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sábado, dezembro 21, 2024

Algo de estranho se passa no "reino da Madeira"...


Não acredito que seja apenas o medo da mudança que faz com que as pessoas continuem a votar em Albuquerque, na Madeira.

Mesmo sendo arguido, as pessoas da ilha devem ter a percepção de que continua a ser o mal menor para todas elas.

Isso acontece porque a oposição deve ser do mais "manhoso" que existe, no campo político (e são, ao ponto de terem todos vontade de se unir, só para ascenderem ao poder. Só não o fazem por vergonha...).

Em vez de fazerem pela vida nas campanhas eleitorais, parecem estar à espera de "vitórias administrativas".

Até o "bokassa", que esteve quarenta anos no poder, aparece aqui e ali, armado em "salvador da pátria", a querer vingar-se do homem que o tirou do poder...

Não tenho dúvidas, de que se Albuquerque, vencer as próximas eleições, será a democracia a funcionar, ou seja a vontade do povo.

Mesmo assim, sei que algo de estranho se passa, no "reino da Madeira"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, setembro 23, 2017

Olhar para Dentro da Cidade

Gosto de olhar para dentro da cidade, estacionado por breves momentos em alguns "miradouros", inesperados, capazes de me oferecerem uma outra maneira de ver o casario imenso de Almada. 

Claro que nem sempre fico satisfeito com o que descubro, de repente a "urbe" parece-me um pouco mais alta, mais larga, e também mais "encaixotada", pelo menos quando comparada com o que vou vendo quando passo pelas ruas.

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

«Sinto que não tenho vida.»


Quando uma mulher nos diz, com alguma serenidade: «sinto que não tenho vida.»

Perante a nossa perplexidade, adianta que se limita a sobreviver como pode, e como lhe deixam, saindo de casa apenas para trabalhar ou para ir às compras.

Continua os seus desabafos, afirmando que há anos que não vai ao cinema, ao teatro ou a um baile, ela que em nova gostava tanto de dançar.

Digo-lhe que não é velha, pois tem pouco mais de cinquenta anos.

Finge que não me ouve e acrescenta que quando olha para dentro de si, descobre não ter nada de relevante para dizer. 

Embora não seja uma mulher feia, demonstra não sentir qualquer interesse em se relacionar com alguém. Diz com um sorriso nos lábios que um homem foi suficiente para lhe dar cabo do juízo. 

«Afinal tenho uma coisa na vida, paz...», deixando-me sem palavras.

O que mais me incomodou neste quadro, foi ver esta mulher, apesar de consciente do vazio dos seus dias, completamente rendida à sua vidinha, sem ter vontade para alterar o que quer que fosse...

O óleo é de Lortiwa.

segunda-feira, outubro 07, 2013

O Mar é a Única Estrada da Liberdade no Sonho...


O mar é a única estrada da liberdade no sonho de milhares de seres humanos que vivem abaixo do limiar da pobreza nas várias Áfricas e querem uma vida diferente, para melhor.

A Europa, apesar das crises, continua a ser um lugar onde os aventureiros que compram uma passagem para a outra margem, pensam, ser diferente. Onde se respeitam os direitos humanos. Tem dias...

É por isso que viajam atrás do sonho, o tal que lhe pode dar uma vida menos desigual.

A ilha de Lampedusa é apenas mais um sinal, um sinal que arrepia e que faz com que não apeteça nada escrever sobre a "morte" e sobre o seu negócio.

Egipto e Síria são dois retratos mais à mão de um mundo pintado de sangue, que nos dizem que o mundo caminha mesmo como o caranguejo.

O óleo é de Tomasz Setowski.

sábado, março 30, 2013

Olhar a Diferença


Quando nos cruzamos com qualquer coisa que sentimos estar fora do sítio, olhamos de uma forma quase automática, quase sem querer, de olhos bem abertos.

Há algo forte e físico que conduz o nosso olhar para onde pensamos que não deve, mas...

O óleo é de Paul Devaux.

segunda-feira, novembro 14, 2011

O Tempo, Curto e Longo...



Devia compreender mais o Carlos, por agora depois de velho, andar a passear o seu cão pela cidade. Sei que o passeio é apenas mais uma forma de ele lhe agradecer a companhia e a amizade, que tanto o ajudam a "enganar" a solidão.

De manhã explicou-me como o tempo pode ser estranho e diferente. Sete anos tanto podem parecer cem anos como estarem demasiado próximos, soarem a quase ontem. Sabe que nunca vai esquecer a companheira, que vai ser assim até ao fim.

O pior de tudo são mesmo as datas que estão gravadas no seu coração: a primeira vez que a viu, o casamento, e sobretudo o seu adeus, no fatídico dia 12 de Novembro...


Só tenho medo que ele à medida que se vá afeiçoando ao seu fiel amigo, vá desistindo das pessoas.


O óleo é de Chris Chapman.

quarta-feira, agosto 24, 2011

A Nossa Ilha Grega


Nos últimos cinco anos a divida madeirense duplicou, por culpa de José Sócrates, segundo a versão do seu "excelentíssimo dinosaurio", Alberto Jardim.


Como o primeiro-ministro de então lhe reduziu as verbas, Alberto, com a sua "esperteza cubana", continuou a esbanjar o nosso dinheiro a seu bel prazer.

Obviamente isto só pode ter um desfecho: os governantes - do presidente da República ao primeiro-ministro, sorrateiramente vão-lhe dar os milhões necessários para que pelo menos seja possível pagar ordenados a quem não tem culpa dos desvarios de um homem que continua a pensar que o poder lhe dá direito a fazer o que lhe apetece.

Mas as coisas já estão a mudar na nossa Ilha "Grega". Parece que finalmente o Marítimo e o Nacional vão ter de aprender a "governar-se" sem os habituais subsídios chorudos do Governo Regional, para o futebol, assim como todos os "quinteiros", comandados pelo Ramos "das sanitas".

A Grande dúvida que permanece é esta: será que os madeirenses lhe vão dar "sopinha", nas próximas eleições, em vez da maioria pedida?

O óleo é de Alice Dalton Brown.

terça-feira, agosto 16, 2011

Marta, a Mulher Coragem que Respondeu à Letra ao Ditador da Madeira


Ao passar pelo "
Delito de Opinião", li a notícia que o Pedro escreveu sobre Marta Caires, uma jornalista que não se assustou, nem ligou às ameaças, insultos e "ordens" de Alberto João Jardim.

Fez o que o actual e os anteriores presidentes da República nunca fizeram, constantemente desautorizados ou insultados por uma das figuras mais miseráveis da nossa democracia.

Soube bem ler as respostas da Marta ao despotismo dessa figura ridícula, que governa a Madeira.

E como o jornalismo português anda precisado de Martas.

O meu aplauso e a minha solidariedade pela coragem desta mulher que não se verga ao "jardinismo", apesar das represálias que deve passar numa ilha povoada por homens pequeninos que se julgam grandes.

O óleo é de David Quinn.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Bonecos Articulados & Estátuas Silenciosas

De inicio somos todos bonecos articulados, quase com ossos de plástico.
Passamos o tempo a correr e a saltar, a pintar as pernas com manchas negras, de uma dor momentânea, que vai logo embora.
No fim, tornamos-nos quase estátuas silenciosas.
Andamos devagar e com nítidas dificuldades motoras.
E se somos colocados em "lares", a transformação em estátuas silenciosas, ainda se torna mais evidente.
Os lares lembram-me sempre a minha avó materna, não apenas dentro do seu corpo gasto e cansado, já de cadeira de rodas, mas também na dificuldade que começou a ter em falar, por falta de "ginástica da língua". Preferiu colocar-se na tal "ante-Câmara" para a última viagem, voluntariamente, escolhendo o silêncio à insanidade que a rodeava...
A escultura é de Berit Hildre.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

A Beleza da Madeira

Visitei a Ilha da Madeira apenas uma vez, há quase dezoito anos.

Nessa altura ainda não existiam os túneis e as vias rápidas da actualidade.
Tive a oportunidade de dar a volta a Ilha em roteiros turísticos para ingleses, viajando pelas estradas estreitas e sinuosas de então, tão próximas do abismo. No alto das janelas do autocarro, o mar e as rochas eram logo ali, do outro lado, nada que incomodasse os condutores, claro...
Nessa época não me lembro de ter ficado assustado, nem de pensar muito nisso. Uma das vantagens da juventude é essa, vivemos naturalmente sem a presença do "perigo" na nossa cabeça...
Mas a ilha era mesmo assim, cheia de altos e baixos, de quedas de água que vinham do alto das montanhas, era isto também que lhe transmitia uma beleza única.
Não era muito viajado, mas nunca tinha visto tantas casas plantadas nos sopés da montanha, num equilíbrio quase estranho, o que me levava a questionar a minha companheira de viagem, «como é que as pessoas vão para aquelas casas?» Pareciam completamente inacessíveis. Lembro-me de ela aproveitar a poesia da coisa, falando da sensação de abrir a janela e encontrar o mar, apenas o mar, pela frente, como se a casa flutuasse no espaço...
Depois descobrimos povoações quase escondidas, em pequenos vales, que também faziam com que trocássemos olhares, com a mesma pergunta: « como é que se vai para ali para baixo?»
Pensei que a beleza da coisa, era viver nesses lugares, aproveitando o melhor que a natureza lhes oferecia. E claro, quem nasceu por ali, encarava com normalidade, o cerco que lhes era movido pelas montanhas e pelo mar...
Fiquei com a sensação que a própria natureza os protegia e abraçava.
Até um dia...
A fotografia foi tirada por mim, numa das excursões pela Ilha, depois de termos passado por baixo de uma queda de água e de um pequeno túnel, numa das tais estradas estreitas, tão próximas do abismo...

segunda-feira, outubro 05, 2009

O Preço Que se Paga Pela Proximidade do Paraíso...

Era para escrever sobre isto a semana passada, mas o tempo foi passando e...

Mas não consigo deixar de colar as "indisposições" da natureza, ao preço que somos "obrigados" a pagar pela beleza que nos é permitida desfrutar.
Os últimos acontecimentos em Samoa e Sumatra, fizeram com que pensasse nos Açores, no Fayal, a minha ilha especial, o lugar que encontrei mais próximo do paraíso (pelo menos para quem gosta do mar azul e dos campos verdes, quase sempre floridos...).
A vida é demasiado irónica, no seu todo. E a natureza, naturalmente, não foge a estes desígnios...

Esta fotografia mostra-nos o Farol e algumas casas soterradas, nos Capelinhos, durante a erupção vulcânica de 1957 e 1958, na ilha do Fayal.

quinta-feira, abril 02, 2009

Retrato de Família

Não tenho tido tempo para escrever por aqui, foi mais uma semana daquelas... mas não deixei de ler alguns jornais.

Não sei se leram o "Expresso" do último sábado, em que a jornalista, Sara Moura, faz o retrato do poder da Madeira, com um esclarecedor, "Tudo em Família". Está lá tudo, todas as ramificações do poder "ajardinado", com filhos, irmãos, cunhados, maridos, sobrinhos, etc.

Não fiquei espantado, até por saber que esta é a prática de uma boa percentagem das nossas autarquias locais. Já tinha falado disso aqui há pouco tempo.

Aplaudo sim a coragem da jornalista Sara Moura, que não teve medo (se calhar teve e tem, mas mesmo assim escreveu esta reportagem...) dos tentáculos do "polvo" madeirense...
O "boneco" é do Rui, dos seus bons tempos da "Visão".

sexta-feira, agosto 01, 2008

O Senhor Silva Voltou à Ribalta...

O secretismo tão usual da figura, que agora é primeira, neste país solarento, sempre embrulhada em tabús, lembrou-me outro Silva, felizmente, mais alegre e bonacheirão.
E também mais teatral, sem dúvida, mas sem artes de escolher o último dia de Julho, para falar ao país, enquanto os senhores deputados e alguns ministros estão de férias, em paraísos distantes...
O senhor Silva, como ficará irremediavelmente conhecido nas ilhas, deve-se ter lembrado apenas dos 60% de portugueses que têm de passar as férias em casa...
O verdadeiro Silva, um autêntico "leão da estrela", diria: «Tanto barulho por causa duma galinha...»

segunda-feira, maio 19, 2008

Meia Dúzia de Palavras...

O avião ia levar-me de regresso à ilha, só não sabia quando. O meu optimismo contrastava com a teimosia do mau tempo que fustigava todo o canal.
A única distracção que tinha era a leitura, na sala de espera cheia de gente. Só as palavras impressas conseguiam que me sentisse livre e alegre, mesmo no meio de um aeroporto, quase parado.
Estava ali por causa de um convite da bonita Casa de Maio. As coisas que fazemos por amizade...

"As Hortenses" de José Malhoa, foram escolhidas porque são da minha ilha preferida, o Fayal...

sexta-feira, abril 04, 2008

Grito de Revolta na Madeira

Hoje comemora-se o 77º aniversário da Revolta da Madeira, que teve como principal protagonista o general Sousa Dias, exilado na Ilha e durou 28 dias, enervando, e de que maneira, os ditadores do Continente...
Muitas vezes fala-se do povo madeirense, como se ele não fosse muito personalizado, graças ao que nos vai chegando de Alberto João Jardim. Só que a nossa visão, não é exactamente a mesma dos habitantes da Ilha. E eles é que sabem com que linhas se cosem...
Esta "memória" serve também para falar de um livro evocativo da efeméride, "Lenços Brancos", uma narrativa escrita por Berta Helena, uma jornalista madeirense que resolveu "juntar bocadinhos" que ouviu aqui e ali (além da pesquisa histórica, claro...) e contar a história do avô, o sargento Firmino Camacho, oferecendo-nos um relato pessoal de como terá sido acolhida a Revolução na Ilha, que é uma agradável surpresa...

segunda-feira, março 17, 2008

Duas Pessoas que me Envergonham, Especialmente Por Serem Portugueses

A grande vantagem dos blogues, é que normalmente só escrevemos aquilo que queremos.

Foi por isso que não me referi ao sujeito que preside a União Europeia (belo prémio que recebeu...), que reuniu há cinco anos (completados ontem) os senhores da guerra, que decidiram invadir o Iraque, através de uma mentira, que já destruiu a vida de mais de um milhão de pessoas e esfrangalhou completamente este país.
Mas não vou passar ao lado desse fulano, que governa a Madeira há trinta anos, desperdiçando o nosso dinheiro de uma forma vergonhosa, com os futebóis e outras "ilhas" do PSD e tratando os nossos principais governantes e o povo português de uma forma baixa e ofensiva.
Como não faço parte da gente de memória curta, não lhe rendo qualquer homenagem. E vou mais longe, se ele diz: «Estou-me a cagar para Lisboa. Quero que a Assembleia da República se foda.», eu acrescento que também me estou a cagar para ele e quero que ele se f..., mas muito bem f...
O desenho é do António...

segunda-feira, junho 11, 2007

As Estátuas Anónimas


Volto ao “Largo da Memória” para falar de três estátuas anónimas com quem me cruzei na cidade de São Tomé e a quem pedi licença para tirar uma fotografia que não ficou grande coisa.
Reergueram-nas na parada fronteira da fortaleza de S. Sebastião, depois de as apearem pedestais e aqui procuram esquecer dias piores, quando foram desmontadas e içadas para um terraço.
Não é uma ou outra beliscadura que sofreram neste afã, um nariz desfigurado, uma espada de ponta partida, um quadrante avariado, um gibão roto, que as vai pôr de mal consigo ou com os outros.
Sabendo que eram nossas, fez-me impressão não lhes saber seu nome, e essa foi uma boa razão para começar a reunir uma colecção bibliográfica sobre S. Tomé e Príncipe e para me entusiasmar com a sua história.
Hoje sei referenciá-las nos sítios onde as ergueram, sei quem as esculpiu, sei quem representavam e, aproveitando a maré, fiquei a conhecer muitos outros moradores, entre os quais algumas das suas Donas - Ana de Chaves, Simoa Godinha, Violante d’Alva Brandão, Maria Correia - filhas da melhor nobreza da terra, que também mereciam uma estátua. Hei-de evocá-las um outro dia, que hoje é dia dos nossos, cujos nomes vou já revelar.
Se os olharmos de frente, o da esquerda é João de Santarém, descobridor, obra do escultor António Duarte, o do meio é João de Paiva, primeiro povoador, de Joaquim Correia e o da direita é o descobridor Pero Escobar, de Euclides Vaz. Mereciam que alguém lhes afixasse uma pequena etiqueta, como o nome, a morada, e a profissão, para os apresentar, de novo, aos santomenses. Se o vento estivesse de feição, a etiqueta podia ser mais composta, talvez assim:
“Fulano de tal, português, navegador. Venceu o mar desconhecido e o seu medo e aqui chegou em 1470, ou 1471, era quase Natal. Não viu ninguém. Tomou a altura do Sol e seguiu viagem para contar a quem o mandou”.
“João de Paiva português, povoador. Aceitou esta terra de El Rei, para a povoar e cultivar. Foi sesmeiro, mas desconseguiu, que a gente era pouca e as doenças muitas. Morreu na Ilha e quis ser sepultado em Ana Ambó, ouvindo o mar”.
Parece redundante, mas apetece terminar com um aviso a todas as estátuas, sobre a conveniência de trazerem consigo, sempre, um documentos de identificação!

Mais um texto do nosso colaborador Joaquim Nascimento, ilustrado com a escultura de Fernão Mendes Pinto, do Pragal, Almada, do mestre António Duarte, meu conterrâneo.