não me lembro sequer de ouvir falar disso". Foi o que fizeram tanto o Presidente da República como a antiga Ministra da Saúde, acabando por ter de dar o dito pelo não dito (houve um momento em que Marcelo até ameaçou os jornalistas com os tribunais...), porque é impossível esquecer um caso destes, que envolve uma doença rara e um medicamento com o custo de quatro milhões...

Como escrevi no título, são dois bons exemplos da transparência, que devia existir em todos os investimentos públicos, e da falta dela, quando as pessoas pensam que estão "acima da lei", ou que os cargos que exercem lhes permitem passar pelos "intervalos da chuva"...

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


segunda-feira, outubro 23, 2023

A ciência de se saber sair e de se saber entrar...


O Metro já circula em Almada há demasiados anos, tempo mais que suficiente para que as pessoas percebessem que, só depois de toda a gente sair das carruagens, é que se deve entrar.

Mas continua a ser sempre a mesma "cegada", com choques perfeitamente evitáveis e algumas "bocas" desnecessárias de parte a parte.

Talvez estes utentes precisassem de ser "educados" como as pessoas que em Lisboa apanham o Metro, diariamente, e que nunca se colocam em frente da porta, ocupam sim, os espaços laterais. 

Provavelmente sabem o que é ser-se levado numa "enxurrada de pessoas", que é o que acontece nas saídas das carruagens nas estações mais movimentadas, em hora de ponta (sim, em hora de ponta é impossível alguém entrar antes das pessoas sairem...).

Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, setembro 29, 2023

Chove (muito) em Nova Iorque e faz Sol (muito) em Lisboa...



Não sei se toda a água que está a cair e a inundar Nova Iorque, contribuirá para que os Estados Unidos da América, percebam que o caminho não é o "continuar a poluir", como se as alterações climáticas fossem apenas uma coisa de "maluquinhos"...

Tal como não sei se todo este Sol, de tudo menos de Outono, que pinta Lisboa com cores suaves, faz com que se volte a retirar os carros da Baixa, por muito que o "mayor" da Capital goste de andar de "cu tremido"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, maio 12, 2023

As Filas Intermináveis Aqui e Ali...


Ontem falei do turismo e da possibilidade de existir um "prazo de validade", nesta avalanche, que continua a ser bem recebida por quem enche os bolsos e olhada de lado, por quem viu piorar a sua qualidade de vida.

Já li em mais que uma reportagem, que um dos aspectos que mais chateia os nossos visitantes são as filas intermináveis para visitar alguns dos nossos monumentos mais característicos, ou ainda, para dar uma volta por Lisboa de eléctrico (faz-me sempre confusão ver o monte de gente que aguarda a chegada do "amarelo" na praça do Martim Moniz)...

E vai continuar a chatear, porque não vejo ninguém a preocupar-se muito com este pormenor, que para gente oriunda de países mais organizados que nós, é um "pormaior"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, maio 06, 2023

Quase todas as Palavras começaram por Dê...


O que se passa no Governo da Nação não deixa ninguém indiferente. Mesmo que em tempos possa ter sido uma "criação" das oposições, hoje é muito mais que isso. A mentira de perna curta e a incompetência não são invenções, são uma realidade com que somos confrontados diariamente.

Acredito que não seja a causa principal para que as ruas de Almada estejam cada vez mais imundas, para que as pessoas encham o espaço rente aos contentores de inutilidades ou de restos de casas (talvez aconteçam mais despejos do que se pensa...). Mas anda por lá perto...

Onde se nota "o seu dedo", é no mau serviço prestado por quase todos os meios de transporte que temos de utilizar na Grande Lisboa (cacilheiros, autocarros, comboios ou metro...).

Mas onde encontramos as suas "duas mãos" é nas manifestações de protesto, cada vez mais generalizadas. Quando os governantes fingem que resolvem os problemas, mas não resolvem nada, não se pode esperar outra coisa...

É praticamente impossível sentarmo-nos numa esplanada a beber o café e passarmos ao lado de todo este "western" político. Se as "balas" com que eles "brincam" não fossem de pólvora seca, seriam muito poucos os ministros e secretários de estado, que ainda tinham pés...

Falámos algumas vezes de "desgoverno", outras de "desleixo", menos de "desprezo", quase nunca de "democracia". Mas a palavra que mais vezes ecoou na mesa, foi "desrespeito"... 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, outubro 30, 2022

O Realismo, o Tempo e os Preconceitos Ideológicos...


Quando ele disse: «Não me importava muito se os bilhetes  de avião fossem mais caros, se eles começassem a voar a horas», despertou uma série de preconceitos ideológicos, de quem está habituado a viver em "crises" quase permanentes, construídas muitas vezes de forma artificial.

Foi um simples desabafo de quem passa horas e horas em aeroportos e chega atrasado a todo o lado, até a casa... de quem sabe que o "tempo" é mesmo "dinheiro"...

Trouxeram o "terceiro mundo" para a mesa, porque é lá que todos os problemas se resolvem com dinheiro, juntamente com a "santa corrupção" dentro de envelopes.

Santa ingenuidade, pensei eu, sem vontade de me meter na conversa, mas sabedor que também é assim que se resolvem as coisas no "primeiro mundo" (a única diferença é que as malas substituem os envelopes e também não deixam rasto)...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, outubro 07, 2022

"Reservados", "Inícios de Serviço" e "Plenários"...


Cada vez sinto menos respeito pelos funcionários das empresas de transportes, que escolhem, quase sempre, formas de luta que só têm como único objectivo: prejudicar os utentes.

Ontem precisei de me deslocar ao Laranjeiro e como tenho o passe decidi ir de transportes e não de carro. Só não estava à espera era que uma viagem que de carro fazia em menos de meia-hora, demorasse mais de hora e meia...

Para lá, as coisas correram normalmente, agora o regresso, foi desesperante.

Comecei por esperar na paragem do metro, mas depois de ter visto passar cinco conjuntos de carruagens, que passaram sem parar, que ostentavam no nome do destino "Início de Serviço", percebi que o "surrealismo" andava por ali. E entretanto passou mais de meia-hora, com a estação a ficar cada vez com mais gente... Farto destas "brincadeiras" desloquei-me para a paragem dos autocarros, ali ao lado. E aqui comecei a ser brindado com o "Reservado" como destino (três autocarros "reservados" - sabe-se lá por quem - e dois que iam para Lisboa...).

É uma vergonha a forma desrespeitosa que estas transportadoras tratam os passageiros, suprimindo horários, apenas porque sim. 

A somar a estes "reservados" e "inícios de serviço", só faltava mesmo precisar de ir a Lisboa e levar com um dos famosos "plenários", quase semanais, da Transtejo...

É por estas e por outras, que só pode ser uma brincadeira (mais uma...), a "legalenga" dos governantes, sempre expeditos a convidar as pessoas a deixarem os carros em casa e andarem de transportes públicos.

Era bom que experimentassem esta "trilogia"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, julho 08, 2022

Aconteceu o que se Previa (espero que os governantes tenham percebido e voltem a colocar autocarros de onde foram retirados)


Já toda a gente esperava que a Carris Metropolitana não viesse melhorar nem resolver coisíssima nenhuma, aqui na Margem Sul, a nível de transportes (é cada vez mais difícil acreditar neste Governo).

Na primeira semana a única coisa que se nota é a supressão de autocarros (várias linhas desapareceram e onde fazem mais falta, nas zonas suburbanas...) e os que circulam como "passam por todo o lado", fazem com um volta de trinta minutos passe a demorar o dobro...

Isto faz lembrar os tempos da "troika" onde a existência de escolas, de hospitais de tribunais e de transportes,  começaram a funcionar consoante o número de utentes existentes e não segundo as necessidades locais...

Em relação à Carris Metropolitana não estou a falar "de cor". Na terça-feira como não tinha carro (o meu filho precisou dele...) e tinha de ir à Vale Figueira (Sobreda) resolvi ir à aventura. Descobri que o autocarro que passava pelo local para onde ia, tinha mudado a rota e agora ia para a Charneca de Caparica e já não passava ali. Para não apanhar dissabores maiores fui de metro até Corroios e a partir daqui dei "corda aos sapatos" (o que vale é que gosto de andar...). Ou seja fiz duas caminhadas de 45 minutos (ida e volta) e durante este espaço de tempo só passou por mim um autocarro, quando já estava quase em Corroios, e ia na direcção de Paio Pires...

Sei que os moradores têm protestado, e com razão. E para variar, lá apareceu a presidente do Município de Almada, a colocar "paninhos quentes" no problema, não deixando de abreviar a questão com uma frase  que mais parece um slogan eleitoral (só que não há eleições próximas): "Contamos com todos para melhorar os transportes públicos rodoviários em Almada".

Gostava que este PS "fosse mais trabalho e menos propaganda". Que as coisas bonitas que registam em papel e espalham pela comunicação social se tornassem práticas quotidianas e deixassem de ser promessas... 

Era bom para o país e para todos nós.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, junho 30, 2022

O Grande Exemplo de que o Interesse Nacional Fica quase Sempre atrás do Interesse Pessoal e Local


Interessa-me muito pouco falar da "rábula" entre o ministro das Infraestruturas e o primeiro-ministro, que se tornou no grande tema "telenovelesco" das notícias desde ontem à noite. Embora isso explique como funciona a governação socialista...

Prefiro falar do que se têm passado nos últimos quarenta anos. Na escolha (e insistência, com gastos de milhões...) em lugares que se percebe que estão longe de serem os ideais para a construção de um novo aeroporto.

O que tenho percebido ao longo dos anos, é que nunca se conseguiu chegar a uma escolha consensual, porque o interesse nacional tem ficado sempre atrás dos interesses pessoais e locais. O papel de alguns autarcas em todos estes processos tem sido de um egoísmo e mercantilismo sem limites (quase sempre com a cumplicidade de ministros e secretários de estado). Olham mais para as suas regiões, para o que podem ganhar, que para o País e para os interesses de todos nós.

Esta é a principal explicação que encontro para que nunca se tenha encontrado uma solução consensual em quase quatro décadas.

(Fotografia de Luís Eme - Céu)


domingo, maio 29, 2022

Um Olhar de "Peão" em Lisboa...


Talvez por ter "pouco mundo" acho Lisboa a cidade mais agradável para se circular a pé, apesar das suas colinas. Sou capaz de caminhar mais de duas horas pelas ruas lisboetas, sem sentir qualquer desconforto. Isso acontece porque descubro sempre coisas diferentes nos lugares e nas pessoas com quem me cruzo.

Por não gostar de andar em filas, quase que só passo de carro por Lisboa ao largo (quando vou às Caldas ou a outro lugar...). E é também por isso que acho ridículo querer colocar mais "limites de velocidade" na Capital (o que só contribui para o aumenta ainda mais das filas e à confusão no trânsito...).

Também não concordo com a proibição de circulação na Avenida da Liberdade de viaturas aos fins de semana. Acho que se deve limitar, sim, diariamente, a circulação a carros particulares (o que já se fala há anos, mas que se fica pelas ameaças...) pelo chamado centro da Capital. Até porque os transportes públicos já foram muito piores...

Do que eu não ouço ninguém falar é dos "limites", que deviam ser feitos às trotinetes (talvez o maior perigo para os peões em Lisboa, graças à "loucura adolescente" de quem as conduz (mesmo que tenham 40 anos...). Limite na velocidade e também do número de existências. 

Claro que em benefício do "turismo" vale tudo, até continuar a "desequilibrar" a cidade, ao ponto de qualquer dia não existir um lisboeta a residir no centro histórico da Capital...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, novembro 24, 2021

Se Calhar Devia Comprar um Barco...


Tinha decidido ir a Lisboa hoje de manhã, porque precisava de comprar um caderno que só se vende na Capital. Embora fosse uma coisa sem urgências, não me estava a apetecer deixar a viagem para amanhã. Nem sequer me assustei com as nuvens que brincavam às escondidas com o Sol, quando espreitei à janela.

Cheguei a Cacilhas um pouco depois das dez e meia e o próximo cacilheiro era às 10.55 horas. Dei uma volta pelas redondezas e cinco minutos antes da partida, verifiquei que a hora de embarque fora alterada. Passara para as 11.15 horas.

Resolvi voltar a casa, porque não me estava a apetecer ficar ali mais 20 minutos, até porque havia a possibilidade dos funcionários da Transtejo mudarem novamente de ideias e suprimirem mais um horário.

Antes de me vir embora ainda passei pela bilheteira e dei mostras do meu descontentamento, falando da falta de respeito que os trabalhadores da empresa têm pelos outros trabalhadores.

E nem sequer falei da pandemia, de o cais de embarque estar cada vez com mais pessoas, que iriam encher o cacilheiro (sei que agora não há limitação de pessoas, mas um pouco de cuidado não fará, com toda a certeza, mal a ninguém...).

Vinha para casa e comecei a pensar que é um problema quando não temos escolha, como acontece hoje nos transportes fluviais. Antes de Abril de 1974, havia pelo menos três empresas a operarem nas travessias do Tejo. Mesmo alguém como eu, que é a favor do serviço público, detesta ser tratado de forma miserável e não ter outra alternativa (podem falar do comboio ou dos autocarros que passam a ponte, mas isso é outra coisa...). 

Sei que a comparação não é a melhor, porque há restaurantes em quase todas as esquinas, mas gostava de ter a liberdade de fazer com os transportes - ou com outro qualquer serviço público péssimo - o que faço com as casas de pasto: quando sou mal atendido, não volto a colocar lá os pés.

O que eu gostava mesmo era que a minha única solução para resolver este berbicacho e conseguir atravessar o Tejo sem problemas de maior, não fosse ter de comprar um barco...

Apesar de se falar muito de empreendorismo, continuamos a ser um país com poucas escolhas e demasiados "monopólios"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, novembro 08, 2021

As Greves contra o Povo...


Eu sei que se as greves não incomodarem as pessoas não fazem grande sentido. Mas há incomodar e incomodar...

É por isso que também sei que estas greves quase cirúrgicas, marcadas para as horas que "fazem mais doer" a quem não tem outra escolha, que deslocar-se para o trabalho de transportes públicos... só conseguem colocar mais pessoas contra as greves e os grevistas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, outubro 15, 2020

Mais "Areia para os Nossos Olhos"...


Foi preciso chegar aos 2101 infectados para o governo "acordar" e resolver "apontar" o dedo, quase num tom ameaçador, para os portugueses, de Norte a Sul.

Podia falar só dos inconscientes, que continuam a viver de uma forma "trumpesca", a recusar a ideia de que o Covid 19 pode ser uma doença séria, organizando festas clandestinas, sem cumprirem uma única regra essencial neste tempo de pandemia. Mas não. Nós todos estávamos a precisar de um "abanão"...

Talvez seja agora que se acabe mesmo o estado de graça, de um primeiro-ministro, que continua a governar, como se estivesse nunca banca de feira, a distribuir "banha da cobra".

É muito triste percebermos que ele e a sua equipa aprenderam muito pouco com a chamada "primeira vaga", da pandemia. Apesar da muita propaganda que tem sido divulgada, nunca se sentiu qualquer melhoria significativa em nenhum sector vital, desde a saúde aos transportes. Não se percebe para onde foram os mais de 4000 novos contratados para o SNS, porque não se melhorou nenhum serviço nos hospitais ou centros de saúde. A linha de Saúde 24 não funciona (são milhares os exemplos de pessoas que contactaram pessoas infectadas, e preocupadas, ligaram para esta linha e nunca tiveram a prometida chamada de retorno...). O aumento da oferta de transportes é outro logro, as pessoas em hora de ponta continuam a ser "obrigadas" a viajar em cima umas das outras. E poderia continuar a falar de outros exemplos, onde não se fez nada para alterar o prevísivel aumento de pessoas infectadas, como os horários de trabalho faseados.

Todo estes governantes que continuam a viver num mundo "faz de conta", são os grandes culpados do aumento do populismo e do avanço da extrema-direita no nosso país.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, setembro 18, 2020

Uma Imitação Desnecessária...


Embora possa parecer à partida pouco importante, sempre achei que a própria sigla, DGS, devia obrigar os dirigentes da Direcção Geral de Saúde a terem posições mais objectivas e transparentes, algo que não acontece, desde o começo da pandemia.

Embora no inicio, com tantas dúvidas e incertezas, se aceite que se alterem pontos de vista e regras de um dia para o outro, penso que é algo que não devia acontecer seis meses depois.

Não faz falta nenhum "pulso forte", faz falta sim, clareza e fundamento nas regras que nos são impostas. É importante explicar abertamente coisas tão simples como por exemplo: porque razão não há público nos estádios de futebol (que eu compreendo e apoio...) e há nas touradas ou noutros espectáculos; um jogo de futebol é adiado porquê; qual é a justificação para a diferença de tratamento entre a "Festa do Avante" e a "Peregrinção a Fátima". 

Podia continuar aqui com exemplos ainda mais sérios, como por exemplo a lotação das salas de aulas nas escolas, que varia consoante as condições existentes em cada estabelecimento. Ou seja, tanto podem existir turmas com 15 alunos como turmas de 25 alunos, num espaço físico idêntico (o que para mim é uma contradição enorme)... O mesmo se passa com os transportes públicos, uma coisa é que se diz, outra o que se faz. Não tenho andado muito em transportes, mas verifico que não há qualquer controle de entradas, são as pessoas que decidem se querem ou não entrar, quando o cacilheiro ou o metro já têm a lotação prevista nesta situação especial.

Era bom que esta DGS não tivesse qualquer parecença com a outra DGS, de tempos tão sombrios, que tudo fosse mais claro e objectivo à sua volta. Para "subjectivo", já nos basta o "Covid 19"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)

sexta-feira, março 06, 2020

A Espera...


A Espera...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

sexta-feira, janeiro 17, 2020

Tempo para Tudo...


Estava na paragem do autocarro que nunca mais chegava, a ver o quadro electrónico a brincar connosco. De repente os três minutos que faltavam passaram a ser sete... Conhecia aqueles "truques" das paragens do metro de Almada, onde se pratica mais do que se deve, a supressão de transportes...

À minha frente havia um cartaz publicitário, também electrónico, que ia passando duas ou três coisas.

A única coisa que me prendeu a atenção foi a série televisiva "lista negra", por me recordar o único rapaz que tinha uma lista dessas (deve ser mais normal do que o que eu penso, pois até os telemóveis têm uma...), onde empurrava para lá a "malta que não interessava".

Naquele meu momento de "enfrentar a lista", sorri por me recordar, que se havia alguém que devia estar em todas as folhas pretas, era ele, ao mesmo tempo que esquecia os atrasos dos transportes públicos, que também devem fazer parte de muitas "listas negras"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

sexta-feira, janeiro 10, 2020

Andava por aí, de um lado para o outro, quando pensei que viajar é outra coisa...


Viajar não é a mesma coisa que andar por aí, nunca foi. Mas nem sempre damos por isso. São as chamadas distracções do quotidiano...

Viajar é partir, procurar outras paragens. Puder olhar, cheirar, tocar e sorrir a outras coisas, mesmo que essas  coisas sejam pessoas.

Mas partir mesmo, até porque nunca foi tão fácil e barato andar por aí à volta do mundo.

Sei que nem tudo é agradável, os aeroportos parecem centros comerciais ao fim de semana, para pior. Os aviões parecem comboios, daqueles que nunca chegam a horas a sítio nenhum. Mesmo assim, as pessoas fazem filas para embarcar, ainda que seja num "avião-autocarro" (e as viagens de pé, estão quase...), porque fica mais em conta.

O barco podia ser uma boa alternativa, se estes também não tivessem sido transformados em "cidades", que transportam e dão abrigo a reformados endinheirados,  que navegam para Norte e para Sul, por esse mundo fora.

Até me lembrei se a mochila com que fiz o "inter-rail" em 1985, ainda existia. Talvez, lá para os cantos do sotão da casa dos pais... Antes já pensara que não é possível viajar como nesse tempo (passaram quase 35 anos... o tempo não perdoa). A liberdade entretanto também é outra coisa...

Transformámos quase tudo (nem sempre para melhor), é por isso que viajar também é outra coisa (cada vez mais material e menos espiritual)...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)