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domingo, junho 08, 2025

Eu sei que há muito mais coisas, para além da "vida do campo", mas...


Apetece-me escrever, que "não há nada como a vida do campo"... mas claro que há, até mesmo para mim, que desde a infância, a "parte de leão" das férias grandes eram passadas na casa dos meus avós maternos, que eram agricultores a tempo inteiro.

Além da autêntica "quinta pedagógica" que ocupava os dois pátios rente à casa (havia um pouco de tudo, bois, burra, porcos, coelhos, galinhas, por vezes patos, o peru do Natal, e até porquinhos da índia... Havia as fazendas, as vinhas e outros espaços de brincadeira com os rapazes da aldeia, como os pinhais ou até o rio... ou seja, as férias eram um tempo de descoberta e de aventura...

Mesmo com estas memórias, há muito mais vida para lá dos campos. Até porque eu nestes tempos estava longe de adorar o trabalho agrícola, fingia que era um "menino da cidade", ao contrário do meu irmão.

Onde eu já vou...

Queria apenas dizer que passei este fim de semana (foi tudo demasiado rápido...) no campo, acordei duas noites com o chilrear da passarada (que é música para os meus ouvidos e algo de irritante para a minha companheira...).

O mais curioso, é que mesmo com televisão e internet dentro dos telemóveis, ela nunca foi ligada... e não senti falta nenhuma do mundo digital...

Claro que isto só aconteceu porque foram apenas dois dias e duas noites passados nos campos... sem tempo para sentir saudades do que quer que seja...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


domingo, maio 25, 2025

O bonito olhar estrangeiro de Abril


Não sei dizer o que gostei mais da exposição "Venham Mais Cinco", que vi hoje, no Parque da Antiga Lisnave (ao lado da Escola Profissional da Lisnave, em Almada). 


Mas talvez tenha sido a diversidade, o que mais me espantou, das duzentas bonitas imagens que retratam muitas das aventuras que ilustram os anos luminosos de 1974 e 1975. Sim, são trinta olhares diferentes, atentos à nossa  memorável Revolução, que foi muito mais que um só dia.

Recomendo vivamente a visita à exposição a todos aqueles que gostam de fotografia e de Abril. 

Vale a pena!

(Fotografias de Luís Eme - Margueira)


terça-feira, maio 06, 2025

Onde começa e acaba a acção do homem...


Uma das coisas em que pensei, quando visitei durante o fim de semana prolongado deste começo de Maio o santuário da Nossa Senhora da Lapa, na Freguesia de Soutelo (Vieira do Minho), foi onde começava e acabava a acção do homem em toda aquela edificação natural.


Senti isso, sobretudo no alto do Monte da Penamourinha, rodeado de todas aquelas pedras gigantes, que só poderiam ter sido deslocadas por "guliveres"...

Curiosamente, ou não, havia ali bastante harmonia.

Mas o que não nos faltam são lugares paradisíacos, onde parece estar tudo no sítio mas, infelizmente, a acção do homem, mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por se notar, e da pior maneira...

(Fotografias de Luís Eme - Minho)


terça-feira, março 18, 2025

Ela olhava para aquele descampado, quando me disse: «Eu morei aqui...»


Ela olhava para aquele descampado, quando me disse: «Eu morei aqui...»

Além de umas hortas, não havia mais nada por ali. A encosta era um espectáculo, virada para o Tejo. Apeteceu-me dizer uma piada, parecida com a que a presidente da Câmara de Almada, tinha dito, em relação às vistas do Bairro do "Picapau Amarelo". 

Ainda bem que não disse... A poesia da coisa, estava mesmo apenas na paisagem...

Há situações que nunca iremos perceber, se não passarmos por episódios iguais ou parecidos, como não termos um lugar onde viver. Quando as nuvens aparecem no céu, sentimos que temos de construir qualquer coisa, para não vivermos ao relento, quando a temperatura começa a baixar. Quanto mais não seja, para proteger os nossos filhos...

Ela continuou a falar: «Tinha sete anos, era uma miúda chata porque não percebia a razão de não podermos viver numa casa igual às das outras pessoas. Aliás, ainda hoje não percebo.»

Não precisei de perguntar nada, ela antecipava-se:

«Felizmente as coisas melhoraram e depois do Verão mudámos de bairro e fomos viver para uma casa, grande, com os meus tios, que também viviam aqui, onde havia espaço para todos. Éramos 10 pessoas, mas não era nada mau, havia dois quartos para os adultos e um para os rapazes e outro para as raparigas.»

Até me falou do "buraco"...

«Imagina não teres casa de banho, nem nada que se parecesse, a não ser o "buraco" colectivo e passares a ter duas?»

Consegui imaginar...

(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)


segunda-feira, março 17, 2025

A poesia dos livros e da vida...


Esta semana vou tentar falar mais de poesia e menos de outras coisas, mais desagradáveis e feias.

Sou leitor de poesia. Normalmente, são estes os livros que me acompanham em viagens ou em lugares que sei, que tenho de ficar à espera no mínimo alguns minutos...

E é por isso que sei que quase todas as editoras fazem questão em ter boas colecções de poesia (além de serem edições bonitas, as escolhas de autores também revelam qualidade), mesmo que digam que são livros que não vendem e que têm tiragens sempre curtas.

E isso é o mais curioso. Se não vendem, porquê esta aposta em edições memoráveis e de dimensões que tentam escapar à vulgaridade?

Talvez gostem muito de poesia. E provavelmente, até são capazes de vender alguma coisa...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, janeiro 28, 2025

Há uma parte rural que não sai dentro de mim...


Estava a ler uma entrevista, que fez com que pensasse, logo naquele momento, nas minhas memórias. Embora fossem muito diferentes das do entrevistado, era sobretudo disso que tratava aquela conversa...

Fiquei a pensar, que, mesmo vivendo sempre na cidade, tinha muito presente dentro de mim, todo o espaço rural. A aldeia, as fazendas e toda aquela outra forma de vida, diferente, artesanal em quase tudo, continuavam vivas, sem que eu conseguisse encontrar uma explicação para isso, até por na época, não gostar nada daquilo (desde o trabalho duro à própria gastronomia, que o meu irmão adorava. Ainda hoje diz que gostava mais da comida da avó que da mãe, ao contrário de mim...). 

Claro que sei que tudo isso se deve à minha vivência, desde a infância, na casa dos avós maternos. Uma boa parte das férias grandes eram passadas lá... Mas também percebo que há coisas que fazem parte de nós (desde sempre, mesmo que não se dê por isso...), que tanto podem já ter nascido connosco, como terem sido adquiridas, sem nos apercebermos. Até porque existem vários estudos no campo da psicologia e da psiquiatria, que explicam que o que se viveu na infância, é essencial para o resto das nossas vidas...

O que sei, é que mesmo sendo, naturalmente, urbano, há uma parte rural muito importante dentro de mim. É ela que determina que goste tanto do contacto com a natureza, que pudesse viver com facilidade sem o conforto das cidades. E claro, tenha tantas memórias dos campos...

Parece contraditório, mas não é. Nós somos sempre mais que uma coisa.

Mesmo que saiba que não é verdade, fico por vezes com a sensação de que aprendi mais coisas, durante estes curtos períodos de férias, que na escola...

(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)


quarta-feira, novembro 13, 2024

Mulheres bonitas muito distraídas...


Há uma coisa que sempre me fez alguma confusão, as pessoas bonitas (falo de mulheres, os jornalistas só fazem estas perguntas ao "mais belo animal do mundo"...) que dizem nunca terem dado conta do efeito que a sua beleza provocava nos outros (em nós, homens, claro)...

Ainda ontem li uma entrevista, com vinte e alguns anos, em que uma mulher elegante e bonita, de cabelo e olhos claros, disse isso. Nesse tempo ela "parava o trânsito"...

Talvez fosse uma rapariga loura muito distraída. Até porque nessa altura os piropos na rua (daqueles muito ordinários...) e os assobios, eram o "pão nosso de cada dia".

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


terça-feira, outubro 29, 2024

O passado, além de nos começar a perseguir, a partir de uma certa altura das nossas vidas, também pode ser motivo de orgulho...


Estava com as mãos na terra castanha, a apanhar as ervas que cercavam os pés das videiras, antes de as podar, e a pensar no prazer que tenho em mexer e remexer nesta areia diferente, que me pinta as mãos de castanho, por deixar as luvas arrumadas na prateleira da garagem, voluntariamente...

Sou o único que faz isso. Todos os restantes elementos da família, antes de fazerem qualquer coisa, no terreno com cada vez menos uso, enfiam as luvas nas mãos, como se este mundo lhes fosse estranho. E é...

Nenhum deles teve um Avô, agricultor a tempo inteiro, numa aldeia que era o espaço privilegiado das férias grandes, minhas e do meu irmão, que tinham muito mais campo que mar, na infância... 

Penso sempre nele, quando olho para as minhas mãos castanhas enquanto mexo na terra estranha, que produz muito mais ervas daninhas que plantas para consumo interno. Se tivesse escutado os seus conselhos em vez de andar a brincar com o meu irmão, muitas vezes em "terrenos proibidos", onde deixávamos sempre a marca do nosso calçado, quase como "impressão digital", talvez o hoje fosse diferente... Mas aqueles eram tempos de brincar, e eu estava longe de sonhar ser agricultor, até por saber e ver a roda viva do avó, que saltava quase diariamente de fazenda em fazenda, porque era ali que estava o seu sustento...

E gosto de pensar no Avô, não só por ser um tempo feliz, este da infância, mas por sentir um grande orgulho neste homem, excessivamente sério, incapaz de apanhar uma peça de fruta, mesmo da que cai no chão, de uma fazenda que não fosse sua...

(Fotografia de Luís Eme - Óbidos)


terça-feira, julho 02, 2024

O sul do nosso contentamento...


Este é o "sul do nosso contentamento", há mais de uma dúzia de anos.

Talvez até seja difícil de acreditar, que é possível estar na praia, sem ninguém muito próximo, a sentir a calma do mar nos "algarves"... E não menos importante, são os cheiros do pinho e de outras plantas, quase aromáticas, no caminho para casa.

Temos menos "internet" que  noutros anos, algo que até acaba por ser saudável, dando-nos espaço para outras coisas, quase do antigamente...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)  


segunda-feira, abril 01, 2024

Bom dia Abril!


Há meses que achamos que são melhores que os outros, por razões várias. A escolha prende-se quase sempre com o clima. Depois há um ou outro caso, que se prende com acontecimentos, com memórias, e até mesmo com o mês em que nascemos.

É por isso que se eu dizer que Abril e Maio são os meus meses preferidos, é quase um lugar comum. Quem gosta de vida, de cor, de cheiros, dos campos, tem de gostar destes dois meses únicos (nem as alterações climáticas ainda lhe conseguiram roubaram algumas características muito próprias).

Abril tem ainda o atractivo de ser o mês da nossa Revolução mais recente, que comemora 50 anos daqui a pouco mais de vinte dias. É por essa razão que lhe irei dar uma atenção especial, com regressos ao passado, comparações que poderão ser uteis para quem "tem pouca memória" e passa o tempo a dizer mal de tudo (sem se preocupar muito em dar a sua pequena contribuição para que sejamos um País melhor...).

E é por isso que digo: bom dia Abril!

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


terça-feira, janeiro 30, 2024

Ser agricultor quase a brincar...


Ontem e hoje de manhã andei armado em agricultor.

Já devo ter escrito que quando era pequenote e passava uma boa parte das férias grandes em casa dos meus avós maternos, detestava aquela vida do campo. O meu avô era agricultor a tempo inteiro e tinha quase uma dezena de fazendas. Não recordo o nome de todas, mas não esqueci o das mais importantes, a "Ambrósia" (a jóia da coroa...), a "Várzea", o "Arneiro" ou o "Vale da Moira" (estas duas eram vinhas...).

Eu, ao contrário do meu irmão, não tinha qualquer fascínio por aquelas coisas, nem tão pouco pela variedade de animais, que podiam suplantar algumas "quintas pedagógicas"...

Foi preciso crescer e fazer-me homem para gostar dos milagres da natureza, de ver as coisas a crescerem desde a semente até ao fruto.

Embora goste de quase tudo, mexer na terra suplanta tudo. Sou o único que nunca usa luvas nas tarefas agrícolas (normalmente fico com as unhas ligeiramente castanhas, mas é uma maravilha o contacto com a terra e com as plantas...).

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


quinta-feira, dezembro 28, 2023

"da suavidade dos dias de sal"



um quase poema, para um livro bonito de poesia...

tanto amor,
tantos amores!
Tudo isto dentro de um livro
que nem as páginas a preto e branco
conseguem esconder a beleza  única das cores...


(só mesmo tu, Isabel, é que consegues aproveitar de uma forma tão feliz, (d) a suavidade dos dias de sal...)


(Fotografia de Luís Eme - Almada)

quinta-feira, outubro 05, 2023

A Ética a Estética chocam mais vezes do que deviam (isso acontece mesmo nas pequenas coisas...)


Uma das coisas boas, que está quase sempre presente nas pessoas com menos instrução, é o seu raciocínio fácil (quase sempre próximo da "lógica", daquilo que na cabeça deles faz mais sentido). Em vez de construírem "castelos de areia", semeiam bens essenciais...

As questões do ambiente que enfrentamos não carecem de qualquer dúvida, nas suas cabeças, mesmo com os seus argumentos "terra a terra", banalizam as conversas de qualquer engraçadinho armado em negacionista. E isto, sem ser é preciso ir tão longe como a geração do meu avô, que achava que a ida à Lua, só nos iria trazer problemas no futuro...

Mas o que é queria falar era de uma coisa ainda mais simples, no aproveitamento da água que se pode fazer nas nossas casas. Nós, por termos uma pequena hortinha, há muito tempo que aproveitamos a primeira água do duche, que sai fria. O único cá de casa que não se dá a esse trabalho é o meu filho, que nem sequer gosta de ver um garrafão com água no interior da casa de banho...

Pois é, até nestes casos pequenos a ética choca com a estética... A ética diz-nos que devemos desperdiçar o mínimo possível de água, que é cada vez mais um bem indispensável e finito em todo o Planeta, a estética diz que um garrafão de plástico não combina bem com o mobiliário da casa de banho...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, setembro 01, 2023

«Este é o Setembro que eu conheço»


O vento, a temperatura ligeiramente mais baixa e bastantes nuvens no céu, avisaram-nos que já estávamos em Setembro.

Encontrei o João na rua e entre outras coisas falamos da diferença de ontem para hoje. Entre outras coisas, ele disse-me: «este é o Setembro que eu conheço.»

Não lhe dei muitas esperanças, porque tudo muda rapidamente, desde que o "tempo" anda por aí, com as rédeas cada vez mais soltas. 

Depois de o deixar lembrei-me do meu avô. Se ele conhecesse este tempo, capaz de nos mostrar todas as estações num só dia, devia ficar surpreendido, mesmo com o conhecimento que tinha da teimosia e da força da natureza. Não tivesse ele sido agricultor a vida toda.

Só faltou falarmos dos dias mais curtos...

(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)


terça-feira, agosto 22, 2023

Quando a Beleza Feminina se juntava à Liberdade...


Quando se fala das mulheres belas dos anos cinquenta e sessenta, quem frequentava os cafés de então não fala de nenhuma modelo, bailarina ou misse famosa.

Fala sim de uma Natália Correia, uma Vera Lagoa ou uma Isabel da Nóbrega. É muito provável que elas também parassem o trânsito, mas a sua beleza normalmente aparece ligada à liberdade, à transgressão e até à independência, pelo menos em relação ao mundo masculino.

E por isso mesmo, foram elas que ficaram para a história, graças aos registos de alguma intelectualidade, que mesmo que fosse uma ou outra vez ao teatro do Parque Mayer, era incapaz de realçar a beleza de qualquer corista, que se orgulhava do seu corpo, que exibia para lá das curvas, sem falar dos seus olhares de serpente, que encantavam qualquer um às primeiras e às segundas.

A Natália, a Maria Armanda ou a Isabel, além de se apresentarem vestidas segundo os padrões da moda, eram meninas para se sentarem em qualquer café, puxarem do seu cigarro e ficarem por ali, a falar de tudo e de mais alguma coisa, sem qualquer tipo de prurido, rodeadas de uma corte de homens que as bajulavam. 

E isso provocava e deslumbrava quem assistisse a este espectáculo...

Estamos a falar de um Portugal muito diferente do dos nossos dias, em que os castanhos, os cinzentos e os pretos predominam nas vestes masculinas e femininas. Oitenta por cento das mulheres não se maquilhavam (a percentagem ainda deve ser mais alta...), não tinham dinheiro para ir ao cabeleireiro todas as semanas, muito menos para vestirem as cores da moda, de qualquer estação...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, julho 30, 2023

O nosso quase "largo da liberdade"...


Durante a minha passagem pelas Caldas resolvi visitar um lugar onde não ia há muitos anos.

Recordava todo aquele vale, todos os montes que era possível avistar...

Tudo me pareceu mais pequeno, como acontece sempre nestas revisitações do passado. Até a proximidade da aldeia onde apenas fui nascer...

Imagino que fosse este o pinheiro, que tinha um baloiço que fazia as delicias da pequenada (nossas e dos primos)...

Ao contrário de hoje, naquele tempo estava tudo cultivado à sua volta. Eram poucos os espaços por onde podíamos caminhar, sem correr o risco de pisar isto ou aquilo. Felizmente ao redor daquele pinheiro não havia qualquer horta, quase que lhe podíamos chamar o nosso "largo da liberdade"...

E como eu e o meu irmão andávamos sempre a correr atrás um do outro (éramos conhecidos pelo "cão e pelo gato"), o avô e os tios, que estavam sempre à coca, a ver quando é que fazíamos disparate, descansavam a vista, quando estávamos a brincar no "largo da liberdade"...

(Fotografia de Luís Eme - Salir de Matos)


quinta-feira, junho 29, 2023

Quando o Vento Sopra e Acorda os Sentidos...


Tudo começou de manhã, cedo. 

Acordei com o seu sopro forte, que poderia muito bem ser um rugido. O Vento era mais uma vez, o porta-voz da natureza, e dizia que podia quase muito.

E durante o dia fez-nos o favor de ir varrendo a tal nuvem gigante que chegou do Canadá, cujos vestígios dos incêndios pintaram o céu de um amarelo quase acinzentado. Durante a tarde olhei para o espaço e da janela do lado sul já se via o azul, ao contrário da janela norte (curiosamente, virada para o rio).

O melhor estava reservado para a noite. A Lua voltou, tal como as Estrelas, que são possíveis de avistar da minha janela com toda a nitidez, graças à largueza Tejo.

Até apetece dizer que o melhor "Rio do Mundo" faz com que quase tudo seja possível ao olhar...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


segunda-feira, março 20, 2023

A "Prima Vera" Acabou de Chegar...


Durante anos e anos, o dia 21 de Março festejava o começo da Primavera, e também os dias da Árvore e da Poesia por esse Mundo fora.

Até que a ciência disse que afinal a Primavera chegava ligeiramente mais cedo, ainda a 20 de Março...

Felizmente a Primavera não floresce apenas os campos, que ficam mais bonitos e cheirosos. As ruas também ficam mais coloridas porque com o aumento da temperatura, as mulheres começam a tirar os vestidos dos armários e saem de casa, mais leves e floridas...

(Fotografia de Luís Eme - Constância)


segunda-feira, março 06, 2023

O Rio que "Dança" entre o Azul e o Verde...


Ela disse-me uma das coisas que mais me invejava, era eu poder caminhar quando me apetecesse, à beira de um rio, com as águas vivas e bonitas, pintadas de tonalidades que nunca saíam do verde e do azul.

O rio da sua cidade, além de não ser tão largo, quase que não se mexia e normalmente tinha uma cor acastanhada...

Sorri com a compreensão possível. Estava farto de saber que havia poucos rios que esta capacidade de "dançarem" entre o azul e o verde, mesmo quando aparecem nuvens...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


quinta-feira, dezembro 22, 2022

O Regresso da Água aos seus Cursos Naturais


Se na cidades - devido à acção humana - é impossível devolver à água aos seus cursos naturais, o mesmo não acontece nos campos, onde além da subida dos leitos dos rios (alguns praticamente secos no Verão passado...) "nascem" ribeiros quase em todas as encostas, oferecendo-nos um espectáculo único, com pequenas e grandes cascatas de água.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)