Ele acreditava no que Vergílio Ferreira escrevera um dia (e antes dele outros...), que "A Cultura só se aprecia, depois de se ser culto". Foi por isso que deu muitas "aulas" de cultura, nas muitas colectividades que passou durante a sua longa vida, com pequenos ensinamentos e exemplos retirados no nosso dia-a-dia, oferecendo pequenas pistas de livros que se deviam ler.
Tinha uma grande bagagem cultural porque gostava de tudo, de literatura (de ler, escrever e contar...), de teatro (de ver, de escrever e de fazer...), de cinema (aqui era mais ver...), de música (mesmo sem ser um afinadinho gostava de cantar - fez parte de um grupo de canto coral - e de tocar a sua harmónica), e de fotografia (chegou a ser premiado em salões de fotografia...).
E tinha uma coisa muito importante, fugia da "cultura chata", aquela que podia dar sono ou fazer com que as pessoas estivessem nos sítios sem lá estar. Tinha a percepção de que que o começo de tudo devia ser agradável, desde os livros até ao teatro ou cinema. Não se podia começar pelas obras mais difíceis de entender, que mais nos obrigavam a pensar. Essas ficavam para depois de se gostar...
Acho que fomos grandes amigos por partilharmos a mesma "ideologia" cultural e gostarmos de espalhar e partilhar as coisas boas de que gostávamos...
(Fotografia de Elsa Carvalho - Cacilhas)
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