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quinta-feira, setembro 12, 2024

Quando a mentira parece ter o mesmo peso da verdade...


Depois do jantar já se ouviam ecos da entrevista do antigo presidente do Benfica (que qualquer benfiquista sabia, antecipadamente, que iria ser um ataque pessoal ao presidente actual do Clube, aproveitando as suas fragilidades e as deste Benfica...).

O meu filho perguntou-me se o Luís Filipe Vieira se se voltasse a candidatar, se iria ganhar as eleições no Benfica. Disse-lhe que não. Acrescentei de seguida que, Vieira, Pinto da Costa, Bruno de Carvalho, e outros que tais, não cabem no futebol actual, que terá de ser, forçosamente, mais sério e mais transparente.

Ao dizer isto, sabia que estava apenas a dar a minha opinião.

Voltando à entrevista, o pior de tudo isto, é a existência de um jornalismo de sarjeta, sem contraditório, que desce cada vez mais baixo, passando a maior parte do tempo a "levantar poeiras" e a provocar "incêndios", em todos os sectores da sociedade, como é o praticado pelo grupo do "CM".

Não tenho qualquer dúvida de que o mundo seria um lugar mais saudável sem as Laranjas, os Pintos, os Octávios e gente da mesma laia nas redacções. Para eles vale tudo, desde a criação de factos à exploração do que existe da mais rasca, no ser humano.

Claro que esta gente já existia antes de 2016, só aproveitou o "vale tudo", que cresceu, um pouco por todo o lado, após a eleição de Donald Trump, ao ponto de virar de pernas para o ar, a política, a justiça e o jornalismo, como se a mentira tivesse o mesmo peso da verdade... 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, junho 24, 2024

«Sempre se mentiu muito. Ajuda a viver.»


Como é que eu podia desmontar uma frase como esta? Não podia...

O Carlos estava certo, tal como o seu cigarro, que emergia de um mundo já quase sem fumadores clássicos.

Eu sabia que a mentira é como aquelas facas que se usam apenas nas conversas e que têm dois gumes. Tanto ajuda como desajuda a viver. Depende sempre da forma e do método com que é usada.

Foi por isso que não disse nada. Ele fingiu não perceber e mudou de assunto. E ainda bem, falou-me de um escritor que eu desconhecia, Nelson Aldren. Era americano. Havia um ou dois realizadores que adaptaram os seus romances para o cinema. Adiantou-me que ele escrevia sobre as pessoas que não contavam, os pobres, os desgraçados, os marginais. E ainda me disse que ele era de Chicago...

E rematou a conversa, dizendo que o Aldren era incapaz de mentir, nos livros e, provavelmente, na vida.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quarta-feira, janeiro 24, 2024

A importância do "outro" e da liberdade (em quase tudo, até na blogosfera...)


O comentário de ontem da Catarina, sobre eu escrever e não "dizer nada" de perceptível (para ela e certamente para mais gente...), merece resposta num texto e não num comentário.

A ausência de comentários faz com que o blogue ainda se torne mais "diário" e me esqueça, por vezes, que existem leitores (que segundo a estatística são sempre mais de um cento, diariamente).

Desta vez não havia nada escrito nas entrelinhas. Apenas cansaço de toda a mediocridade que nos entra pela casa diariamente (pela televisão, como não tenho redes sociais sou poupado de muitas discussões estéreis...).

Como estamos em pré-campanha podia falar da política e dos políticos. Não percebo como é possível um partido (Chega) não ser penalizado por abrir as portas a pessoas que se desfiliam de outro partido (do PSD), por não serem colocados em lugares elegíveis. Isto em semanas. Não me lembro de tanto oportunismo e falta de vergonha, de parte a parte, na política portuguesa.

Sem sair da televisão, não percebo como é que é possível que as televisões tenham concursos de talentos, onde aparecem jovens extraordinários a cantar, e depois nos seus programas de entretenimento dos domingos à tarde, dêem palco a tanto "artista da cassete pirata", que sabem tudo, menos cantar.

Podia continuar a dar exemplos, em quase todos os sectores da sociedade, onde o oportunismo, a cunha, se sobrepõem à qualidade.

O sonho pode e deve comandar as nossas vidas, mas não deve estar colado à ideia do "vale tudo", e de que "pudemos ser tudo o que quisermos", até por ser mentira. E é aqui que aparece a América (os EUA, claro, o teu Canadá não tem essa mania de querer "mandar no mundo inteiro"), que influencia cada vez mais o Ocidente, de uma forma negativa.

Até porque partem sempre de uma permissa errada, quando se afirmam como "o país mais livre do mundo": amar a liberdade não é impor aos outros o que eles não querem...

Espero ter sido ligeiramente mais esclarecedor, Catarina.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, janeiro 23, 2024

A mediocridade que se alimenta (cada vez mais) do "sonho americano"...


Cada vez gosto menos deste mundo que nos rodeia, desta "americanização" da nossa sociedade.

Nunca achei muita piada à ideia do "sonho americano", de que tudo é possível... porque a vida não é bem assim.

Até porque quem se alimenta deste "pão-tudo é possível", gosta da ilusão quase cinéfila, de que se pode viver cada vez com menos regras, onde "pisar o outro" até pode ser uma constante. É preciso é "alimentar o sonho", mesmo quando não se tem jeito para nada. Bom é pensar que se pode ser tudo e fazer tudo.

Esta é uma das explicações para que cada vez existam mais medíocres, cuja capacidade maior é serem bons a fazer "jogo sujo", afastando todos os que lhes "fazem sombra". 

Só ainda não consegui perceber é como é que alinhamos "neste jogo", com tanta facilidade...


sexta-feira, setembro 29, 2023

Chove (muito) em Nova Iorque e faz Sol (muito) em Lisboa...



Não sei se toda a água que está a cair e a inundar Nova Iorque, contribuirá para que os Estados Unidos da América, percebam que o caminho não é o "continuar a poluir", como se as alterações climáticas fossem apenas uma coisa de "maluquinhos"...

Tal como não sei se todo este Sol, de tudo menos de Outono, que pinta Lisboa com cores suaves, faz com que se volte a retirar os carros da Baixa, por muito que o "mayor" da Capital goste de andar de "cu tremido"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, junho 22, 2021

Cinco Minutos na Europa são Diferentes de Cinco Minutos na América?


Claro que o cinema não pode ser um barómetro da sociedade, mas que me deixou a pensar, deixou.

Ontem antes de ir para a cama percorri alguns canais televisivos, a ver se encontrava algum filme que me "convidasse" a ficar mais algum tempo na sala.

Parei no Canal 2 e fiquei uns minutos a ver um verdadeiro filme europeu, com pouca acção e poucos diálogos, grandes planos de uma actriz loura... ou seja, não consegui perceber nada do filme. Sei que se tivesse mudado para um dos canais dos filmes da américa, a acção e a velocidade das cenas, assim como os diálogos, tinham-me ajudado a entender o que estava dentro desse filme.

A uma maior profundidade cinematográfica europeia, sobrepõe-se a quase espontaneidade fílmica americana. Mesmo que esteja a falar de ficção, fiquei a pensar se não viveremos mesmo a velocidades diferentes, nestes dois continentes...

E foi assim que fui para a cama a pensar na diferença que existe em cinco minutos de fita... Pensava que de manhã teria esquecido o assunto (como acontece tantas vezes), mas afinal não...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, outubro 30, 2020

A Importância da Verdade Já não é o que Era...


O candidato democrata escolhido para as presidenciais dos EUA é péssimo (passa-se qualquer coisa estranha com este partido, que não consegue arranjar um homem ou uma mulher, com carisma suficiente para ser o presidente de todos os norte-americanos...), mas, apesar de tudo, oferece uma imagem de maior credibilidade que o actual presidente, que é, provavelmente, o político mais mentiroso da história.

Claro que esta é apenas a minha opinião. Digo isto porque durante o jantar a conversa foi até aos EUA e vi o meu filho a achar que um "aldrabão" é melhor presidente que um "velho caquético", com o apoio da irmã... E por mais argumentos que nós, pais, usássemos para os demover, percebemos que não íamos lá. 

Cheguei à conclusão, que neste mundo virado do avesso, a verdade deixou de ter a importância de outros tempos, pelo menos para as novas gerações...

E há ainda outra questão que coloco, ligada à escolha do candidato da oposição: será que os democratas estão mesmo interessados em governar os Estados Unidos da América?

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, fevereiro 10, 2020

A Aposta na Surpresa e na Descentralização


Parece que o "Óscar" quer seguir as pisadas do "Nobel" (dos livros), apostando na surpresa e na descentralização do prémio (se for possível, claro).

Neste caso particular foi uma viragem na direcção da Ásia, aproveitando da melhor maneira a nomeação de um filme e de um realizador coreano. 

Parabéns ao realizador,  Bong Joon Ho, ao seu filme, "Parasitas", e não menos importante, aos seus excelentíssimos actores.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

sábado, janeiro 11, 2020

Olhar para o Futuro e Ver o que "Ainda não Existe"...


Há pessoas que conseguem olhar para o futuro e ver aquilo que "ainda não existe", como se lhes fosse possível levantar uma ponta de "qualquer coisa", e ver o amanhã, e o depois de amanhã...

João Bénard da Costa foi uma dessas pessoas. Em "A Casa Encantada" (a sua crónica  semanal do "Público") de 3 de Outubro de 2003, conseguiu antever a geração "Trump", com uma referência ao cinema, que tanto amou, que transcrevemos:

«Lembro-me de um filme de 1994 - "Forrest Gump" chamava-se - em que o herói (Tom Hanks) era uma espécie de atrasado mental, que só tinha uma pálida ideia dos problemas e conflitos americanos ou mundiais. O filme retratava-o como um típico produto do que se chamou a "Baby Boomer Generation", a que foi dominante entre a ascenção de Elvis e a queda de Nixon. Mas aquilo que no livro (de Winston Groom) serviu de base ao filme - uma sátira, mais ou menos verrinosa, contra essa geração - transformou-se, no filme de Zemeckis, numa apologia do "pobre de espírito", que triunfava, porque milhões de americanos se achavam iguais a ele e queriam que a América e o Mundo fossem de homens como ele.
Quando vi o filme. tive um primeiro prenúncio que aquele personagem não representava um tempo passado, mas um tempo futuro. O êxito desse elogio à estupidez deixou-me perplexo. Mais ano menos ano, não iria a nova minoria reclamar direitos e a comemoração do Dia do Estúpido?
Estúpido fui eu, porque infelizmente, essa minoria é maioria, na América ou em qualquer país.»

(Fotografia de Luís Eme - Tejo - a Lua hoje...)

terça-feira, novembro 12, 2019

Nunca Sabemos o que se Esconde Atrás dos Muros de Nuvens...


O que aconteceu na Bolívia nos últimos dias, é apenas mais um dos vários golpes políticos, que têm conseguido virar de pernas para o ar, os vários países da Latina-América, quando tentam caminhar na direcção das "setas" indicadoras do socialismo e do comunismo.

Mesmo que não seja adepto das "teorias de conspiração", não posso deixar de pensar nos relatos de alguns amigos comunistas, que sempre que acontece algo de anormal por aqueles lados, apontam o dedo à CIA e aos EUA. 

E se estivermos atentos à história recente da América do Sul, é difícil não lhes dar razão...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

sexta-feira, maio 03, 2019

O Velho Hábito de Partir o Mundo em Dois...


Os dramas humanos que estão ligados à crise política da Venezuela, talvez merecessem uma outra leitura da minha parte.

Mas não consigo passar ao lado do velho hábito da comunicação social de partir o mundo em dois, preparando o "palco" para a peça do costume (quase mais gasta que os dramas de Shakespeare...), "o fantasma da guerra fria". 

Só não sei o que é que a China pensa disso. Mas talvez até ache alguma graça...

Sei que o elogio da estupidez faz parte do quotidiano norte-americano, há bastante tempo. É a explicação possível para as palavras do político dos EUA, que tentou separar o mundo de forma geográfica, ao mesmo tempo que enviava um recado aos russos, dizendo que eles não têm nada que se meter nas "alhadas das américas"... 

Pois, parece que só os norte-americanos é que têm "livre trânsito" para andarem pelo mundo inteiro, disfarçados de "soldados da paz"...

No meio de tanta ambiguidade e de tanta ficção, partilho do ponto de vista do governo espanhol. Não estou do lado de Maduro nem de Guaidó, estou do lado da realização de eleições livres, sem qualquer tipo de condicionalismo.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

terça-feira, setembro 11, 2018

A Resistência e a Liberdade Novaiorquina...


A bonita  "Livraria" da nossa Maria Vieira da Silva pode ser tanta coisa...

Sim, os livros da Maria também podiam ser "arranha-céus", daqueles que transformaram Nova Iorque numa cidade única, e que hoje continuam a ser um símbolo maior, de Resistência e de Liberdade...

domingo, dezembro 10, 2017

As Imagens que Falam...

Há muitas imagens que falam connosco, só que nem sempre lhes prestamos a atenção devida...

Esta imagem da liberdade, tirada na "Travessa do Judeu", por exemplo, ganhou um novo simbolismo, especialmente depois do "rei das américas e arredores" ter declarado Jerusalém Capital do Israel (não sei com que legitimidade... ou aliás sei, com a mesma com que os EUA têm invadido países por esse mundo fora).

Claro que o morteiro que dispara cravos da pintura de parede, não tem qualquer equivalência a Oriente, muito menos na Terra dos Judeus... Mas uma imagem com cravos, armas na "Travessa do Judeu" tem de nos fazer pensar um pouco, principalmente na gente perigosa, que nos faz perceber através dos seus actos, que não brincou aos "policias e ladrões" naltura certa, a infância...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, maio 29, 2017

Hoje é o Dia...

Sim, hoje é o dia em que John F. Kennedy faria cem anos, se não tivesse criado tantos inimigos, enquanto político, e também se tivesse a saúde quase de ferro do nosso Manoel de Oliveira.

Tinha eu um ano e dois meses quando ele foi alvejado em Dallas, ao passar dentro de uma limusina e acenar à multidão entusiasmada de Dallas, que queria ver o Presidente e a Primeira Dama.  Ou seja, só descobri o mito alguns anos depois. Mas não foram muitos. Percebi que era difícil não gostar deste homem, que tinha algo de diferente no olhar.

Talvez fosse isso, aliado à sua juventude (os EUA não voltaram a ter um presidente tão jovem...) que conseguiu fazer a América sonhar ainda em maior escala. E mesmo o próprio mundo sentiu que JFK era muito mais que o presidente de um país. Foi também por isso que o mataram novo - um assassínio que tem gerado várias "teorias de conspiração" -, tornando-o uma figura ainda mais próxima dos mitos e das lendas... 

(Óleo de Jamie Wyeth - que segundo a viúva, Jackie, é uma das imagens que melhor o retrata...)

sábado, maio 13, 2017

Ir a Nova Iorque e Voltar...


Se tivesse o dinheiro que pedem por um quarto de hotel em Fátima, à mão, ia passar o fim de semana a Nova Iorque. E antes de aterrar, era menino para pedir a bênção à Liberdade...

(Fotografia de Ed Clark)

quinta-feira, novembro 10, 2016

Ser Mulher na América...


Não tinha a noção de que a condição da mulher nos EUA ainda estava distante do cargo da presidência do país... E muito menos que estivesse um passo atrás em relação à cor da pele, por exemplo.

Digo isto porque ao conversar com amigos sobre os resultados eleitorais na "terra dos sonhos", chegámos à conclusão (simplista) que Hillary Clinton não tinha sido eleita por duas razões: ser mulher, e ser esposa de Bill Clinton.

O grave da coisa é serem duas conclusões tão sexistas, em pleno século XXI...

(Óleo de Kees Van Dongen)

quarta-feira, novembro 09, 2016

Ora Aqui Está uma Quarta-Feira, Farta em Conversas e Emoções...


Ao cair da noite de ontem fomos surpreendidos pela notícia inesperada da rendição às autoridades de Pedro Dias, conhecido como o "Piloto", o suspeito de dois homicídios que andava a monte há quatro semanas.

E para colocar os especialistas do crime da TVI e CM a "roerem meias de sem abrigo", teve ainda a  lata de oferecer o exclusivo da sua entrega à RTP.

Apesar de se ter tornado quase num "herói" cinéfilo de filmes de acção (provavelmente sem ter saído muitas vezes do "quentinho" de algum lar amigo...), e ser suspeito de todas as peripécias que aconteceram por aqueles lados e descoberto por essa Europa fora, não consigo sentir qualquer simpatia pela personagem.

Compreendo o seu medo de ser apanhado pela GNR e fico à espera das "versões" que se seguem (ele para já diz-se inocente...), em mais uma daquelas "séries" que prometem durar várias temporadas...

Ao começo da manhã outra surpresa (pelo menos para mim...), a vitória de Donald Trump nas presidenciais americanas. A primeira coisa que me apetece dizer é que os americanos só têm o que merecem, que foi nada mais nada menos que aquilo que a maioria dos votantes escolheram.

Claro que gostava de ser surpreendido pela positiva, perceber que afinal ele não é tão "maluquinho" como gosta de mostrar na televisão e descobrir alguém mais inteligente e sensato que o último presidente eleito pelos republicanos...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, agosto 13, 2016

Cuba: Um Exemplo de Resistência

Embora esteja longe de ser adepto de estados totalitários (tanto de esquerda como de direita), não posso deixar de registar a grande resistência do povo cubano, que no começo do ano de 1959 conseguiu implantar uma sociedade socialista, num dos lugares mais improváveis, quase quase ao lado dos Estados Unidos da América.

Conhecendo o que os americanos fizeram em países como o Chile, Argentina ou Nicarágua, imagino as muitas tentativas que fizeram para reverter a situação política em Cuba.

Mesmo sem querer enaltecer Fidel Castro, que completou 90 anos de idade - que pode não ter sido alvo de atentados frustrados dos serviços secretos dos EUA por duzentas vezes, mas que foram bastantes, foram com toda a certeza - , ou Che Guevara, que continua a ser sobretudo um mito, não posso deixar de registar a longa vida do socialismo Cubano (cinquenta e sete anos), que se deseja que mantenha nos seus propósitos políticos a abertura ao mundo...

(Fotografia de autor desconhecido)

domingo, junho 26, 2016

Na América Tudo Parece ser Possível


Não resisto à tentação de transcrever uma frase de "O Livro das Ilusões" de Paul Auster, que de alguma forma retratava uma das muitas coisas que se passavam (e passam...) nos Estados Unidos da América, que dizem ser a terra das oportunidades: 

«Não tens convivido muito com actores pois não? os actores são as pessoas mais desesperadas do mundo. Noventa por cento estão desempregados, e se lhe ofereces um trabalho com um salário decente, podes crer que não vão levantar muitas questões. Tudo o que querem é uma oportunidade de trabalhar.»

Tudo isto se deve a uma conversa que tive com o meu amigo dos cinemas que me disse que tinha estado há alguns meses numa cidade em que mais de noventa por cento dos seus habitantes eram actores ou escritores (pelo menos era assim que respondiam, quando lhe perguntavam a profissão...), mesmo que a maioria nunca tivessem entrado num filme ou escrito qualquer livro.

Podiam lavar pratos num restaurante, varrer as ruas, conduzir autocarros, que isso não colidia com os sonhos e com a ambição natural de terem a sua oportunidade nos muitos estúdios que os rodeavam.

Se eu duvidasse das palavras de Paul Auster, o Gui ainda conseguiu tornar a questão mais complicada...

quinta-feira, junho 16, 2016

Quando não Gostamos de Nós Próprios...


Quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

Não sei se é também por isso que somos tão permissivos com os ditadores e revelamos tanto medo de ser livres, de fazer aquilo que realmente gostamos.

Nem me vou esforçar por perceber um país como os Estados Unidos ou os norte-americanos, que depois de nos últimos anos terem sido governados com alguma democracia e liberdade, podem recuar no tempo e eleger como presidente um individuo racista, homofóbico e lunático.

Nos filmes até pode parecer engraçado que num certo estado se viva em democracia e que mesmo ao lado, exista a pena de morte e os xerifes possam fazer a sua própria lei. Mas a realidade é outra coisa, daí que me pareçam absurdos os discursos contra as "coreias" e as "venezuelas" do mundo, para depois se esconder debaixo do tapete todo o "lixo" interno.

É por isso que penso que empurrar o assassínio brutal de mais de cinquenta pessoas, por um só individuo, apenas para cima do terrorismo, é esconder ainda mais coisas debaixo do tapete. 

E se é verdade que o homem que matou e feriu tanta gente era frequentador habitual da discoteca gay de Orlando, ainda se levantam outras questões, como a não aceitação da própria tendência sexual, por se viver numa sociedade que continua a alimentar o ódio pelas minorias e pela diferença.

Continuo a pensar que quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

(Fotografia de Walter Sanders)