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sábado, junho 01, 2024

Dois exemplos da "cegueira pelo poder"...


Sei que hoje devia ser dia para falar de crianças e não de "criancices", mas os meus filhos cresceram e...

Não me lembro de ver um líder de um partido (PS), depois de perder as eleições (de uma forma notória...) na ilha da Madeira, achar que tem a mesma legitimidade para ser poder que o vencedor das eleições, Miguel Albuquerque, do PSD. 

Talvez o senhor Cafôfo pense que o melhor é acabar-se, primeiro com as eleições e depois com a democracia...

Também não me lembro de ver gente tão agarrada ao poder como o antigo presidente do FC Porto, depois de 42 anos de presidência do clube (foi muito difícil tirá-lo do "poleiro") e agora o treinador da equipa principal de futebol, Sérgio Conceição. Apesar da sua "ambiguidade" (nunca assumiu de uma forma directa a sua saída, embora o seu apoio ao presidente derrotado e a assinatura de um contrato a dois dias das eleições digam tudo da personagem...), é óbvio que ele não quer continuar como treinador. Mas também não quer que seja o seu antigo adjunto, como se este fosse apenas um seu "lacaio", não tivesse valor ou vontade própria.

São dois exemplos do que faz a "cegueira pelo poder", com esta gente a prejudicar de uma forma inqualificável as instituições que dizem "amar até à morte"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, julho 26, 2023

Se antes já se ganhava dinheiro a mais no futebol, o que dizer agora?


Penso muitas vezes que o futebol é um desporto único, com uma capacidade de resistência invulgar, ultrapassando toda a espécie de ataques, altos ou baixos.

O mais provável é que, com esta "febre do ouro" (ou do petróleo...), das arábias, ele leve um abanão, daqueles grandes. Mas no final, mais uma vez, acabará por resistir...

O mesmo não poderei dizer de alguns clubes, que ao ficarem sem os seus melhores jogadores, podem ver os seus adeptos a virar costas aos estádios, em ruptura com todo o "negócio", ao mesmo tempo que os investidores "batem asas", deixando-os nas "ruas da amargura"...

Embora seja cedo para se fazerem contas ou lançar para a mesa prognósticos, ninguém duvida que tudo isto é surreal. Se antes já se ganhava dinheiro a mais no futebol, o que dizer agora?

E o mais grave, é que nem se pode dizer que se trata de um investimento, trata-se apenas de "gastar dinheiro" quase por vaidade e arrogância, para se poder ter os melhores jogadores no campeonato da Arábia Saudita.

Quando há quem veja nesta "loucura", uma boa novidade global, eu olho-a apenas como mais um ataque ao futebol e até à economia europeia e mundial.

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


terça-feira, outubro 18, 2022

A Psicologia de Café, com Bourdain e Esgaio à Mesa...


Anthony Bourdain, que decidiu deixar-nos há já mais de quatro anos, começou por ser revisitado à mesa do café, pelas mulheres, a propósito de uma tema que terá de ficar para amanhã ("Morrer de, e, por Amor"...).

Como acontece nestas conversas, quase tipo "Flashback", com várias nuances a subirem e descer da mesa, houve quem acrescentasse que ele estava deprimido há muito, e que foi por isso que pôs termo à vida num hotel em Kayserberg, na Alsácia francesa. O amor mal resolvido, era apenas um dos seus problemas...

A única certeza que todos tínhamos, era que ninguém sabe o que vai dentro da cabeça dos outros. E que nem todos dão sinais de que estão cansados de viver...

Quase a despropósito, um dos sportinguistas da mesa resolveu falar de Esgaio, uma espécie de "patinho feio", que tem sido bastante contestado em Alvalade, pelo seu historial de erros quase infantis. Disse-nos que ele tinha pedido ao treinador para não jogar, por não estar em boas condições psicológicas. 

Talvez Esgaio seja apenas mais uma vítima da pressão do "jogador de clube grande", que tem de jogar sempre para ganhar e nunca deve virar as costas para as bancadas, adiantou o Rui. 

Felizmente este não é um caso de vida ou de morte. Mas talvez o Rui tenha razão e o Esgaio tenha de pensar em ir jogar para outro clube, em que possa perder (e falhar...) de vez em quando...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, julho 19, 2022

«Se o mundo é estranho, o futebol consegue ser muito pior. Tem pelo menos mais uma ou duas lentes de aumentar»


Os "dragões" do Sul são menos engraçados que os verdadeiros (esses mesmo, os ferrenhos...), pois além de não terem a pronúncia do norte, falta-lhe a alma bairrista de uma cidade que ainda finge que toda a gente se conhece.

Mais a brincar que a sério, queriam saber o que é um "ex-jornalista desportivo" pensava no caso do "pai e filho Conceição". Disse-lhes que achava muito bem o Francisco ir para o Ajax de Amesterdão. Saia no tempo certo, sem nos termos apercebido que um pai treinador e um filho jogador, nunca devem fazer parte da mesma equipa, pois mais tarde ou mais cedo, acabam por ficar os dois a perder. 

Também quiseram saber o que pensava das "mordidelas" de macaco do líder da claque portista ao Sérgio Conceição, disse-lhes que era um erro dar importância a quem não a tinha. Já bastavam os jornais e as televisões.

Depois houve alguém que salvou o café da manhã, ao falar do nosso Ronaldo, que parece ainda não ter clube. Muitos fingem que o querem (das árabias às américas), porque é uma óptima publicidade para qualquer negócio, ao mesmo tempo que outros desdenham e dizem que não o vão comprar.

Foi quando a Rita disse a melhor frase da manhã: «Se o mundo é estranho, o futebol consegue ser muito pior. Tem pelo menos mais uma ou duas lentes de aumentar.»

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


segunda-feira, junho 06, 2022

Parece que "isto está tudo ligado"...


A pandemia transformou-nos muito mais do que queríamos. Não conseguimos voltar a ser as mesmas pessoas porque o mundo à nossa volta também não voltou a ser igual. 

Claro que o uso abusivo do telemóvel também ajuda a toda esta desumanização crescente. É graças a ele, que não se olha, não se fala nem se respeita o outro. O "outro" passou a ser quase um objecto.

Lá vou eu "misturar" as coisas, mas é mais forte que eu. 

Se o poeta Guerra ainda estivesse entre nós, provavelmente também insistia na tese de que "isto anda tudo ligado"... 

O que eu sei é que não é normal, que um jogo de hóquei em patins entre o Benfica e o Sporting, disputado no sábado, acabasse quase num combate, com "stikadas" e socos entre os atletas dos dois clubes. Se fossemos um país em que a justiça funcionasse, uma boa parte destes jogadores seria suspenso por mais de um ano e teriam de pagar multas exemplares. Mas como são jogadores dos poderosos Sporting e Benfica, devem apanhar apenas três ou quatro jogos de castigo (se apanharem...) e finge-se que está tudo bem.

Muito menos normal são as "guerras" no interior da claque mais importante do FC Porto, que já provocaram duas mortes. Quase toda a gente diz que isso não tem nada a ver com o futebol. Será? Até parece que a "clubite aguda", essa autêntica praga que cerca cada vez mais o futebol, em particular, e o desporto em geral, pertence a outro mundo qualquer.

Não deixa de ser curioso, que não se ouça ninguém do Governo a falar sobre estes casos, muito menos a anunciar medidas exemplares contra os prevaricadores...

Talvez se continue a insistir na tese habitual: "ao desporto o que é do desporto", "à sociedade o que é da sociedade", como se  vivêssemos em mundos paralelos.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, setembro 06, 2021

A "Trilogia do Costume" (encaixa em tudo)...


Fazem-me muita confusão as pessoas do futebol (neste caso até são os que ainda têm um pé de fora no dirigismo desportivo...), que adoram seguir a expressão que se tornou popular com Pimenta Machado, de que o que "hoje é verdade amanhã é mentira", frase que continua a ser um bom hino para os bons e maus mentirosos.

A trilogia "O Velho, o Rapaz e o Burro" assenta que nem uma luva nos adeptos do Benfica, que assim que Luís Filipe Vieira foi preso, queriam eleições de imediato no Clube, sem se preocuparem com o seu quotidiano e com todos os problemas se avizinhavam (um empréstimo obrigacionista, a formação do plantel, os jogos de acesso à Liga dos Campeões e o começo do campeonato...).

Rui Costa mostrou não estar agarrado ao poder e descansou todos os adeptos (especialmente os sedentos de poder...), dizendo que logo que possível seriam marcadas eleições, ainda antes do final do ano de 2021.

Para mal dos pecados dos "opositores" da actual direcção, tudo foi resolvido em benefício ao Benfica. E como todos sabemos, as vitórias acabam por fazer esquecer os vários problemas, que continuam a preocupar todos os verdadeiros benfiquistas. E como a vitória parece estar mais longe do seu horizonte, dizem que o tempo que têm para preparar as eleições é curto. Com toda a certeza, se fosse marcada para o fim do ano, diziam que era tarde demais...

É muito complicado lidar com gente assim, que adora viver num mundo onde "o que hoje é verdade amanhã é mentira" e vice-versa...

(Fotografia de Luís Eme - Corroios)


quinta-feira, agosto 05, 2021

Um Campeão Olímpico (quase) Português...


Embora tenha ficado acordado até depois da final do triplo salto dos Jogos Olímpicos, ganha pelo Pedro Pichardo - um cubano que escolheu Portugal para continuar a sua carreira desportiva -, foi estranho, não senti esta vitória como se fosse de um português. Sei que não se trata de um problema de cor de pele ou do nome próprio ou apelido, mas sim de não ter vivido no nosso país desde a infância e feito toda a sua carreira desportiva em Portugal.

A vinda de Pedro para Portugal foi feita já em adulto (era um atleta internacional cubano medalhado em grandes competições...) e coincidiu com a saída de Nelson Évora do Benfica para o Sporting e a posterior passagem de Pichardo para o clube da Luz. E por essa razão, o atleta nascido em Cuba acabou por ser envolvido numa polémica, sem ter feito nada para isso. Nelson Évora é que não perdoou este "troca", e ainda menos o seu processo de naturalização (segundo o seu ponto de vista, demasiado rápido...).

O mais provável é que o atleta nascido em Cuba nunca tinha ouvido falar da rivalidade entre o Benfica e o Sporting, apenas aproveitou a boa oportunidade de poder voltar a treinar com o seu pai (estava proibido na ilha de Havana...) e com melhores condições de treino e de vida, num país com um excelente clima para quem faz desporto.

É também importante referir que o tempo dos "puristas" acabou, especialmente no desporto. Pedro Pichardo tem hoje a companhia de muitos outros atletas, que representam Portugal e não nasceram no nosso país (nos Jogos Olímpicos estiveram pelo menos mais cinco atletas cuja naturalização também poderia ser colocada em causa...).

Mas quando se trata de campeões, o normal é "fechar-se os olhos". Lembro-me por exemplo, do processo da naturalização de Deco (que por acaso até veio para o nosso país bastante jovem, assim como Pepe...), que foi criticada por alguns jogadores, especialmente Figo e outros centro-campistas. Ou seja, as críticas acabam por vir sempre de quem sente de alguma forma o seu lugar em risco... 

Já em relação ao Governo, aos Clubes ou às respectivas Federações, o silêncio é quase sempre ensurdecedor...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, agosto 05, 2020

O Futebol é uma "Mentira"...


Há muito tempo que sei que o futebol é uma "mentira", que quase todos os clubes vivem acima das suas possibilidades e que são dirigidos, muitas vezes, por gente que em vez de os servir, serve-se, sobretudo do que eles representam junto dos seus adeptos. Esta a explicação mais simples para que se veja muitos dirigentes a sairem ricos dos clubes, enquanto estes vão caminhando, ano após ano, para a falência...

Embora me custe ver o Vitória de Setúbal a caminho do futebol "amador", não se pode continuar a fingir que está tudo bem (se as leis fossem cumpridas isso já teria acontecido antes, mas se calhar só este ano é que existem apenas duas equipas que não cumprem as exigências da Liga, sendo por isso mais fácil empurrá-los para a III Divisão, que agora tem o bonito nome de Campeonato de Portugal).

Neste caso particular o clube sadino tem contado ao longo dos anos com a conivência do Município, que tem feito parte da SAD do clube (talvez sem este apoio o Vitória já não existisse...), e que tem fechado os olhos a muita coisa, por saber o peso que o futebol tem junto das populações. Pois qualquer medida impopular poderá colocar sempre em causa qualquer eleição ou reeleição...

O Vitória de Setúbal é um histórico, basta dizer que é um dos cinco clubes com mais presenças na primeira divisão. 

Durante largos anos foi uma "fábrica de talentos". Jaime Graça, Vitor Baptista, Octávio Machado, Jacinto João, José Mendes, Rebelo, Tomé, Mourinho, José Maria, Conceição, Torres, Quinito, Hernâni ou Hélio, são apenas alguns dos melhores exemplos, de jogadores de grande classe que vestiram as camisolas das riscas verdes e brancas.

E as equipas treinadas por Fernando Vaz e José Maria Pedroto do final dos anos 1960 e princípios de 1970, são inesquecíveis, Não só começaram a "morder os calcanhares" aos três grandes como praticavam o futebol mais vistoso do campeonato.

Se se concretizar a "descida", só posso desejar que volte rapidamente àquele que é o seu lugar, mas de preferência mais saudável financeiramente...

(Fotografia de Luís Eme - Setúbal)

terça-feira, maio 07, 2019

Este Tempo dos "Campos Inclinados"...


Já o disse aqui, mais que uma vez, que uma das razões que me leva a evitar falar de futebol, é conhecer o seu lado menor, por já ter feito jornalismo desportivo. Sei bem demais que o chamado "desporto-rei", além de ser muito mal frequentado, é de tal forma apaixonante, que retira a lucidez a muito boa gente quando fala dos clubes que gostam.

Mas não posso, de maneira alguma, deixar de registar o que se passou ontem no Estádio do Bonfim, durante o jogo entre o Vitória de Setúbal e o Boavista. É muito triste vermos um árbitro a querer ser a "figura do jogo", pelos piores motivos. Tentou "inclinar" o relvado, utilizando uma dualidade de critérios tal, que mexeu com as emoções dos jogadores da casa, ao ponto de a equipa do Vitória ter acabado o jogo com apenas oito jogadores em campo... 

No final de campeonato olha-se sempre para cima, discutem-se os jogos do Benfica, do Porto e do Sporting e esquece-se o que se passa cá por baixo, em que há sempre uma ou outra equipa, que começa a ser "empurrada" para a Segunda Liga. Felizmente há muitas que conseguem resistir e ser mais fortes que as "decisões mentirosas dos árbitros". Espero que seja esse o caso do Vitória de Setúbal, no final da época.

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, maio 15, 2018

Um Dia Negro Graças às Bestas Cobardes que Rodeiam o Futebol


É uma coisa impensável o que aconteceu hoje à tarde na Academia de Alcochete do Sporting.

Não há nada que justifique este ataque cobarde, por elementos de grupos, que há largos anos fazem o que querem nos estádios, com a complacência dos clubes e das autoridades. 

Infelizmente, neste caso particular, há um autor moral de todos estes acontecimentos, que nos últimos tempos tem insultado a inteligência de qualquer adepto de futebol.

As consequências podem ser de uma gravidade tal para o Sporting, que até poderão pôr em risco a presença dos principais jogadores da equipa principal, na final da Taça de Portugal, no próximo domingo.

(Fotografia de autor desconhecido)

segunda-feira, maio 14, 2018

A Gente sem Memória dos Futebóis...


Todos sabemos que quanto maior é a exposição, mais doloroso é o esquecimento... E não só é mais fácil cair-se no "poço", como este se revela mais fundo. Ou seja, quem convive com o sucesso mediático, sabe muito bem que a "vertigem entre a besta e o bestial", é quase diária...

Onde esta realidade se torna mais evidente, é no mundo do futebol, um negócio capaz de arrastar multidões cegas e facilmente manipuláveis.

A última vítima deste "mundo cão" é Rui Patrício, que depois de ter "salvo" o Sporting de uma derrota em casa com o Benfica, com meia dúzia de defesas só ao alcance dos predestinados, foi o "bode expiatório" escolhido pelos adeptos frustrados pela derrota, no último jogo do campeonato, em que deixou entrar um "frango"... 

Claro que a sua escolha pelos adeptos não acontece por acaso. Ele também tem sido o escolhido pelo presidente como o "cabecilha" do grupo de "jogadores revoltosos", que é preciso varrer para fora do clube.

Rui Patrício felizmente já tem a estátua que merece, na sua Terra Natal, que desta vez nem foi ingrata. E ninguém conseguirá apagar a sua história no Sporting e no nosso país, em que é um dos nossos melhores guarda-redes de sempre (a par de Baia e Damas), nem mesmo um presidente que se julga dono e senhor do clube que devia ser de todos os sportinguistas e não apenas de alguns...

(Fotografia de Autor desconhecido)

domingo, setembro 17, 2017

Utopias Futebolísticas...

Ontem, ainda antes do almoço, assisti a uma discussão lamentável sobre clubes de futebol (sim, quando apenas de fala do Benfica e do Sporting, de presidentes, directores de comunicação, etc, fala-se de tudo menos de futebol...). Os argumentos utilizados por ambas as partes foram como costuma ser hábito, rasteiros e ofensivos. 


Embora estivesse de fora da conversa e não fosse "doente da bola", quando vim para casa, fiquei a pensar que se não gostasse do Benfica, era indiferente a todo aquele folclore, a todas aquelas artimanhas de quem quer ganhar a qualquer preço, que tanto pode ser com a ajuda do árbitro, do poste ou até do defesa adversário, que às vezes se engana na baliza.

Mas é péssimo que os estádios tenham cada vez mais espectadores que vão assistir aos jogos apenas para verem os seus clubes ganharem (alguns até passam o tempo todo de costas para o relvado...), mesmo que joguem um futebol miserável, e ganhem com uma grande penalidade que só existiu no apito do árbitro...

Sei que toda esta "nuvem de fumo" é provocada pelas direcções de comunicação de clubes, compostas por jornalistas (como é que esta gente alguma vez podia ser isenta no exercício da sua profissão, já que passa o tempo todo a "incendiar" o futebol?), capazes de tudo para promoverem os seus "patrões" ou para denegrir a imagem dos adversários.

O mais engraçado, é que no final do dia nem fiquei chateado por o Benfica ter perdido no Boavista. Lembrei-me dos muitos jogos que tem ganho com "sorte", sem ser a melhor equipa em campo. E que talvez lhe faça bem, que aconteça o contrário... Talvez os seus dirigentes percebam que é mais importante contratar um bom guarda-redes e um bom defesa central, que continuarem a pensar que são as "camisolas encarnadas" que ganham os jogos...

(Ilustração de Enoch C. Bolles)

segunda-feira, abril 03, 2017

Um Livro (Pouco) Profético...


Embora esteja hoje mais fora, do que quando escrevi o meu primeiro romance (e único...), em que "matei um árbitro", penso que a violência no futebol não tem aumentado, como nos tentam fazer crer. O que tem aumentado, sim, é o sentimento de impunidade. Mas é algo que tem alastrado por todos os sectores da sociedade...

E acaba por ser esse "sentimento" que pode levar tudo a perder, tal como a ausência de policiamento em jogos regionais (algo completamente irresponsável e absurdo).

O caso do "Canelas" (nome mesmo apropriado para aqueles rapazes...) é sintomático, pois desde o começo da época que 12 clubes do distrital do Porto se recusaram jogar com esta equipa, por tudo o que rodeava este grupo de "gentalha", habituada a fazer as suas próprias leis, dentro e fora dos estádios e na noite portista. Como de costume, quem poderia (e deveria) fazer alguma coisa, limitou-se a olhar para o lado e a assobiar para o ar.

E é provável que não existam responsáveis (para além do agressor), apesar da gravidade da situação. Talvez ainda sejam capazes de culpar os árbitros por não escreverem o que viam nos campos onde apitavam, nem as ameaças de que eram vítimas. Eles que continuam a ser os "parentes pobres" deste negócio, se esquecermos as "prima-donas" que apitam os jogos profissionais...

Mas não cabe na cabeça de ninguém que se deixe que um grupo de "arruaceiros", habituados a esgrimir argumentos nas bancadas dos estádios, também o possam fazer dentro dos estádios como atletas, e com a mesma impunidade com que o fazem por onde quer que passam...

segunda-feira, outubro 26, 2015

Uma Outra Religião, com Outro Jesus


Dando continuidade ao que escrevi ontem, para mal de todos os pecados dos benfiquistas (onde me incluo...), o Jesus parece que é mesmo Salvador, os sportinguistas que o digam, não é todos os dias que se chega ao Estádio do Benfica e se ganha por três a zero. 

Agora falando mais a sério, é bom percebermos que se há alguém que acredita nele próprio, é o agora treinador do Sporting. Consegue suplantar as suas limitações técnicas e linguísticas com uma enorme força de vencer. E os resultados estão à vista.

Eu sei que tem tido sorte. Mas a sorte normalmente procura-se, não é coisa para vir ter connosco, apenas porque sim.

Ao contrário do que já se diz por aí, que ele agora até já aposta na formação, em Alvalade. É mentira. Ele continua a apostar nos melhores jogadores, que por mera curiosidade, no clube leonino, além de terem crescido na Academia, também são portugueses.

E também lamento que o Benfica não tenha aceitado com mais "fair-play" a sua saída (até por ser do conhecimento público que se iria mudar de paradigma no clube, investindo-se mais na formação e menos nos mercados). 

domingo, outubro 25, 2015

O Conforto e a Alegria que Vêm de Fora...


Há muito que não me apercebia, de uma forma tão nítida, o quanto era importante que o Benfica ganhasse, para o conforto, ainda que por apenas algumas horas, daquele "Vencido da Vida", que saiu de casa cedo, com o cachecol encarnado ao pescoço.

Conhecia-o de vista. Era pouco mais velho que eu e estava desempregado há tempo demais, ao ponto de não se lembrar de quando tinha tido um emprego certo. A sua vida era feita de biscates, fazia tudo para ganhar uns cobres, para o tabaco, para o tinto e para o Benfica, quando tinha mesmo de ser.

Este domingo era um desses dias. Nem sequer se assustou com a chuva matinal. Calçou as botas de borracha, certo que por ali não iria entrar água, assim como o seu impermeável. Não queria perder a oportunidade de se associar às assobiadelas monumentais que iriam oferecer ao Jesus no estádio, esse traidor. Pior que ele só o Cavaco. Mas como ele disse, hoje não era dia de se falar de política. Era dia de gritar pelo Glorioso.

Encostado ao balcão do café, disse ao empregado que nem se importava que o Benfica ganhasse só por um zero, mas iam ser pelo menos dois ou três, com o Jonas e o Mitroglou (nem se enganou ao dizer o nome do grego, sabia mais de português que o Jesus...) a trocarem os olhos aos defesas dos "lagartos".

Percebi o quanto ele precisava de se sentir feliz, de ter uma alegria, ainda que fosse só por umas horas. Só era preciso que os jogadores encarnados estivessem pelos ajustes...

terça-feira, março 18, 2014

O Futebol Não Tem Direito a Ética?


Quando ouço ou leio gente como Miguel Sousa Tavares, Rui Gomes da Silva ou Eduardo Barroso, fico  perplexo. A sua "clubite aguda" faz com que ambos digam e escrevam coisas completamente absurdas. 

Mas o pior, é perceber que o mais importante para eles é que o seu clube ganhe, mesmo que seja com um fora de jogo que passou despercebido ou com uma grande penalidade inventada por um avançado com jeito para o "teatro dos trambolhões". 

Incomoda-me esta falta de ética, que é seguida por outras tantas figuras públicas com responsabilidades na nossa sociedade. 

São eles, ao lado da gente anónima, que transformam os estádios um "circos", onde tudo é possível, até chamar os piores nomes aos árbitros e adversários (e até aos próprios jogadores do clube...), muitas vezes de forma injusta.

Mas o pior de tudo é perceber que toda esta gente que "endoidece" com o futebol, não quer que ele se torne mais transparente, com menos casos. Querem sim, ser eles os  únicos beneficiados do tal "sistema".

É também por todas estas coisas que eu nos últimos quinze anos apenas entrei uma vez num estádio para assistir a um jogo de futebol...

segunda-feira, julho 01, 2013

O Futebol com Arte


Tinha pensado montar uma "montra de livros" aqui no "Largo", mas fui "atraiçoado" pela final da Taça das Confederações de Futebol, que o Brasil conquistou ontem, frente à Espanha, com todo o mérito.

Esta competição teve uma coisa muito positiva, apresentou Neymar ao mundo.

E Neymar é mesmo artista, está no patamar dos craques de excepção e penso que num futuro próximo será melhor que Messi e Cristiano Ronaldo. Digo isto porque tem a velocidade de Ronaldo, a arte de Messi, mas tem algo que falta aos dois, a beleza estonteante que imprime a cada lance de ataque.

Com 21 anos de idade, já é muito superior a ambos, quando tinham esta idade.

E também gostei de ver o Brasil derrotar a Espanha, talvez por algum "portuguesismo" e por estar farto daquele jogo curto de "cabine telefónica".

Depois do que aconteceu na última época em Espanha, não consigo ver em Casillas o bom guarda-redes de outros tempos, muito menos apreciar o bom futebol de Xavi e Iniesta, provavelmente por se terem metido em "guerras" que não são as suas, tendo sempre Mourinho como alvo.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

O Meu Jornal das Segundas

A segunda-feira sempre foi, e é, um dia difícil para todos nós. Por ser o primeiro dia de qualquer coisa, que nem sempre é aquilo que desejamos ou merecemos.

Talvez por isso, começo muitas segundas a folhear as páginas de "A Bola".

Apesar da carga dramática que existe em vários acontecimentos do fim de semana desportivo, acaba sempre por ser uma leitura descontraída. Provavelmente por olhar para todas as reportagens e opiniões com a certeza de que o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira...
A escolha do jornal tem muito a ver com o facto de se encontrarem por ali, todas as classificações desportivas, da primeira liga aos regionais, passando pelas camadas jovens e pelas ditas "amadoras".
Além do Benfica, passo sempre os olhos pelo Caldas, pelos clubes de Almada (Cova da Piedade, Pescadores e Almada) e por outros "emblemas", que por razões várias, não consigo ser indiferente, mesmo que estejam em divisões inferiores (Belenenses, Boavista, S. Covilhã, Sesimbra, Gaierense, Peniche, etc), ou sejam de outros países, como o Real Madrid (hoje o clube internacional mais português) e o mítico Manchester United.
Parece consensual que o Benfica está em alta, mas dificilmente ultrapassará o F.C.Porto, um dos únicos clubes que ganha mesmo quando joga mal. No fim da tabela aparece agora o Portimonense, praticamente condenado à descida, graças à sua aposta num treinador cujo nome Carlos Azenha, bem poderia ser substituído por Carlos "Azelha". Até agora, nas suas passagens pelo Vitória de Setúbal e Portimonense, não conseguiu ganhar um único jogo na primeira liga.
Na segunda divisão o S. Covilhã foi vitima de um daqueles árbitros que nos deixam sempre na dúvida: se são realmente desonestos ou simplesmente incompetentes. Marcou uma grande penalidade contra a equipa serrana (que não existiu e até espantou os jogadores do Estoril...) e não marcou outra evidente (mão na bola...) a seu favor, que deixou os jogadores, treinador e adeptos completamente indignados. Achei curiosa a nota do jornal, que disse que João Pinto (o treinador) não compareceu na conferência de imprensa, por não estar em condições psicológicas para falar aos jornalistas...
É verdade, o árbitro chama-se Luís Catita...

São estas coisas que fazem com que o futebol não possa ser levado muito a sério. E espanta-me muito que as pessoas ainda vão aos estádios, porque os tempos são outros e há muita coisa para se fazer aos domingos, contrariamente ao que se passava antes de 1974...

E também me devia espantar por continuar a gostar de ler "A Bola", à segunda-feira. Mas há hábitos que não mudam...

A imagem que ilustra o texto não é inocente. É a forma de homenagear uma das maiores figuras do desporto português, o prof. Moniz Pereira, que fez noventa anos no dia 11 de Fevereiro...

quarta-feira, abril 28, 2010

Portugalidade ou Outra Coisa Qualquer

Sempre gostei do Barcelona. Foi sempre o meu clube de Espanha... mas este ano as coisas mudaram. De repente dei por mim a querer que o Real Madrid fosse campeão, provavelmente por causa do Cristiano Ronaldo. E também por não gostar do ar de rato de Messi, que agora ganha em todas as comparações...

Hoje também estava a torcer pela vitória do Inter (o meu clube preferido de Itália, desde sempre, por causa do equipamento...), mesmo sabendo que as equipas de Mourinho dão menos espectáculo que as de Guardiola...
Não sei explicar com muita racionalidade este gostar do Barcelona (continuo a gostar...) e querer que perca...

Na imagem o Fernando Couto e o Luís Henrique, com as cores do Barcelona a festejarem mais uma vitória...

sexta-feira, novembro 13, 2009

No Fio da Navalha

Gosto desta expressão, literária e cinéfila, tão utilizada quando as pessoas fazem do risco o seu dia a dia.

Confesso que não gosto muito de andar "no fio da navalha", embora precise de alguma pressão para produzir (até porque quando escrevemos, as boas ideias aparecem quase sempre fora de horas...).
Mas fui buscar esta frase devido ao risco que o novo treinador da Académica corre se deixar a "briosa" para ir para o Sporting. Mas como a nossa sociedade vive de imitações e André Vilas Boas agora é essencialmente tido como um "novo mourinho" (de quem foi adjunto) e não o André "Boas", que se estreou a meia dúzia de dias como treinador principal...
Não tenho dúvidas que se não se defender muito bem, poderá ser triturado por uma máquina especializada em "queimar" treinadores...
Por outro lado, nem sei se será a melhor solução para lidar com a pressão e os assobios de Alvalade. Penso que nesta altura se exigia experiência e maturidade para proteger o grupo de trabalho, demasiado jovem e debilitado.
Mas pode ser que o André seja dos que gostam de andar "no fio da navalha" e seja bom a lidar com "panelas de pressões"...
Escolhi esta imagem porque se há um lugar onde as pessoas parecem cartas de um baralho, é no futebol, onde são descartadas com a maior das facilidades, mesmo que se tratem de um dos "ases" em jogo...