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segunda-feira, dezembro 16, 2024

Egoísmos, oportunismos e fingimentos...


O maior problema dos políticos é a sua capacidade de "fingimento", de fazerem de conta que está tudo bem, ao mesmo tempo que vão passando ao lado dos problemas, sem se preocuparem com as "bolas de neve", que deixam crescer, aqui e ali.

É desta forma que coisas aparentemente simples, que poderiam ter respostas quase imediatas, se tornam com o tempo, autênticos flagelos sociais...

Quando olhamos e escutamos as notícias sobre a gente (quase sempre de pele mais escura...) que ocupa lugares abandonados e os transforma em "bairros", e que depois de terem andado a escapar à lei, quando são confrontados com as ilegalidades, querem que o Estado lhes resolva o problema, a primeira coisa que pensamos é na mentalidade destas pessoas, que querem ter um "estatuto especial" de cidadãos. Acham que têm de ser os poderes, locais e nacionais, a arranjarem-lhes uma casa, quanto a maior parte de nós, teve de comprar ou alugar a casa onde vive...

Ninguém escapa a este "egoísmo" humano, até por muitas vezes sermos confrontados com situações de mero oportunismo, de gente que já tem casa e vai para estes locais, apenas para que lhes "ofereçam uma outra casa"...

Continuo a pensar que se as autoridades actuassem de imediato (em vez de assobiarem para o ar...), colocando fim a estas "ocupações", mal as pessoas se começam a instalar nestes espaços abandonados, degradados e perigosos, se evitavam muitos destes problemas, que crescem quase como cogumelos.

Claro que o problema central continua a não ser este. Nem é apenas a falta de casas. É sim, um outro "oportunismo" de todos aqueles que têm casas para alugar ou vender, e que o tentam fazer pelo maior valor possível...

Eu sei que é a "lei da oferta e da procura" a funcionar, mas...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, outubro 04, 2024

Problemas velhos que parecem novos...


Nem sempre nos apetece recuar no tempo, até porque não nos surgem apenas surpresas agradáveis, dentro das nossas memórias.

Pois é, de repente descobrimos uma Lisboa que sempre teve problemas de habitação...

Quando viemos viver para a Cruz Quebrada, em 1981, nas viagens de ida e de volta para as Caldas, éramos obrigados a reparar nas suas entradas (rodoviárias e ferroviárias...), povoadas de bairros de lata. Bairros que floresciam graças aos problemas que parecem ser "de sempre": falta de casas para alugar, a preços acessíveis, pelo menos para quem recebia "ordenados de miséria" (também não é um problema apenas de hoje...).

Só com a entrada na União Europeia e com a boa utilização dos fundos por parte da autarquia de Lisboa (penso que nos mandatos de Jorge Sampaio e de João Soares), foi possível acabar com este flagelo social.

Claro que existiam ainda outros problemas na Capital, como uma baixa pombalina praticamente desabitada, com os interiores dos seus prédios quase em ruínas,  com o perigo de derrocadas latente... 

Este só seria resolvido com o "paraíso turístico", que chegaria alguns anos depois. Mas isso fica para amanhã...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, setembro 30, 2023

Uma "casa para viver" (num país cada vez mais imperfeito)...


Num mundo perfeito, todos tínhamos pão, paz, educação, saúde e habitação (a ordem é alietória...), como diz o Sérgio, um dos nossos bons trovadores, numa das suas canções.

Só que além de estarmos cada vez mais longe do tal "mundo perfeito", vivemos num País que se orgulhava de ter a Constituição mais avançada (acho que também era do "mundo", mas já deve ter perdido esse "orgulho"...), mas que por ser tão "avançada", o que não faltam por lá são coisas que não se cumprem.

Uma delas é o direito à habitação. Mas acho que nesse artigo não se diz que o Estado tem de dar a cada português uma casa, gratuita, como é a exigência da gente, que até é capaz de viver uma vida inteira numa barraca, para que lhe dêem um lugar para habitarem, praticamente sem custos.

Como eu tive de comprar casa (tal como a maioria dos portugueses...), faz-me confusão a forma de pensar destas pessoas, que pertencem ao clube dos que só têm direitos, e deveres nada.

Só que o problema da habitação de hoje está longe de ser tão simples, e de se restringir a este "mundo dos pedinchas". 

O que não falta por aí é gente que contribui para o país através dos seus impostos e que quer comprar ou arrendar casa. Mas quer fazê-lo a preços decentes, não neste mercado que faz cada vez mais concorrência com Paris, Londres ou Nova Iorque.

E só há uma forma de lutar contra esta especulação imobiliária, é a construção social (algo que deixou de ser preocupação governamental há pelo menos vinte anos), através dos governos central e local.

Mas é FAZER, não é ENTRETER, como parece ser a especialidade do Governo Socialista.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, março 29, 2023

O Surpreendente Passeio Higiénico de um Ministro à Lisnave (com promessas, claro...)


Fiquei agradado por ver o ministro das Finanças a passear pela Lisnave (da Margueira...) com a "mayor" da cidade de Almada (que raramente se deixa ver, ao ponto de alguns munícipes ainda não a conhecerem...) e respectivos acompanhantes e a dizer, entre outras coisas, que é desta, que se vai realizar a descontaminação ambiental daquele espaço.

E ainda melhor, o estaleiro gigante abandonado há mais de vinte anos, afinal pode ser a tal solução para o défice habitacional que se faz sentir na "Grande Lisboa". Finalmente ouvi alguém a dizer que se poderá construir por ali habitação social a pensar nos jovens. Até ao dia de hoje só tive conhecimento de projectos megalómanos para a Lisnave, cuja habitação - de luxo - só poderia estar ao alcance de milionários.

Embora seja coisa para se prolongar no tempo (hoje foi só dia de promessas...), é bom saber que o Tejo pode estar ao alcance de todas as bolsas, até porque ninguém vive das vistas que tem ou não tem. O grande exemplo é o bairro social do "picapau amarelo", cuja localização foi tão invejada pela actual presidente da Câmara de Almada, há já algum tempo...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, fevereiro 22, 2023

Quem diria, a especialidade deste Costa maioritário, são os "tiros no sapato"...


Durante anos e anos fingiu-se que não existia um problema na habitação em Portugal (falta de casas com rendas acessíveis), especialmente nos dois grandes centros urbanos, Lisboa e Porto.

Com o crescimento do turismo os políticos vangloriavam-se com a recuperação de edifícios e fingiam  não ver que uma boa parte dos habitantes de bairros tradicionais estavam a ser empurrados paras as periferias das duas cidades grandes.  Até tiravam o chapéu aos muitos empreendedores do alojamento local, sem se preocuparem que uma cidade sem vida própria, torna-se numa outra coisa, a fingir, que acaba por se parecer com uma "cidade de bonecas e bonecos".

Os estrangeiros encantados com a nossa "simpatia" (até falamos inglês com eles, mesmo sem saber a língua...), com o Tejo e com o precário das casas, desataram a comprar tudo o que lhes era possível, mesmo que só passassem por Lisboa, um ou dois meses por ano... E outros mais espertalhaços compravam para recuperar e vender (grande galinha de ovos de ouro...).

Até que o governo do Costa fingiu que acordou para o problema e quer fazer uma lei cheia de teorias, que como tantas outras, poucos efeitos práticos terá...

Há já uns bons anos que quando soube que o prédio da imagem (na chamada rotunda dos bancos de Almada), estava à venda, até se falava de se transformar em hotel, depois chegou a andar em leilão - mas segundo parece continua abandonado e sem comprador -, achei que podia ser uma oportunidade para o Município de Almada reduzir o problema, pois ao adquiri-lo poderia acolher cerca de três dezenas de famílias jovens à procura de habitação...

Existem pela certa centenas de prédios como este, de Norte a Sul, devolutos, e que ainda não estão em ruínas, que poderiam alojar milhares de famílias, com as tais rendas acessíveis para quem procura e precisa de casa.

Mas tanto este governo central como os locais, preocupam-se mais em fazer leis que em resolver os problemas reais que afectam as pessoas...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)