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segunda-feira, setembro 18, 2023

«Tinha pernas para andar... e não andou...»


Mais um pedaço de toalha de papel guardado para a minha já rica colecção, após o almoço de hoje com o Chico.

É giro, "basta dar corda" ao Chico e ele conta-me o que quero e não quero saber...

Hoje falámos muito do espectáculo memorável, "Almada Antes e Depois de Abril", idealizado, e transformado num momento teatral de grande qualidade, e valor histórico, pelo nosso querido amigo Orlando Laranjeiro, que fingimos muitas vezes ainda estar ali junto de nós, na mesa.

A frase que retive das muitas do Chico diz bastante da vida. Depois de me falar de dezenas de pessoas (umas que conheço ou conheci e outras que não tive esse grato prazer) que participaram neste espectáculo que visitou os palcos das principais colectividades almadenses (e que também foi uma grande homenagem ao Associativismo Popular), disse: «Tinha pernas para andar... e não andou...»

E isso aconteceu apenas por essa coisa humana, que se chama inveja, e é capaz de minar muito do trabalho válido, que se faz um pouco por todo o lado...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, janeiro 19, 2023

"Há pessoas que pensam o que são, mas não são aquilo que pensam"


O meu amigo Orlando Laranjeiro, deixou um texto inédito, que intitulou "Testamento", com reflexões sobre a sua vida, agradecimentos e também alguns desejos finais.

Muitas das reflexões que nos deixa, são extremamente pertinentes e actuais. Basta olharmos para o panorama político e associativo que nos cerca, para nos revermos nas palavras do Orlando, que transcrevo, com a devida vénia:

«O meu Avô ensinou-me uma frase que normalmente uso, escrevo, e por vezes até exemplifico, com algumas personagens que conheço. A frase como muitos dos meus Amigos, e outros que eventualmente me tivessem lido, conhecem, é a seguinte: “Há pessoas que pensam o que são, mas não são aquilo que pensam”. O facto de estas ditas pessoas terem um pensamento errado de si próprias, leva-as por vezes, um pouco levianamente, a mentirem, a tomarem determinadas atitudes, e a assumirem posições, cargos, e respectivos reconhecimentos, que as tornam no mínimo, quanto a mim, simplesmente ridículas. Mas, curiosamente, não sei bem porquê, é um enigma que não consigo ou, simplesmente, não me interessa decifrar, lá vão vivendo, e muitas vezes ou quase sempre, levando a água ao seu moinho.»

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, janeiro 18, 2023

"Podia ser um Gato..."

 

Podia ser um Gato...

Sabe que vai perder a guerra, 
mesmo assim, sorri, trocista.
(Já ganhou tantas batalhas!)

Nem todos sabem o quanto
grita, sonha, chora, pensa. 
Ele sabe que pensa muito. 
Pensa demais.
É mais forte que Ele...

Faz contas à vida,
esquece o corpo dorido 
e diz que gostou,
sim, gostou de cá andar.

Gostou de tantas coisas...

De conversar, de conhecer,
de amar, de saber,
de fumar, de beber,
de declamar, de escrever,
de discursar, de ler,
de ganhar, de perder,
de dar, de receber,
de estar, de viver...

Sabe que vai perder a guerra, 
mesmo assim, sorri, trocista.
(Já ganhou tantas batalhas!)

(poema escrito a 9 de Janeiro, a pensar no meu amigo Orlando, que nos deixou hoje...)

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)