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segunda-feira, agosto 05, 2024

Quase que apetece dizer: "volta 'simplex' estás perdoado!"


Cada vez que tenho de me deslocar a qualquer serviço público, é um suplício. Estou quase uma hora à espera para resolver uma coisa que demora menos de cinco minutos.

Sei que a culpa maior é dos políticos, que são avessos a reformas (António Costa é um dos grande culpados, pois esteve tempo suficiente no poder para ter reformado o Estado...). E estas são tão necessárias, em quase tudo...

Claro que os funcionários também têm as suas responsabilidades, pois além de serem avessos às mudanças, adoptam a teoria de "que quanto menos fizerem melhor".

Sei que é visível a falta de pessoas nos atendimentos, mas a falta de eficiência ainda é maior...

A solução não devia ser apenas a de "privatizar" (os CTT, por exemplo, funcionam muito pior...), tão à medida do PSD, devia ser sim, melhorar, servir melhor os outros. Muitas destas pessoas que estão em serviços de atendimento, detestam ter se "servir os outros", como se isso tivessem algo de negativo. Isso acaba por acontecer, directa ou indirectamente, em todas as profissões.

Voltou-se a falar do "simplex". E sim, quase que apetece dizer: "volta 'simplex', estás perdoado!"

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, abril 07, 2024

Não, Obrigado (regresso do Serviço Militar Obrigatório)


Não encontro explicações racionais para o facto de a nossa democracia, aliás, o bloco central (os Socialistas e os Sociais Democratas) sempre terem tratado as Forças Armadas sem a dignidade que mereciam, desvalorizando a sua importância na sociedade.

Não sei se foram "traumas" por a Revolução de Abril de 1974 e a transição democrática ter sido feita por Militares, por serem eles os nossos "Heróis da Liberdade", e não os políticos e os partidos.  A única coisa que sei, é que tanto o PS como o PSD, foram-se servindo dos Militares, quando lhes dava jeito, ao mesmo tempo que adiavam as reformas tão necessárias (e que nunca foram realizadas por inteiro...).

É importante dizer que isto aconteceu, quase sempre, com a cumplicidade dos generais e almirantes, que nunca foram capazes de abordar os problemas criados com o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO), que foi encurtando cada vez mais o número de homens e mulheres que queriam seguir a vida militar, dificultando o cumprimento das missões em terra, no ar e no mar. 

Se pensarmos que o SMO acabou há mais de 20 anos. E que os Governos e as chefias militares nunca se uniram para tornar a vida militar atraente para os jovens (além de oferecerem poucas perspetivas de futuro e de formação, os ordenados  foram sempre baixos...), não será com o regresso desta obrigatoriedade, que as coisas irão melhorar.

Aliás, só se começou a falar do regresso do SMO, com alguma insistência, porque começa a não haver gente para cumprir os "serviços mínimos", uma vez que cada vez é mais difícil recrutar jovens voluntários para a vida militar. O problema é que os defensores  desta proposta não estão a pensar em melhorar condições para quem quiser ser militar. Estão sim, a pensar que com a "obrigatoriedade" deste serviço, pode acabar-se com o défice humano existente, ao mesmo tempo que se consegue de volta a antiga "mão de obra barata".

É demasiado óbvio que esta tentativa de trazer de volta o SMO, não tem nada de reformista, nem pretende melhorar as condições oferecidas aos militares. É por isso que estou completamente contra este regresso ao passado. 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, dezembro 10, 2023

Os governantes da "escola do facilitismo"...


O "caso das gémeas" fez com que se passasse ao lado do relatório PISA, que nos ofereceu um retrato do nosso ensino preocupanterealçando a forma como estamos a andar para trás, na matemática, no português e na maior parte das disciplinas.

As justificações para estes resultados baseiam-se numa "escola de facilitismo", realçando professores que não cumprem os programas e alunos que chegam aos últimos anos do secundário mal preparados (sem os conhecimentos necessários para passarem de ano...).

Embora não façam parte do relatório, devia-se falar também de outras coisas.

Sim, é impossível passar ao lado das péssimas condições de trabalho que foram oferecidas, a todos aqueles que queriam ser professores, nos últimos vinte anos, conseguindo afastar os melhores das escolas  (é sempre isto que acontece em todas as profissões, quem pode procura algo melhor...). Infelizmente os que ficaram, foram ficando cada vez mais desmotivados...

A responsabilidade maior para o que se passa na educação, é de quem esteve no poder oito anos e não conseguiu (ou não quis...) realizar nenhuma reforma para melhorar o dia a dia nas escolas, preferindo fingir que estava tudo bem...

Os sindicatos dos professores também têm a sua quota parte de responsabilidade, pois a sua grande preocupação nos últimos anos foi lutar pela recuperação dos anos de serviço perdidos e aumentos de salários e não pela melhoria da qualidade do ensino.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, fevereiro 23, 2023

«Não é só Portugal que estragam. É sobretudo a esperança de ver um Portugal melhor.»


Um dos meus trabalhos, é a busca das palavras dos outros. De vez enquanto encontro coisas que não se conseguem deixar engolir pelo tempo, por nossa culpa (eu sei que há exagero neste sentido colectivo, quando os culpados são sobretudo todos aqueles que nos governaram nas últimas quatro décadas).

Quando Pedro Norton, uma voz insuspeita nos meandros sociopolíticos, escreve: «Se a ideia é só mudar as moscas, tenham um mínimo de decoro e poupem-nos aos discursos messiânicos. Não é só Portugal que estragam. É sobretudo a esperança de ver um Portugal melhor.» O mais curioso é que esta transcrição é de Março de 2012, da "Visão"...

O problema é que andamos nisto há quase quarenta anos. Desde a entrada na União Europeia, que não conseguimos utilizar os fundos europeus para melhorar o país, enquanto Estado democrático. Nunca se fizeram as reformas cada vez mais necessárias, na justiça, na educação, na saúde, na administração pública ou na defesa. Fingimos que as coisas funcionam, remendando aqui e ali, quase sempre com mais custos, e sem que se faça a coisa certa, a pensar no futuro de todos nós.

Desde Cavaco Silva (que gosta muito de se pôr em bicos de pés, mesmo sendo quase o rei dos "rabos de palha"...), passando por António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e António Costa, nunca foram feitas reformas de fundo que contribuíssem para a modernização e sustentação do país.

É caso para dizer: tanto tempo e tanto dinheiro perdido...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)