quarta-feira, novembro 19, 2014

A Sociedade Actual Dentro dos Livros


Continuo a volta de uma história sulista, cheio de personagens (talvez estejam ali meia dúzia de romances...). 

Hoje, ainda antes da nove da manhã, comecei a escrever sobre a modernidade, por ouvir uma notícia sobre o tempo que os nossos filhos passam à frente do computador, fechados no quarto. Inventei logo uma personagem (ainda mais desactualizada que eu no mundo das "virtualidades"...) e escrevi isto, sem saber em que capítulo ficará.

«Não sou a melhor pessoa para qualificar o que é moderno ou não. Acho mesmo que não sei muito sobre o mundo moderno, por não o frequentar com assiduidade. Gostar das coisas que vulgarmente se chamam antigas, é capaz de ser um obstáculo.

Mas não é preciso ser muito inteligente para sentir que a pessoa perdeu importância na sociedade, que a “máquina” – cada vez com mais manhas - está a vencer-nos em toda a linha.

Dizem que são os adolescentes que estão prisioneiros da virtualidade, mas acho que não. Somos quase todos nós, mais os que se deixam hipnotizar pelos muitos jogos que nos oferecem e também por podermos mostrar ao mundo o que não somos, mas gostaríamos de ser. Acho que o faicebuque alimenta-se muito desses sonhos e frustrações. Claro que são palavras de quem não “passeia” por esse novo mundo, um gajo antiquado e talvez desatualizado e com medo de deixar de ter gente com quem conversar.

Além disso, passei muitas horas fechado no quarto durante a adolescência a ler livros, por isso...»

O óleo é de Liu Ye.

4 comentários:

  1. um texto necessário e acutilante.
    gostei!
    :)

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    1. não sei se é tudo isso, Piedade.

      acho é que estou cada vez mais fora de moda. :)

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  2. A mim o que me faz mais confusão é entrar em qualquer lado e ver meia duzia de pessoas juntas todas a teclar ( melhor dizendo tocar) nos telemóveis em infindáveis mensagens, como se só assim soubessem comunicar.
    Um abraço

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    1. é verdade, Elvira.

      tenho saudades de visitar a minha aldeia, para ver se as pessoas ainda dizem bom dia e boa tarde, mesmo a desconhecidos...

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