Mas toda a semana esteve assim. Ontem também fui às Caldas almoçar com a minha mãe e o meu irmão, e o nevoeiro esteve presente pelo menos até meio da viagem (sem nunca ser cerrado e ainda bem, só depois de Torres Vedras é que o Sol apareceu com alguma genica...).
Mas o que queria mesmo falar era deste sábado, quase sem sol, com aquela humidade matinal que tenta entrar-nos pelos ossos dentro, por ser o título do livro de contos de estreia do Romeu Correia ("Sábado sem Sol"). Isso acontece porque fiquei a pensar nas coisas importantes que não se disseram ontem, no lançamento da segunda edição de "Um Passo em Frente", porque o convite que nos foi feito para falarmos da forma como conhecemos o escritor almadense, levou-nos para uma viagem mais pessoal que colectiva.
Hoje acordei a pensar que o Romeu era quase único, porque conseguia juntar com a mesma mestria a oralidade e a escrita. Ele era um excelente contador de histórias, de sala ou café, além claro, das muitas histórias que conseguia meter dentro dos livros e nos palcos.
Pensei e escrevi mais coisas (até lhe chamei "influenciador"...). Aliás, devemos registar sempre um ou outro apontamento, mais importante, das histórias que nos contam, para que elas posteriormente não se tornem confusas, depois de se misturarem com outras que temos dentro da nossa cabeçinha.
Quando não o faço, por vezes já não sei ao certo qual é o seu verdadeiro "espaço" e "tempo"...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)